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HigieneTítulo

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e Biológicos
Riscos Físicos –Vibração

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Riscos Físicos –Vibração

Fonte: Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Riscos Físicos – Vibração;
• Anexo 8 da NR-15;
• Avaliação de Vibração de Corpo Inteiro e NHO 09;
• Avaliação de Vibração de Mãos e Braços e NHO 10;
• Medidas de Controle.

Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento do agente físico vibração;
• Relacionar as exigências normativas;
• Capacitar o aluno para realizar o monitoramento do agente físico vibração;
• Demonstrar medidas de controle para o agente físico vibração.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Físicos –Vibração

Contextualização
Ramazzini, pai da medicina do trabalho, relatou em 1700:
As sacudidelas têm o poder de pervertertoda a economia do corpo,
das partessólidas como das fluidas; todas as víscerassacodem pela for-
ça do cavalo trotão, torpee pesado; disse Lucílio, e quase sãoarran-
cadas de sua posição natural; toda amassa sanguínea se perturba, de
cima abaixo, desviando-se do seu movimentonormal; em consequên-
cia, produzem-sefluxões, ou seja, estancamento de soro nasarticula-
ções, ruturas de vasos nos pulmõese rins, úlceras e varizes nas per-
nas, aoretardar-se o refluxo do sangue,principalmente naqueles que
domamcavalos e necessitam manter em tensão osmúsculos das coxas
e das pernas, para nãoserem dobrados. (RAMAZZINI, 2016, p.186)

Já o primeiro relato de distúrbios vasculares relacionados a indivíduos expostos


a vibrações de mãos e braços data de 1862, pelo médico francês Maurice Raynaud.
Em 1911, Loriga, pesquisador italiano, descreveu a síndrome da vibração nos trabalha-
dores que operavam marteletes em pedreiras. E, em 1918, Alice Hamilton desenvolveu
um estudo sobre o uso de marteletes por mineiros em pedreiras, descrevendo uma ane-
mia das mãos. Desde então, diversos estudos vem sendo desenvolvidos para avanço do
conhecimento nesta área (VENDRAME, [2005?]).

O agente físico vibração é capaz de causar danos à saúde do trabalhador, desde lombal-
gias nos casos de exposição à vibração de corpo inteiro, a efeitos neurológicos,vasculares
e musculoesqueléticos quando ocorre exposição à vibrações de mãos e braços. Ainda
assim, esse agente é um tanto impopular no Brasil. A legislação brasileira que trata
sobre vibração sofreu uma alteração relativamente recente, no ano de 2014. Portanto,
devemos ter muito cuidado ao pesquisar sobre o assunto na internet, pois ainda estão
disponíveis vários materiais desatualizados.

Que tal aprender sobre a legislação brasileira em vigor e os critérios para caracteriza-
ção da condição de trabalho insalubre por exposição à vibração?

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Riscos Físicos – Vibração
A vibração é um movimento oscilatório e periódico de um corpo em torno de um
ponto fixo, definida pelos parâmetros: velocidade, aceleração (amplitude) e frequência
(números de ciclos completos por minuto) (SALIBA, 2018).

Vibração de corpo inteiro


Vibrações de Corpo Inteiro (VCI) são vibrações transmitidas ao corpo como um todo,
geralmente por meio de uma superfície de contato (SALIBA, 2018). São comumente rela-
cionadas aos trabalhos em veículos, ônibus, tratores, caminhões, plataformas, navios, aviões,
helicópteros, máquinas agrícolas etc. A Figura 1 apresenta os sistemas ortogonais de coorde-
nadas de transmissão da vibração de corpo inteiro para as posições sentada, em pé e deitada.

Z
y

x
Posição sentada
Z
y

x y
Posição em pé
x
x

z
y
Posição deitado ou inclinado

Figura 1 – Eixos de direção adotados para medição


Fonte: Adaptação de ISO 2631:1997, BRASIL, 2013-1

Efeitos ao organismo da exposição à vibração de corpo inteiro


A exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro eleva o risco de dores lombares
e doenças da coluna, que incluem alteração degenerativa primária das vértebras e dos
discos intervertebrais. Além dos problemas na coluna, referida exposição pode afetar o
sistema nervoso central (SALIBA, 2018).

