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O ENSINO SUPERIOR E A PANDEMIA

ALUNA: KAREN DE AZEVEDO ACIOLI


LINHA DE PESQUISA: PEFS

Rio de Janeiro
Janeiro de 2021

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O ENSINO SUPERIOR E A PANDEMIA

Introdução
“A crise da educação no Brasil, não é uma crise. É um projeto”
Darcy Ribeiro
A pandemia faz parte da história da humanidade. Porém, parece que nunca
estamos preparados para ela. Muitas epidemias surgiram ao longo dos séculos: Ebola,
AIDS, Poliomielite, Febre Amarela, e tantas outras mazelas para nos lembrar que a
saúde é uma meta, sobretudo educacional, que deve ser nutrida por programas de
Estado sérios, preventivos, longevos e ágeis.
Apesar de possuirmos no Brasil um exemplar sistema único de saúde, o SUS e
de termos excelentes programas de imunização, farmácia popular e grandes
sanitaristas, não temos hoje a adesão das pastas do governo para que o Ministério da
Saúde tomasse medidas rápidas o suficiente para nos prevenir da maior crise sanitária
dos últimos tempos.
Envoltos em mortes e na triste pandemia do COVID 19, que assolou o fatídico
ano de 2020, tivemos de nos reinventar. A necessidade de criar novos paradigmas se
impôs aos corpos docentes, discentes e funcionários de todo o Ensino Superior. Em
busca de novas saídas para dar seguimento ao projeto de conhecimento democrático,
professores, coordenadores, diretores e alunos estabeleceram novas formas de
diálogos para compreender como seria possível , em tempo hábil, continuar o ano
letivo.
A sala de aula, como a conhecíamos antes da pandemia, precisava se adaptar
às novas condições. Mas quais eram, de fato, as condições em que o ensino superior
se encontrava?
Algumas universidades demoraram a reagir com ações eficientes que unissem
professores e alunos na mesma direção. De modo que questões como as seguintes
foram levantadas: De que maneira criar o diálogo entre professores e alunos, fora das
salas de aula? Como poderiam os corpos discentes e docentes transpor as barreiras da
desigualdade social, herança de toda a nossa história? Como o diálogo poderia
acontecer de forma efetiva?
O uso sistemático e metodológico de um novo ensino híbrido, de alcance
jamais testado antes da pior crise sanitária dos últimos séculos, surgia como resposta .

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Escolhemos como recorte desse artigo o Festival do conhecimento,
organizado pela UFRJ, como evento comemorativo de seu centenário. Aglutinador de
conteúdos e públicos, o festival revelou-se como potente instrumento de troca de
saberes. Retrato certeiro da reversão de uma situação trágica para uma reação coletiva
de empatia social.
A escolha ocorreu pelo êxito do evento inteiramente online, cuja comprovação
pôde ser verificada pela grande oferta de temas entrecruzados, multiplicidade de
linguagens oferecidas - disponibilizadas gratuitamente - e pelo expressivo número de
visualizações e de pessoas atingidas com o festival.
A instrumentalização deste texto se apoiará no levantamento de dados
realizado pela Escola de Comunicação, ECO/UFRJ, combinada com textos de
literatura crítica sobre o Ensino Superior no Brasil.
Esperamos refletir sobre a descoberta desta nova forma de “uso” do ensino
superior e sobre o que tal potência pode representar.

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Um olhar sobre a herança cultural

