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Gerenciamento de Ativos

Brasília-DF.
Elaboração

Débora de Sousa Carneiro

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
CONCEITOS GERAIS.................................................................................................................. 9

CAPÍTULO 2
TECNOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO – RFID................................................................................. 30

UNIDADE II
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA..................................................................................... 53

CAPÍTULO 1
GERENCIAMENTO DE ATIVOS NA VISÃO PAS 55 E A ISO 55001................................................ 53

CAPÍTULO 2
GERENCIAMENTO E ANÁLISE DE RISCOS................................................................................. 71

CAPÍTULO 3
MÉTODOS ESTATÍSTICOS PARA GERENCIAMENTO DE ATIVOS..................................................... 88

UNIDADE III
APLICAÇÃO....................................................................................................................................... 105

CAPÍTULO 1
APLICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ATIVOS NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES............... 105

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 124
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

Após o estudo desta disciplina o(a) aluno(a) deverá ser capaz de reconhecer a
importância do gerenciamento de ativos e do papel de um gestor desta área dentro
de uma empresa, assim como ter ideia de como uma empresa deve ser estruturada,
a fim de obter um crescimento sustentável. Serão apresentados conteúdos técnicos
sobre como a gestão dos ativos poderá ser realizada com a ajuda da tecnologia
RFID, e espera-se que os alunos compreendam como a tecnologia pode auxiliar
em todo o processo e como ela se tornou importante nos últimos anos. Os alunos
deverão saber reconhecer, ao fim do conteúdo, alguns requisitos presentes
nas normas apresentadas no documento ISO 55000 e na PAS 55, e entender
aplicações comuns que podem ser utilizadas em um vasto conjunto de ativos.
Serão apresentadas informações extremamente relevantes sobre riscos e qual a
melhor forma de monitorar todo o processo de uma boa gestão. Por fim, os alunos
deverão obter conhecimento em como aplicar o gerenciamento de ativos no setor
de telecomunicações, através de um estudo de caso.

O conteúdo será iniciado com uma introdução a conceitos básicos, porém


importantes, sobre gerenciamento/gestão, que passarão a ser aprofundados
na segunda unidade. Após esses conhecimentos, estaremos aptos para nos
aprofundarmos na tecnologia existente que poderá auxiliar em todo o processo e
será mais confortável entender o assunto apresentado no decorrer do material. De
antemão, podemos dizer que o gerenciamento de ativos pode ser implantado para
diversos setores, e que neste material ele será apresentado de forma mais focada
para o setor de telecomunicações.

Veremos, a seguir, que existem diversos modelos e diferentes tipos de gestão, como,
por exemplo:

»» gestão empresarial;

»» gestão de pessoas;

»» gestão de projetos;

»» gestão da qualidade;

»» e uma variedade enorme de outros tipos de gestão.

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Essa pequena introdução poderá ampliar a visão do aluno quanto à diversidade de
conhecimentos sobre gestão que alguém pode ou deve possuir e como ela se aplica aos
diferentes setores de uma empresa. Abrindo o leque para uma variedade infinita de
métodos e qual o tempo certo de utilizá-los, conforme o andamento dos processos e
crescimento da empresa.

Objetivos
»» Estimular o aluno sobre a importância de se gerenciar os ativos de
uma empresa (tanto ativos de curto prazo quanto de longo prazo).

»» Proporcionar conhecimento para que os alunos possam se tornar


futuros gestores ou que possam até mesmo aperfeiçoar seu
conhecimento como gestores de ativos.

»» Adquirir amplo conhecimento sobre a norma ISO 55000 e PAS 55.

»» Adquirir conhecimento sobre o gerenciamento e análise de riscos.

»» Obter conhecimento sobre como avaliar um ativo.

»» Saber aplicar o gerenciamento de ativos no setor de telecomunicações.

»» Entender o papel da tecnologia RFID no gerenciamento de ativos.

»» Saber escolher a melhor forma de monitorar o processo de gerenciamento


de ativos.

»» Saber analisar corretamente o ciclo de vida de um ativo.

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APRESENTAÇÃO UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Conceitos gerais

Iniciaremos o conteúdo deste material abordando alguns conceitos preliminares


que são muito importantes para uma compreensão profunda e produtiva sobre o
tema principal, o gerenciamento de ativos. Serão explicados e exemplificados itens
considerados pertinentes e interligados ao assunto principal, passando desde o
entendimento de cada uma dessas palavras até suas possíveis divisões, e mais.

Conceitos sobre gestão


Antes de começarmos, é bom deixar claro que as palavras ‘gerenciamento’ e ‘gestão’
possuem o mesmo significado, porém, utilizaremos a palavra gestão com maior
frequência neste primeiro capítulo.

Para iniciar de maneira correta e facilitadora, devemos, então, compreender o


significado da palavra ‘gestão’.

Gestão, de forma bem simplificada e sucinta, nada mais é do que o ato de


administrar algo ou alguém. É o ato de gerir e de tomar decisões. Por conseguinte,
administração pode ser definida como o ato de tomar decisões em cima de
recursos. Por meio da gestão, espera-se que ocorra uma evolução de algo
predeterminado, como, por exemplo, utilizar a menor quantidade de recursos
possíveis para gerar mais resultados, algo muito comum nas empresas. Os diferentes
modelos de gestão podem ser utilizados em diversos âmbitos e são normalmente
utilizados em empresas, desde as menores até as grandes multinacionais.

Falaremos a seguir sobre alguns modelos comumente empregados e os diferentes


tipos de gestão, além daquele que será abordado neste material de forma profunda,
apenas para exemplificar e abranger o conhecimento sobre o tema.

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UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Os modelos de gestão se dividem, normalmente, em:

»» gestão democrática;

»» gestão meritocrática;

»» gestão com foco em resultados;

»» gestão com foco em processos;

»» gestão autoritária; e

»» gestão por cadeia de valor.

Abaixo serão apresentadas quais são suas devidas funções e individualidades.

Gestão democrática

Esse modelo valoriza a importância da voz dos colaboradores de uma empresa


nos momentos de tomada de decisão, trazendo consigo o grande benefício do
envolvimento dos funcionários entre si e entre setores diferentes. Porém, por ser um
modelo um pouco mais liberal, pode trazer consigo algumas desvantagens quando
utilizado em grupos inexperientes, como decisões precipitadas e insatisfatórias.
Pode-se salientar que para desempenhar um bom papel, o gestor desse tipo de
modelo deve possuir uma ótima comunicação, pois ela será uma habilidade essencial
na hora de resolver possíveis conflitos.

Gestão meritocrática

É focada na valorização das pessoas que possuem um desempenho superior ao


esperado. Muitas vezes esse modelo faz com que os funcionários se comprometam
ainda mais, por compreender que a recompensa depende de seu único e próprio
esforço. Um dos pontos negativos é que a implantação desse modelo pode acarretar
um ambiente extremamente concorrente, de rivalidade. Um bom gestor para esse
tipo modelo não se deve deixar levar pelo favoritismo, e sim possuir boas formas de
avaliar os funcionários de maneira imparcial.

Gestão com foco em resultados

Como o próprio nome diz, o que efetivamente importa nesse modelo são os
resultados. É muito empregado quando a empresa tem carência de soluções
instantâneas, rápidas. Também não se importa muito com a maneira como os
10
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

resultados serão atingidos, ou seja, em como as metas serão batidas. Perceba que o
lado negativo desse modelo é que a empresa não está tão preocupada com as metas
de longo prazo e com os processos.

Gestão com foco em processos

É focada nos meios e procedimentos que levem à excelência e ao aperfeiçoamento do


cumprimento das atividades. Como ponto positivo, podemos ressaltar a durabilidade
de bons resultados. Já um aspecto importante é a necessidade de um gestor muito
habilidoso, que deverá ser capaz de lidar e atentar-se aos mínimos detalhes dos
processos.

Figura 1. Gestão de processos.

Fonte: http://www.mundocarreira.com.br/administracao/qual-eficacia-da-gestao-por-processos/.

Gestão autoritária

Ao contrário do modelo meritocrático, neste caso apenas o gestor tem voz, ou seja, as
decisões são tomadas apenas por uma única pessoa. É considerada positiva quando
o time é formado por pessoas inexperientes e tem como objetivo proteger e amparar
esses funcionários.

Esse modelo de gestão não é considerado fácil, uma vez que para obter sucesso
precisa-se de um gestor com habilidades como carisma e convencimento,
garantindo, assim, uma equipe que demonstre obediência e que, ao mesmo tempo,
acate com as decisões do gestor.

11
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Gestão por cadeia de valor

É focada em atender as necessidades dos clientes, esse modelo exige estratégias


de marketing, como pesquisa de mercado. A empresa deverá possuir funcionários
capacitados para compreender e desenvolver artimanhas pensando no que o cliente
espera. Por meio desse modelo, é possível constatar o valor de cada atividade da
empresa e maximizá-lo, diminuindo os gastos. Isso acarretará a geração de vantagem
competitiva frente a outras empresas do mesmo ramo.

Vistos os principais modelos de gestão, é possível concluir que uma empresa precisa
ser maleável a ponto de poder escolher o melhor modelo para cada fase em que esteja
passando. É muito difícil seguir o mesmo modelo por um longo período, dado que as
circunstâncias mudam rapidamente, tanto no mercado e quanto dentro das próprias
empresas.

Prosseguindo, iremos agora analisar os diversos tipos de gestão, pois essa pode ser
dividida para diversas finalidades e setores. As mais conhecidas e provavelmente as
mais utilizadas são:

»» Gestão do conhecimento: para gerar vantagem competitiva


perante as outras empresas, algumas entidades já utilizam esse
tipo de gestão. Como o próprio nome já diz, ela se baseia em como
aumentar e disseminar o conhecimento entre o time, de forma
eficaz e organizada. Podemos utilizar algumas ferramentas, e as
consideradas como padrão são: Bitrix24, AnswerHub, Confluence,
Timeline e SoudCite.

Figura 2. Gestão do conhecimento.

Anote essa Compartilhe


ideia com o seu time

Teve uma Valide sua Promova o


ideia? ideia conhecimento

Fonte: https://www.heflo.com/pt-br/documentacao-processos/gestao-do-conhecimento-nas-empresas/.

»» Gestão de projetos: “gerência de projetos é a aplicação de


conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do
projeto, a fim de cumprir seus requisitos” (PMBOK, 2017). Salientando
que se considera por projeto, um trabalho passageiro realizado para
criar um produto, serviço ou resultado único.

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APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» Gestão de pessoas: assim como projetos devem ser desenvolvidos,


pessoas também. Por meio de uma associação de técnicas, é possível
desenvolver cada indivíduo de um time para que esse se torne melhor,
mais hábil. Facilmente encontraremos esse tipo de gestão sendo
exercida pelo setor de recursos humanos, mas também deve e pode ser
vista sendo praticada por cargos de liderança.

»» Gestão da qualidade: é feito um controle com foco na qualidade de


serviços, produtos e até mesmo processos de uma empresa. Um exemplo
de empregabilidade desse tipo de gestão é em empresas do setor
alimentício, onde se torna visível a extrema importância do cuidado
para que o alimento seja entregue ao consumidor de maneira correta.
Algumas ferramentas utilizadas nesse modelo de gestão são PDCA,
5W2H, 5S etc.

» » Gestão empresarial: para mantermos uma organização, são


necessárias diversas estratégias e condutas a fim de obtermos bons
resultados. Aqui são abordados desde recursos financeiros até
recursos humanos.

»» Gestão estratégica: esse tipo de gestão irá ajudar no gerenciamento


de todos os bens que uma empresa possui, focada em alcançar suas
metas e propósitos, porém, voltada para métodos estratégicos. Para
exemplificar, poderão ser encontrados nesse tipo de gestão processos
como análise de forças e fraquezas, elaboração e cumprimento de
planos de ação, além, é claro, de um acompanhamento periódico.

Após todos esses conceitos e exemplificações, é quase claro o motivo pelo qual
as empresas utilizam esses modelos e tipos diversificados de gestão, mas vamos
salientar alguns dos pontos positivos:

»» Existe uma melhora significativa na produtividade.

»» Decisões são tomadas de maneira mais rápida.

»» É realizado um aperfeiçoamento no aproveitamento do tempo.

»» Ocorre a aproximação entre os diversos setores da empresa.

»» Organização de processos.

»» Controle de informações de forma sistêmica.

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UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Muitas empresas têm dificuldade em trabalhar com metas de médio e longo prazos,
focando apenas nas metas de curto prazo. Uma boa gestão também poderá trazer
grandes melhorias nesse quesito.

Ainda com o intuito de reforçar a gestão e fazer com que mais benefícios
sejam usufruídos, muitas empresas passam por sistemas de auditorias a
fim de apurar a plenitude dessa administração. Por meio dessas auditorias
é possível captar falhas no processo e consertá-las por meio de planos de
ação. Elas podem ser realizadas informalmente pelos próprios funcionários,
de maneira cruzada, e formalmente por meio de auditores, periodicamente.

Auditorias são exames meticulosos e detalhistas de todas atividades realizadas


dentro de uma empresa. Seu objetivo é constatar se essas atividades estão
sendo realizadas de maneira correta e se convergem para a realização dos
objetivos estratégicos da empresa.

Se a empresa estiver disposta a criar um bom sistema de auditorias, pode criar


um sistema de premiações e pontuação. Hoje já existem diversas empresas
que levam em consideração as pontuações de gestores em auditorias para que
esses sejam promovidos.

Como podemos observar, existem diversos tipos de gestão, cada um deles voltado
para um objetivo específico. Neste material estudaremos exclusivamente a gestão de
ativos, como ela funciona, o que deve ser considerado, além de outras observações.
Para isso, ainda precisamos entender mais alguns conceitos.

Conceitos sobre ativos

Agora que já sabemos o que é gestão, vamos nos atentar ao conceito de ativos e suas
possíveis classificações.

Por definição, ativos são a soma de todos os bens e direitos que uma empresa dispõe,
dos quais se expectam que possuam capacidade para colaborar economicamente
(de maneira positiva, claro) com a ela. Considera-se ainda que, em um espaço de
tempo, esses bens somados aos direitos se tornarão o patrimônio da empresa,
juntamente com suas obrigações (considerados passivos), e serão analisados
conforme seus valores.

Apenas a nível de curiosidade, os passivos são obrigações (despesas realizadas pela


empresa) que podem ser contas a pagar, tanto aos fornecedores quanto ao governo.

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APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Portanto, o passivo está relacionado com todo o dinheiro que sai da empresa. Alguns
exemplos mais comuns de passivos são:

»» salários;

»» férias;

»» aluguel;

»» créditos de sócios e acionistas; e

»» impostos etc.

A diferença no montante total dos ativos e dos passivos é o patrimônio líquido.


Confira na tabela abaixo.
Tabela 1. Representação gráfica do patrimônio.

Patrimônio
Ativo Passivo
Bens Obrigações
+
Patrimônio Líquido
Direitos

Fonte: próprio autor.

O modelo gráfico representado acima é ainda utilizado para a realização de balanços


patrimoniais, uma demonstração contábil da empresa, prevista por lei.

Sobre os ativos, considera-se que esses sejam divididos em:

»» Ativos circulantes: consideramos aqui todos os bens e direitos que


são transformados em notas e moedas a curto prazo (normalmente
dentro do ano vigente) e também pode ser reconhecido como capital
de giro.

»» Ativos não circulantes: todos os bens e direitos que são transformados


em notas e moedas (dinheiro) à longo prazo (normalmente após o ano
vigente).
Figura 3. Ativos circulantes versus ativos não circulantes.

Fonte: http://marcusmarques.com.br/empresas/o-que-e-o-ativo-circulante/.

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UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

No Brasil é comum que o exercício social, ou seja, o período em que uma


empresa deve se basear para criar seu Balanço Patrimonial (demonstrativos
do processo contábil) coincida com o ano civil, ou seja, de 1o de janeiro até 31
de dezembro. Como dito acima, a demonstração é prevista por lei e essa diz
que o exercício social deve ter a duração de 1 (um) ano.

Dentro dos ativos circulantes e não circulantes, podemos encontrar os seguintes itens:

Tabela 2. Classificação de ativos circulantes e não circulantes.

Ativos circulantes Ativos não circulantes


Caixa Títulos a receber
Bancos - C/C Realizável a longo prazo
Aplicações financeiras Investimentos
Clientes Imobilizado corpóreo/incorpóreo
Estoques Intangível
Outros
Fonte: próprio autor.

Veja abaixo as definições de alguns itens mencionados na tabela acima.

»» Caixa (dinheiro vivo), bancos c/c (conta corrente) e aplicações


financeiras: representam a disponibilidade, o que está disponível na
empresa no momento presente.

»» Estoque: são os materiais de uso e consumo, matéria-prima, produtos


acabados, mercadorias para serem revendidas.

»» Investimentos: são identificados como participações e aplicações


financeiras que tenham como propósito reproduzir lucros. Como, por
exemplo: investimento em ouro, bens de renda, terrenos ou imóveis
que possam ser utilizados no futuro para uma possível expansão,
participações societárias, entre outros.

»» Imobilizado corpóreo: terrenos, móveis e utensílios, veículos,


máquinas e equipamentos, instalações, imóveis.

»» Imobilizado incorpóreo: patentes, marcas, softwares.

Ativos tangíveis e intangíveis

Uma outra classificação se refere aos ativos tangíveis e intangíveis. Um ativo


tangível é aquele bem concreto, que pode ser tocado, como os equipamentos

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APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

utilizados, o estoque etc. Já o ativo intangível é aquele que não podemos “ver”
nem tocar, mas são percebíveis, como sua marca, estratégia, valores e princípios
morais, seu volume de conhecimento, entre outros.

Neste material, faremos uma abordagem mais abrangente aos ativos tangíveis, mas
muito do que será falado aqui terá usabilidade para qualquer tipo de ativo.

Pode-se ainda dividir os ativos da seguinte maneira:

»» ativos físicos (equipamentos, prédios, carros etc.);

»» ativos financeiros (custo do ciclo de vida, operação);

»» ativos de recursos humanos (empregados internos e externos como:


parceiros, terceiros e clientes);

»» ativos de conhecimento (técnico, financeiro, tecnológico e estratégico); e

»» ativos de tecnologia (softwares, sistemas).

É válido ressaltar que esses ativos podem ser de curto e de longo prazo.

Figura 4. Tipos de ativos.

Ativos
humanos

Ativos Ativos
financeiros Ativos físicos Informacionais

Ativos
intangíveis

Fonte: adaptada de http://www.abraman.org.br/Arquivos/221/221.pdf.

Ciclo de vida dos ativos

Sobre o ciclo de vida dos ativos, pode-se afirmar que existem diversos conceitos e
maneiras de lidar com ele.

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UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Ele pode ser entendido como o ciclo de vida física, que passa por todo processo de
produção do ativo, considerando a gênese dos recursos naturais, até onde os resíduos
serão deixados.

Veja alguns estágios intermediários desse ciclo:

»» restauração;

»» locomoção;

»» armazenamento;

»» encadeamento;

»» manutenção;

»» comercialização, entre outros.

Para outros, o ciclo de vida pode ser compreendido como a abrangência de toda
a cadeia produtiva, que são as fases em que os ativos percorrem e vão sendo
transformados desde a matéria-prima.

Realizar a gestão do ciclo de vida de um ativo pode ser compreendido como


administrar tudo aquilo que impacta diretamente em algumas decisões referentes
aos ativos, como:

»» artimanha de manutenção;

»» troca do ativo;

»» mudanças;

»» reciclagem;

»» redução da vida útil etc.

Figura 5. Atividades do ciclo de vida de um ativo.

Renovar/ Adquirir/
Descartar Criar

Manter Utilizar

Fonte: adaptada de http://www.abraman.org.br/Arquivos/221/221.pdf.

18
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

A figura 5 representa as etapas existentes dentro da gestão do ciclo de vida dos


ativos. Por meio da gestão desse ciclo, as empresas são desafiadas a manterem o
equilíbrio em uma pirâmide que possui os itens risco, custo e desempenho.

Conclui-se que o não gerenciamento dos ativos pode acarretar grandes problemas
em relação à vontade das empresas em reduzir custos no âmbito de pequenos
reparos ou grandes manutenções, o ativo pode perder muita produtividade se não
for bem vistoriado.

Enquanto todos os ativos estiverem sendo monitorados constantemente e


funcionando como deve, a empresa pode analisar de maneira calma se deve ou não
investir em novos equipamentos, seja tanto para a melhoria quanto para a troca dos
que não são mais utilizados.

Perecibilidade e curva ABC – a importância de


gerir estoques

O gerenciamento de estoques merece um item exclusivo por ser um assunto muito


importante dentro do gerenciamento de ativos. Os gastos para manter um estoque
são muito altos, pois deve-se pensar no local onde as mercadorias são armazenadas
(armazém), como elas serão transportadas e como serão mantidas.

Fatores como a perecibilidade e as características de uma estação climática podem


acarretar mais custos para a operação.