Vibração de mãos e braços


Vibrações de mãos e braços (VMB), também conhecidas como segmentar, de ex-
tremidades ou localizadas, são vibrações que atingem certas partes do corpo, princi-
palmente mãos e braços (SALIBA, 2018). São comumente produzidas porferramentas

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UNIDADE
Riscos Físicos –Vibração

manuais, tais como furadeiras,parafusadeiras, politrizes, motosserras, marteletes etc.


A Figura 2 apresenta os eixos de direção de transmissão da vibração de mãos e braços.

Figura 2 – Localização do sistema de coordenadas para vibração de mãos e braços


Fonte: BRASIL, 2013-2

Efeitos ao organismo da exposição à vibração de mãos e braços


A exposição ocupacional à vibração de mãos e braços pode provocar alterações de ordem
vascular (embranquecimento dos dedos ou das mãos), neurológica, osteoarticular e muscular.
A severidade desses efeitos está relacionada à exposição diária e acumulada ao longo dos
anos, ao espectro de frequências da vibração, métodos de trabalho (ex.: tipo de ferramenta,
postura das mãos e braços, magnitude e direção da vibração etc.) (CUNHA, 2006).

Anexo 8 da NR-15
O Anexo 8 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios de expo-
sição ocupacional à vibrações de corpo inteiro e vibrações de mãos e braços. O mesmo
determina que os procedimentos técnicos para avaliação quantitativa sejam, respectiva-
mente, aqueles relacionados nas Normas de Higiene Ocupacional 09 e 10 (NHO 09 e
NHO 10) (BRASIL, 2014).

Para a VCI, o limite de exposição ocupacional diária é a aceleração resultante de expo-


sição normalizada (aren) de 1,1 m/s2 ou dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/
s1,75, devendo ser ambos avaliados. Já para a VMB, o limite de exposição ocupacional di-
ária é a aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2 (BRASIL, 2014).

A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, incluindo os aspectos


organizacionais e ambientais, e a caracterização deve ser objeto de laudo técnico que
contemple, no mínimo:

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• Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos;
• Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realiza-
da de acordo com o item 3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE;
• Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da
exposição e representatividade da amostragem;
• Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de
calibração;
• Dados obtidos e respectiva interpretação;
• Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação;
• Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente exis-
tentes e indicação das necessárias, bem como a comprovação de
sua eficácia;
• Conclusão. (BRASIL, 2014)

Avaliação de Vibração de
Corpo Inteiro e NHO 09
A avaliação da exposição ocupacional à VCI requer que se realize uma abordagem
inicial dos locais e condições de trabalho. Devem ser obtidas informações técnicas e ad-
ministrativas acerca das atividades e equipamentos a serem avaliados, inclusive a existên-
cia de grupos de exposição similar. A análise preliminar da exposição deve considerar:
• informações fornecidas por fabricantes de veículos, máquinas ou
equipamentos sobre suas especificações técnicas, incluindo os níveis
de vibração gerados durante as operações envolvidas na exposição;
• estado de conservação de veículos, máquinas ou equipamentos uti-
lizados quanto aos sistemas de amortecimento, assentos e demais
dispositivos que possam interferir na exposição dos operadores ou
motoristas. O nível de vibração gerado depende, entre outros fato-
res, das características e do estado de conservação desses disposi-
tivos. Esses aspectos devem ser considerados quando da utilização
de dados relativos a operações e equipamentos similares;
• dados de medições de exposição ocupacional já existentes, eventu-
almente disponíveis;
• características da superfície de circulação;
• constatação de condições específicas de trabalho quepossam con-
tribuir para o agravamento das condições de exposição,como, por
exemplo: atividades desenvolvidas em situações ou condições diver-
sas das finalidades para as quais se destinamos veículos, as máqui-
nas ou os equipamentos;
• estimativa de tempo efetivo da exposição diária;
• nível de ação e limite de exposição adotados;
• informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades
• ou predisposições atípicas ou antecedentes médicos relacionado-
sa os trabalhadores expostos e os efeitos neles gerados. (BRASIL,
2013-1)

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UNIDADE
Riscos Físicos –Vibração

Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de que:


• as situações de exposição são aceitáveis, é recomendada, no mínimo, a manuten-
ção das condições de exposição existentes;
• as situações de exposição são inaceitáveis, é obrigatória a adoção de medidas
de controle;
• permanece a incerteza da aceitabilidade da condição de exposição analisada ou há
a necessidade de se dispor do valor da aceleração resultante de exposição norma-
lizada (aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR) para quaisquer fins,
deve-se efetuar a avaliação quantitativa (BRASIL, 2013-1).