Antes mesmo de serem banidos do Brasil, os Jesuítas vangloriavam-se, em


seus escritos testemunhais para a Corte portuguesa, sobre a forma desumana de trazer
os dóceis e selvagens indígenas brasileiros para a mão escrava, não lhes reconhecendo
- como diria o antropólogo e intelectual brasileiro Darcy Ribeiro - direitos que não
fossem os de se multiplicarem em mais braços postos a seu serviço (RIBEIRO, 1995
p. 69).
Ignorando por completo a cultura dos povos indígenas brasileiros e
massacrando igualmente os movimentos culturais dos povos escravizados vindos do
continente africano, a corte portuguesa - cercada de holandeses, espanhóis e franceses
- domesticava o povo brasileiro para torná-lo servil. Para isso, era necessário que o
saber fosse restrito a poucos; aos da classe dominante e rica.
Extirpando da cultura brasileira os saberes dos povos das florestas,
classificando os não-brancos como hereges cheios de pecados a catequizar, a
“ignorância” foi aceita como ideologia e metodologia a ser implementada1 ao longo
da história do Brasil.
Para que a colonização seguisse seu curso sem maiores entraves, ignorou-se os
mais de 200 idiomas nativos e optou-se por uma única língua: a portuguesa. Para
aproximar os portugueses dos nativos, foram trazidos de Portugal,jovens órfãos, além
dos missionários jesuítas, com a missão de aproximar os jovens indígenas da fé
católica. A educação era restrita àqueles que representassem os herdeiros do poder.
Um minúsculo estrato social de letrados que, através do domínio do
saber erudito e técnico europeu de então, orientava as atividades
mais complexas e operava como centro difusor de conhecimentos,
crenças e valores” (RIBEIRO, 1995, p. 76)

O texto de Darcy Ribeiro reflete como a nossa história é carregada de


estruturas de poder tão bem enraizadas, que podemos senti-las até os dias de hoje.
Assim, pouco a pouco fomos nos adestrando como povo de uma filial lusitana
da civilização européia.

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Ao que Darcy Ribeiro se refere em seu livro O povo brasileiro como “uma elite de senhores da terra e
de mandantes civis e militares, montados sobre a massa de uma subumanidade oprimida, a que não se
reconhece nenhum direito” (p. 72).

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Porém, há de se ressaltar que a história, embora nem sempre evidente, está
sempre em continuado processo de mudanças. Os esforços de professores,
intelectuais, pesquisadores e tantos outros atores para a democratização ao acesso de
saberes, não terá sido em vão e parece encontrar saídas. É o que veremos no
desenvolvimento do texto a seguir.

O Ensino Superior no contexto histórico

Segundo o professor Valdir Chagas (Conselho Federal de Educação - CFE) há


três importantes momentos/movimentos para a implantação do Ensino Superior no
Brasil: “No primeiro momento (idos de 1759) existia a Universidade, mas não existia
a instituição” (CAVALCANTE, p. 9). Lá estavam os Jesuítas, tentando conseguir
elevar o Colégio da Bahia à categoria de Universidade; o que não lhes foi permitido,
muito embora os grandes colégios já funcionassem em moldes universitários.
Após a expulsão dos jesuítas e o consequente desmonte de sua obra
educacional, a noção de universidade reapareceu somente no período da Inconfidência
Mineira (1789). Apesar da pequena elite do movimento se insurgir contra o domínio
português, a tônica principal da universidade continuava a atender às necessidades da
corte. Ou seja, estabelecer um ensino que capacitasse os alunos as profissões que a
servissem. Tal modelo criou raízes e tornou-se, até os dias de hoje, parte estrutural do
ensino superior brasileiro.
No segundo momento, destinou-se no Ato Adicional (1834), que caberia ao
Governo Geral a responsabilidade de promover na capital do Império, o ensino de
todos os graus, e a de prover o ensino superior em todo o país (SILVA, 1969, p. 195).
Porém, o próprio governo central se destitui dessa responsabilidade principal, dando
autonomia aos Estados para que fossem eles os corresponsáveis pela implementação
do Ensino Superior no Brasil. Neste pingue-pongue de responsabilidades, o ensino
superior chegou ao século XX com muitas lacunas a serem preenchidas.
Foi somente em 1920, há aproximadamente cem anos atrás, através da reforma
Carlos Maximiliano, que foi autorizada a reunião de três faculdades já existentes no
Rio de Janeiro. No entanto, a reunião parecia algo artificial, visto que não integrava -
e nem poderia integrar - o caráter profissionalizante, individualista das instituições de
ensino superior e transformá-las em Universidades.
A partir daí, deu-se o primeiro conflito:

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Enquanto o ensino superior crescia em ritmo acelerado (cursos,
unidades escolares e número de alunos), crescia também, no meio
da intelectualidade brasileira considerada mais progressista, a
insatisfação com essa mesma universidade. Ali surgia o embate
quantidade X qualidade” (CAVALCANTE, 2000, p. 9)