Pense no caso de uma empresa do setor alimentício, a perecibilidade é um fator crítico


na logística de distribuição desses produtos, pois podem ocorrer grandes perdas
quando não manuseados, estocados e transportados de maneira correta. Muitas
vezes é preciso controlar a temperatura e a umidade do local onde esses itens ficarão
armazenados e transportados.

Faço aqui uma observação! O estoque é um dos componentes dos ativos de uma
empresa. Além dele, consideramos as mercadorias como um ativo circulante cíclico,
que são ativos circulantes de baixa liquidez, são aqueles bens comercializáveis.

Os alimentos possuem perecibilidade muito reduzida e é primordial que eles


mantenham suas propriedades por um tempo para que o consumo possa ser
realizado. Muitos deles possuem elevado grau de sensibilidade quanto ao
apodrecimento químico, fisiológico e biológico, não suportando ficar estocados
por muito tempo.

19
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação


e Agricultura (FAO), um terço de toda produção alimentar do mundo é
desperdiçada diariamente.

Estima-se que cerca de 1,3 bilhão de toneladas de comida é descartada e vai


parar no lixo.

Para mais informações, acesse o site: http://www.fao.org/brasil/pt/.

Abaixo podemos ver mais sobre a porcentagem de desperdício de alimentos por


etapa.

50% ocorre no manuseio e transporte, onde as empresas acabam perdendo


dinheiro.

Figura 6. Desperdício de alimentos no Brasil.

O CAMINHO DO DESPERDÍCIO NO BRASIL

10% 50% 30% 10%


de todo o ocorre no ocorre nas são diluídos entre
desperdício manuseio centrais de supermercados e
ocorre ainda na e no transporte abastecimento consumidores
colheita (CEASAS)

Fonte: https://www.akatu.org.br/noticia/alimentos-produzidos-e-nao-consumidos-onu-lanca-guia-visual-sobre-o-desperdicio/.

Hoje em dia, a qualidade é um dos principais itens discutidos e requeridos pelos


clientes. Existe uma legislação sobre alimentos criada pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve ser consultada. As regulamentações
abrangem:

»» como o produto deve ser armazenado;

»» como o produto deve ser transportado;

»» como deve ser a parte interna dos veículos no qual as mercadorias são
transportadas;

»» como deve ser a refrigeração, a armazenagem, o transporte, entre outros.

Ainda se deve pensar na perecibilidade dos serviços. Eles não podem ser estocados e
armazenados. Isso faz com que os gerentes tenham mais um desafio, o de ajustar os
serviços conforme sua oferta e demanda.

20
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Curva ABC

Uma das alternativas para se obter controle do estoque é realizar a curva ABC,
também chamada de análise de Pareto 80/20. Por meio desse método, será possível
organizar o estoque com o intuito de reduzir perdas e aumentar a produtividade.

A análise de Pareto, estudo desenvolvido por Joseph Moses Juran, diz que
80% das consequências vem de 20% das causas.

Exemplos:

»» 80% dos crimes são cometidos por 20% dos criminosos;

»» 80% da riqueza do mundo advém de 20% da população;

No caso que utilizaremos a seguir, veremos que 80% dos produtos utilizados
vêm de apenas 20% das marcas disponíveis.

Para colocar a metodologia em prática, será necessário determinar quais são os


produtos de maior relevância para a empresa.

Segundo Carvalho (2002, p. 226), a curva ABC é um método de classificação de


informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os
quais são normalmente em menor número.

A empresa deverá atentar-se aos seguintes fatores:

»» giro no estoque (baixo, médio e alto);

»» dimensão sobre o faturamento no período;

»» margem de lucro obtida.

Os itens são classificados como (CARVALHO, 2002, p. 227):

»» Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo


a 20% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 65%
em um dado período).

»» Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário,


correspondendo a 30% do total (podem ser itens do estoque com uma
demanda de 25% em um dado período).

»» Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo


a 50% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 10%
em um dado período).

21
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Vamos analisar um caso brevemente.

Uma empresa de bebidas X possui em seu portfólio variadas marcas de cervejas,


refrigerantes, sucos, energéticos, isotônicos, água e chás.

Dentre todas as marcas de cerveja, apenas 5 delas, de um total de 20, compõem a


demanda de 65% das vendas.

Imagine que essas 5 marcas fiquem espalhadas pelo estoque, sem identificação de
localização e data de validade. Possivelmente o turno responsável por montar as
cargas que serão entregues no dia seguinte perde muito tempo procurando pela
mercadoria espalhada.

Ao utilizar a metodologia da curva ABC, o estoque é divido em itens de alto, médio e


baixo giro (mercadorias mais e menos vendidas). Deixando os produtos de uma mesma
marca e embalagem juntos. Indo um pouco mais além, nesse caso, é possível ainda
separar os itens por embalagem (garrafas de vidro ou PET, tamanhos diversos).

É essencial poder observar a idade dos produtos no momento em que são


carregados para distribuição. Como esses produtos são montados em pallets e
são envoltos por um plástico (isso ajuda na preservação do produto), é possível
escrever a data de validade do produto em um papel e colar a folha em um
lugar bem visível. Esse ato pode ajudar na atualização de dados do sistema que
controla o estoque.

O controle por data de validade deve possuir uma lista dos produtos que estão para
vencer com as respectivas quantidades. O sistema deve possuir a opção de realizar
a baixa de produtos vencidos no estoque, podendo retirá-los do armazém e realizar
o envio para o local adequado, uma área de despejo, por exemplo, que seja bem
separada da área em que ficarão os produtos em bom estado.

As empresas devem possuir maneiras de fazer com que o desperdício seja o menor
possível. Pense no caso de um armazém totalmente incontrolado, que possui
produtos vencidos, com vazamento ou outros problemas. Ainda que esses produtos
cheguem até os clientes, ao verem a situação em que o produto se encontra poderão
devolvê-lo no mesmo momento, gerando um custo extra à empresa.

Indo um pouco mais além, pense no controle de uma curva ABC de uma fábrica
que deve atender a diversos centros de distribuição diariamente, ou seja, precisa
manter o estoque em constante modificação. Por trás de todo esse controle devem
existir análises profundas sobre a compra de cada produto, planejamentos para
altas temporadas como o verão, feriados e datas comemorativas. Essas análises
possibilitarão um melhor planejamento sobre a quantidade mínima e máxima de
produtos no estoque. Normalmente, quando o estoque permanece em seu nível

22
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

máximo por muito tempo, significa que os produtos não estão saindo, aumentando a
chance de que venham a vencer e entrem para o prejuízo da empresa.

Um último adendo para se ficar atento ao estoque é caso exista mais de uma data
de validade por produto. Eles devem ser organizados de forma que os primeiros
produtos a serem escoados são os produtos com data de vencimento menor, um
processo chamado de FEFO (First expire, First out ou PVPS – Primeiro que Vence,
Primeiro que Sai).

Ainda podemos encontrar estoques que trabalham como método FIFO (First In, First
Out), ou seja, o primeiro que entra no estoque é o primeiro que sai. Caso o estoque
receba produtos com a ordem de validade correta, não terá dificuldade em realizar esse
processo. Porém, quando recebe produtos com datas diferenciadas (datas menores
das que já constam no estoque), isso acabará gerando um retrabalho para a equipe de
organização do armazém.

Aguçando um pouco a curiosidade sobre o que virá no próximo capítulo, idealize que
a empresa possui um sistema que permite identificar todos os pallets de produtos,
suas respectivas datas de validade e sua exata localização física no estoque. Isso não
ajudaria, e muito, na organização do estoque?

Figura 7. Organização de estoque.

Fonte: https://www.teamocaruaru.com/wp-content/uploads/2018/04/veja-como-melhorar-a-gestao-de-estoque-em-lojas-de-
materiais-de-construcao.jpeg.

Quando mau gerenciado, o estoque pode trazer custos extras como:

»» redução da vida útil antes da hora;

»» devolução de produtos deteriorados ou vencidos;

»» possível prejuízo à imagem da empresa e/ou marca do produto, ainda


mais quando venham a causar algum tipo de prejuízo ao cliente;

»» estoque que vence no estoque.

23
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Após todas essas explicações, é possível compreender mais facilmente o conceito de


gestão de ativos.

Portanto, gerenciamento de ativos é a administração dos bens e direitos que uma


empresa possui, por meio de boas práticas, com o intuito de obter melhores resultados
e fazer com que esses passem para um padrão sustentável, economizando dinheiro e
aumentando a produtividade.

Figura 8. Gestão de ativos.

Fonte: https://www.ntiw.com.br/gestao-ativos.

Como realizar uma boa gestão de ativos


O foco principal de qualquer empresa é sempre reduzir os gastos ao máximo e
aumentar a sua produtividade, sem perder a qualidade. Dito isso, como realizar uma
boa gestão, aumentando a produtividade dos ativos sem perder excelência?

Um ótimo meio de começar é classificando os ativos de forma correta, como


mostrado no começo do tópico “Conceitos sobre ativos”. Essa classificação pode
ser decisiva para a obtenção de sucesso. Outro pilar fundamental é concentrar
todas as informações em um mesmo local, de maneira organizada. Não é
aconselhável o uso de muitas planilhas, pois a pessoa responsável pela gestão
pode vir a confundir os dados ou até mesmo misturá-los, trocá-los, além de gerar
muitas repetições e retrabalhos.

A criação de indicadores de desempenho, os famosos KPI’s (Key Performance


Indicator, em português, Indicadores-Chave de Desempenho), fará total diferença
na gestão! Usando esse meio de monitoramento será possível visualizar a
performance dos ativos com regularidade.

O papel do gestor de ativos, basicamente, é ter como meta tornar seus ativos
extremamente fidedignos, ou seja, com alta desocupação e poucas horas parado.

É importante lembrar que não se pode gerenciar algo que não se pode medir.
Portanto, é primordial que todos os ativos possuam uma forma de serem
mensurados.

24
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Figura 9. Importância dos KPI’s.

Fonte: https://blog.applovin.com/must-know-kpis-measuring-mobile-games-performance/.

Outro pilar bastante significativo é ter sempre um programa de manutenção dos


ativos (no caso de equipamentos e máquinas). Dentro dessa manutenção, podemos
citar os 4 principais tipos:

»» Manutenção preventiva: tem como finalidade diminuir ou


impossibilitar erros no funcionamento de equipamentos.

»» Manutenção corretiva: tem como finalidade consertar uma


máquina ou um equipamento que porventura venha a ter algum tipo
de defeito.

»» Manutenção preditiva: tem como finalidade realizar consertos nas


máquinas e equipamentos apenas quando indicado, por meio de um
acompanhamento de coleta de dados (monitoramento). Algumas das
técnicas mais utilizadas para esses acompanhamentos são análises de
vibrações e inspeções visuais.

»» Manutenção produtiva total (TPM): essa manutenção é realizada


com o intuito de controlar de forma integral todos os equipamentos
por meio de tarefas realizadas por pequenos times.

Além das manutenções, deve-se estudar o momento certo de adquirir novos ativos.

Aquisição de novos ativos


A determinação para que novos ativos sejam adquiridos deve ser examinada
regularmente, com fundamento nos dados de:

»» performance do ativo em execução;

»» urgência de modernização tecnológica.

Além disso, devemos pesquisar e adquirir ativos que possuam o TCO (Total Cost of
Ownership – Custo total da posse) mais baixo, embora o preço inicial para obtenção
do ativo seja superior. Devemos observar também atuais indicadores como o
grau de elevação de efetividade energética.

25
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

A determinação para se adquirir novos ativos deve ser fundamentada em 3 pilares


primordiais do gerenciamento de ativos:

»» custo;

»» risco; e

»» desempenho.

Figura 10. Pilares primordiais do gerenciamento de ativos.

CUSTO DESEMPENHO
RISCO

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

A realidade nos demonstra que quando olhamos apenas para o custo inicial de
compra, na generalidade das vezes, não fazemos a melhor escolha, pois devemos
levar em consideração outras individualidades no estágio da diferenciação.

Tudo deve ser ordenado entre os setores de gestão de ativos e engenharia.

Veja um pequeno número de exemplos a seguir que devem ser levados em


consideração, uma vez que são indispensáveis as análises de muitos outros
atributos, que variam de empresa para empresa.

»» despesa no ciclo de vida;

»» riscos agregados às falhas;

»» efetividade energética;

»» capacidade de sobrecarga em circunstâncias adversas;

»» condições de regime normal de trabalho do equipamento.

A nível de curiosidade, em novembro de 2018, as empresas American


Tower do Brasil e Algar concluíram suas aquisições de novos ativos, antes
coordenados pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Os
ativos foram adquiridos pelo valor de R$ 571 milhões, por meio de um leilão

26
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

realizado pela própria CEMIG. O primeiro conjunto de ativos engloba uma


rede de 14 mil quilômetros de fibra, entre os estados de Minas Gerais, São
Paulo e Rio de Janeiro.

Anteriormente, a empresa ATC (American Tower Corporation) possuía cerca de


19.000 sites e a aquisição fez com que a empresa aumentasse sua carteira de
respostas.

A ATC é uma empresa americana com sede em Boston, nos Estados Unidos,
mas possui escritórios espalhados pelo mundo todo. Ela atua na área de
infraestrutura wireless (comunicação sem fio), especificamente se tratando de
torres.

A empresa já investiu mais de R$ 8 bilhões no país, em infraestrutura já


existente e na construção de novas torres.

Já no segundo conjunto leiloado, a empresa Algar informou que se tornou


responsável pelos ativos presentes no Nordeste e Centro-Oeste, pelo valor de
R$ 78,55 milhões.

Com isso em mente, podemos perceber o quão alto é o valor desembolsado para se
adquirir novos ativos e, então, subentender que o tempo gasto para realizar a análise
sobre essa compra não deve ser pequeno, visando os riscos e as vantagens que essa
nova aquisição pode gerar. Falaremos um pouco mais sobre isso no capítulo que
engloba o ciclo de vida dos ativos.

Descarte de ativos

Assim como a compra, o descarte de ativos não é tão simples como parece, ainda
mais quando se trata de ativos de telecomunicações, normalmente ativos eletrônicos.
Dentro da etapa de descarte do ciclo de vida do ativo iremos contemplar subfases
como a reutilização, a reciclagem etc. Existem empresas especializadas nesse tipo de
serviço, que atuam em todas as subfases do descarte, como, por exemplo:

»» logística e recolhimento;

»» manufatura reversa;

»» acomodação dos resíduos;

»» reaquisição fiscal;

»» orientação ambiental; e

»» take back.

27
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Os equipamentos, quando descartados de forma errônea, têm grande potencial


de contaminação e podem levar centenas de anos para se decompor quando
na natureza. Portanto, as empresas precisam ser adeptas da manufatura reversa.

A manufatura reversa trata de desmanchar os equipamentos e realizar o


deslocamento inverso de uma linha de produção (montagem). Quando
desmembrados, cada elemento poderá ser reutilizado para outros fins.

Figura 11. Manufatura reversa.

Fonte: https://sites.google.com/a/farroupilha.ifrs.edu.br/gustavo-kunzel/cursos/engenharia-de-controle-e-automacao/sistemas-
de-manufatura.

Em alguns casos específicos, é obrigatório que a empresa responsável pelo ativo


continue o seu gerenciamento, ainda que ele tenha sido descartado.

No Brasil, empresas responsáveis por eletroeletrônicos, pneus e setor petroquímico


outorgam a responsabilidade de recolhimento e disposição final aos produtores.

Assim como os ativos, os resíduos também devem ser gerenciados.

Gerenciamento de resíduos

Os resíduos sólidos são classificados como:

»» lixo industrial;

»» lixo doméstico;

»» lixo agrícola;

»» lixo comercial;

»» lixo de serviço de saúde etc.

28
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

E são classificados ainda de acordo com os riscos.

Figura 12. Classificação dos riscos de resíduos sólidos.

Classe IA - perigosos

Classe IIA- não inertes

Classe IIB - inertes

Fonte: próprio autor.

A classificação apresentada anteriormente foi retirada da norma NBR 10004/04 da


ABNT.

Veja a seguir algumas possíveis classificações dos resíduos quanto ao seu risco:

Tabela 3. Possíveis classificações dos resíduos em relação aos riscos.

Origem Classificação Responsabilidade


Lixo domiciliar 2 Prefeitura
Lixo industrial 1, 2 ou 3 Gerador do resíduo
Lixo serviço de saúde 1,2 ou 3 Gerador do resíduo
Lixo agrícola 1, 2 ou 3 Gerador do resíduo
Lixo público 2 ou 3 Prefeitura
Lixo comercial 2 ou 3 Prefeitura
Fonte: adaptado de https://www.vgresiduos.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-residuos-inertes-e-nao-inertes/.

Nos próximos capítulos, iremos analisar um exemplo prático de como começar um


sistema de gerenciamento dos ativos do início, mas antes será estudada qual a melhor
tecnologia que se encaixa no gerenciamento de ativos e quais as normas que regem
essa gestão. Isso fará com que o exemplo prático seja interpretado de uma maneira
melhor.

29
CAPÍTULO 2
Tecnologia de identificação – RFID

Neste capítulo, abordaremos a combinação da tecnologia RFID com o gerenciamento


de ativos. Um bom gestor deve sempre se perguntar sobre a existência de possíveis
tecnologias viavelmente econômicas e disponíveis no mercado, que possibilitem o
gerenciamento de seus ativos de forma eficaz e precisa. E ainda se essa irá suportar
todo e qualquer tipo de situações e circunstâncias adversas. Iniciaremos o capítulo
apresentando todos os dados importantes sobre a tecnologia e como ela funciona.
Posteriormente será apresentado um exemplo sobre como aplicar o sistema ID
em um novo modelo de gestão de ativos dentro de empresa.

Tecnologia RFID
A RFID (radio-frequency identification ou, em português, identificação por
radiofrequência) é uma tecnologia que tem sua origem na Segunda Guerra
Mundial, em meados da década de 1930, quando se tornou essencial identificar
apropriadamente objetos que sobrevoassem o céu, que estivessem mergulhados
na água ou até mesmo objetos que se movimentassem sobre o solo. Já nessa
época alguns países utilizavam radares que possibilitavam a administração da
proximidade de objetos, tais como os aviões, fazendo com que a preparação
da defesa fosse mais efetiva. Porém, ainda sofriam com a impossibilidade de
conseguir diferenciar seus aviões dos aviões inimigos.

O primeiro sistema de identificação por radiofrequência foi criado em 1937, e


desde então passou por diversas modificações, possibilitando melhorias e grandes
evoluções, além da redução do seu custo, tornando-a ainda mais atrativa. Mais
adiante falaremos sobre sua capacidade estratégica quando aplicada em empresas,
mas antes vamos nos atentar a algumas definições.

Breve histórico sobre a tecnologia RFID:

»» Década de 1930/1940: primeiro sistema RFID passivo.

»» Década de 1950: tags com maior alcance eram desenvolvidas.

»» Década de 1960/1970: início das aplicações em campo e transponder


patenteado.

»» Década de 1980: criação do sistema de pagamento de pedágio automático.

30
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» Década de 1990: testes realizados na rede Wal-Mart.

»» Anos 2000: Avanço significativo com a criação do Auto-ID Center onde


eram realizadas pesquisas para o uso de tags de baixo custo.

»» Ano 2005: aplicação da tecnologia RFID em diversos setores.

Ao longo dos anos, surgiram diversas definições sobre o sistema.


Basicamente, de maneira simplificada e fácil, a tecnologia RFID proporciona o
reconhecimento/identificação de objetos através de ondas de radiofrequência,
já sendo muito utilizada em ambientes logísticos, de transporte e na cadeia de
suprimentos em geral. Esse sistema de identificação é formado por etiquetas,
ou tags, uma ferramenta de comunicação que permite receber, amplificar e
retransmitir um sinal. É adaptável a diversas finalidades, pois podem ser inseridos
em objetos como equipamentos e caixas até pessoas e animais. É válido lembrar
que é uma tecnologia wireless, ou seja, sem fio.

Essa identificação nos permite reconhecer onde os objetos estão localizados e


monitorá-los por meio de chips (feitos de silício) e antenas, conjunto ao qual damos
o nome de transponder RFID ou, como visto acima, etiqueta RFID. Por meio de
uma antena será possível transmitir as informações obtidas para um leitor, que as
converterá em informação digital que será transferida para um computador. De
acordo com Angels (2005), RFID é considerada uma melhoria significativa sobre o
código de barra convencional, que precisa ser lido pelo scanner em forma de feixe
de luz e que pode ser arrancada se o rótulo do produto estiver rasgado ou danificado.

Existem diversos tipos de tags, com formatos e tamanhos diferenciados e que podem
ou não conter bateria, possuem também diferentes tipos de memória e formas de
alimentação e são classificadas em duas categorias.

Tabela 4. Classificação das tags (etiquetas).

Ativos Passivos
Distância de leitura de maior alcance Distância de leitura de menor alcance (cerca de 8 metros)
Custo mais elevado Não precisa de bateria
Maior sensibilidade à temperatura Maior durabilidade (tempo de vida)
Precisa de bateria Funciona em situações adversas (clima)
Menor durabilidade
Grande capacidade de armazenamento

Fonte: próprio autor.