A avaliação quantitativa deverá ser feita com sistemas de medição que permitam a de-
terminação de parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador, quais sejam:
• aceleração resultante de exposição parcial (arepi): aceleração média resultante repre-
sentativa da exposição ocupacional relativa à componente de exposição “i”, ocorrida
em uma parcela de tempo da jornada diária, considerando os três eixos ortogonais
(equação abaixo). Esse parâmetro poderá ser resultado de uma média aritmética das
acelerações obtidas cada vez que a componente de exposição é repetida.

1 s
arepi = ∑amrik  m / s 2 
s k =1

• Sendo:
» amrik = aceleração média resultante relativa à késima amostraselecionada dentre
as repetições da componente deexposição “i”;
» s = número de amostras da componente de exposição “i” queforam mensuradas.
• aceleração resultante de exposição (are): aceleração média resultante representativa
da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais e as diver-
sas componentes de exposição identificadas, definida pela equação abaixo:

1 m
are = ∑
T i =1
ni arepi2Ti  m / s 2 

• Sendo:
» arepi = aceleração resultante de exposição parcial;
» ni = número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada
de trabalho;
» Ti = tempo de duração da componente de exposição “i”;
» m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária;
» T = tempo de duração da jornada diária de trabalho.
» - aceleração resultante de exposição normalizada (aren): aceleração resultante de
exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, determi-
nada pela equação a seguir:

10
T
aren = are  m / s 2 
T0

• Sendo:
» are = aceleração resultante da exposição;
» T = tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso em horas ou minutos;
» T0 = 8 horas ou 480 minutos.
» - valor da dose de vibração resultante (VDVR): valor da dose de vibração represen-
tativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante dos três eixos
de medição, determinada pela equação abaixo:

1/ 4
 4
VDVR    VDV j    m / s1,75 
 j 

Sendo: VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da expo-


sição ocupacional diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z” (BRASIL, 2013-1).

A exposição diária pode ser composta por:


• uma única componente de exposição, de curta ou longa duração, repetida ou não,
durante toda a jornada de trabalho ou em parte dela;
• duas ou mais componentes de exposição, de curta ou longa duração, repetidas, ou
não, de forma sequencial ou aleatória, durante todaa jornada de trabalho ou em
parte dela (BRASIL, 2013-1).

A avaliação da vibração de corpo inteiro


requer medidores integradores, que atendam
aos requisitos constantes da Norma ISO 8041
(2005) e revisões, e estejam devidamente
ajustados com relação aos parâmetros de me-
dição. A seleção do transdutor de medição
(acelerômetro) deve ser feita considerando-se
o tipo de montagem necessária para o de-
vido posicionamento e as características do
sinal a ser medido (ex.: frequências, ampli-
tudes, picos etc.). Os equipamentos devem
ser periodicamente calibrados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecno-
logia (INMETRO), ou por laboratórios creden-
ciados (BRASIL, 2013-1).

As medições devem ser feitas no ponto de


medição que seja representativo da exposição Figura 3 – Fixação do acelerômetro
ocupacional, sendo os acelerômetros devi- para avaliação de VCI
damente fixados (Figura 3). Não devem ser Fonte: Acervo da conteudista

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Riscos Físicos –Vibração

utilizados tipos de fixação que promovam um fraco acoplamento ou que possam com-
prometer os resultados obtidos. Outro cuidado que deve ser tomado é com a disposição
dos cabos, para que os mesmos não introduzam sinais indesejados, ou mesmo não
sejam danificados (BRASIL, 2013-1).

Antes de iniciar a medição, deve-se:


• verificar a integridade eletromecânica do conjunto de medição;
• verificar as condições da carga da bateria;
• ajustar os parâmetros de medição;
• efetuar a regulagem do medidor (BRASIL, 2013-1).