Compreende-se, então, o segundo momento ao qual se referia o conselheiro


Valdir Chagas: existia a instituição, mas não possuíamos a Universidade.
Passados os anos da ditadura com perseguições políticas e obscurecimento das
instituições de ensino superior, tais quais a UNB e UFRJ, somente em 1968 ocorreu a
Reforma Universitária (28/11/1968, Lei n.5.540) com o intuito de reformular e
atualizar os objetivos da estrutura acadêmica, didática e administrativa em busca de
padrões autênticos, integradores e orgânicos.
Contudo, quando o processo de expansão do ensino superior se tornou visível
em 1974, houve o que poderíamos chamar de invasão bárbara. 63% das universidades
brasileiras eram públicas enquanto 78% dos estabelecimentos isolados eram privados.
Ou seja, havia mais alunos inscritos nas universidades particulares do que nas
universidades públicas. No ano 2000, segundo o livro Educação superior, conceitos,
definições e classificações, (2000) apenas 7% das universidades eram públicas e 73%
das instituições não-universitárias de ensino superior, privadas.
E eis que chegamos ao terceiro momento: a busca constante de autênticos
padrões de funcionamento” (CHAGAS, 1967, p. 15). E é exatamente neste momento
de busca que nos deparamos hoje com a pandemia.

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A conectividade e a pandemia

Nos idos dos anos 2.000 o mundo começou a ouvir falar sobre um grupo de
cientistas que, em longos processos de pesquisas continuadas, inventou um sistema de
compartilhamento de dados que poderia se dar através da combinação de complexos
arranjos; os chamados algoritmos. O funcionamento desta generosa rede de saberes,
daria-se de forma aberta gratuitamente. Um novo momento de esperança chegava às
universidade: seria possível democratizar o acesso aos diversos saberes da
humanidade.
Autores como Henry Jenkins, Manoel Castels e Pierre Lévy , chamavam a
atenção do mundo para a nova descoberta: a cultura da convergência2. Através da
internet, passou a ser possível se comunicar com alguém do outro lado do mundo. Era
possível trabalhar à distância, compartilhar conhecimentos e possuir até mesmo um
computador dentro de sua própria casa. Tornou-se possível criar redes de trocas,
trocar fotos, vídeos e conhecer lugares que nunca haviam sido visitados pela pessoa
que navegava na internet. Sobre a noção de convergência, Henry Jenkins anunciava:
“As promessas desse novo ambiente de mídia provocam expectativas de um fluxo
mais livre de idéias e conteúdos” (JENKIS, 2009, p. 46). Se as ideias podiam
circular livres e gratuitamente, o mundo passaria, de fato, por uma grande
transformação.
Era, como batizou Pierre Lévy, a inteligência coletiva se firmando através da
internet e da ativação das redes sociais :
Nenhum de nós pode saber tudo, cada um de nós sabe alguma coisa
e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e
unirmos nossas habilidades. A inteligência coletiva pode ser vista
como uma fonte alternativa de poder midiático. Estamos
aprendendo a usar esse poder em nossas interações diárias dentro da
cultura da convergência (LÉVY, 2008, p. 30)

Apesar deste claro aceno de alguns intelectuais para a importância do uso da


inteligência coletiva, para além do uso recreativo, poucas foram as universidades que

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Segundo Jenkins, “a convergência é tanto um processo corporativo, de cima para baixo, quanto um
processo de consumidor, de baixo para cima.”

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se apropriaram deste novo meio de propagação do pensamento para o uso cotidiano
deste quinto poder: o poder transmídia.
Em seu livro A cultura da convergência, Henry Jenkins explorava a produção
coletiva de significados e a mudança do funcionamento de uma série de setores de
nossa sociedade através das redes sociais. O alerta de Jenkins parece ter sido
percebido por novos vilões da política que, apropriando-se das redes sociais,
transmitiam toda a sorte de falsas notícias (as fake news), fazendo uso inverso do que
havia sido planejado pelos cientistas de boa índole, fazendo a manipulação das redes
sociais através das compras de espaços e apropriação indevida de ferramentas da
internet para uso de manipulação da massa.
O resultado dessa trágica utilização da internet resultou em campanhas de
ódio, polarizações e todo os tiposs de intrigas e difamações. Políticos inescrupulosos
haviam descoberto o uso indevido das redes sociais, conseguindo eleger fenômenos
de bizarrice em 2018. Ao mesmo tempo, cidadãos começaram a organizar os
movimentos de empatia social, chamados em 2020 de “imaginação coletiva”. Porém,
as universidades ainda estavam distantes da parceria que poderiam estabelecer com
essa nova forma de conhecimento.