Sobre o leitor, é possível dizer que ele codifica e decodifica as informações


recebidas e que é ainda o responsável pela gravação e leitura das informações
contidas nas tags. Os leitores podem realizar a leitura de múltiplas tags e precisamos

31
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

saber informações tais como a energia e a frequência do leitor e da antena, pois essas
determinarão a distância necessária para a leitura correta entre a antena e as tags.

Abaixo, podemos ver como o sistema funciona e uma breve explicação sobre as
etapas desse processo.

Figura 13. Funcionamento do Sistema RFID.

ANTENA
LEITOR

Etiqueta de
identificação

TAG

Fonte: próprio autor.

Primeiro, as informações devem ser depositadas nas etiquetas/tags. Essas informações


serão lidas pelas antenas e leitores por meio das ondas de radiofrequência, portanto,
serão necessários vários conjuntos desses sensores por toda a extensão da cadeia
de suprimentos. Por fim, o gerenciamento do fluxo de todas as informações é feito
por um sistema chamado “RFID middleware”, onde é possível identificar onde os
objetos estão localizados e realizar a integração com o modelo de gerenciamento da
empresa. Perceba aqui como a empresa terá o controle de todo o fluxo de informações
por toda a extensão da cadeia de suprimentos.

É possível perceber como tecnologias como essa, assim como o uso de código de barras
e até mesmo a digitação, garantem uma grande integração, pois é possível que as
informações sejam atualizadas simultaneamente.

A má notícia é que para o gerenciamento de ativos, tanto o uso da identificação por


radiofrequência quanto a utilização de leitores ópticos para etiquetas ainda é muito
caro, pede por um investimento financeiro elevado. Deve-se analisar a quantidade de
ativos a serem gerenciados e cogitar sua viabilidade.

Vamos entender um pouco mais de cada componente dessa tecnologia a seguir.

32
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Componentes

Etiqueta

Também conhecida como tag ou transponder, é utilizada para identificar a


mercadoria à qual ela foi unida. Dentro desse dispositivo, estarão as informações
sobre a mercadoria que serão transmitidas ao leitor.

Como dito anteriormente, as tags podem ser de diversos tamanhos, formatos e


feitas de materiais distintos. Podem ainda ser mais flexíveis ou não e descartáveis ou
reutilizáveis. Veja a seguir alguns exemplos.

»» Formatos: pastilhas, argolas, cartões etc.

»» Materiais: plástico, vidro, epóxi etc.

Condições determinantes na escolha da tag: temperatura.

Figura 14. Componentes da etiqueta RFID.

TAG
Antena
integrada

Microchip

Fonte: adaptada de http://rfidblog.com.br/2015/02/estudo-estima-mercado-de-tags-rfid-tera-crescimento-de-224-


anualmente-pelos-proximos-3-anos/.

Como mostra a figura anterior, as tags são formadas por uma antena integrada,
responsável pela transmissão dos dados contidos no microchip para o leitor, e por um
microchip, este último sendo o responsável pelo armazenamento e processamento
das informações das mercadorias onde serão instaladas.

As tags podem ter dois tipos de memória:

»» Memória RO – “Read Only”, somente para leitura e

»» Memória RW – “Read-Write”, permite leitura e gravação.

Conforme a solicitação da utilidade dessas tags, sua memória poderá variar de 16


bits a centenas de kbits.

33
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Voltando um pouco à classificação das etiquetas, pode-se ainda dizer que elas não
estão divididas em apenas ativas e passivas, e sim em ativas, semipassivas e passivas.
Suas características são as seguintes:

»» Tags ativas: essas etiquetas dispõem de um transmissor e sua fonte


de energia particular, normalmente baterias. O equipamento utilizado
para alimentar cargas elétricas é o responsável por colocar em prática
os circuitos do microchip e para propagar sinais ao leitor.

»» Tags semipassivas: diferentemente da primeira, essas etiquetas


usarão suas baterias para o funcionamento do circuito de seus chips, e a
comunicação será feita por meio da alimentação do leitor.

»» Tags passivas: essas etiquetas não possuem baterias. Sua alimentação


é feita por meio da carga do leitor, onde ondas eletromagnéticas irão
induzir uma corrente elétrica que irá sustentar a tag.

Entrando no mérito de preço, etiquetas ativas e semipassivas são mais caras do que
as passivas. Isso faz com que elas sejam usadas para controlar ativos de grande valia,
que precisam ser monitorados a longas distâncias e dificilmente serão encontradas
em objetos de baixo valor.

Em contrapartida, devido à inexistência de bateria, tags passivas tem uma durabilidade


maior, sem exigência de mantenimento. Normalmente, são encontradas em
tamanhos menores comparadas às demais etiquetas e suportam situações adversas.

Apenas para complementar as informações, as tags ativas possuem menor tempo


de vida e podem operar sem um leitor. Podem ou não ser de tamanhos maiores e
tem a vantagem de dispor de propensão a armazenamento de dados maiores.

No Brasil, ainda temos classificações mais específicas:

»» Classe I/0: tags passivas, exclusivamente para leitura.

»» Classe II: tags passivas, com outras aplicabilidades como memória e


criptografia.

»» Classe III: tags semipassivas. Apresentam assistência e comunicabilidade


em banda larga.

»» Classe IV: tags ativas que possibilitam comunicação em banda larga


ponto a ponto e com demais tags ativas que atuem em frequências de
mesma natureza e também com leitores.

34
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» Classe V: tags fundamentalmente leitores. Conseguem ler as tags das


classes I, II e III e podem se comunicar com as tags da classe IV e seja
qual for o outro equipamento wireless.

Variedade de frequências

Frequência é uma grandeza física e aponta a quantidade de acontecimentos de


um fenômeno em um intervalo de tempo estabelecido. Iremos encontrar diversas
frequências na comunicação de um sistema RFID e seus elementos irão variar
conforme sua faixa de frequência. As frequências irão variar de baixa (low frequency
– LF, de 30 kHZ a 300 kHz), para alta (high frequency – HF, de 3 a 30 MHz), para
ultra alta (ultra high-frequency UHF, de 300 MHz a 3 GHz).

Ainda não existe uma padronização sobre qual faixa frequência utilizar para o
sistema e isso faz com que essa tecnologia não corresponda a todas as exigências
do mercado.

No Brasil, devemos seguir as exigências apresentadas na regulamentação da Agência


Nacional de Telecomunicações (Anatel), Resolução no 506/2008, revogada pela
Resolução no 680/2017. As faixas que podem ser utilizadas estão descritas na
regulamentação.

Leitor

Existem vários tipos de leitores RFID, para diversas frequências. Eles irão auxiliar na
identificação, rastreamento e armazenamento dos objetos.

Sua obrigação é abrigar, decifrar a escrita dos sinais lançados pelas tags e efetivar
a interação com o sistema do usuário para que esse realize a análise dos dados
fornecidos. Esses equipamentos podem estar presos não (ser manejado pelas mãos)
e podem estar agregados a dispositivos móveis, como tablets, celulares e PDAs
(Personal Digital Assistant – assistente pessoal digital), mais conhecidos como
palmtops.

Alguns exemplos de utilização:

»» Leitores fixos: prateleiras, supermercados.

»» Leitores portáteis: manipulados pelos funcionários.

35
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Figura 15. Modelo de leitor RFID.

Fonte: http://www.stronglink-rfid.com/pt/rfid-readers/sl600.html.

Os leitores devem estar bem posicionados, de forma a amparar todos


os ativos a serem gerenciados. Os sinais são emitidos das etiquetas para
os leitores e, reciprocamente, dos leitores para as etiquetas, formando
uma zona intitulada de interrogação na qual decorre o intercâmbio de
informações.

A extensão da zona de interrogação irá depender da faixa de frequência


utilizada, das individualidades dos leitores e das etiquetas.

Parâmetros da tecnologia RFID

No decorrer dos anos, vários padrões foram criados para essa tecnologia com o
intuito de estabelecer protocolos de comunicação entre as tags e os leitores. Por
diversos anos esses padrões eram associados aos respectivos fornecedores, fazendo
com que cada usuário da tecnologia tivesse que se acostumar com o padrão que
era adotado por seu fornecedor. Isso acabou gerando grande comoção entre os
consumidores dessa tecnologia, levando algumas organizações a trabalharem
em cima de padronizações como a ISO (International for Standardization) e a
EPCglobal (Electronic Product Code).

EPCglobal é uma organização que tem como objetivo atingir o acolhimento


e padronização mundial da ciência de Código de Produto Eletrônico. Seu
principal foco é padronizar mundialmente a tecnologia RFID e usar a internet
para compartilhar informações via rede EPCglobal.

O código EPCglobal foi criado com o intuito de suceder o código de barras,


tendo como benefício extra a capacidade de identificar os produtos ainda
que estejam dentro de caixas, sem a imposição de ter que ser manuseado por
pessoas.

36
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

O código EPC é representando por um prosseguimento de letras e números, sendo


um cabeçalho e outros três conjuntos de dados. Veja um exemplo a seguir.

Figura 16. Código EPC.

Código EPC

01.0000A89.00016F.000169DC0

Cabeçalho Fabricante Item Número sequencial

8 bits 28 bits 24 bits 36 bits

Fonte: próprio autor.

»» Cabeçalho: discerne a versão EPC.

»» Primeiro grupo de dados: identificação do fabricante.

»» Segundo grupo de dados: identificação do tipo de produto.

»» Terceiro grupo de dados: identificação do número de série do objeto


(unidade).

Norma ISO 18000

Alguns padrões foram desenvolvidos pela ISO, divididos em sete partes, de acordo
com as frequências utilizadas na interface de comunicação.

Tabela 5. Normas ISO 18000.

Norma Título
ISO 18000-1 Parâmetros gerais para comunicação por interface por ar para frequências globalmente aceitas
ISO 18000-2 Parâmetros para comunicação por interface por ar abaixo de 135 KHz
ISO 18000-3 Parâmetros para comunicação por interface por ar em 13,56 MHz
ISO 18000-4 Parâmetros para comunicação por interface por ar em 2,45 GHz
ISO 18000-5 Parâmetros para comunicação por interface por ar em 5,8 GHz
ISO 18000-6 Parâmetros para comunicação por interface por ar em 860 a 930 MHz
ISO 18000-7 Parâmetros para comunicação por interface por ar em 433,93 MHz
Fonte: adaptada de http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialrfid/pagina_3.asp.

Vantagens e desvantagens da aplicação do


sistema RFID

As companhias estão em ininterruptas investigações sobre como ampliar sua


eficiência e eficácia e sustentar sua concorrência no mercado. Alternativas como a
tecnologia RFID proporcionam a possibilidade de reduzir custo e prometem trazer
uma capacidade de distinção vantajosa para a empresa.

37
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Figura 17. Redução de custos, aumento da eficiência.

EFICIÊNCIA
CUSTOS

Fonte: https://www.manutencaoemfoco.com.br/custos-de-manutencao/.

O presente método utilizado por algumas empresas para gerenciar os ativos reflete
diretamente na administração do ciclo de vida dos ativos. Nessa situação, ao se utilizar
novas tecnologias, é possível obter aumento na produtividade, qualidade e exatidão de
informações relevantes ao negócio.

Abordaremos agora algumas vantagens trazidas pelo sistema RFID e sua


prestabilidade para as cadeias de suprimento, a partir da área operacional até o nível
estratégico.

Ao longo da cadeia de suprimentos, iremos observar as seguintes vantagens:

»» Para os fornecedores: realização de investigação da produção,


controle de qualidade, abastecimento e ininterrupção da produção.

»» Para os distribuidores: manejo de materiais, aproveitamento de


espaço, gerenciamento dos ativos.

»» Para os varejistas: diminuição do estoque, assistência ao cliente,


prestabilidade pós-venda, diminuição de inventários.

Precisa-se, por meio da tecnologia, diminuir a chance de ocorrência de erros. Isso


ocorrerá quando forem realizados corretamente o acompanhamento do rastreio dos
objetos, trazendo outros benefícios, como a redução de roubos, melhora no controle de
níveis de estoque mínimo e máximo, redução de custos etc.

Porém, teremos também algumas desvantagens. Quando comparada ao código de


barras, o alto custo é uma das desvantagens predominantes. Ainda podemos sobrelevar:

»» Indispensabilidade de padronizar das frequências que são utilizadas


(leitura dos objetos se tornará regular a todos).

»» A leitura dos objetos é feita somente até certas distâncias, portanto,


ainda deve ser aprimorada para resistir a distâncias maiores.

38
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» Dada a capacidade das baterias (que não é muito boa), é preciso


aprimorar o sistema quanto à eficácia de dar encadeamento e energia.

»» Já falado anteriormente, o custo é uma grande desvantagem, pois


o sistema depende de mais de um equipamento e não apenas das
etiquetas.

»» Como os produtos são etiquetados, os consumidores podem se sentir


“invadidos” em questões de privacidade.

»» O desempenho da tag pode ser modificado de acordo com o material


em que for instalada, metais, por exemplo, tem impacto negativo no
funcionamento da tecnologia.

RFID no Supply Chain Management

SCM (Suplly Chain Management) significa gestão da cadeia de suprimentos. A


tecnologia RFID demonstra grande potencial de melhoria nesse setor e passou a ser
altamente abordada entre ambientes acadêmicos e industriais. O foco era voltado
para o gerenciamento de estoques.

A primeira empresa a usar o sistema RFID, fazendo com que ele fosse alavancado, foi
a multinacional Wal-Mart (lojas de departamento), no ano de 2005, e exigiu também
que seus maiores fornecedores a usassem.

Podemos encontrar a tecnologia sendo utilizada em mecanismos dentro da cadeia


como segurança, administração de entrada e saída de locais, reconhecimento de
pessoas, segmentação de mercadoria, gestão do estoque, inventários etc. Podemos
encontrar a tecnologia sendo aplicada em setores diversos como:

»» setor público;

»» setor bibliotecário;

»» setor farmacêutico;

»» setor médico;

»» setor de aviação (inclusive aeroportos);

»» setor automotivo;

»» setor varejista.

39
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Os funcionários conseguirão realizar uma gestão melhor do tempo para realizar as


tarefas, uma vez que a tecnologia não necessita de nenhum tipo de proximidade para
manuseio. Os funcionários poderão ser reorganizados para cumprirem tarefas mais
importantes.

Durante os anos e os estudos que se sucederam, notou-se que a tecnologia tinha sua
maior parcela de uso em objetos como pallets, contêineres e caixas, com o objetivo de
identificar e rastrear os itens.

A tecnologia passou a ganhar conotação após demonstrar sua facilidade de uso. Ela
permite a realização de tarefas instantaneamente e proporcionam a administração
de toda a rede, resumindo procedimentos e custos, banindo divergências físicas ou
contábeis.

Visto os ganhos que a tecnologia proporcionou às empresas que a empregaram,


notou-se que grandes investimentos foram realizados para que o sistema passasse
por progressões e melhoras. Lembre-se sempre, o sistema RFID tem como grande
vantagem proporcionar a subtração de tarefas manuais como a digitalização da
mercadoria, algo inovador no mercado.

De maneira resumida, as maiores serventias para gestão de cadeia de suprimentos


são:

»» diminuição de desaparecimento de mercadoria em inventários;

»» desenvoltura na gestão simultânea das informações recebidas;

»» exatidão e clareza nas informações;

»» efetividade e ligeireza na aplicação das metodologias;

»» melhoramentos na capacidade de traçar o histórico dos objetos e sua


perceptibilidade.

Conclui-se que seu uso é essencial para empresas com o objetivo de reduzir custos
operacionais, reduzindo a mão de obra com a inclusão de sistemas automáticos de
controle. Empresas que queiram aumentar a produção de lucros e sua produtividade.

Veja abaixo uma lista com as vantagens mais dominantes desse sistema:

»» progresso das metodologias usadas;

»» avanço na administração de inventários;

»» reconhecimento e acompanhamento do histórico de objetos e pessoas;

»» melhoria na administração dos fatores que venham a prejudicar


(diminuir) o tempo de vida de uma mercadoria;

40
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» diminuição de eliminação de produtos;

»» fidedignidade das informações dos produtos;

»» diminuição de inconvenientes;

»» perceptibilidade de toda a cadeia de suprimentos (SCM);

»» manejo do pós-venda;

»» crescimento do contentamento do cliente.

RFID no Brasil

Pesquisa após pesquisa, dia após dia, os desenvolvedores vêm analisando novas
possibilidades de uso para o sistema RFID, devido às suas vantagens. É possível
encontrar companhias que já estão bem familiarizadas e acostumadas com o sistema,
como o caso da multinacional Wal-Mart e o Departamento de Defesa Americano.

No Brasil, o exemplo de adoção mais comum dessa tecnologia é no setor


automobilístico, na cobrança de pedágios nas rodovias.

O sistema permite que os carros passem automaticamente pelas praças de


cobrança, reduzindo o tempo de viagem dos condutores, evitando possíveis
congestionamentos. No Brasil, o pedágio foi implantado no século XVIII e apenas
em junho de 2000 é que se iniciou o funcionamento do sistema que permitia com
que os veículos não tivessem que parar na praça de pedágio. Veremos a seguir,
como o sistema funciona e quais as empresas que possuem essa tecnologia no país.

Figura 18. Pagamento eletrônico de pedágios.

Fonte: http://acuraglobal.com.br/t-5c.php.

41
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

As etiquetas mais modernas vêm no formato de adesivos e são autodestrutivas


(anti-tamper), porém, possuem um ótimo desempenho. O melhor local a ser
instalada é no para-brisa do automóvel.

Lembrando, uma vez instalado, caso seja retirado, ele perde sua funcionalidade de
identificação.

O que acontece no processo é que as etiquetas presentes no para-brisa são lidas por
leitores presentes próximos às cancelas, e estando tudo nos conformes a cancela é
liberada para que o veículo prossiga. Os leitores farão o registro da data, horário,
praça de pedágio e custo do pedágio. Por mês, aqueles que optarem por esse serviço,
receberão em sua casa uma cobrança com o valor total de todos os pedágios pelo
qual o condutor passou. A cobrança será realizada por meio da fatura de cartão de
crédito do cliente.

Não é possível burlar o sistema, pois o sistema consegue identificar veículos que não
possuem a etiqueta. Quando isso acontece, o sistema emite um sinal para uma câmera
que irá fotografar a placa do carro, fazendo com que o condutor receba uma multa.

Figura 19. Serviço Sem Parar.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2016/01/sem-parar-esta-na-mira-de-empresa-americana.html.

No país, podemos encontrar algumas empresas que prestam esse serviço, como a Sem
Parar, Auto Expresso, Conect Car e Passe Expresso.

Após a realização de estudos, foram apresentadas algumas informações relevantes


referentes ao uso da tecnologia RFID no Brasil. Esses estudos levavam em
consideração tópicos como: onde ela poderia ser aplicada, quais seriam seus benefícios,
os motivadores para o uso dessa tecnologia e ainda impedimentos.

42
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

No gráfico abaixo, veremos quais foram os maiores motivadores para a


implementação desse sistema. A pesquisa foi realizada com 114 empresas, onde 57
disseram ainda não ter implementado o sistema ou nem mesmo terem perspectiva
de implementação e as demais já estavam com o projeto em andamento ou
idealizados. As empresas que tinham interesse na tecnologia revelaram que seu
maior motivador era o fato de aumentar sua produtividade, diminuindo seu custo,
e logo em seguida o aumento do nível de serviço para com os clientes.

Essa pesquisa ainda trouxe informações sobre outras características como o porte das
empresas, segmento e dificuldades por categorias.

Figura 20. Motivadores para implementação de RFID.

Porcentagem dos motivadores de implementação

Melhorar o desempenho atual por meio


84,2
do aumento da eficiência de custos
Melhorar o desempenho atual por meio
54,4
de melhores níveis de serviço ao cliente

Integração com fornecedores e clientes 35,1

Implementar novos processos ou novos


35,1
modelos de negócio

Experimentar a tecnologia 22,8

Outros 5,3

Indução pelos clientes 3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Fonte: adaptada de Pedroso et al., 2009.

Conforme a pesquisa, 58 empresas eram do setor manufatureiro (trabalha para


elaborar bens que serão usados ou comercializados), 27 eram empresas de bens de
consumo, 17 empresas do setor de varejo e distribuição e 12 empresas prestadoras de
serviço.

Sua classificação de porte foi realizada com base em seu faturamento. Os faturamentos
variavam de menos de 100 milhões de dólares até empresas com faturamento acima
de 1 bilhão de dólares por ano.

As dificuldades foram categorizadas em estratégica, técnica e financeira. Foi


constatado um padrão no aumento ou diminuição das dificuldades. Conforme
se aproximava o início da implementação, as dificuldades aumentavam. Após a
implementação do sistema essas dificuldades iam diminuindo.

Na conclusão do estudo, foi citado que um dos principais efeitos era a ressalva
do quão importante era a área da tecnologia da informação como intermediária

43
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

na perfilhação de novidades tecnológicas. Apesar das dificuldades, as vantagens


concedidas pelo sistema fazem tudo valer a pena.