O posicionamento e a conduta do avaliador devem propiciar a menor interferência


possível nas condições e nos procedimentos de trabalho avaliados. Antes de iniciar a
medição, o trabalhador avaliado deve ser informado sobre:
• o objetivo do trabalho e como as medições serão feitas;
• de que a medição não deve interferir em sua conduta de trabalho e em suas ativi-
dades habituais;
• que os dispositivos utilizados são frágeis, sendo alertado sobre os cuidados durante
a medição (ex.: evitar pancadas ou puxões nos cabos e nos acelerômetros);
• de que o conjunto de medição só pode ser manuseado e removido pelo avaliador;
• qualquer outra informação pertinente (BRASIL, 2013-1).

O equipamento deve ser ligado no início da atividade a ser avaliada e desligado quan-
do a mesma for concluída. Esse procedimento deve ser repetido de forma a cobrir um
número suficiente de amostras que permita a obtenção de um resultado representativo
da exposição (BRASIL, 2013-1).

Durante a avaliação, o conjunto de medição deve ser verificado periodicamente para


garantir que o acelerômetro esteja posicionado adequadamente, que os cabos e as cone-
xões estejam instalados de forma de vida e que o medidor esteja em condições normais
de operação. O acelerômetro só pode ser retirado do ponto de medição após a interrup-
ção da medição (BRASIL, 2013-1).

Os dados obtidos só poderão ser validados se o equipamento mantiver comporta-


mento regular durante todo o procedimento de mediçãoe:
• permanecer com a integridade eletromecânica preservada;
• apresentar nível de tensão da bateria aceitável;
• apresentar variação da calibração inicial e final de ± 5% ou daquela especificada na
documentação do medidor, desde que mais restritiva (BRASIL, 2013-1).

Devem ser determinados e registrados, para cada componente de exposição, os va-


lores das acelerações e as doses medidas, os tempos efetivos de duraçãoe o número de
repetições. Ainda, deve-se registrar a duração da jornada do trabalhador sob análise
(BRASIL, 2013-1).

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Finalizada a medição, o equipamento é conectado a um computador, de modo que
um software fornecerá os dados desejados (Figuras 4, 5, 6, 7 e 8):

Figura 4 – Software dBMaestro. Configuração dos dados da medição

Figura 5 – Software dBMaestro. Configuração do tempo de exposição

Tabela 1 – Software dBMaestro. Em destaque, o valor de aren


Tipo aw (ponderação WB)
Máquina
Eixo X Y Z Max A (8) aren Exposição
Ponderação Wd Wd Wk
Coeficiente 1.4 1.4 1
Nível (m/s )
2
0,30 0,26 0,72
Corrigido (m/s ) 2
0,41 0,36 0,72 0,72 0,91 8h
Nível de alerta (m/s )
2
0,50 2h26m26s
Nível de limite (m/s2) 1,10 11h48m48s

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UNIDADE
Riscos Físicos –Vibração

Tabela 2 – Software dBMaestro. Em destaque, o valor de VDVR


Tipo VDV
Máquina
Eixo X Y Z VDVR Exposição
Ponderação Wd Wd Wk
Coeficiente 1.4 1.4 1
Dose VDV (m/s 1.75) 4,35 3,61 9,08
Corrigido (m/s 1.75) 6,09 5,05 9,08 14,90 8h
Nível de alerta (m/s 1.75) 9,10 1h 6m 42s
Nível de limite (m/s 1.75) 21,00 1d 7h 31m 47s

Figura 6 – Software dBMaestro. Histograma

Os critérios de julgamento e tomada de decisão para a VCI estão expostos na Tabela 3:

Tabela 3 – Critério de julgamento e tomada de decisão (VCI)


aren (m/s2) VDVR (m/s1.75) Consideração técnica Atuação recomendada
0 a 0,5 0 a 9,1 Aceitável No mínimo, manutenção da condição existente.
> 0,5 a < 0,9 > 9,1 a < 16,4 Acima do nível de ação No mínimo, adoção de medidas preventivas.
Adoção de medidas preventivas e corretivas
0,9 a 1,1 16,4 a 21 Região de incerteza
visando a redução da exposição diária.
acima de 1,1 acima de 21 Acima do limite de exposição Adoção imediata de medidas corretivas.
Fonte: BRASIL, 2013-1

