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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E


SANEAMENTO BÁSICO

Resenha Crítica de Caso


Philippe Branco Motta

Trabalho da disciplina: Desenvolvimento Sustentável


Tutora: Profª Maria Cecilia Trannin

Petrópolis/RJ
2020

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RESÍDUOS NO BRASIL: UM GRANDE MERCADO EMERGENTE

Prototipagem de uma Smart Village (Aldeia Inteligente) escalável para criar


simultaneamente o desenvolvimento sustentável e oportunidades de crescimento da
empresa

Referências: DARWIN, Sc CHESBROUGH, H Casc Scries. Berkeley: 1 de Janeiro de


2017. Haas School of Business

O artigo fala sobre o politico indiano N. Chandrababu Naidu e a sua ideia de


prototipagem de uma aldeia inteligente. O partido de Naidu, Telugu Desam, saiu
vitorioso nas eleições do estado de Andhra Pradesh no ano de 1999. porém nas eleições
subsequentes, que aconteceram no ano de 2004, o seu partido foi derrotado. Com a
derrota, Naidu teve a ideia de fazer uma jomada para interagir mais de perto com os
seus eleitores, a chamada Pada Yatra que durou 2 anos. Após percorrer 3000
quilômetros em sua viagem, Naidu prometeu encontrar manciras inovadoras de
melhorar a vida nas 38 mil vilas de Andhra Pradesh e assim surgiu a sua ideia de tomar
a aldeia de Mori, no sul da india, uma Smart

Village.

O objetivo de Naidu com a Pada Yatra era entender as preocupações, os desafios e os


objetivos dos aproximadamente 35 milhões de residentes rurais do estado para que ele
pudesse encontrar maneiras de melhorar a vida dessas pessoas. A principal observação
obtida por Naidu após sua viagem foi o fato de que o bem-estar e outros programas
governamentais e de desenvolvimento ajudaram a melhorar a vida dos moradores, mas
em graus variados e não na medida prevista. Na viagem surgiram ainda duas ideias
principais: os moradores queriam e precisavam ser capacitados para incentivar a
participação em qualquer programa de desenvolvimento, e as populações das aldeias
estavam diminuindo. Os moradores estavam se mudando para áreas urbanas ou para
outros países com infraestrutura e oportunidades de trabalho comparativamente

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melhores, e essa emigração levava a uma escassez de mão-de-obra e uma fuga de
cérebros nas aldeias. Um exemplo dessa emigração é visto na aldeia de Mori, a vida nela
apresentava aos residentes desafios constantes, incluindo: a falta de acesso a recursos
básicos, como cuidados com a saúde, saneamento e água limpa, a falta de acesso a
educação; a falta de boas onortunidades econômicas Havia aproximadamente 800
banheiros totais na aldeia, para uma população de 8000 pessoas, levando as pessoas a
defecarem a céu aberto, o que resultava na reprodução de mosquitos. Por sua vez, os
mosquitos espalhavam malária e denguc, um virus que é uma das principais causas de
doença c morte nos trópicos e subtrópicos e para os quais não há ainda quaisquer
vacinas para prevenir a infecção

Assim como os banheiros, o acesso aos cuidados de saúde na aldeia também era
limitado. Com apenas uma clinica pequena, não cram todos os aldeões que conseguiam
se consultar, isso porque poucos médicos estavam dispostos a trabalhar devido à
remuneração maior em hospitais da cidade ou sendo um médico particular. Aqueles que
conseguiam se consultar muitas vezes não conseguiam questionar o que o médico dizia
por não terem estudo formal. Assim, muitos aldeões se consultavam com curandeiros
espirituais ocasionando diagnósticos inadequados. E se o problema fosse mais grave a
situação piorava, já que o hospital mais próximo ficava a 25 quilômetros de distância da
aldeia.