A chegada da pandemia

Em março de 2020, as universidades foram surpreendidas com a chegada da


pandemia. Algumas faculdades suspenderam os cursos por tempo indeterminado,
outras tentavam descobrir de que forma conectar seus alunos e dar seguimento aos
estudos.
Em Paris, após longo período de aulas suspensas, a Universidade Sorbonne
Paris 3, deliberou que o ideal seria fazer a mistura entre as modalidades presencial,
síncrona e assíncrona. Optou por dividir os alunos em grupos selecionados por data de
nascimento, comparecendo presencialmente em semanas alternadas. Portanto, os
alunos nascidos em dias pares iriam na “semana amarela” e não iriam na “semana
azul”. Os alunos nascidos em dias ímpares compareceriam nas “semanas azuis” e
assistiriam de casa durante as “semanas amarelas”.
Embora bem intencionada, a opção francesa resultou em aulas impossíveis de
se assistir remotamente, visto que a câmera ficava distante do professor e a audição

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ficava totalmente prejudicada. Num segundo momento da pandemia, as aulas
presenciais foram totalmente substituídas por aulas síncronas ou assíncronas.
No Rio de Janeiro, A ECO, Escola de Comunicação da UFRJ propôs uma
pesquisa para investigar os meios de conexão que seus corpos docente e discente
dispunham e em qual estado físico e emocional se encontravam as pessoas da
comunidade acadêmica.
A pesquisa, realizada com extrema agilidade, venceu os trâmites mais
burocráticos de uma instituição pública e refletiu a produção de pesquisas relevantes
de qualidade consolidada, próprias ao PPGCOM3. O resultado da pesquisa revelou os
inúmeros contrastes marcados pelo histórico da desigualdade social.
A ECO reagiu com presteza e tratou de providenciar cartões com acesso à
internet aos alunos menos favorecidos, que dificilmente conseguiriam se conectar sem
essa ajuda
Em maio, a UFRJ lançou o Festival do conhecimento, festival de caráter não-
obrigatório com o objetivo de repensar e ressignificar formas de unir a comunidade
acadêmica perto do centenário da universidade.
Vale ressaltar que tal iniciativa, se não foi pioneira, foi avassaladora e talvez
com resultados bem mais impactantes do que o que a própria instituição previa.
Integrou eo nsino, pesquisa e extensão de toda a UFRJ, reunindo estudantes, docentes
e técnicos administrativos das comunidades universitárias - o que não é pouca coisa.
Obteve o marco de 27 mil inscritos como ouvintes, sendo que 56% dos ouvintes não
eram da UFRJ.
Dos diversos formatos e conteúdos diferenciados, no festival realizou 83 lives
com programação de convidados e 526 lives com programações enviadas por
formulários.
Para aproximar o público que pela primeira vez entrava em contato com a
UFRJ, a instituição absorveu diversas linguagens artísticas como 14 shows ao vivo, 2
lives de DJs e 633 demais lives nos dez dias do festival. Como cartão de visitas, criou
ainda as lives do Projeto Conhecendo a UFRJ (ação contínua).

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PPGCOM da ECO/UFRJ Programa de Pós Graduação em Comunicação está entre os programas de
máxima excelência. Mantém a nota 7 no sistema de avaliação da CAPES e é reconhecido
nacionalmente e internacionalmente.