Explore a Norma de Higiene Ocupacional 09 na íntegra em: https://bit.ly/2INTUB6


Saiba mais sobre a vibração de corpo-inteiro e conforto de passageiros, motoristas e cobra-
dores no transporte coletivo, disponível em: https://bit.ly/2X6L7y5

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Avaliação de Vibração de
Mãos e Braços e NHO 10
A avaliação quantitativa da exposição à vibração de mãos e braços segue os mesmos
preceitos da avaliação de vibração de corpo inteiro. De um modo geral, a abordagem inicial
dos locais e condições de trabalho deve contemplar informações técnicas e administrativas
acerca das atividades e equipamentos a serem avaliados, inclusive a existência de grupos
de exposição similar. A análise preliminar da exposição, neste caso, deve considerar:
• informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados pelas
ferramentas envolvidas na exposição;
• estado de conservação das ferramentas. O nível de vibração geradopor ferramentas
vibratórias depende das condições de uso e conservação dessas ferramentas, sendo
influenciado pelo desgaste, pela periodicidade de manutenção, entre outros fatores;
• dados de medições de exposição ocupacional já existentes, eventualmente disponíveis;
• dados de ferramentas similares também poderão ser utilizados como referência;
• constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o
agravamento das condições de exposição, como, por exemplo, atividades desenvol-
vidas em ambientes frios ou a utilização de ferramentas e acessórios em condições
diversas das finalidades para as quais se destinam;
• estimativa de tempo efetivo de exposição diária;
• nível de ação e limite de exposição adotados;
• informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades
• ou predisposições atípicas ou antecedentes médicos relacionadosa os trabalhadores
expostos e os efeitos neles gerados (BRASIL, 2013-2).

Os procedimentos gerais de medição são os mesmos estabelecidos para a vibração


de corpo inteiro, tais como:
• medidores integradores devidamente ajustados com relação aos parâmetros de me-
dição e periodicamente calibrados;
• procedimentos anteriores à medição;
• posicionamento e a conduta do avaliador com menor interferência possível nas
condições e nos procedimentos de trabalho avaliados;
• orientação do trabalhador avaliado;
• acompanhamentoda medição;
• procedimentos finais da medição e registro da avaliação.

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UNIDADE
Riscos Físicos –Vibração

Se houver diferença significativa na exposição de cada uma das mãos, deverá ser avaliada
a mão exposta ao maior nível.

Na prática, em função das características e das condições de manuseio das ferramen-


tas ou das peças trabalhadas, o posicionamento do acelerômetro pode variar. Ainda, em
determinadas situações, algumas opções de montagem do acelerômetro podem interfe-
rir na forma habitual que o trabalhador segura a ferramenta, ou peça trabalhada. Essas
interferências devem ser minimizadas, podendo, inclusive, ser necessária a realização da
medição em dois pontos distintos, para uso da média como resultado (BRASIL, 2013-2).

A Figura 7 apresenta os níveis de vibração relativos a ferramentas comuns no mer-


cado americano:

Figura 7 – Faixa de valores de vibração relativas a ferramentas comuns no mercado americano


Fonte: Adaptado de ISVR. CUNHA, 2006

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Os critérios de julgamento e tomada de decisão para a VMB estão expostos na Tabela 4:

Tabela 4 – Critério de julgamento e tomada de decisão (VMB)


aren (m/s2) Consideração técnica Atuação recomendada
0 a 2,5 Aceitável No mínimo, manutenção da condição existente.
> 2,5 a <3,5 Acima do nível de ação No mínimo, adoção de medidas preventivas.
Adoção de medidas preventivas e corretivas
3,5 a 5,0 Região de incerteza
visando a redução da exposição diária.
acima de 5,0 Acima do limite de exposição Adoção imediata de medidas corretivas.
Fonte: BRASIL, 2013-2

Explore a Norma de Higiene Ocupacional 10 na íntegra, disponível em: https://bit.ly/2VTtoZR

Saiba mais sobre a exposição ocupacional à vibração em mãos e braços em marmorarias no


município de São Paulo: proposição de procedimento alternativo de medição, disponível
em: https://bit.ly/2QAibMR

Medidas de Controle
Ainda que as condições avaliadas sejam enquadradas como aceitáveis, se houver
disponibilidade e viabilidade, a adoção de medidas de controle deve ser considerada. As
medidas de controle podem ser preventivas, tais como:
• monitoramento periódico da exposição;
• orientação aos trabalhadores (ex.:riscos decorrentes da exposição; cuidados e pro-
cedimentos necessários para redução da exposição; cuidados a serem tomados
após a exposição;limitações de proteção das medidas de controle; informar aos
superiores sempre que observar níveis anormais de vibração etc.);
• controle médico;
• outras.