Em 31 de agosto de 2009, foi firmado um acordo de cooperação técnica entre o


Ministério da Ciência e Tecnologia, as Secretarias de Fazenda, Receita Federal do
Brasil e Receita e Tributação dos Estados (por meio do Confaz), criando o Brasil-
ID, sistema nacional de identificação rastreamento e autenticação de mercadorias,
baseado na tecnologia RFID.

Seu objetivo geral é fazer com que essa tecnologia seja implementada no país de
maneira organizada, padronizada, simplificada e sem muita burocracia. Por meio
desse processo, será possível obter um aumento na fiscalização de mercadorias pelo
país.

Os demais objetivos desse projeto, especificamente, são:

»» No plano governamental, espera-se organizar de forma simples e lógica


os mecanismos de inspeção e fiscalização de impostos, mercadoria e
prestação de serviços, de forma a os acelerar.

»» No plano empresarial, conceder reduções de custo e upgrade nos


processos de produção, conservação, distribuição e logística.

»» No plano governamental, proporcionar um aumento do monitoramento


da industrialização, das vendas, da difusão de mercadoria e da prestação
de serviços, com a finalidade de dizimar imensamente a sonegação fiscal
(formas de evitar o pagamento de tributos), o contrabando (importação ou
exportação clandestina de mercadorias e bens), o desvio e a adulteração
de mercadorias no país, beneficiando um universo de competição de
maneira honesta.

»» Conceber um sistema nacional de gerenciamento do Brasil-ID


(BackOffice) que relacione e incorpore os sistemas do governo e as
empresas que poderão pleitear ou fornecer recursos próprios.

»» Evidenciar particularidades, examinar, arquitetar, calcular as


dimensões e desenvolver softwares fundamentais de gestão nacional
e concentrada de dados e operações do Brasil-ID, que será gerenciado
pelo governo por intermédio de uma organização qualificada para tal.

»» Desenvolver soluções para a união de vários subsistemas, garantindo


sua interação (Middleware). Esse software é capaz de realizar a

44
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

mediação entre várias tecnologias de software e se encontra entre o


sistema operacional e os aplicativos nele executados. O middleware
também irá sustentar a comunicação padronizada. Dessa forma, todos
os leitores de RFID espalhados pelo país serão integrados. Exemplo
de aplicação: Nota fiscal eletrônica (recibo obrigatório após qualquer
operação de venda de produtos ou serviços), que é utilizada para
o recolhimento de impostos, e quando não utilizada é caracterizada
como sonegação fiscal.

»» Evidenciar particularidades, arquitetar e efetivar infraestrutura


tecnológica para as Secretarias da Fazenda e Receita Federal para
integração com Brasil-ID.

»» Minudenciar, arquitetar e desenvolver softwares peritos em


integração, gerenciamento e produção dados e controles engenhosos
que assegurem uma rápida e ativa fiscalização nos postos fiscais,
coordenando direções e auditorias nas empresas, ao decorrer das
interações entre os sistemas dos Estados e do Brasil-ID.

»» Normatizar o emprego da tecnologia para toda extensão do país.

»» Desenvolver um sistema informacional computadorizado (website),


assegurando o acesso a algumas informações, porém, com diferentes
graus de concessão. Obter, desenvolver e efetivar toda infraestrutura
tecnológica que irá proporcionar uma operação total do Brasil-ID
(servidores, leitores de etiquetas, sensores, representantes para os
postos fiscais etc.).

É possível constatar que a utilização do sistema RFID vem crescendo ao longo dos
anos dentro do país, mas que ainda existem diversas dificuldades e barreiras a serem
enfrentadas para que todas as empresas possam implementar a tecnologia e obter
seus ganhos.

Uso da tecnologia RFID na gestão de ativos

Veremos agora como podemos transitar de um modelo antigo para um novo


modelo de gestão de ativos utilizando o sistema RFID em uma empresa específica.
Abordaremos algumas etapas para a realização dessa transição e quais problemas
podem surgir ao longo do caminho.

Para uma melhor explicação desse processo e considerando apenas a empresa que
será apresentada a seguir, imagine o seguinte cenário.

45
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Uma empresa tem a necessidade de utilizar equipamentos (ativos) para prestar seus
serviços e tem seus próprios processos e sistemas, realizando todo o controle por
meio de planilhas de cálculos. Considere ainda que essa empresa faz parte do Sistema
Telefônico Fixo Comutado (STFC), que nada mais é do que uma empresa que presta
serviços de telefonia fixa no Brasil. Dada essa informação, é sabido que toda empresa
que presta serviço de telefonia no país precisa primeiro da concessão do governo, e a
partir daí a empresa é obrigada a fornecer informações físicas e contábeis sobre seus
ativos que sustentem o serviço de telefonia fixa. Dá-se o nome de reversíveis a esses
ativos.

Bens reversíveis são bens contratados pela concessionária e indispensáveis


à ininterrupção da prestação do serviço na norma pública. Após o término
dos acordos de permissão de uso, os bens (ou ativos) poderão ser repassados
à União. A monitoração desses bens é regularizada pelo Regulamento de
Controle de Bens Reversíveis, que foi aprovado pela Resolução no 447, de 19
de outubro de 2016.

Os ativos devem ser repassados à União, porque são considerados indispensáveis


para que o sistema do Serviço Telefônico Fixo Comutável continue funcionando. Em
janeiro de 2019, já se somavam mais de 37,4 milhões de linhas fixas no país. Imagine
que uma das concessionárias resolvesse simplesmente não prestar mais esse serviço
e, não devolvesse todo o equipamento que ela possui para administrar essas linhas,
o grande caos que não seria. Portanto, os ativos concedidos voltarão a ser possuídos
pela União.

Os ativos poderão ser recebidos pela concessionaria em dois momentos:

»» na hora de expandir o negócio (ou até mesmo visando melhorias


na rede) e

»» no momento em que se instaura a concessão.

A Anatel, por meio da Lei no 9.472, de julho de 1997, conhecida também como
Lei Geral das Telecomunicações, determina que sejam fornecidos dados físicos e
contábeis sobre os bens reversíveis. As determinações correspondem ao tipo de
informação, formato e regularidade.

Voltando à empresa citada no começo do tópico, imagine que suas informações


estejam totalmente fora do padrão solicitado pela Anatel devido às seguintes
circunstâncias:

»» Como a empresa possui seus próprios processos e sistemas, todas as


informações adquiridas sobre os ativos são feitas de maneira isolada.

46
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

»» Não existe nenhum processo estabelecido para dar a assistência


necessária ao gerenciamento de ativos.

»» Todas as informações que devem ser enviadas para a Anatel são


unidas de maneira manual.

A situação presente da empresa consiste na necessidade de gerir seus ativos


ligados ao STFC quanto ao ciclo de vida dos equipamentos, a partir do momento
de sua aquisição até sua eliminação. Sendo assim, a empresa deve empregar um
controle em que componha dados sobre a admissão e retirada de bens e ainda seus
respectivos valores contábeis.

Por definição, valor contábil é o montante pelo qual o ativo está registrado na
contabilidade, líquido da respectiva depreciação acumulada e das provisões
para perdas por redução de valor recuperável – NBC T 19.1.2.

Ainda que a empresa possua alguns processos e os gerencie de alguma forma


para manter um certo controle, as metodologias utilizadas no gerenciamento de
ativos ainda demandam demasiado progresso, em especial pelo fato de a empresa
apresentar muitos eventos, controles manuais e discrepância de sistemas.

Agora, vamos ainda acrescentar que a empresa apresenta muitas informações


inconsistentes sobre seus ativos entre o sistema de controle físico e contábil. Para
piorar ainda mais a situação da companhia, ela possui zero controle de seus ativos
imobilizados e não possui dados sobre a quantidade ou posição física do ativo.

A partir de todas essas deficiências, traçaremos o caminho que a empresa deve


tomar para obter uma boa gestão de ativos, melhorando seus processos e sistemas de
informação.

As deficiências encontradas, de forma resumida, são:

»» Falta de uma sequência contínua de informações sobre como


cadastrar as informações exigidas pelo órgão regulador.

»» Falta de uma sequência contínua de informações sobre como


movimentar e controlar os bens presentes atualmente no projeto.

»» Inexistência de padronização para o detalhamento dos equipamentos.

»» Dados incoerentes e repetitivos entre os sistemas que supervisionam


os ativos.

»» Não é realizado um controle que divida os ativos próprios dos ativos de


terceiros.

47
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

»» Falta de reportação à contabilidade sobre os equipamentos que caíram


em desuso.

»» Falta de exatidão quanto ao número de equipamentos que foram


instalados no início do projeto e o total existente hoje, dificultando
a análise sobre quando realizar manutenções nesses equipamentos,
abalando diretamente em seu tempo de vida.

»» Presença de vários sistemas para controlar uma mesma classe de


equipamentos.

»» Carência de junção de dados do sistema físico com o sistema contábil.

»» Documentação sobre reversibilidade divergente ao que é pedido pela


Anatel.

A reversibilidade é uma das questões mais críticas analisadas pela Anatel, obrigatória
para que a empresa preste o serviço. Sendo assim, a empresa passa a assumir alguns
riscos, como delimitações e punições determinadas pela Anatel.

Exigências regulatórias

As exigências requeridas pelas Anatel visam atestar que as condições do contrato


estejam sendo correspondidas.

Figura 21. Anatel (órgão regulador).

Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/12/anatel-reclamacao-app.html.

Dentre as principais exigências da Resolução no 447, de19 de outubro de 2006, da


Anatel, destacaremos as seguintes questões:

Art. 4o A Prestadora deve manter atualizado, durante todo o período da


concessão ou permissão, o Inventário dos bens e direitos integrantes
do patrimônio da Prestadora, disponível por meio de sistema de
informações com acesso eletrônico, na forma e nos prazos definidos
pela Anatel.

Art. 5o Anualmente, até o dia 30 de abril, a Prestadora deve encaminhar


à Anatel, para aprovação da RBR, com bens e direitos agrupados
de acordo com o “Anexo – Qualificação dos Bens Reversíveis”,
acompanhada de parecer de auditoria independente referente ao
cumprimento do disposto neste Regulamento.

48
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Os atos conjuntos nos 160/2011 e 161/2011, exonerados dia 6 de janeiro de


2011 exigem:

»» A realização e apresentação de inventário físico de todos os itens de


seu patrimônio e apresentação da RBR no prazo de 6 meses.

»» Vedada a realização de qualquer alienação de ativo.

»» Estabelecimento da possibilidade de cassação da concessão, como


pena ao descumprimento das exigências estabelecidas.

Após essas informações, daremos início ao caminho a ser percorrido para que a
empresa coloque tudo em ordem e realize uma boa gestão de seus ativos, atendendo
todas as exigências da Anatel.

Delineamento da gestão de ativos

Visando atender a Resolução no 447/2006 da Anatel e melhorar os processos e


sistemas utilizados, foi pautado que o projeto deveria ter os seguintes objetivos:

»» Efetuar o inventário físico dos ativos associados ao STFC.

»» Melhorar a administração dos processos referentes ao gerenciamento


dos ativos.

»» Estudar uma maneira de estabelecer a reversibilidade do bem.

»» Estipular um controle singular e homogêneo.

»» Incorporar os sistemas físico e contábil.

»» Arquitetar, ilustrar e protocolizar um processo que seja cabível ao


gerenciamento de ativos e atenda as exigências da Resolução.

»» Estabelecer níveis de controle (estratégico, tático, operacional) para


cada elemento imobilizado.

»» Efetuar a conformidade das informações físicas/contábeis e consumar


um sistema apenas.

»» Acertar os sistemas de gerenciamento de ativos físicos para aguentar


um cadastro conveniente e controlar as classes dividindo-as com base
em critérios.

49
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Para que o processo de mudança de gestão não ficasse sobrecarregado, a sua


realização foi dividida em 4 fases.

Foi criado um escopo com a descrição do que deve ser realizado em casa fase.

A Fase I seria a responsável por endireitar a tática de controle com a Anatel. Na


Fase II, deve-se apanhar e entender todos os processos e sistemas até o momento
utilizados para a realização do gerenciamento dos ativos. Já na Fase III, deve-se
ilustrar um desfecho que integre todos os sistemas para realização do novo modelo
de gerenciamento de ativos e do inventário físico. Por último a Fase IV, mas não
menos importante, criar uma harmonia entre os sistemas físico e contábil e iniciar
o desfecho.

É preciso realizar a construção de um cronograma, assegurando que ele contemple


todas as etapas.

Cada etapa possuirá seus respectivos desafios, necessitando de muitas horas de


reuniões para alinhamentos. Será necessário identificar todos os processos e
definir uma cadeia de valor para a gestão dos ativos. Se os processos precisaram de
modificações será necessário estruturar essas mudanças.

Após todas essas informações, você deve estar se perguntando onde o sistema RFID
entra para ajudar em todo esse processo. Com o início da utilização desse sistema
para cada ativo imobilizado, que será incluso no sistema contábil e no sistema
físico, a empresa irá adquirir dados esmiuçados sobre os equipamentos e saberá
sua localização física em tempo integral.

Foi definido que no ato da fixação de um ativo, o técnico deve reportar o código
do pedido de compra a que o ativo está ligado e suas coordenadas. Se os pedidos
de compra estiverem fichados no ERP (Enterprise Resource Planning – Sistema
Integrado de Gestão Empresarial), será possível associar informações como
quantidade, modelo e fabricante.

Por intermédio da utilização do sistema RFID é possível acompanhar a modificação


dos equipamentos em andamento para equipamentos fixos e o controle realista da
redução de valor desse ativo.

Para concluirmos essa breve exemplificação de como utilizar o sistema RFID em


uma empresa, é preciso ressaltar que muitos problemas surgirão. Poderão ser
problemas de sistema, processos que necessitarão de muito empenho e tempo
para serem melhorados, o que pode acarretar alto investimento. Quanto maior a
quantidade de ativos a serem gerenciados, maior será a dificuldade e custo para a
implementação do novo sistema.

50
APRESENTAÇÃO │ UNIDADE I

Deve-se pensar nas vantagens e no valor que será agregado à empresa e aos ativos ao
longo dos próximos anos e como isso trará lucro para a empresa.

Veremos no próximo capítulo que, assim como a tecnologia RFID, a gestão de ativos
também possui normas que devem ser seguidas. Isso acarretará mais dificuldades
ao longo do processo, o que pode ser um pouco desafiador e desanimador, resta
lembrar que tudo converge para um bem maior da empresa.

Curiosidades sobre o uso da tecnologia RFID

Não satisfeitos em utilizar a tecnologia RFID apenas para identificar equipamentos


e produtos, a Suécia começou a implantar microchips em seres humanos
na primavera de 2018, em suas mãos.

Os animais das fazendas já utilizam brincos que contém o chip para serem
identificados e até mesmo bichos de estimação como cachorros e gatos possuem o
chip instalado em suas coleiras para casos de desaparecimento.

Companhias áreas utilizam o sistema para realizar a identificação de malas, fazendo


com que elas se direcionem para o mesmo destino de seus donos.

Voltando para a implantação dos chips em seres humanos, esses têm o tamanho de
um grão de arroz e são inseridos por meio cirúrgico entre o polegar e o dedo indicador.
O procedimento pode ser descrito como levar uma injeção no local, ou seja, pouco
doloroso. O chip não fica visível, mas pode ser levemente sentido como uma saliência
no local implantado.

As pessoas que apresentam o microchip podem usá-lo como cartão magnético para
entrar em edifícios, como cartão de crédito, como chave para ligar o carro, além de
também ser possível acessar todas as suas contas de redes sociais, tudo isso apenas
com um aceno da mão em que o chip se encontra.

A grande vantagem que está chamando atenção das pessoas para esse novo jeito de
aproveitar a tecnologia é a de que as pessoas não precisarão mais se preocupar em
carregar documentos e chaves, pois o microchip a possibilitará fazer qualquer coisa
apenas com o aceno da mão.

Empresas estão optando por “chipar” seus funcionários de forma gratuita para
garantir que eles acessem o local de trabalho de forma mais fácil, possibilitando
que façam login em computadores e utilizem fotocopiadoras. Tudo isso será
possível pois o chip irá conter informações como: sua conta bancária, número de
RG, senhas de acesso, informações médicas (tipo sanguíneo) etc.
51
UNIDADE I │ APRESENTAÇÃO

Outra informação importante é que esses chips funcionam com o auxílio da tecnologia
Near Field Communication (comunicação por campo de proximidade), assim como os
cartões de pagamento sem contato, ou seja, os chips só serão lidos a uma distância de
2,5 centímetros do leitor que o ativa.

A empresa responsável por fabricar esses chips quer ir além e planeja melhorar seu
produto fazendo com que esses microchips sejam capazes de realizar o rastreamento
dos sinais vitais de uma pessoa e informar caso exista algo de errado com a sua saúde.

Como desvantagem, algumas pessoas se sentem desconfortáveis com a tecnologia,


pois entendem que podem estar perdendo sua privacidade!

Figura 22. Microchips RFID implantados em seres humanos.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/08/chip-sob-pele-faz-sucesso-em-empresa-nos-eua.html.

52
GERENCIAMENTO
DE ATIVOS E SUA UNIDADE II
ESTRUTURA

CAPÍTULO 1
Gerenciamento de ativos na visão PAS
55 e a ISO 55001

Abordaremos neste capítulo algumas informações contidas no documento PAS 55


sobre gerenciamento de ativos e será apresentado um guia sobre como aplicar a
norma da ABNT NBR ISO 55000.

O que é PAS 55?


Emitida pela British Standards Institution (BSI), um órgão nacional de padrões
do Reino Unido, no ano de 2004, o documento PAS 55 é uma tipificação criada
para atender a inúmeros pedidos de organizações sob a liderança do The Institute
Asset Management, para que um padrão sobre gestão de ativos fosse criado. Após
passar por uma revisão substancial com 50 organizações participantes, de 15 setores
industriais em 10 países, o documento foi criado apresentando 28 condições de boas
práticas e explicações exatas sobre como se deve introduzir e monitorar um bom
sistema de gestão de ativos, extensivo e aperfeiçoado, contemplando todo o ciclo de
vida útil dos ativos. Nele são detalhados alguns assuntos principais, como a despesa
com ativos fixos, seus respectivos riscos e desempenho.

Ainda que apresente suas 28 condições, esse documento não deve ser considerado
como uma norma britânica. Ele pode ser adotado em diferentes setores empresariais
sempre que os ativos forem considerados contribuintes para o alcance de metas e
sustentabilidade da empresa.

A PAS 55 é dividida em duas partes (obtivemos sua tradução por meio da ABRAMAN
- Associação Brasileira de Manutenção). As partes são:

»» Parte I: Especificação para a gestão otimizada de ativos físicos.

»» Parte II: Diretrizes para aplicação do PAS 55-1.

53
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Já se discutia, alguns anos atrás, como transformar a PAS 55 em verdadeiras normas,


por meio da ISO – Organização Internacional de Normalização –, o que acarretaria
uma grande referência e divisão de águas para o setor de manutenção e gestão de
ativos. O projeto consistia em transformar a PAS 55 nas seguintes normas:

»» ISO 55000 – Gestão de Ativos – Visão geral, princípios e terminologia.

»» ISO 55001 – Gestão de Ativos – Requisitos.

»» ISO 55002 – Gestão de Ativos – Orientações sobre a aplicação da ISO


55001.

A série ISO 55000 de padrões Asset Management (Gestão de Ativos) foi lançada em
janeiro de 2014. Abaixo verificamos o conteúdo apresentado nas normas.

Figura 23. Normas e conteúdos apresentados.

ISO 55000 ISO 55001 ISO 55002


*Liderança *Política *Planejamento
*Recursos *Operação *Avaliação
*Monitoramento *Análise Crítica *Melhoria Contínua

Fonte: próprio autor.

Enquanto era preparada, foi reconhecido que a PAS 55 deveria ser utilizada por
pessoas com larga experiência e conhecimento no assunto, dado que o documento
não especifica a maneira como as 28 condições devem ser realizadas, mas que as
pessoas que possuem conhecimento em planos de manutenção, análise de falhas,
implantação e outros assuntos, possuem ferramentas suficientes que as auxiliarão a
aplicar e responder as condições propostas.

Pode-se afirmar que as empresas já possuem o conhecimento necessário para


gerenciar de forma correta seus ativos, mas que muitas vezes não conseguem
desenvolver suas ideias e colocá-las em prática da maneira harmonizada e registrada.

É visível que para se realizar um gerenciamento de ativos efetivo, é necessário


também manter um bom gerenciamento da manutenção, contemplando muito
planejamento e a administração correta das manutenções. Podemos acrescentar,
ainda, a gestão de contratos, onde é possível administrar contratos minimizando
riscos, analisando e identificando predisposições e até possíveis adversidades,
o oferecimento de treinamentos e qualificações para os funcionários, o
acompanhamento dos processos/indicadores de manutenção, um programa de
manutenção contemplando seus diversos tipos (corretiva, preventiva, preditiva,
produtiva), análise e gerenciamento de riscos, acompanhamento da vida útil dos
ativos, entre outros.