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Para cumprir tal programação extensa e de temas de interesse coletivo, a
universidade recebeu as propostas de atividades enviadas por docentes (299),
estudantes de pós-graduação (91), estudantes de graduação (87), técnicos
administrativos (46) e terceirizados (03).
Esse rico panorama demonstra a criação transversal, apropriada por todos da
comunidade acadêmica, sendo que 1.340 atividades foram devidamente gravadas, o
que significa vida longa e tempo de visualização crescente na internet.
Dos mais de 1200 vídeos gravados, há um equilíbrio entre os proponentes e os
com repercussão ascendente na internet. Antes do Festival, haviam 400 inscritos no
Canal do Youtube, e, após o festival, o numero passaria para 12.100 inscritos. Ao
longo do festival, mais de 203 mil visualizações do conteúdo postado. Após o festival,
em junho de 2020, o número de visualizações havia atingido o marco de 218 mil
visualizações.
Os números expressivos revelam bem mais do que a participação de 200
pessoas mobilizadas nas áreas de produção, comunicação e apoio técnico. Revelam
conteúdos de grande importância, em debates, minicursos, oficinas, conferências,
painéis temáticos, entrevistas, rodas de conversa e apresentações culturais de vídeos
de diferentes modalidade, em contato com o público.
Expõe ainda a potência do ensino, a demanda e um novo espectador: o
espectador emancipado (RANCIÈRE, 2012), aquele que escolhe o conteúdo que quer
ver, compartilhar, participar, pertencer, criar e se apropriar.
Integrando ensino, pesquisa e extensão, criando espaços virtuais de encontros
e trocas da produção científica e cultural da UFRJ, o Festival do Conhecimento deu
exemplo do que pode vir a ser a convergência cultural e a imaginação coletiva no
Ensino Superior.
Atentas a esse movimento, outras iniciativas, também muito impactantes,
aconteceram; como o I Congresso Internacional de Literatura para Crianças e Jovens,
realizado pela PUC de São Paulo que ao longo de 3 dias reuniu, em 8 salas
simultâneas, os mais diversos temas ligados à literatura infantil e juvenil, totalizando
uma media aproximada de 38.181 pessoas ao longo do Congresso.
Outras ações continuadas, como os "Encontros Pandêmicos em Composição,
realizados semanalmente pela UNIRIO (outubro/2020), foram conquistando seu
público fiel.

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Conhecimento oferecido de forma ampla, democrática. Se a tragédia da
pandemia nos trouxe perdas emocionais irreparáveis, além de um trauma social cuja
dimensão ainda não temos a exata dimensão, podemos dizer que também nos trouxe a
universidade para perto de uma de suas missões principais: a de proporcionar o
conhecimento de forma integradora, complexa e de democratizar o acesso ao
conhecimento.

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Considerações finais

A cultura da convergência, o ensino híbrido e novas experimentações no


campo da pesquisa e difusão científica parecem trazer muitas respostas para tantas
dúvidas e lacunas, que ainda são partes integrantes da história do Ensino Superior
brasileiro.
Ao mesmo tempo em que a velha Europa, nossa potencial colonizadora
continua apegada aos padrões construídos ao longo dos séculos, a jovem Educação
Brasileira, há de se descolonizar4, descobrir seus próprios caminhos. É muito profícuo
imaginar uma sala de aula composta por tantos estados, cidades de diferentes cantos
do país e do mundo.
Precisamos nos prevenir, nos tornando preparados para pandemias. E somente
o conhecimento – de forma ampla, complexa, profunda - poderá nos levar às curas,
em todos os seus sentidos.
Não há mais volta. É preciso criar novos paradigmas que incorporem a cultura
da convergência, a interatividade e o ensino híbrido. Não somente no Ensino
Superior, mas em todas as etapas de uma formação.
O conhecimento precisa estar em todas as casas brasileiras, atravessado pelas
novas linguagens e formas de comunicação. O conhecimento é a cura.

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“Formado por intelectuais latino-americanos situados em diversas universidades das Américas, o
coletivo realizou um movimento epistemológico fundamental para a renovação critica e utópica das
ciências Sociais na America Latina do Século XXI: a radicalização do argumento pós-colonial no
continente por mieio da noção de “giro decolonial” (Artigo de Luciana Ballestrin, America e o giro
decolonial).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTI, J. Educação Superior: conceitos, definições e classificações,


Brasília, MEC-INEP, 2000
GÓES, Moacyr. O golpe na educação, Rio de Janeiro, Zahar Editora, 2002
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência, São Paulo, Aleph, 2009
MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Trad.
Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
RIBEIRO, Darcy, O povo brasileiro, a formação e o sentido do Brasil, São Paulo,
Companhia das Letras, 1995
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO- PR5- UFRJ, ECO Escola de Comunicação -
Festival do Conhecimento
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA, Professora Flávia Monteiro
VENTURA, Deyze, professora titular de Ética da Faculdade de Saúde Pública- USP,
Aula magna, PUC –Relações Internacionais, série Corona360
www.iri.puc-rio.br/mapi/pandemia-ou-refundacao-das-organizacoes-internacionais/

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