Ou corretivas, tais como:


• modificação do processo ou da operação de trabalho;
• adequação e manutenção de ferramentas;
• melhoria das condições ambientais de trabalho;
• redução do tempo de exposição diária; Figura 8 – Luva anti-vibração
• outras (BRASIL, 2013-1). Fonte: DANNY, 2019

No caso da vibração de mãos e braços, existe Equipamento de Proteção Individual


(EPI), luvas antivibração (Figura 8), que pode auxiliar na redução das vibrações absorvi-
das pelo trabalhador. Um estudo específico deve ser feito para essa finalidade.

Pense sobre as medidas de controle com Napo, disponível em: https://youtu.be/-0VSj1u7-J0

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Riscos Físicos –Vibração

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Napo – Más vibrações
https://youtu.be/-0VSj1u7-J0

Leitura
Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a
Vibrações de Corpo Inteiro
https://bit.ly/2INTUB6
Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a
Vibrações em Mãos e Braços - NHO 10
https://bit.ly/2VTtoZR
Exposição ocupacional à vibração em mãos e braços em marmorarias no município de São Pau-
lo: proposição de procedimento alternativo de medição
https://bit.ly/2QAibMR
Transporte coletivo: vibração de corpo-inteiro e conforto de passageiros, motoristas e cobradores
https://bit.ly/2X6L7y5

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Referências
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73.ed. São Paulo:
Atlas, 2014.

BRASIL. Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação da Ex-


posição Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro - NHO 09. São Paulo: Fundacentro,
2013-1. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-
-ocupacional/publicacao/detalhe/2013/4/nho-09-procedimento-tecnico-avaliacao-da-
-exposicao-ocupacional-a-vibracao-de-corpo-inteiro>. Acesso em 23 Jan. 2019.

BRASIL. Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação da


Exposição Ocupacional a Vibrações em Mãos e Braços - NHO 10. São Paulo: Funda-
centro, 2013-2. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-
-higiene-ocupacional/publicacao/detalhe/2013/4/nho-10-procedimento-tecnico-avalia-
cao-da-exposicao-ocupacional-a-vibracao-em-maos-e>. Acesso em 23 Jan. 2019.

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene ocupacional: agentes bio-


lógicos, químicos e físicos. 6.ed. São Paulo: Senac, 2011. 452 p.

CUNHA, I. A. Exposição ocupacional à vibração em mãos e braços em marmora-


rias no município de São Paulo: proposição de procedimento alternativo de medição.
Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-10042007-
000855/en.php>. Acesso em 23 Jan. 2019.

DANNY. Vibraflex – Luva de segurança contra vibração. Disponível em: <https://www.


danny.com.br/luva-contra-vibracao-vibraflex-danny-epi-luvas-anti-vibracao-e-impacto/>.
Acesso em 23 Jan. 2019.

EDITORA SABERES – Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo,


2014. (e-book)

MELO JUNIOR, A. S. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier,


Campus, 2011.

RAMAZZINI, B. As doenças dos trabalhadores. Tradução para o português do De


Morbis Artificum Diatriba. Dr. Raimundo Estrêla. São Paulo: Fundacentro, 2016.

ROSSETE, C. A. Segurança e Higiene do Trabalho. São Paulo: Person Education do


Brasil, 2014. (e-book)

SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle


dos riscos ambientais. 4. ed. São Paulo: LTr, 2018.

STELLMAN, J. M.; DAUM, S. M. Trabalho e saúde na indústria: riscos físicos e quí-


micos e prevenção de acidentes. São Paulo: EPU, 1975.

VENDRAME, A. C. Vibrações Ocupacionais. Disponível em: <http://www.higieneo-


cupacional.com.br/download/vibracao-estado-arte.pdf>. Acesso em 23 Jan. 2019.

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