54
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Veremos a seguir como a PAS 55 é estruturada, mas antes é possível adiantar que ela
classifica os ativos em 5 espécies que devemos gerenciar, sendo eles:

»» ativos físicos;

»» ativos humanos;

»» ativos de informação;

»» ativos financeiros;

»» ativos intangíveis (notabilidade, integridade, domínio intelectual).

Realizando uma boa gestão desses ativos, será possível alcançar o planejamento
estratégico organizacional (uma aptidão que ajuda os gestores a pensarem no longo
prazo da entidade, assegurando seu sucesso), porém, o documento referente à PAS
55 aborda somente a gestão de ativos físicos, levando em conta as demais somente
quando provocam perturbação nesta primeira.

No caso de empresas que utilizavam ou ainda utilizam a PAS 55, a migração


para a ISO 55000 é muito simples. Apesar de a estrutura ser bem diferente, a
maioria dos elementos foi incorporado aos requisitos da ISO 55001. Contudo,
a ISO 55001 é um padrão para qualquer tipo de ativo, enquanto a PAS 55
é evidentemente focada no gerenciamento ideal de ativos físicos, como
mencionado anteriormente. Assim, embora a PAS 55 tenha sido afastada
como uma especificação formal do BSI em 2015, as organizações podem
achar que há valor contínuo da PAS 55 como orientação útil e material educativo.

Estrutura do conjunto de elementos da PAS 55

A PAS 55 é desenhada de maneira alinhada com a estrutura de um PDCA (do inglês:


plan, do, check, act, que traduzidas para o português significam planejar, fazer,
checar e agir, respectivamente).
Figura 24. Ciclo PDCA.

PLANEJAR

CICLO

PDCA
AGIR FAZER

CHECAR

Fonte: https://blog.cefis.com.br/pdca-na-contabilidade/.

55
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Antes de começarmos a falar sobre o que está presente na PAS 55, vamos revisar
alguns fatores importantes sobre o ciclo PDCA.

O método PDCA acabou tornando-se famoso por meio de um estatístico americano


chamado Edward Deming. O método é focado para que problemas sejam resolvidos e
seu ciclo deve ser seguido para que metas pré-estabelecidas sejam alcançadas.

Além de ser a base para qualquer tipo de gestão, o método pode ser inclusive utilizado
para resolver problemas pessoais.

Antes de tudo identifique o problema que se deseja resolver e trace metas, sempre
colocando prazos para serem alcançadas. Em seguida, passe a seguir os seguintes
passos:

1o passo - planejar

Precisamos ser objetivos ao definir o problema. É necessário analisar as possíveis


causas do problema e produzir um plano de ação para solucioná-las.

Não se esqueça de colocar os prazos para cada tarefa no plano de ação e a pessoa
responsável por cada uma delas. Uma boa dica é usar o modelo apresentado na tabela
abaixo.

Tabela 6. Plano de ação.

PLANO DE AÇÃO
O quê Por quê Quem Quando Como Quanto
Melhoria a ser Quais os resultados
Responsável Data limite Procedimentos Custo
implantada esperados
Fonte: próprio autor.

2o passo - fazer

Essa é a etapa em que se devem realizar as atividades descritas no plano de ação.


Não deixe de evidenciar toda e qualquer dúvida que surgir, assim como os dados e os
problemas reportados na execução do plano de ação.

Aqui poderão ser notadas alterações que devem ser feitas no plano de ação, ou até
mesmo se no futuro será necessário realizar um novo ciclo.

3o passo - checar

É preciso verificar e analisar os resultados após a execução das tarefas. Faça um


comparativo entre os dados e os resultados, assim como o efeito das ações tomadas
para a empresa. Faça uma síntese de tudo o que foi realizado e seus frutos.

56
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

4o passo - agir

Integre os novos conhecimentos e regule as falhas que vierem a acontecer. Caso o


time concorde que algo ainda deva ser ajustado e que começar um novo ciclo é o
melhor a ser feito, considere começá-lo do zero.

Por fim, julgue padronizar todas as ações que estão dando certo. E não se esqueça
de comunicar a todo o time sobre as possíveis alterações de processos.

Veja na figura a seguir como a estrutura do sistema de gestão de ativos pode ser
mesclada com o método PDCA.

Figura 25. Estrutura do sistema de gestão de ativos PAS 55.

4.7 Análise Crítica 4.2 Política da Gestão de Ativos

PAS 55:2008
Estrutura do Sistema de
Gestão
4.6 Avaliação e
4.3 Planos, objetivos e
melhoria do
estratégia da gestão de
desempenho
ativos
4.1 Exigências gerais

4.5 Implementação dos planos de 4.4 Controles e facilitadores da


ação de gestão de ativos gestão de ativos

Fonte: adaptada de BSI PAS 55-1:2008.

Conforme o PAS 55:2008 (que nada mais é do que o documento PAS 55 de 2004
revisado após diversas consultas) a gestão de ativos é definida da seguinte forma:

Atividades e práticas sistemáticas e coordenadas pelas quais uma


organização gerencia, de forma ótima e sustentável, seus ativos
e sistema de ativos, os desempenhos associados deles, os riscos e
despesas ao longo dos seus ciclos de vida para o propósito de cumprir
seu planejamento estratégico organizacional.

O gerenciamento de ativos contém um conjunto de métodos, procedimentos e


instrumentos que fazem com que seja possível analisar profundamente os dados e
informações adquiridos pelos setores de operação e manutenção. Dessa forma a
empresa passa a utilizar e manejar muito mais informação do que simplesmente
aquelas que fariam com que os equipamentos apenas funcionassem.

57
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Toda e qualquer decisão sobre os ativos deve ser baseada nos propósitos da empresa
(metas globais), deve-se considerar a organização como um todo e não apenas um dos
setores, é preciso ter a visão do ciclo de vida dos ativos, sempre ponderar e coordenar
inseguranças e proporcionar aos stakeholders diferentes possibilidades e que essas
sejam compreensíveis.

O gerenciamento de ativos ainda envolve outros fatores, como afazeres ligados à


segurança, à disponibilidade, à infraestrutura, à fidedignidade e ao custo.

Perceba aqui que, sem um sistema fidedigno e disponível, não é possível gerenciar
os ativos. Outros fatores que impedem um bom gerenciamento de ativos são: não
ter conhecimento de elementos críticos no decorrer da operação, não levar em
consideração a hipótese de que possam ocorrer irregularidades, anomalias ou
equívocos na operação e na manutenção da planta. Não levar em consideração a
probabilidade de que possam acontecer acidentes no ambiente de trabalho que
afetem as pessoas ou até mesmo o local e, por último mas não menos importante,
não considerar possíveis defeitos dos equipamentos que façam com que a produção
seja afetada (ou pare por completo) e o mal funcionamento de equipamentos que
estejam ligados à segurança.

Aplicação das normas ABNT NBR ISO 5500X

Com o intuito de adequar as normas ao cenário brasileiro, a ABNT CEE 251


(representante do país no comitê internacional da ISO, TC 251) publicou a norma
ABNT NBR ISO 55000 logo após a norma internacional ser lançada. O conteúdo é o
mesmo, apenas adaptado ao nosso contexto.

Ao se decidir por acatar as normas, as empresas estão ao mesmo tempo dispostas a


se posicionarem no mercado com um padrão internacional. É um grande desafio para
elas, pois estarão na busca de um equilíbrio que só será alcançado por intermédio da
realização das práticas apresentadas de maneira correta.

As informações que serão apresentadas a seguir não dispensam de forma


alguma uma leitura completa das normas ABNT NBR ISO 55000, 55001 e
55002, criadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. As normas
podem ser adquiridas por meio do site: http://www.abnt.org.br/.

Com essas normas, as empresas passam pelo desafio de dimensionar sua


efetividade no que diz respeito ao risco. A harmonia entre despesas, performance
e risco só pode ser atingida por meio de boas práticas do gerenciamento de ativos.
Diferentemente da PAS 55, as normas abordam todo e qualquer ativo que agregue
valor para a companhia, não apenas os físicos.

58
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Iniciaremos, então, a abordagem sobre como as empresas podem implementar o


sistema de gestão de ativos, por meio de uma metodologia que tem como base o ciclo
PDCA citado anteriormente, dado como a estrutura que sustenta esse sistema.

Essa metodologia é realizada por uma sugestão de passos – especificamente 6 – a


serem seguidos. No primeiro passo, damos início ao planejamento, os dois passos
seguintes se referem ao desenvolvimento do sistema. Os dois passos conseguintes estão
representando a fase de verificação e, por fim, o último passo traz informações sobre a
melhoria do processo, como apresentado na figura abaixo.

Figura 26. Passo a passo oferecido.

Passo 1:
Planejar

Passo 6:
Tomar
Passo 2:
decisão e
Executar
buscar
melhoria

Passo 3:
Passo 5:
Analisar Gerenciar
Riscos

Passo 4:
Monitorar

Fonte: próprio autor.

Passo 1: planejamento da gestão de ativos na


empresa

Um bom planejamento irá tornar a implementação do sistema de gestão muito


mais fácil. É preciso adquirir o conhecimento e as ferramentas necessárias para
a realização desse processo e é essencial que sejam realizadas pesquisas a fim de
entender os conceitos básicos descritos nas normas.

De acordo com a norma ABNT NBR ISO 55000, seguem algumas definições:

»» Ativos: ativo é um item, algo ou entidade que tem valor real ou


potencial para uma organização. Esse valor pode ser tangível ou

59
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

intangível, financeiro ou não financeiro, e inclui a consideração de


riscos e passivos. Ele pode ser positivo ou negativo, em diferentes
estágios da vida do ativo. Os ativos físicos geralmente se referem a
equipamentos, estoques e propriedades de posse da organização.
Os ativos físicos são o oposto de ativos intangíveis, que são ativos
não físicos, como contratos, marcas, ativos digitais, direitos de uso,
licenças, direitos de propriedade intelectual, reputação ou acordos. O
agrupamento de ativos referidos como um sistema de ativo também
pode ser considerado como um ativo.

»» Gestão de ativos: gestão de ativos é a atividade coordenada de uma


organização para obter valor a partir dos ativos, o que envolve um
equilíbrio entre custos, riscos e desempenho.

»» Sistema de gestão de ativos: um sistema de gestão para a gestão


de ativos tem a função de estabelecer a política e os objetivos da gestão
de ativos. O sistema de gestão de ativos é um subconjunto da gestão de
ativos.

A norma ainda traz quatro principais princípios referentes ao gerenciamento dos


ativos, sendo eles:

1. Ativos existem para fornecer valor para a organização e partes


interessadas.

2. A gestão de ativos transforma a intenção estratégica em tarefas,


decisões, atividades técnicas e financeiras.

3. A liderança e a cultura do local de trabalho são fundamentais para a


determinação de valor.

4. A gestão de ativos fornece a garantia de que os ativos vão cumprir e


desempenhar sua função.

Analisadas essas informações, as empresas serão incumbidas de estabelecer a


finalidade do sistema de gestão de ativos e qual será sua extensão dentro da empresa
(apenas alguns setores ou até mesmo na empresa toda).

Equipes deverão ser formadas e cada integrante possuíra uma função específica.
O cenário mais comum é que essas equipes sejam compostas por um líder,
pelos donos dos ativos, os gerentes dos ativos e os prestadores de serviço.
É mandatório que esses integrantes aprofundem sua compreensão referente aos
negócios da empresa.

60
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

De acordo com as normas, seis atributos da corporação devem ser debatidos:

1. ambiente interno e externo;

2. processos de planejamento;

3. processos de apoio;

4. processos operacionais;

5. processos de avaliação de desempenho;

6. processos de melhoria contínua.

Contexto da organização

Pensando de acordo com o contexto da organização precisaremos analisar quatro


tópicos.

O primeiro deles é entender a instituição e seu arranjo. Serão necessárias respostas


para perguntas como:

»» Qual é o resultado esperado com o sistema de gestão?

»» O negócio converge para o que?

»» O valor da empresa é constituído em que?

Devemos reconhecer todo e qualquer questionamento, seja ele interno ou


externo, que venha a afetar a consumação do sistema de gestão e dos propósitos
da empresa.

Na norma ABNT NBR ISO 55002, podemos encontrar uma relação com as
categorias de questões que devem ser analisadas.

Depois, precisamos entender as necessidades e expectativas das partes interessadas.


É necessário reconhecer os elementos interessados na corporação e estabelecer
semelhanças e condições particulares ao sistema de gestão de ativos. Precisa-se
ponderar as condições dos stakeholders e realizar uma escrituração e um contrato
com informações referentes à parte financeira e não financeira acertada à gestão
dos ativos. Além disso, é nesse momento que serão definidos os métodos para
deliberação de ações, atribuições e incumbência de cada elemento do time de
gerenciamento de ativos.
61
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

O terceiro tópico se refere a determinar o escopo do sistema de gestão de ativos.


Esse propósito deve ser documentado e nele constarão as barreiras e a extensão do
sistema. A fim de separar os ativos que passarão pelo sistema de gerenciamento dos
demais, é válido criar uma pauta com os ativos que serão gerenciados. Os ativos
restantes poderão ser trabalhados de maneira diferente. Esse documento pode
conter diversas subseções e nele serão definidas também as auditorias a serem
realizadas, externas ou internas.

O último tópico é sobre determinar o sistema de gestão de ativos, ou seja,


determinar e detalhar o agrupamento de processos. Deve-se representar como o
sistema será concebido, manuseado, conservado e aprimorado. A parte importante
desse processo é a realização de um exame minucioso dos processos que estejam
correlacionados ao sistema de gestão com aquilo que é premissa na norma. Por
meio desse exame será possível reconhecer quais setores deverão passar por um
avanço para sustentar o sistema de gerenciamento de ativos. Aqui, uma boa ideia
é representar as fases dos processos por meio de fluxogramas e isso deverá ser
feito para cada processo existente. Podem ser feitos padrões que especifiquem os
envolvidos em cada tarefa e a maneira certa de realizá-la.

Figura 27. Processos em um sistema de gestão.

Governação Sistema de
da Gestão
de Ativos Gestão de
Ativos
Plano de
Esquema
Exigências manobras da
corporativo Planos de Gestão
perspectivas dos Gestão de
e de Ativos
stakeholders Ativos -
propósitos
SAMP

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Liderança

A importância de uma boa liderança é inquestionável. Os líderes têm como


responsabilidade prezar pela qualidade e segurança, além de gerenciar os ativos. Por
meio de suas ações e exemplos eles influenciarão diretamente todo o time. Segue
abaixo o processo da liderança na gestão de ativos:

»» Determinação do patrocinador executivo.

»» Discernir o grupo de liderança.


62
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

»» Compor as equipes de implementação.

»» Descrição do escopo (propósitos).

»» Preparação do plano estratégico.

»» Preparação dos planos de gestão.

»» Destinação dos recursos.

Passo 2: executar os objetivos da gestão de ativos

Aqui, deve-se pensar que os objetivos da gestão de ativos devem ser perceptíveis e
compreensíveis a todos, e para isso podemos fazer uma interligação com a palavra
SMART, considerado também como um modelo, para melhor defini-los. De acordo
com o modelo SMART, os objetivos (ou metas) devem ser:

Tabela 7. Modelo SMART.

S “Specif” = específicos
M “Measurable” = mensuráveis
A “Achievable” = alcançáveis
R “Realistic” = de acordo com a realidade da empresa
T “Time-based” = com base no tempo de atuação
Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-
da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Vamos agora analisar algumas questões relacionadas aos objetivos da empresa.

Quanto à gestão de ativos, devemos nos questionar sobre:

»» custo integral de propriedade;

»» de quanto será o retorno sobre o capital investido;

»» como se encontra a satisfação dos clientes;

»» como está o nível de serviço;

»» danos ambientais causados;

»» entre outros.

Quanto ao conjunto de ativos:

»» de quanto será o retorno sobre o capital investido.

63
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Quanto aos sistemas de ativos:

»» qual a disponibilidade do sistema;

»» qual é o desempenho do sistema; e

»» qual é o custo do produto ou do serviço de forma unitária.

Quanto aos ativos:

»» qual sua fidedignidade;

»» em que condições os ativos se encontram em relação à performance e


onde ele se encontra em seu ciclo de vida;

»» qual é o custo de seu ciclo de vida;

»» espera-se que o ativo ainda funcione por quanto tempo;

»» desempenho energético do ativo;

»» tudo deve ser estabelecido e depois documentado.

SAMP – plano estratégico de gestão de ativos

O SAMP é um documento importante onde irá constar a relação entre os objetivos


da empresa com os objetivos da gestão de ativos, apresentando o que deve ser feito
para que ambos os objetivos sejam alcançados. O SAMP deve conter tópicos como:

»» estratégia;

»» ciclo de vida;

»» indicadores.

A estrutura a ser levada em consideração para a construção de planos de gestão de


ativos deve ser a seguinte:

»» finalidade e direções do plano;

»» informações sobre os ativos que serão analisados;

»» atividades, processos, encarregados e padronizações;

»» planos do ciclo de vida;

»» prognóstico financeiro;

»» modelos de avaliação; e

»» ações para manter as melhorias e alavancá-las.

64
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Como é possível perceber, é preciso passar por diversos questionamentos e


inúmeras fases para concretizarmos quais serão os objetivos que queremos
alcançar e como os objetivos da empresa podem contribuir com os objetivos da
gestão dos ativos, e vice-versa. Por esse motivo é importante escolher as pessoas
certas para responder cada uma dessas questões, sendo elas analisadas em
conjunto.

Passos 3 e 4
Devido à importância dos dois próximos passos, reservamos um capítulo inteiro
para tratarmos desses assuntos. Dentro da gestão de risco, serão apresentadas
as metodologias mais utilizadas, a estrutura para a gestão de riscos, uma matriz
de riscos e como devemos proceder conforme o estágio do risco. Já na etapa de
monitoramento, serão analisados como devem ser definidos os indicadores e como
podemos acompanhá-los.

Passo 5: analisando o sistema de gestão de ativos


Para mantermos um bom sistema de gestão de ativos, devemos nos atentar
constantemente à gestão do ciclo de vida dos ativos considerados críticos. Essa
segunda gestão irá precisar que utilizemos critérios técnicos e econômicos para o
veredito de certas decisões. Abaixo podemos ver uma figura que representa de forma
conjunta a análise econômica e o ciclo de vida dos ativos críticos.

Figura 28. Análise econômica e do ciclo de vida.


RECEITAS

USO

AQUISIÇÃO MANUTENÇÃO

INVESTIMENTOS
CUSTOS

CICLO DE VIDA

PROJETO RENOVAÇÃO

CONCEPÇÃO DESCARTE

DESPESAS

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

65
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Por meio das análises do ciclo de vida, será possível obter uma consciência
maior sobre a conduta dos ativos e ela irá amparar as empresas ao determinarem
qual o melhor momento para eliminar esses ativos e também de que maneira os
descartar, a fim de amenizar os problemas causados ao meio-ambiente.

Conclui-se que o ciclo de vida é a duração de vida do ativo incluso na empresa,


começando da geração até a eliminação para reaproveitamento ou deterioração.

Ao longo do ciclo de vida, os episódios provocados por acidentes, incidentes


ou defeitos acabam por acelerar o desfecho da vida útil do ativo, diminuindo
a expectativa de vida ou duração restante de aproveitamento do ativo nas
circunstâncias impostas.

Quanto mais o monitoramento do ciclo de vida dos ativos for levado a sério,
mas fácil será para o time de gestores concluírem quando os ativos deverão ser
substituídos, antes que eles passem por um grave problema e parem de funcionar
totalmente.

A gestão do ciclo de vida deve englobar:

»» um suporte para acompanhamento constante;

»» classificação e anotação de acidentes, incidentes e defeitos;

»» planos de manutenção específicos;

»» análise do gasto do ciclo de vida;

»» gestão dos riscos, fidedignidade e chances de ocorrerem falhas.

Figura 29. Exemplo de avaliação de defeitos.

50% 10%
10%
30% material resíduos necessário
montagem
internos análise
Fonte: próprio autor.

Podemos, assim, particularizar os defeitos por material e realizar uma especificação


por componente, analisando sua confiabilidade. Podemos também calcular as
seguintes informações:

»» desocupação média;

»» período completo de atividade;

66
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

»» período gasto com manutenções;

»» quantidade de defeitos que eram esperados durante sua vida útil;

»» período médio até a primeira falha de sistema;

»» fidedignidade;

»» expectativa de vida;

»» capacidade de ser mantido ou recolocado em condições de executar


suas atividades.

Acompanhando essas informações, será possível atualizar estratégias de


manutenção, reformas e substituição dos ativos. Normalmente tem-se as
seguintes opções:

»» O ativo não precisa de nenhum tipo de intervenção.

»» O ativo precisa de uma reforma parcial.

»» O ativo precisa de uma reforma completa.

»» O ativo precisa ser substituído.

A escolha deverá ser baseada em custo e desempenho.

