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Demissão por justa causa: funcionário

também pode requerer


Entenda como funciona a rescisão indireta do contrato
de trabalho
Conheça faltas que levam à demissão por justa causa
A demissão por justa causa não é uma prerrogativa exclusiva dos chefes. A Legislação
Federal permite ao funcionário, em diversos casos, solicitar a rescisão do contrato de
trabalho sem prejuízos e com direito aos mesmos benefícios que teria se fosse demitido
sem justificativa. Por isso, empresários e funcionários, entendam como funciona a
chamada rescisão indireta e previnam-se de situações desagradáveis.
Segundo a advogada Juliana da Silva Borges, em entrevista ao portal de notícias G1, o
principal motivo para solicitação de rescisão indireta é a quebra do contrato por parte do
empregador. Salários atrasados, horas extras não computadas, não pagamento do
adicional de férias e descontos indevidos são alguns exemplos.
A advogada chama atenção para as irregularidades com relação ao FGTS. Recentemente
a Caixa iniciou o processo de liberação do fundo para o financiamento da compra ou
reforma de imóveis. Se o trabalhador, quando quiser utilizar o saldo, perceber que os
valores cabíveis não foram depositados pelo empregador, caberá justa causa por
deliberação do empregado.

Outras situações onde cabe a justa causa solicitada pelo empregado são:
- Promoção sem aumento salarial
- Falta de anotações no contrato ou na carteira de trabalho
- Jornada de trabalho excessiva
- Assédio moral
- Assédio sexual

Sempre que forem violadas as leis trabalhistas ou compromissos assumidos no contrato


de trabalho, o funcionário pode solicitar à Justiça a rescisão do contrato. O direito está
previsto no artigo 483 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas.

O juiz do trabalho Mauro Schiavi, também entrevistado pela reportagem do G1, lembra
que a solicitação de rescisão, se não for feita imediatamente após o ato causador, pode
não ser considerada pela Justiça, que constatará o chamado perdão tácito.
O juiz enfatiza que só se deve recorrer ao mecanismo quando o fato praticado pelo
empregador for grave e não houver nenhuma condição de manter o vínculo trabalhista.
Caso o empregado ganhe a ação, ele terá direito a todas as verbas rescisórias que
caberiam se fosse demitido sem justa causa.
Artigo 483
Este Artigo faz parte do Capítulo V que trata da Rescisão

Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida


indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima


defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.

§ 1º – O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,


quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do
serviço.

§ 2º – No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado


ao empregado rescindir o contrato de trabalho.

§ 3º – Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu


contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não
no serviço até final decisão do processo.

** § 3° acrescentado pela Lei n° 4825, de 5 de novembro de 1965

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