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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Faculdade de Tecnologia de Praia Grande – FATEC


Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

LUIS EDUARDO DE ABREU

PRAIA GRANDE
2014
TRABALHO DE ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

Tema: com base na ideia de ética do sufrágio universal que em Kant atinge seu ponto
culminante com a expressão máxima do imperativo categórico do dever desinteressado,
A pergunta que não quer calar continua sendo: "Afinal, por que ser ético?" 

Mesmo em um contexto global e cotidiano local que promove exceções ao ideal ético, por
que ser ético? Ao final do texto comentar, o que mudou ou não mudou na sua maneira
de pensar a ética pós-disciplina.

A idéia de dever desinteressado apregoado por Kant na alegação de Sufrágio


Universal, conforme proposta formulada, não se aplica aos tempos contemporâneos, ao menos
em nosso país.
É verdade que todos temos o direito ao voto, numa idéia de Democracia
representativa, uma vez que o significado de sufrágio universal consiste no direito de voto e
de ser votado, a todos os indivíduos considerados intelectualmente maduros. No Brasil, os
adolescentes acima de 16 anos têm direito ao voto, sem distinção de etnia, sexo, crença ou
classe social.
A idéia de sufrágio universal ainda consiste, segundo Kant (2004), no direito ao
voto daqueles que são cidadãos do estado, no direito capaz de garantir a um indivíduo a
faculdade de “ser o seu próprio senhor”, estando este devidamente gabaritado para exercer o
direito ao voto. Apesar do sufrágio universal ser condição básica de qualquer regime
democrático, segundo Kant (1993), só deve ter direito de voto quem tem independência de
juízo, sendo assim, os trabalhadores assalariados não têm esse direito porque dependem do
patrão. Acredito que hoje ninguém teria a coragem de defender, pelo menos publicamente,
que os trabalhadores assalariados não devem votar.
O dever desinteressado seria efetivamente empregado caso houvesse consciência
política entre os cidadãos, o que claramente não é verdade. Não entendemos de política, não
queremos debater política e dizemos não gostar de política, apesar de fazermos política
diuturnamente. Nem mesmo nos meios acadêmicos conseguimos desenvolver
conscientemente um debate político, seja através de Agremiações estudantis ou propriamente
em sala de aula.
A política apresentada aos brasileiros através dos meios de comunicação deturpa a
idéia de compromisso coletivo, cuidado com o bem público, desejo de desenvolvimento
coletivo enquanto nação. O que nos é apresentado diariamente é como não se deve fazer
política. Entretando, a grande maioria da população não se interessa em desenvolver uma
compreensão inteligível sobre o que lhes é oferecido por seus representantes eleitos. O
resultado dessa alienação política se verifica nos representantes constituídos nas mais diversas
esferas do poder.
Em se tratando de ser ético, acreditamos que agir conforme nossas crenças e
valores é o caminho correto a ser percorrido. Ainda que os valores morais, familiares, de
respeito mútuo, estejam sofrendo grandes agressões atualmente, continuamos acreditando que
seguir no caminho da correição nos levará a um final feliz, seja ele qual for. Dessa forma,
fazer uso do direito de votar, ainda que de maneira restrita na condição representativa da lei,
nos faz crer que participamos, que temos o poder de mudar o status-quo, fazendo uso da
cidadania, em acordo com nossos costumes, nossa ética.
Conforme apresentado na disciplina, através de diversos pensadores e autores, a
consciência moral e ética tem diversas construções e formas de convencimentos diversos,
procurando demonstrar, cada uma, as formas de entendimento dos mais variados tipos de
comportamentos sociais. De Édipo ao sujeito esquize, Santo Agostinho, Immanuel Kant, entre
outros doutrinadores, buscam definir os comportamentos éticos dos valores morais.
Ser ético é procurar cumprir com os valores da sociedade em que se vive, onde
mora, trabalha, estuda. A ética nos permite fazer uma avaliação crítica a respeito de pessoas e
de atitudes, confirmando nossos valores e nos agregando os princípios que nos ajudam a ter
uma vida mais centrada, mais correta. A ética nos da o bom senso para tomarmos atitudes e
decisões, nos ajuda a ter bom senso e a fazer a escolha que seja adequada para o nosso
progresso e para o nosso benefício. Por esse motivo, mesmo em um contexto global e
cotidiano local que promova exceções ao ideal ético, devemos considerar ser éticos.
Finalmente, através dos conceitos apresentados na disciplina, muitas afirmações
anteriormente tidas como definitivas se transformaram em novas formas de pensamento. A
idéia de o homem estar sozinho com Deus e sua salvação depender de suas escolhas pessoais
estão intrinsicamente inseridas em todos nós. Não há como ler e estudar os conceitos de
Freud, Deleuze e Guattari, sobre Édipo e o Anti-Édipo e não reavaliar as contradições e
certezas que nos propomos e de como enxergamos as coisas do mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOURGET, Paul; Le disciple - de Teodor de Wyzewa - Publicado por Nelson, 1932 -


Página 4, 355 páginas.

KANT, Immanuel; Metafísica dos costumes, parte I – Princípios metafísicos da doutrina do


direito. Trad. A. Morão. Eds. 70. Lisboa: 2004.

KANT, Immanuel; Doutrina do direito, São Paulo, Ícone, p. 144. 1993,

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