Muitas vezes as empresas deixam alguns custos de lado por não serem muito
perceptivos, mas que estão englobados nos custos que farão com que o ativo
continue funcionando corretamente. Esses custos são:

»» custo com transporte para realizar a manutenção ou reparo dos


equipamentos;

»» custo com os assistentes acionados quando um contratempo


acontece e eles precisam acionar os equipamentos com prontidão;

»» custo com o time de gestores que deve realizar uma análise do


motivo que causou uma falha e sugerir uma solução;

»» custo com a falta de qualidade/qualidade inferior;

»» custo com as chances de acontecerem acidentes com pessoas;

»» custo com as chances de acontecerem possíveis estragos ao


meio-ambiente;

67
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

»» custo com repetição de reparo caso uma falha venha a acontecer


mais de uma vez;

»» custo com o desgosto do cliente com a falta do serviço que está


sendo pago e ele não está recebendo;

»» custo com multas, taxas e medidas punitivas pela falha do ativo;

»» entre outros.

Figura 30. Análise de custos.

Fonte: https://blog.wappa.com.br/empresas/entenda-a-importancia-da-analise-de-custos-empresariais/.

Na hora de realizar uma boa análise de custos, devemos levar tudo em consideração
e nos certificar de que nada está passando despercebido. Além do custo inicial
de compra, devemos lembrar de todos os custos envolvidos com operação e
manutenção, lembrando ainda de custos com impostos e administração dos ativos.

Veja um possível passo a passo para facilitar a análise LCC – Life Cycle Cost.

Figura 31. Passo a passo da análise LCC.

• Constatação das possibilidades de análise.


1

• Constituição da árvore de duplicação de custos.


2

• Recolha de dados e informações.


3

• Concepção de delineamento de custos por tempo.


4

• Criação de gráficos de Pareto para equiparação das opções contidas


5 na primeira etapa.

• Análise dos custos, suas causas e abalos.


6

• Escolha da melhor opção.


7

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

68
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Vistos todos os passos anteriores, vamos ao último e considerado também um dos


mais importantes para a empresa.

Passo 6: tomadas de decisões e a incansável


busca por melhorias contínuas

Quando se trata de melhorias, as principais fases que devemos nos atentar são:

»» Pesquisa do modelo de gestão de ativos.

»» Análise de falhas e obstáculos.

»» Criação de um plano de ação para upgrade.

»» Execução das ações para upgrade.

»» Mensuração e auditorias do processo, fechando o ciclo e voltando para


a primeira fase do processo.

A conclusão que podemos tirar desse capítulo é que a gestão de ativos veio para
agregar muito valor àqueles que pretendem elevar sua gestão a um novo patamar.

Com o lançamento das normas, as empresas precisam se desafiar para obter os


melhores resultados, sempre pensando nos pilares: custo, desempenho e riscos e em
como manter seu equilíbrio.

Algumas empresas estão dispostas a lutarem pela conquista de um padrão


internacional em relação ao seu desempenho, e a gestão dos ativos fará com que a
empresa repense seus objetivos e suas estratégias para conquistá-los. Como bônus,
o sistema de gestão necessita que todos os setores se envolvam e identifiquem seus
papéis e obrigações.

Por uma última vez, vamos ressaltar todos os benefícios que uma empresa pode
conquistar por meio das práticas a serem implementadas pelas normas:

»» resultados a curto, médio e longo prazo;

»» melhora no funcionamento técnico;

»» melhora no desempenho econômico e financeiro;

»» contenção de riscos e passivos;

»» clareza;

69
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

»» maior segurança;

»» aperfeiçoamento da competitividade;

»» transformação de cultura;

»» entre diversos outros benefícios.

Figura 32. Benefícios.

SUCESSO

Fonte: http://www.oapce.com.br/conceder-beneficios-aos-seus-funcionarios-faz-a-diferenca/.

70
CAPÍTULO 2
Gerenciamento e análise de riscos

Um dos termos mais importantes referentes à gestão de ativos é o gerenciamento e a


análise de riscos de maneira ágil, com um comportamento em que o líder se antecipe
e se responsabilize por suas próprias escolhas e ações perante as circunstâncias
exigidas pelo meio. Temos que compreender o fundamento, a decorrência e a
possibilidade de eventualidades danosas acontecerem, restringindo-as para um
grau admissível e sensato.

Algumas empresas tratam os riscos como “incertezas” e não como algo que deva
ser tratado para gerar mais avanços para a empresa. Os gestores precisam ter em
mente que crises são capazes de gerar oportunidades, e que nós devemos criar essas
oportunidades por meio de um bom gerenciamento.

As empresas que estão dispostas a encarar alguns riscos de frente, ao invés de


escapar deles, podem estar levando em consideração um item indispensável para
crescimento a longo prazo.

Figura 33. Risco x Oportunidade.

Fonte: http://projetogerenciado.com.br/riscos-positivos-x-aumento-de-escopo/.

Definição
Definimos como risco a viabilidade de que certo acontecimento ocorra fora
do programado, sendo ele considerado inapropriado. Também pode ser
considerado como uma imprecisão do amanhã. O risco é composto por dois
71
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

elementos fundamentais: a periodicidade e sua seriedade ou sequelas. A título


de exemplo, qualquer máquina dispõe de extinção, de maneira que a intensidade
do acontecimento é familiar. Deparamo-nos com o risco quando não temos nem
ideia de quando uma máquina e/ou equipamento irá chegar ao fim de sua vida
ou, então, começar a apresentar defeitos frequentemente. Podemos observar
algumas empresas realizando suas análises com base na soma da periodicidade e a
seriedade de todos os acontecimentos. Caso a periodicidade e os dados em relação
à gravidade sejam individuais, tanto quando baseadas em números quanto quando
baseadas em avaliações/estimativas, a exploração do risco é interminavelmente
um acessório importante para preparar um painel de decisões.

Realizar o gerenciamento de riscos faz parte do processo de gestão de ativos


de forma integral. Contudo, existe uma exigência de dispor de processos que
identifiquem e acompanhem os riscos, mas que não meramente atendam as leis
em vigor, e sim seja uma atividade que assegure a melhora e a escolha de ações
fundamentadas no custo, riscos e performance.

Figura 34. Gerenciamento de riscos.

Fonte: https://iso31000.net/definicao-de-risco-iso-31000/.

Metodologias a serem usadas

Cada empresa irá escolher a melhor maneira e o melhor método para realizar
o gerenciamento de seus riscos. A escolha depende de seus respectivos cenários.
Vamos analisar algumas possibilidades a seguir.

»» Quanto à classificação dos ativos: é preciso classificar todos os


ativos considerados críticos e listar seus respectivos riscos. Estabeleça
o objetivo ou o propósito e a limitação de classificações de riscos
particulares. Podemos utilizar a técnica série de risco (SR), que organiza
os riscos pela importância/gravidade ou pela técnica série de eventos

72
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

(SE), que leva em consideração todos acontecimentos isolados (a partir


de um primeiro acontecimento) que possam acarretar uma presumível
perda ou detrimento.

»» Quanto à identificação dos riscos: será preciso criar uma planilha


de episódios possíveis e seus fundamentos. Associe os diversos
riscos possíveis filiados a esses episódios, os possíveis defeitos e
suas sequelas. As técnicas associadas a essa fase são: análise SWOT,
HAZOP, PESTLE, entre outras.

Análise SWOT: SWOT é a abreviação das palavras Strengths, Weaknesses,


Opportunities e Threats, traduzidas para o português significam forças,
fraquezas, oportunidades e ameaças (análise FOFA). É uma análise estratégica
da empresa.

HAZOP: do inglês, Hazard and Operability Study, conhecido como Estudo de


Perigos e Operabilidade, em português. Essa técnica identifica perigos que
possam vir a causar acidentes nas distintas áreas da instalação.

PESTLE: sigla para Políticos, Econômicos, Sociais, Tecnológicos, Legais,


Ecológicos. Essa ferramenta é utilizada para identificar riscos e stakeholders.
Veja um exemplo: Fatores alusivos à política. A corrupção, por exemplo,
desenvolve contratempos para as corporações e para a comunidade por
completo.

»» Quanto às medidas de controle: é preciso detectar os controles


que já existem. Depois, será necessário criar controles para todos os
riscos, tarefas e ativos idealizados. As técnicas utilizadas nessa fase
podem ser: RCM, RBI e IPF.

›› RCM: do inglês, Reliability Centered Maintenance – Manutenção


Centrada na Confiabilidade. Esse tipo de manutenção visa possuir
uma estratégia diferente para cada tipo de ativo.

›› RBI: do inglês, Risk Based Inspection – Inspeção Baseada no Risco.

›› IPF: identificação do perigo da fauna. Todos os tipos de fauna ao seu


redor que podem causar danos à operação devem ser identificados.

»» Quanto aos níveis de risco: precisa-se avaliar a viabilidade e o


dano de cada episódio ou risco com grandes chances de acontecer,
considerando que todas as medidas de controle foram realizadas. É
preciso, ainda, ponderar a efetividade de cada uma dessas medidas e a
possibilidade de imperfeições.

73
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

»» Quanto aos níveis de tolerância: estabelecer se as medidas de


controle são satisfatórias para conservar os riscos contidos abaixo do
nível considerado tolerável para a empresa e para a legislação. Apontar
como graves os riscos que não apresentem medidas de controle ou que
superem o nível de transigência.

Para os dois últimos tópicos, as técnicas utilizadas são: análise por FMEA, FMECA,
RCA e FTA.

» » Análise FMEA: do inglês, Failure Mode and Effect Analysis


– Análise de Modos de Falhas e Efeitos. Método empregado
para precaver defeitos e analisar os riscos de um processo, por
intermédio do reconhecimento de causas e efeitos para detectar
quais ações serão empregadas para coibir as imperfeições.

»» Análise FMECA: do inglês, Failure Mode And Critical Analysis


– Análise de Criticidade, Modos e Efeitos de Falhas –, é bem similar
à técnica anterior, diferenciando-se basicamente por apresentar
um modelo quantitativo, procura determinar qual a chance de que
um defeito venha a acontecer.

»» Análise RCA: do inglês, Root Cause Analysis – Análise de Causa


Raiz da Falha. Baseada em como evitar que falhas futuras aconteçam
baseando-se nas causas raízes dos eventos.

»» Análise FTA: do inglês Faut Tree Analysis – Análise da Árvore de


Falhas. É uma técnica gráfica conclusiva formada em desfechos de
eventos e não de componentes.

Figura 35. Estrutura para gestão de riscos.

Classificação Identificação
Medidas de Níveis de Níveis de
dos dos
controle risco tolerância
ativos riscos

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Matriz de riscos

Precisamos examinar em cada risco susceptível a acontecer sua possibilidade de


ocorrer e sua respectiva relevância (em relação a categoria, tamanho e gravidade).

74
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Vamos analisar a tabela abaixo.

Tabela 8. Matriz de riscos.

SEVERIDADE – IP (Y)
1 2 3 4

FREQUÊNCA (F)
5 III II I I
4 IV III II I
3 V IV III II
2 V V IV III
1 V V V IV
Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-
da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Poderão existir mais do que apenas um tipo de risco com grandes chances de
apresentarem defeitos, sendo que um deles poderá possuir baixa relevância,
de pouca seriedade, onde não será necessário gastar muito com conserto nem
aconteça danos às pessoas e ao meio ambiente e, que o outro risco, seja altamente
crítico, sendo necessário parar a operação da empresa, com possibilidades de
que pessoas sejam machucadas e que ocorram prejuízos ao meio-ambiente.
Alguns riscos, como o último a ser citado, requerem de preparações adicionais
e modelos de controle mais severos que resultem em manutenções dinâmicas/
proativas, que os ativos precisem ser renovados antes do tempo ou substituídos
mesmo que não tenham chegado ao fim de sua vida útil. É indispensável que os
apontadores de risco sejam determinados e empregados aos ativos para que
possamos conceber a matriz de risco, favorecendo os diagnósticos e a seleção
da opção mais viável dentre várias alternativas.

Apesar de encontrarmos diversos modelos de matriz de risco, todos eles nos entregam
o mesmo resultado, que é a gradatividade de risco que concede a chance de abraçar
padrões apaziguadores necessários para que o risco seja eliminado ou reduzido.

Analisando o modelo apresentado acima, uma matriz 5x4 (5 linhas e 4 colunas), nos
deparamos com uma matriz que apresenta 5 estágios de risco distintos.

Essa matriz de riscos foi dividida em três cores, como se pode observar (verde,
amarelo e vermelho) que apontam risco baixo, médio e alto, respectivamente.
Mas também pode ser fragmentada em quatro espaços ou quadrantes, conforme é
realizada a análise SWOT, sinalizando o quadrante mais superficial os riscos mais
complicados (de ampla rigidez e alta frequência) e os outros dois quadrantes que
precisam de condutas abrandadoras devido à grande periodicidade ou gravidade, as
duas divisões são recomendadas para a resolução de decidir como agir, no que se
refere à periodicidade e à gravidade dos riscos.

75
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

De acordo com a análise apresentada, podemos nos atentar na matriz de risco


que o eixo horizontal (eixo da severidade) é desempenhado e ponderado por um
único símbolo, o Y. Isso porque, nesse instante, não existe a exigência de distinguir
se a decorrência do defeito é em relação à proteção das pessoas, aos ativos ou ao
meio-ambiente, e sim exclusivamente verificar a seriedade do risco compreendido.
Exclusivamente consideramos Y = 1 quando não existir (ou a existência seja
irrelevante) a possibilidade de prejuízo ao ecossistema, saúde ou proteção e maior
do que 1 quando existir uma possibilidade considerável.

Depois de analisar e marcar certos pontos dos riscos compreendidos em cada ativo,
deve-se desenhar os riscos na matriz.

Na tabela abaixo, podemos ver os resultados prováveis que serão conseguidos por
meio da matriz e em seguida veremos quais ações devem ser tomadas para cada
estágio de risco.

Tabela 9. Estágio, tipo e situação de risco.

Estágio de
Tipo Situação
risco
I Crítico Não aceitável
II Sério Indesejável
Aceitável com
III Moderado
controles
IV Pequeno Aceitável com avisos
V Desprezível Aceitável
Fonte: adaptado de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-
da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Sobre quais ações devem ser tomadas em cada estágio, podemos ressaltar que:

» » Estágio de risco I: averiguar se não existe nada que possa ser feito
(algum tipo de assistência) para que o risco decaia para o estágio
III. Se não, deve ser abrandecido com programas e atividades no
período de 6 meses.

»» Estágio de risco II: averiguar se não existe a possibilidade de se


preservar do defeito ou, então, diminuir o risco para o nível III. Se
não, deve ser abrandecido com programas e atividade no período de
12 meses.

»» Estágio de risco III: averiguar artimanhas ou funções de


mantenimento para se preservar da falha. Se não, precisam ser
gerados mecanismos ou fiscalizações.

76
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

»» Estágio de risco IV: apontar e comunicar são umas das ações a serem
realizadas. Averiguar se alguma artimanha ou função de mantenimento
pode ser usada para evitar a falha e que seja economicamente possível.

»» Estágio de risco V: não é necessário realizar nenhuma ação para aliviar


o risco.

Os prazos mencionados acima são apenas exemplificações, podendo sofrer


alterações dependendo das orientações da empresa.

Como tratar os riscos na gestão de ativos

Deve-se realizar o gerenciamento de riscos dentro da gestão de ativos visando:

»» Assegurar que o sistema de gestão de ativos conquiste seus objetivos, os


benefícios desejados.

»» Precaver ou diminuir episódios e consequências indesejáveis.

»» Definir novas oportunidades.

»» Conquistar o progresso ininterrupto.

Lembre-se, riscos e oportunidades variam com o decorrer do tempo, portanto,


deve-se realizar um exame frequentemente e impulsionar as modificações
fundamentais para conquistar as metas.

Gestão da mudança

A gestão da mudança é focada em administrar a inevitabilidade de ter que se


adaptar constantemente dentro das empresas modernas.

Tanto mudanças internas como externas podem abalar os ativos, impactando


diretamente na eficiência do modelo de gestão de ativos e nos resultados do sistema.
É significativo que essas mudanças sejam examinadas e que a empresa aja de modo
a aliviar essas mudanças antes que elas aconteçam de fato. É preciso estudar os
resultados tanto de mudanças que são planejadas como de mudanças imprevistas.

Requerem investigação:

»» mudanças na forma como a empresa é organizada (hierarquia,


organograma);

77
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

»» alterações no regime da própria gestão de ativos, metas ou projetos;

»» alteração de processos ou metodologias relacionadas às atividades de


gestão de ativos;

»» aquisição de novos ativos, sistemas ou tecnologias (e mudança na


redução da vida útil também);

»» causas externas à empresa (abrangendo exigências legais vigentes e


também regras);

»» mudanças na limitação da cadeia de suprimento;

» » alteração na exigência por produtos e serviços, terceiros ou


provedores;

» » mudanças na requisição de recursos, englobando requisições


adversárias.

Terceirização

Qualquer empresa que não queira realizar determinada atividade presente no


sistema de gestão de ativos irá utilizar o método da terceirização para realizá-la.
Essa atividade poderá ser realizada por um prestador de serviços interno ou externo.
Se essas atividades intervêm de alguma forma nas metas da gestão de ativos, é
recomendado que tudo seja registrado e arquivado.

Figura 36. Terceirização.

Fonte: http://www.patrus.com.br/blogpatrus/?p=629.

A empresa precisa protocolizar (realizar um contrato), contendo o grau e a qualidade


dos serviços desejados pela empresa referente a esses terceiros. É imprescindível não
sair da rota do alcance das metas das atividades que serão realizadas pelos terceiros,
que sempre devem ser acompanhadas.

78
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Se não houver uma forma de monitorar e detectar, de maneira rápida e adiantada,


seja qual for o desencaminhamento, a operação não controlará o sistema de
gestão de ativos de maneira apropriada. O monitoramento é essencial para impedir
impactos nos resultados e na performance dos ativos.

Monitorando a operação

Após novos ativos serem adquiridos e estarem aptos ao uso, devemos iniciar o
monitoramento de sua performance e anotar tudo, pois daí serão retirados e
utilizados os dados para análises de ciclo de vida dos ativos.

O começo dessa fase pode ocorrer de várias maneiras, tudo irá depender do setor em
que a empresa trabalha. Assim que o ativo começa a operar de maneira comercial, as
orientações sobre manutenção preventiva e corretiva são acordadas e disseminadas
para as equipes.

Para ajudar em qualquer tipo de decisão e para evitar qualquer tipo de transtorno,
é altamente recomendado (quase mandatório) que os ativos sejam monitorados ao
longo de toda sua vida.

Vamos conhecer agora as etapas do monitoramento. São 5 etapas, sendo elas:

1. Averiguação e confronto de diferenças e semelhanças com padrões.

2. Detecção de adversidades.

3. Diálogo para mudanças de metas.

4. Atenção a desvios das metas/objetivos.

5. Recolha de parte dos resultados.

No primeiro capítulo, vimos brevemente a importância da avaliação de desempenho


por meio dos indicadores e auditorias. Vamos agora reforçar esse assunto mais uma
vez.

Avaliação de desempenho

Qualquer que seja o objetivo de uma empresa em relação ao alcance de resultados,


esse, para ser alcançado, ela demanda aferição do sistema, monitoramento da
operação, análise e examinação dos ativos.

79
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Cada empresa possuirá seu próprio modelo de aferição, monitoramento, análise e


examinação, mas esse modelo deverá atender as expectativas quando a empresa
precisar de uma base para tomar decisões em relação a seus ativos.

Para isso usamos os indicadores, para ser capaz de realizarmos boas análises. E
esses indicadores são definidos na preparação da gestão dos ativos.

Os indicadores de desempenho e risco são definidos com os consecutivos princípios.

Figura 37. Princípios para definir os indicadores de desempenho.

Nivelado com as metas da companhia


INDICADORES

Estáveis e medíveis

Estabelecido em todos os níveis da


companhia

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf.

Devemos analisar o progresso dos indicadores ao decorrer do tempo e realizar uma


análise de todos o sistema com relação à categorização de indicadores conforme os
princípios de gestão de ativos, como pode ser visto na figura abaixo.

Figura 38. Categorização de indicadores conforme os princípios de gestão de ativos.

Desempenho Despesa Risco

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf .

80
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Como os indicadores são definidos

Podemos ter 3 tipos de indicadores.

Indicadores de desempenho (os KPI’s vistos no capítulo I)

Como exemplificação, seguem os indicadores mais comuns utilizados no setor de


energia, em concessionárias:

»» indicadores solicitados pela Agência Nacional de Energia Elétrica


(Aneel), como por exemplo, DEC/FEC, DIC/FIC/DMIC etc.;

»» Mean Time Between Failures (MTBF) ou tempo médio entre falhas; e


Mean Time To Repair (MTTR) ou tempo médio para reparo;

»» disponibilidade (horas sem pausa);

»» índice de defeitos/aparelho crítico;

»» seriedade das falhas;

»» condição contínua dada a um equipamento para que ele permaneça


em condições de operação;

»» periodicidade de ocorrência de defeitos e restaurações;

»» fidedignidade;

»» perdas técnicas/MWh instalado;

»» tempo aplicado ao gerenciamento dos ativos.