O acesso à educação também era restrito, não havendo vagas para todos os filhos
dos moradores da aldeia nas duas escolas públicas locais. Os jovens adultos que
desejavam seguir carreiras na medicina, engenharia, lei ou educação deviam saber falar
inglês para entrar nos programas de educação profissional. Porém, nenhuma aula para
crianças da 1 a 5 série era lecionada em inglês. Além disso, o transporte de ônibus
dentro da aldeia era muitas vezes irregular, tomando dificil para os estudantes
frequentar regularmente a escola no horário correto. Para aqueles alunos que
desejavam ter acesso ao ensino superior o desafio era ainda maior, tendo que viajar de
10 a 20 quilômetros.

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A falta de boas oportunidades econômicas também era um dos motivos pelos
quais os moradores de Mori deixavam a aldeia em busca de uma vida melhor. A maioria
dos habitantes ganhava muito pouco, como o relato de um trabalhador assalariado
diário de uma fábrica têxtil que ganhava 30 Rúpias (cerca de 45 centavos de dólar
americano) por dia. Além disso, a mecanização ca automação destruíram muitos
empregos nas indústrias de artesanato, cerâmica c ourives. Para as pessoas ainda
empregadas na indústria do artesanato, os salários eram baixos e o estoque não vendido
estava sendo acumulado.

Naidu via a necessidade de capacitar os moradores para que eles pudessem


moldar o seu próprio futuro. Ele buscava uma solução que fomecesse às aldeias
informações, treinamento e outras ferramentas de que as pessoas precisam para se
tornar empresários bem-sucedidos. E para isso, devia-se concentrar na resolução de
problemas reais enfrentados pelos moradores, em vez de abordar o que as pessoas que
viviam fora da aldeia diziam ser problemas. Justamente por Mori ter tanto problemas
que causavam a emigração, que Naidu a elegeu como o seu protótipo. Todo o processo
de prototipagem destina-se a facilitar o desenvolvimento de um modelo de negócios
sustentável e autônomo que seja escalável o sucesso depende da criação de produtos e
serviços pelas empresas que atendam às necessidades dos aldcões a preços acessíveis.
Essas ofertas bem-sucedidas serão, portanto, mais propensas a oferecer valor para os
moradores em qualquer lugar do estado de Andhra Pradesh, na India c em outros países
em desenvolvimento, essa abordagem das empresas é chamada de valor compartilhado.

Segundo o professor Solomon Darwin: "Uma vila inteligente é uma comunidade


habilitada por tecnologias digitais e plataformas de inovação aberta para acessar
mercados globais." Naidu compartilhava da definição de vila inteligente do professor,
assim desenvolveu seu plano de melhoria baseado em cinco principios: pobreza, justiça
social, bem-estar dos agricultores, emprego juvenil c governança adequada. Para esses
objetivos, foi criado um programa com abordagem integrada visando capacitar os
aldeões com acesso à tecnologia inteligente e simples, informações transparentes,

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ferramentas digitais fáceis de usar e recursos para desenvolver habilidades empresariais
e acesso direto aos mercados globais.

Criar uma vila inteligente faz com que os aldeões se tornem economicamente
independentes ao mesmo tempo cria oportunidades de negócios para empresas que
trazem seus produtos e serviços para a aldeia. Assim, as despesas do governo na área
podem diminuir ou ser redirecionadas para novos projetos de maior valor. O govemo
ainda teria uma maior arrecadação de impostos.

A ideia de Naidu é muito boa, porém só veio após seu partido perder as eleições.
Se a situação das aldeias como Mori eram tão precárias assim, ele deveria ter feito mais
como politico quando ele estava no poder antes da derrota nas urnas. Na sua gestão cle
privilegiou grandes centros urbanos como Hyderabad, que pouco depois se separou do
estado e formou um novo, perdendo assim uma grande parte do seu eleitorado. Portanto
a intenção por trás das ideias de Naidu fica em cheque, pra mim parece mais que ele
tentou ganhar eleitorado, ainda mais sendo os moradores das aldeias pessoas simples
sem estudo formal.

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