Indicadores de custos/despesas

Veremos agora exemplos de indicadores de custos industriais:

»» custo tributário;

»» custo com capital de giro;

»» custo com produção;

»» custo com pessoal;

»» custo com energia;

»» custo com bens intermediários.

81
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Figura 39. Controle de custos.

Fonte: https://gestaoclick.com.br/blog/centro-de-custo-o-que-e-e-como-fazer.

Indicadores de Riscos – KRI’s

Os KRI’s (Key Risk Indicators, ou indicadores-chave de risco) são indicadores


que compõem os processos de monitoramento de riscos e são usados para oferecer
indicadores de forma prematura ou ultrapassada de situações que podem apresentar
grande perigo. Veja alguns exemplos:

»» nível de exposição/quantidade de falhas e defeitos;

»» possibilidade de falha/custo de manutenção;

»» custo com acidentes e incidentes;

»» investimentos em manutenção e operação;

»» custo de multas;

»» número de advertências das agências reguladoras.

Lembretes importantes:

Figura 40. Lembretes.

É preciso
medir

Não existem
preceitos
prontos

O progresso
expõe o
resultado

Pondere o
número. O
importante é a
compreensão.

Fonte: adaptada de https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-ativos-guia-para-aplicacao-


da-norma-abnt-nbr-iso-550001.pdf .

82
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Auditorias

Vamos voltar a falar sobre as auditorias, focando nas auditorias internas e sua
importância. Por meio desse processo, os empregados terão uma noção sobre o que
precisa ser melhorado e se existem outras possíveis formas de se realizar algumas
tarefas, de maneira mais fácil e eficaz. A realização de auditorias internas pode trazer
mais confiança aos funcionários e fazer com que eles queiram sempre manter suas
respectivas áreas dentro dos conformes. É necessário que todos estejam engajados
a buscar por melhores resultados, que todos entendam o motivo da auditoria e dos
processos que precisam ser realizados, e que não seja passado como algo chato
ou perda de tempo. Por meio desse processo, os líderes deverão estar aptos a
analisarem de forma crítica tudo o que foi apontado como inconsistente ou ruim
para que seja feito um plano de ação que englobe todas as atividades que deverão ser
realizadas para que o alcance dos objetivos fique cada vez mais claro e rápido.

Figura 41. Auditoria.

Fonte: https://www.umov.me/a-necessidade-de-ter-um-modelo-de-negocios-para-abrir-uma-empresa/.

Alguns passos para realizar uma boa auditoria interna são:

»» Realizar um bom planejamento criando um cronograma que contenha


todos os passos do processo da auditoria.

»» Definir o que/quem será auditado.

»» Definir quais critérios serão avaliados.

»» Definir o grupo de auditores.

»» Especifique as atividades: quais documentos deverão ser auditados,


resultados, se será necessário realizar visita in loco etc.

»» Definir as etapas da auditoria: podemos citar como etapas as reuniões


que serão realizadas ao longo do processo (de abertura, encerramento),
a etapa de condução da auditoria, de avaliação, entre outras.
83
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Para finalizar esse capítulo serão apresentados, resumidamente, dois estudos de caso
realizados, um sobre o plano de gestão de uma empresa que possui ativos críticos
e outro sobre a aplicação da gestão de ativos na avaliação de riscos de falhas de
conexão. O primeiro estudo foi realizado por Valéria Simões de Marco (empresa
Eletrobrás Eletronuclear AS), ficando em 4o lugar na premiação de trabalhos técnicos
(apresentação oral) no 29o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos.

Plano de gestão para ativos críticos

Foram realizados os monitoramentos da performance de 50 bombas e 75 válvulas


moto-operáveis de sistemas considerados críticos no decorrer de 8 sequências de
operação da Usina Nuclear Angra 2.

Angra 2 é a segunda usina nuclear brasileira, que teve sua operação iniciada
em 2001 e possui uma potência de 1.350 megawatts, sendo capacitada para
suportar o consumo de energia de uma cidade com mais de 2 milhões de
habitantes, como Manaus.

A usina possui tecnologia alemã e tem um ótimo desempenho. No ano de


2009, a usina apareceu na 33ª posição no ranking de operação mundial, em
um total de 436 usinas consideradas.

Os indicadores de desempenho levados em conta foram:

»» a quantidade de falhas operacionais;

»» tempo total em que os equipamentos não estavam disponíveis.

Foram estabelecidas metas (para cada sistema em particular) para a realização dessa
avaliação. Sendo elas:

»» número de falhas < 2;

»» tempo de indisponibilidade aceitável ≤ 5%;

»» sequências de operação ~14 meses.

A meta de tempo de indisponibilidade aceitável não foi cumprida por alguns


sistemas, ou seja, eles apresentaram um tempo de indisponibilidade maior do que
os 5% almejados, porém, não aconteceram falhas operacionais em nenhuma das 8
sequências.

84
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Após analisar os motivos que causavam indisponibilidade, conclui-se que as


metas eram exorbitantes naquelas realizações de fiscalizações gerais que não
eram aceitas nos testes pós-manutenção e a repetição dos trabalhos requisitados
tornavam o tempo de indisponibilidade maior que o esperado para a realização
das fiscalizações gerais.

Conforme os precedentes de manutenção, as bombas e as válvulas não indicavam


nenhuma predisposição a falhas. Apenas para cumprir com um compromisso
acordado de manutenção, os equipamentos passavam por uma inspeção a cada 4
sequências de operação.

Ao longo de cada sequência de operação, esses equipamentos eram requisitados para


atuar por curtos espaços de tempo, possibilitando que fossem realizadas análises
do conjunto de informações referentes à vida desses equipamentos. Foi constatado
que as inspeções eram realizadas dentro do intervalo de mortalidade infantil,
na época em que os índices de falhas são decrescentes.

Figura 42. Usina Nuclear Angra 2.

Fonte: https://www.defesaaereanaval.com.br/naval/corrupcao-no-setor-nuclear-expoe-o-brasil-a-comunidade-internacional.

Entendeu-se que a realização das inspeções gerais eram dispensáveis e que


poderiam provocar falhas introduzidas pela manutenção. Além disso, conclui-
se que os equipamentos não saiam da fase de mortalidade infantil, pois eram
sempre consertados de modo a apresentar o estado de “novos”. Para atenuar os
motivos de indisponibilidade, foi preciso apagar as inspeções gerais do programa
de manutenção e introduzir as bombas e as válvulas moto-operáveis nos caminhos
de inspeções preditivas e intervir somente quando os equipamentos apresentarem
alguma predisposição a falhas nos exames preditivos.

Com esses indicadores, foi possível realizar uma economia nas inspeções gerais de €
1.300.000 por sequência, sem afetar a fidedignidade ou disponibilidade da planta.

85
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Além de tudo, acarretou ainda na:

»» diminuição de criação de peças metálicas contagiadas radiologicamente;

»» diminuição da exposição radiológica de quem trabalha com a


manutenção;

»» diminuição dos gastos com armazenamento de resíduos radioativos.

Aplicação da gestão de ativos na avaliação de


riscos de falhas de conexão

Agora, apresentaremos um resumo sobre o estudo realizado por Henrique Eduardo


Pinto Diniz, em um estudo de caso referente à Companhia Energética de Minas
Gerais (CEMIG).

Setores como o de energia elétrica, gás e saneamento são, de modo geral, tradicionalistas
(hostis quanto aos riscos), pois devem atender à dura regulamentação imposta
(neste caso pela ANEEL) e também pelos fatos de possuírem um valor elevado
quando se trata de uma falha, de demandar altos investimentos e de que tomadas
de decisões erradas podem ter resultados negativos tanto dentro quanto fora da
empresa.

Todos os equipamentos utilizados (condutores, conectores, disjuntores, para-raios,


transformadores etc.) estão submetidos a requisições termomecânicas – mecânicas
do calor –, que ocasionalmente podem fazer com que esses ativos falhem, afetando
a performance da concessionária. Geralmente os problemas que mais ocorrem
tem a ver com o superaquecimento de conexões elétricas.

Contrastado com os danos que eles provocam quando apresentam imperfeições


(ou até mesmo quando param de funcionar), o custo de manutenção desses
equipamentos é muito baixo. Sabendo disso, os conectores elétricos são sujeitos a
influências sobre seu desenvolvimento sempre que são reconhecidos aumentos nas
temperaturas superficiais, por intermédio de fiscalizações termográficas.

De forma resumida, a metodologia aplicada consistia em 6 passos, que teriam como


resultado diminuir o custo e aumentar a performance das conexões elétricas e
equipamentos agregados. As intervenções poderiam ser transferidas para mais tarde,
encontrando o momento certo para agir, apanhando as vantagens da manutenção
preditiva e do desfrute de outros serviços na instalação.

86
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

O estudo apresentou:

»» estimativa da resistência elétrica de contato a partir da temperatura;

»» modelo de predição da perda de resistência mecânica;

»» modelos de risco;

»» classificação quanto à probabilidade de perda da função principal;

»» metodologia aplicada.

Uma vantagem dentre as demais observadas é de que será possível realizar uma
comparação entre a performance dos diversos tipos de conectores, as localidades e as
condições de operação.

No próximo capítulo estudaremos sobre métodos estatísticos e sua importância!

87
CAPÍTULO 3
Métodos estatísticos para
gerenciamento de ativos

A ciência das estatísticas vem fazendo com que a cada dia que passe nos tornemos
mais dependentes dela. Muitos ainda a consideram como muito complicada, mas
a verdade é que ela existe exatamente para realizar o oposto, que é descomplicar
quaisquer problemas existentes que não seja possível resolver por conta própria
sem antes analisarmos alguns dados. Ela irá proporcionar vantagens como melhora
dos produtos e dos serviços dentro de uma empresa, além de auxiliar na escolha
de decisões mais sábias. Veja como a estatística está presente em grande parte
do nosso dia a dia:

»» Acessamos o aplicativo de clima em nossos celulares para conferir se


irá chover em um determinado dia ou horário específico. Isso acarreta
fatores como sair ou não com guarda-chuva, trocar a bicicleta por um
carro, levar ou casaco ou não.

»» Em anos de eleição, a intenção de votos é apresentada tendo como


base um certo número de amostras (pessoas entrevistadas) e seu
planejamento de voto.

»» Se você possui um veículo, o valor do seguro do seu carro usa como


base de análise a quantidade de acontecimentos desse mesmo modelo
de carro pertencente a outros clientes. São usados dados como idade,
cidade, estado civil, entre outros.

»» Sempre que você ingerir um remédio comprado na farmácia,


lembre-se que antes ele foi testado inúmeras vezes, tanto para
comprovar sua efetividade como para descobrir efeitos adversos.

»» Por meio de estatísticas também são realizadas análises de estoque. É


possível prever quanto tempo dura o estoque de um produto específico e
de quanto em quanto tempo ele precisará ser reposto.

»» Para finalizar os exemplos, pense no mercado de ações. É possível


prever como o mercado irá reagir a certos acontecimentos e o
momento exato de comprar ou vender uma ação.

88
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Com a utilização de ferramentas estatísticas será possível tomar decisões de forma


mais firme dentro do sistema de gestão de ativos. Os métodos podem ser considerados
como uma peça-chave para o planejamento estratégico da empresa. Por meio
deles conseguiremos enxergar mais formas de resolver um problema e analisar a
melhor escolha de resolução para cada adversidade. Veremos nesse capítulo alguns
métodos/ferramentas de análise dos dados e da realização de cálculos.

Introdução
Por meio dos números, tornamos a forma de obter informações sobre os riscos
muito mais simples. Sendo assim, as empresas estão adotando essa ferramenta
cada vez mais, pois saberão exatamente onde os riscos são maiores ou menores.
Aliás, pode-se ressaltar aqui que pessoas que possuam boas habilidades nessa área
tendem a se destacar dentro das empresas e do mercado.

Segundo Vieira (2013, p. 1), a estatística é a ciência que fornece os princípios e a


metodologia para coleta, organização, apresentação, resumo, análise e interpretação
de dados. Seguindo esse raciocínio é recorrente que tal conhecimento se torne parte
fundamental de diversas áreas, principalmente da área de pesquisas científicas. Por
meio dessa área é possível aumentar o lucro das empresas, aumentar a qualidade
dos processos ou produtos, minimizar custos, tomar decisões de valor político ou
econômico, aumentar a análise crítica, entre outros.

Figura 43. Métodos estatísticos.

Fonte: http://blog.portalpravaler.com.br/curso-de-estatistica/.

Os métodos irão influenciar direta ou indiretamente em diversos setores da empresa


que irão atingir, portanto, diversos ativos. Vamos levar em consideração os ativos
financeiros, os ativos do setor de produção e do setor de recursos-humanos,
por exemplo.
89
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Diferente dos ativos dos setores financeiro e de produção, onde as análises são
realizadas em cima de valores quantitativos e ambos são impactados diretamente
quanto aos resultados, ativos do setor de recursos-humanos sofrem impacto de
forma indireta.

Vamos agora tornar claro e evidente como achar, reconhecer e tratar um problema
utilizando as ferramentas de estatística. Vamos passar pelo conceito de estatística,
salientar a sua relevância nos diversos setores de uma empresa e apresentar,
então, os métodos e ferramentas normalmente utilizados para realizar a gestão dos
ativos.

Conceitos iniciais sobre estatística

Vamos conhecer e revisar alguns conceitos para então compreendermos mais


facilmente as ferramentas e metodologias utilizadas, assim como os resultados que
elas nos proporcionarão. Para entender as análises, precisamos saber o que são:

»» Parâmetro: é uma variável que tem como objetivo especificar os itens


de um conjunto/família.

»» Amostras: são pequenas porções de alguma coisa (no nosso caso, de


uma população).

»» População: é um conjunto de todos os componentes de um lugar.

»» Variável: é uma característica dos elementos da amostra.

»» Dados: são um conjunto de valores que são recolhidos de um estudo.

»» Estimador: uma regra para calcular uma estimativa.

»» Observação: é um detalhamento.

Todos os conceitos estão correlacionados, mas possuem divergências. Entenda


o exemplo a seguir. É preciso realizar uma análise da quantidade de pessoas que
frequentam escolas particulares e escolas públicas. A população do nosso exemplo
são as pessoas em geral, mas quando tratamos de parâmetros, eles são as pessoas
do sexo masculino (homens) e pessoas do sexo feminino (mulheres). Os estudantes
são considerados a variável e os dados são representados pela quantidade de pessoas
que foram analisadas. Já a amostra, é apenas um fragmento da quantidade total de
pessoas analisadas.

90
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Quando realizamos uma pesquisa que contém muitos dados, ou seja, o conjunto de
valores que são recolhidos são muito altos, podemos usar apenas uma amostra para
efetivar a pesquisa. Trabalhar com muitos dados, além de tornar a pesquisa mais
trabalhosa, acaba gerando mais gastos. Para contornar esse problema é necessário
realizar um estudo introdutório com o interesse em achar os parâmetros e assim
encontrar a amostra que irá apresentar certezas no resultado final, tornando-se mais
barata e sem dificuldades.

Figura 44. Diferença entre população e amostra.

Fonte: https://sabermatematica.com.br/diferenca-entre-populacao-e-amostra.html.

Importância da estatística na gestão de ativos

Na gestão dos ativos financeiros é possível aplicar as estatísticas aos:

»» lucros;

»» custos;

»» gastos;

»» análise de processos; e

»» outros.

Itens fundamentais para que o gestor faça boas escolhas no presente e no futuro.

Mais uma vez temos que analisar o papel do gestor em todos os processos. Ele
precisa adquirir novas responsabilidades sobre a geração e o rumo dos processos
produtivos. Além de possuir poder e obrigação sobre o andamento dos processos
produtivos, o gestor precisa possuir a habilidade de ajudar a empresa a conquistar
suas metas e ainda realizar o trabalho de controlar. O controle se faz necessário
para qualquer tipo de sistema.
91
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Como já vimos anteriormente, iremos utilizar métodos a fim de examinar dados


pertinentes aos:

»» produtos;

»» processos; e

»» trabalhadores.

O setor de produção exige monitoramento constante. Lembrem-se do assunto


estudado no capítulo I referente a estoques. Não existe um bom estoque sem controle
de qualidade, por exemplo. Por meio de gráficos, obtemos informações sobre o
progresso e os defeitos de produtos, concedendo a chance de parar a produção e
realizar a manutenção desejada.

Apenas a nível de conhecimento e curiosidade, segue uma rápida análise


sobre o setor de marketing.

O marketing é percebido apenas como as propagandas que uma empresa


realiza por pessoa de pouco conhecimento, porém, é um setor muito
importante para a companhia e que também precisa utilizar métodos
estatísticos. Se a imagem da empresa não é reconhecida, ela estará fadada
ao fracasso. Por meio de resultados quantitativos é possível medir a aceitação
dos produtos no mercado e com as estatísticas podemos ter acesso a
respostas como qual a idade média do público-alvo da empresa, se um
novo produto está sendo aprovado pelos clientes ou não, entre outros.

O setor de recursos humanos é aquele que precisa cuidar do ativo mais importante
de uma empresa: as pessoas. É de sua responsabilidade fazer com que a relação
dos empregados e do empregador seja harmoniosa, que a empresa permita com
que os empregados cresçam dentro da companhia e conquistem novas habilidades,
mas que os funcionários ajudem a empresa a alcançar todos os objetivos para se
desenvolver. Ao invés de dados quantitativos, o setor de recursos humanos analisa
dados qualitativos.

Figura 45. Qualidade x Quantidade.

Fonte: https://br.123rf.com/photo_55154451_stock-illustration-quality-versus-quantity-balance-business-and-marketing-concept-
3d-illustration-.html.

92
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

O RH analisa as questões humanas por meio de testes, dinâmicas e avaliações


qualitativas, não se preocupando com valores quantitativos. Através desses
processos, é possível constatar quais são os problemas que estão importunando
os funcionários ou até mesmo problemas relacionados à funcionários. Imagine
que de um dia para o outro o rendimento de um funcionário comece a despencar,
que ele não esteja fazendo bem ao ambiente de trabalho de outros funcionários.
Saberemos através dos resultados estatísticos o que pode estar influenciando
no rendimento dessa pessoa e intervir, fazendo com que ele volte ao seu estado
normal ou até melhor.

Ferramentas de estatística

Veremos agora alguns dos métodos e ferramentas utilizadas para analisar as


estatísticas dentro de uma empresa.

Método da distribuição de frequências

Esse método organiza os dados em grupos ou categorias/classes, pode ser dado


em número ou porcentagem. Por exemplo, queremos saber qual o número de
empregados que comparecem à empresa todos os meses. Teremos que juntar essa
informação mês a mês, desenvolvendo a frequência de empregados mensalmente.
Esse método pode ser utilizado em diversos quesitos, como o número de falhas que
uma máquina teve durante um mês.

Análise de índices

Por meio dessa análise, é possível tomar decisões a partir de dados que extraem
o desempenho de diversas variáveis com o decorrer do tempo, possibilitando um
confrontamento considerável entre elas.

Para realizarmos a análise de uma população, precisaremos antes analisar amostras


exageradas. Além desse primeiro obstáculo, também nos deparamos com o problema
de muitas vezes não saber quais informações devemos analisar.

Percebemos aqui que a amostra é uma ferramenta considerada imprescindível e


que, quando utilizada de forma correta, pode trazer informações muito relevantes
para uma boa tomada de decisão. Os bons resultados serão perceptíveis quando as
informações forem exatas ou quando for possível atestar que as amostras foram
utilizadas da maneira certa.

93
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Média

A média é uma outra ferramenta estatística muito utilizada. Por meio dela é
possível comparar se sua empresa está dentro da média ou se está defasada, tanto
para mais como para menos, das demais empresas do mercado. Uma empresa de
telecomunicações poder obter um controle maior sobre quantos equipamentos deve
adquirir ao longo do tempo, realizando uma análise de quantas novas linhas são
adquiridas mensalmente.

Figura 46. Média de altura de homens e mulheres.

HOLANDA
BRASIL LETÔNIA
1,83 TIMOR LESTE BRASIL
1,74 GUATEMALA
1,60 1,70 1,61
1,49

HOMENS MULHERES

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/brasileiras-crescem-e-sao-mais-altas-do-que-as-mulheres-de-129-
paises-7e1dvw09bwwc1v1q76txdyjv3/.

Mediana

O número médio de um conjunto de dados é considerado como mediana (Md). Para


descobrirmos esse número, precisaremos colocar a ordem de números de maneira
crescente ou decrescente. Veja o exemplo a seguir:

Considerando os números 2, 4, 6, 8 e 10, a mediana é o número 6. Portanto Md é igual


a 6.

Em casos em que o conjunto de elementos seja par, a mediana será encontrada pela
média dos dois valores centrais. Por exemplo:

Considerando os números 2,4,6,8,10,12, a mediana será a média entre 6 e 8, portanto


Md é igual a 7.

Moda

Entende-se por moda (Mo) o valor em um conjunto de dados que acontece com
maior periodicidade. Por exemplo, dentro de uma empresa constatamos que o
94
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

número que mais acontece quando se trata de defeitos nos equipamentos é zero,
ou seja, durante diversos dias nenhum equipamento apresenta defeitos.

Quando o conjunto de dados possuir dois valores com maior periodicidade, esse será
chamado de bimodal (duas modas).

Média ponderada

A média ponderada se diferencia da média simples, pois cada valor pertencente ao


conjunto deverá ser multiplicado por seu respectivo peso. Pense que uma máquina
pode parar de funcionar por diversos motivos, mas que um dos motivos seja mais
severo do que os demais e deva possuir maior relevância.

Média geométrica

Um pouco mais complexa do que as demais, na média geométrica devemos


multiplicar os valores oferecidos e extrair a raiz de índice igual à quantidade de
números multiplicados. Veja o exemplo a seguir:

»» Números oferecidos: 4 e 2

»» MG (média geométrica): MG2 = 4×2; MG2 = 16; MG = √16; MG = 16.

Variância e desvio padrão

Por meio desses elementos, será possível perceber o quão distante nos encontramos
da média, logo, eles irão permitir que a empresa constate o momento em que seus
padrões estão saindo dos conformes. Para facilitar o entendimento, vamos usar como
exemplo uma linha de produção.

Imagine que um equipamento responsável por moldar um produto sofra alterações


e passe a produzir esse produto com deformações, alterando seu resultado final.
Isso geraria desperdício de produtos e gasto com a manutenção do equipamento.
Poderíamos resolver esse problema facilmente utilizando um gráfico de controle,
ou ainda, realizando a manutenção do equipamento corretamente, através de
fiscalização. Obviamente, em alguns casos, só iremos perceber o problema quando
ele se tornar visível aos olhos. Na área de produção, especificamente, os modelos e
ferramentas estatísticas auxiliarão no controle do estoque e na aquisição de matérias,
entre outros.

95
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Controle estatístico do processo

O controle estatístico do processo, também conhecido como CEP, é uma ferramenta


utilizada na indústria capaz de prevenir e detectar defeitos nos processos em tempo
real. Essa ferramenta permite que a empresa aumente sua produtividade e reduza
desperdícios, como insumos e matéria-prima.

Podemos constatar se o processo está em conformidade ou não por meio de alguns


testes (em uma carta de controle), como:

Pontos fora do limite de controle

Quando encontramos pontos acima da linha LSC (Limite Superior de Controle) ou


abaixo da linha LIC (Limite Inferior de Controle). Os dados que resultam os pontos
fora do limite podem estar ligados a equipamentos mal ajustados ou a técnicas de
coleta equivocadas.

Figura 47. Pontos fora do limite de controle.

LSC

LM

LIC

Fonte: http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info78/78.html.

Sequência

Consideramos que os dados estão seguindo uma sequência quando completam


7 ou mais pontos consecutivos, tanto abaixo quanto acima da linha média (LM).
Podemos interligar essas sequências a possíveis alterações significativas no
processo, geralmente ocasionadas por troca de equipamentos, mudanças em
procedimentos operacionais ou diferentes matérias-primas. É preciso analisar
a sequência de forma profunda e extrair a informação se as causas para a sua
ocorrência favorecem ou prejudicarem todo o processo.

96
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

Figura 48. Pontos em sequência.

12 pontos consecutivos em um Sequência de 7 pontos


mesmo lado da linha média LSC

LM

LIC

Fonte: http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info78/78.html.

Periodicidade

Conseguiremos perceber a periodicidade apenas muito tempo depois. Sua


característica é que a curva apresenta alternância acima da linha média e abaixo
da linha média em espaços de tempo de amplitude parecidos. Normalmente, essa
situação está associada ao revezamento de empregados.

Figura 49. Periodicidade.

LSC

LM

LIC

Fonte: http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info78/78.html.

Tendências

Nesse caso, 7 ou mais pontos consecutivos irão apresentar a característica


de deslocar-se para cima ou para baixo de forma contínua. As causas para o
acontecimento de tendências podem ser: alterações de temperatura, pressão e
umidade do ambiente, deterioração das ferramentas etc.

Figura 50. Tendências.

Tendência decrescente Tendência ascendente


LSC

LM

LIC

Fonte: http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info78/78.html.

97
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Aproximação dos limites de controle

Ainda, entre as linhas LSC e LIC existem as linhas 2-sigma (tanto acima quanto
abaixo da linha média). Quando dois ou mais pontos estiverem entre a linhas 2-sigma
e LSC ou então entre as linhas 2-sigma e LIC, consideramos, então, a situação de
aproximação dos limites de controle. Observação: As linhas LSC e LIC também são
chamadas de Linha 3-sigma.

Figura 51. Aproximação dos limites de controle.

-sigma (LSC)
Linha 2-sigma

Linha média

Linha 2-sigma
Linha 3-sigma (LIC)

Fonte: http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info78/78.html.

Aproximação da média

A tendência é acharmos que quando algo se estabiliza tudo está dentro dos
conformes. Porém, esse não é um cenário muito positivo, pode-se entender que
na conjuntura de aproximação da média estejam ocorrendo instabilidades no
processo.

Para finalizar, lembre-se que os padrões demonstrados acima não são regras,
portanto, nem sempre consideramos algumas situações como a dos 7 pontos
consecutivos como anormais.

Probabilidade

Bem conhecida e bastante utilizada, a probabilidade nos mostra, em termos


quantitativos, a chance de que um episódio ocorra ou não. Isso fará com que as
escolhas da empresa sejam mais assertivas.

Figura 52. Probabilidade de uma moeda ser cara ou coroa.

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/probabilidade-possibilidade.htm.

98
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

No exemplo da foto anterior, podemos constatar que uma moeda só dispõe de duas
possibilidades de face, sendo elas “cara ou coroa”. Portanto, concluímos que as
chances de obtermos uma das duas faces é de 50%.

As estatísticas irão permitir que muitos riscos sejam evitados, principalmente


quando se tratam de riscos que acarretem problemas financeiros.

Hoje é sabido que modelos e ferramentas estatísticas são muito utilizados também
no setor financeiro (instituições bancárias, por exemplo), acompanhando por
meio dessas ferramentas como as pessoas se comportam em relação ao crédito,
inadimplência e mais.

Já é possível encontrar softwares que facilitam o acompanhamento dessas


ferramentas, mas é importante ressaltar que a empresa deve investir em
treinamentos para aqueles que ficarão responsáveis por realizar essa análise de
dados, tornando-os altamente eficazes e confiáveis.

Meios e métodos

Uma empresa irá reconhecer seus problemas através de meios e métodos já


existentes. Além de reconhecê-los, ela deverá saber como agir, a fim de estancar
esses problemas.

Pesquisa operacional

As tomadas de decisão serão realizadas por meio da utilização de modelos


matemáticos, estatísticas e algoritmos. A pesquisa operacional é mais utilizada para
analisar sistemas considerados complexos e, geralmente, seu propósito é aperfeiçoar
ou aprimorar seu desempenho.

Figura 53. Pesquisa operacional.

Modelos Estatísticas
Matemáticos

Algoritmos

Melhores Decisões

Fonte: próprio autor.

99
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Como exemplo de modelos, podemos citar: programação linear, modelo simplex,


método de Vogel etc.

A seguir, veja de forma resumida alguns outros métodos estatísticos para análise de
dados.

Métodos gráficos ou tabulares

Estas ferramentas serão responsáveis por auxiliar a pessoa responsável a


interpretar e analisar os dados:

»» tabela de frequência;

»» gráfico de quartis;

»» tabela de contingência;

»» gráficos de pontos;

»» gráfico de linhas;

»» ramo e folhas;

»» gráfico de barras;

»» ogiva (frequência acumulativa);

»» gráfico de Pareto;

»» histogramas;

»» gráficos de caixa (boxplots);

»» diagramas de dispersão;

»» gráfico temporal;

»» entre outros.

É preciso explorar muito os dados antes de iniciar a análise desses. Após essa
exploração e consequentemente depois de carregar os dados no sistema, será
necessário olhar para eles e procurar entender o que está acontecendo o tempo todo.
Atente-se para a diferença de análise exploratória e análise eficiente.

Métodos numéricos

Outras medidas que auxiliarão a analisar os dados de forma numérica, são:

»» média;

»» mediana;

100
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

»» moda;

»» quartis;

»» desvio padrão;

»» variância;

»» intervalo interquartil;

»» coeficiente de variação;

»» coeficiente de assimetria;

»» curtose;

»» coeficiente de correlação linear;

»» covariância;

»» coeficientes de associação;

»» entre outros.

A resposta para qual técnica deverá ser utilizada irá depender de algumas
variáveis contidas no conjunto de dados. Existem alguns métodos específicos
para lidar com problemas onde o interesse é em apenas uma variável e existem
outros métodos para quando o interesse for em duas ou mais variáveis e até
em como elas se relacionam. Vamos tratar problemas específicos por meio de
métodos específicos.

Figura 54. Variáveis qualitativas.

Qualitativas Qualitativas

Nominais Ordinais

Profissão; Escolaridade;
Sexo; Classe Social;
Religião. Fila.

Fonte: próprio autor.

101
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

Figura 55. Variáveis quantitativas.

Quantitativas Quantitativas

Discretas Contínuas

Número de filhos;
Altura;
Número de carros;
Peso;
Número de
Salário.
acessos.
Fonte: próprio autor.

Sistema PIMS

O sistema PIMS (Plant Information Management System – Sistema de Gerenciamento


de Informações da Planta) é um sistema de gerenciamento capaz de coletar dados
de diversas fontes, armazená-los e, ainda, cruzar suas informações, apresentando-
os de diversas formas. Além disso, todos os dados coletados são guardados em um
histórico, portanto, é possível acessar desde dados adquiridos recentemente como
os dados iniciais.

É possível visualizar todas as informações em formatos de gráficos, tabelas,


sinópticos e mais.

Os dados são obtidos através de fontes como PLCs (Power Line


Communications – controlador lógico programável), SCADA (Supervisory Control
and Data Acquisition – sistemas de supervisão e aquisição de dados), SDCDs
(Sistema digital de controle distribuído), normalmente, com base na interface
OPC DA/OPC UA (Open Platform Communications Unified Architecture). OPC UA
é a sucessora da OPC DA, um protocolo de comunicação máquina a máquina para
automação industrial.

A principal atribuição do sistema é transformar os dados em informações e


consecutivamente essas informações em conhecimento.

102
GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA │ UNIDADE II

As vantagens em possuir um sistema PIMS consistem em:

»» Antecipar tendências: ligada à ideia de termos tudo conectado no


futuro, apresentada pela internet das coisas na indústria 4.0.

Figura 56. Internet das coisas.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/03/conheca-6-aplicacoes-da-internet-das-coisas-que-ja-
estao-tornando-o-mundo-melhor.html.

»» Tomar decisões de forma inteligente: a partir do momento em


que você consegue concentrar todos os seus dados em um único lugar
e correlacioná-los, será possível obter melhor clareza para resolver
os problemas que surgirem. Dá-se o nome de Business Intelligence ao
processo de coletar dados, gerenciá-los e distribuí-los com o intuito de
gerar melhores tomadas de decisão.

Figura 57. Business Intelligence.

Fonte: https://farolbi.com.br/business-intelligence/.

103
UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE ATIVOS E SUA ESTRUTURA

»» Oportunidades de inovação: estudando e descobrindo novas


informações, hoje fará com que diversas possibilidades de inovação
sejam pensadas e criadas, levando o negócio a outros patamares.

»» Armazenamento histórico dos dados: nenhum ser humano


é capaz de guardar todas as informações necessárias para realizar
análises no futuro. O sistema proporciona a grande vantagem de que
todos os dados gerados sejam guardados e que você possa acessá-los a
qualquer momento.

Finalizamos esse capítulo ressaltando a importância do uso de ferramentas


estatísticas dentro das empresas, principalmente para tomadas de decisões
importantes que podem acarretar problemas financeiros ou operacionais.
Empresas que as deixam de utilizar estão fadadas a serem deixadas para trás,
perdendo para os concorrentes.

104
APLICAÇÃO UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Aplicação do gerenciamento de ativos
no setor de telecomunicações

Nesse último capítulo, focaremos na aplicação da gestão de ativos no setor de


telecomunicações, abordando a tecnologia RFID, sugerindo um processo para
implementação da tecnologia e de todo o restante do processo, analisando os pontos
fortes e fracos durante o caminho.

Adotando a tecnologia RFID


Vamos continuar com o exemplo do capítulo 2 – caso necessário, retome o que
foi apresentado no tópico “Uso da tecnologia RFID na gestão de ativos” – mas,
basicamente, é uma empresa de telefonia que precisa implementar uma nova
tecnologia para gerenciar seus ativos de uma forma mais detalhada.

A empresa teve conhecimentos sobre todas as normas que precisavam ser atendidas,
tanto para estar dentro da lei quanto para progredir na maneira como gerenciava
seus ativos, e chegou à conclusão de que a implementação da tecnologia RFID seria
a mais apropriada para atender suas demandas.

Vimos que ao entrelaçar a tecnologia da informação à gestão dos ativos estaremos


aptos a planejar um crescimento para a empresa, a saber exatamente onde todos
os seus ativos se encontram em tempo real, podendo realizar o gerenciamento e o
monitoramento do ciclo de vida dos ativos, sempre fazendo com que a produtividade
aumente e os custos decaiam.

Para a adoção da tecnologia, a empresa precisará inserir as etiquetas/tags em


todos os seus equipamentos e munir os locais onde eles se encontram com antenas,
fazendo com que o gerenciamento seja totalmente concreto.

105
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

A tecnologia tem o propósito de ser empregada a fim de possibilitar que a empresa


reconheça todos os seus ativos, desde o momento de sua compra até o momento em
que ele tenha que ser excluído, administrando todo seu tempo de vida útil.

Todos os empregados precisam estar cientes sobre a implementação de uma nova


tecnologia e serem preparados, até mesmo para lidar corretamente com os novos
sistemas e procedimentos. Tem-se a necessidade de instalar os leitores de RFID
em todas as estações telefônicas, recordar seus métodos de negócio e o suporte da
estrutura dos sistemas.

Como a empresa possui muitos ativos, é aconselhado que a empresa comece aos
poucos, realizando a implementação da tecnologia em apenas uma parte dos ativos,
como aqueles que são exigidos pela norma regulamentadora da Anatel (ativos
reversíveis). A agência exige que eles sejam gerenciados, que exista um controle
físico e organizado. Vamos, então, considerar um projeto experimental a seguir.

Projeto experimental

Como dito anteriormente, vamos realizar nosso projeto em um contexto bem


encolhido. As vantagens de se iniciar dessa forma é que a empresa poderá
realizar o controle de maneira tranquila. Para esse contexto, considere que a
tecnologia será implementada em apenas um tipo específico de equipamento
e simplesmente dentro de uma única estação. Assim sendo, é praticável que
realizem o monitoramento do programa com cuidado e zelo, observando os sinais
do que deverá ser aperfeiçoado e executando avaliações mais decisivas sobre
legitimar ou não o sistema RFID e, então, realizar a determinação das estratégias
de implementação.

Pense que o projeto experimental deve ocorrer em uma estação que seja expressiva
e de grande magnitude quando comparada às demais estações da empresa. Após
decidir pela estação, a empresa precisará optar por qual tipo de equipamento ela irá
querer começar esse controle.

Feito isso, o projeto deverá apoiar-se nos seguintes processos:

»» implantação (inserção);

»» movimentação exclusivamente no interior da estação;

»» baixa de equipamentos; e

»» inventário.

106
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Não quer dizer que não seja possível realizar o controle das movimentações
externas, como entre as estações de uma mesma cidade e até mesmo de estações
de diferentes estados, mas nessa primeira instância iremos considerar apenas
a movimentação interna. Depois do diagnóstico do projeto experimental, a
tecnologia poderá ser disseminada para todas as estações.

Vamos considerar os seguintes passos iniciais:

»» Escolher a estação para realizar o projeto experimental.

»» Definir quais equipamentos serão controlados.

»» Adquirir os elementos da tecnologia RFID: antenas, leitores, etiquetas


etc.

»» Instalar as etiquetas nos equipamentos definidos.

»» Instalar os leitores na estação escolhida.

As incumbências descritas acima deverão ser seguidas para todas as demais estações
quando o projeto se alastrar.

Não se deixe levar a pensar que o projeto experimental é muito pequeno ou que não
tenha sua validade. A intenção é a de que, ao aplicar essa experiência, a empresa
receba lições de como melhorar o processo de implementação, e que não sofra no
futuro quando se decidir por implementar o sistema RFID em toda sua extensão.
Através da repercussão desse primeiro projeto, existem grandes chances de que a
empresa adote o sistema para todos os equipamentos e estações.

A empresa ainda precisará analisar e aperfeiçoar todo o conhecimento sobre


os procedimentos e os suportes de seus sistemas. Reflita sobre o seguinte
pensamento. A empresa não irá passar apenas por uma instituição de novas
tecnologias, e sim por uma transformação de processos! É indispensável que os
sistemas atualmente presentes na empresa sejam examinados e considerados
no instante da implementação, dado que existirá a necessidade de que eles
continuem operando com o emprego da nova tecnologia.

Vamos seguir apresentando um modelo de como essa transformação pode ser


realizada, considerando os sistemas atuais de uma empresa.

Processos
Vamos considerar que na empresa em questão será preciso rever todos os conceitos
e processos quanto à gestão de ativos, para que possamos implementar a nova
tecnologia. Deverão ser ponderadas as premências regulatórias e os desejos de
aperfeiçoamento na cadeia de suprimentos.

107
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

Processos recentes, definidos para a admissão do plano de gerenciamento de ativos,


deverão ser recordados com a intenção de pensar e ponderar as urgências para a
implementação da tecnologia RFID.

Vamos tratar, a seguir, sobre os processos mais relevantes desse projeto.

Introdução dos ativos

Os ativos escolhidos para serem controlados no projeto experimental deverão estar


todos, sem exceção, etiquetados. Mesmo aqueles que ainda não forem utilizados e se
encontrem no estoque.

Considere que a empresa esteja distribuída geograficamente por todo o país,


com diversas estações. Sendo assim, na grande maioria das vezes, os ativos são
levados para suas respectivas estações sem passar por intermediários (como as
sedes de estoque), então, é sugerido que os equipamentos já se encaminhem para
suas estações com a tag RFID instalada desde o fornecedor. Por conseguinte,
será encargo da empresa negociar com seus maiores fornecedores para que eles
também sejam adeptos a essa tecnologia.

A apuração da quantidade, modelo e fabricante seguem sendo cumpridas por


intermédio da interação com o sistema integrado de gestão empresarial. O código
da etiqueta será enviado em conjunto com o envio do pedido e item de compra,
por meio do sistema de controle físico. Depois da confirmação dos dados para
recebimento, a área de interação de informações entre o sistema de controle físico
e o sistema integrado de gestão empresarial (ERP) será efetivado pelo código de
RFID, que se transforma em um novo código original de reconhecimento dos ativos.

Para cenários de ativos designados para amplificação de um equipamento já instalado,


é necessário que ele seja cadastrado no sistema de controle físico com o código RFID
da unidade pai/genitora. Dessa forma, evitamos que aconteçam erros na fusão de
equipamentos.

Feito isso, a tecnologia RFID já proporcionará o gerenciamento dos ativos,


assegurando automação e fidedignidade das informações nos sistemas.

Veja na figura 58, de forma simplificada, todas as etapas descritas acima.

108
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 58. Etapas propostas para implantação dos ativos.

{ERP} Retornar Executar


{Controleatividades
físico}
{ERP} Validar as
Registrar códigos mensagem com Alterar
para status
colocardo
Início informações
RFID OK e armazenar o equipamento
equipamentopara em
recebidas
código RFID funcionamento
"Implantado"

Atualizar status do
{ERP} Receber equipamento para
Receber o ativo na informações e
estação/estoque "em
código RFID funcionamento"/ativo
fixo

Registrar entrada {ERP}


Informar pedido do ativo através da
item de imobilizado Iniciar depreciação
leitura RFID dos ativos

{ERP}
Iniciar depreciação
dos ativos

Fonte: adaptada de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/28116/28116.PDF.

Movimentação dos ativos

Os ativos terão que ser movimentados em duas circunstâncias: quando precisarem


de algum tipo de restauro ou quando precisarem ser aprimorados. Na situação
em que a empresa se encontra, antes de efetivar a instalação do sistema RFID, em
nenhum dos casos existe um controle sobre os ativos nesse momento, pois ele não
possui nenhuma tecnologia a fim de monitorar esse processo e consequentemente
não consegue atualizar as informações de maneira conectada.

Com o sistema RFID em funcionamento, todos os ativos serão controlados, até


mesmo sua hora de entrada e saída da estação, e como o controle é realizado em
tempo real, as informações também serão automaticamente mudadas no sistema de
controle físico e no sistema integrado de gestão empresarial.

Sendo os ativos controlados pelos portais RFID, os dados recebidos serão enviados
para o sistema de controle físico automaticamente.

O mesmo processo será realizado quando o ativo estiver apto para voltar a funcionar
e, por meio da sua movimentação, o sistema irá disponibilizar a informação de
que o ativo já se encontra disponível para uso. Tenha em mente que todas as vezes
que acontecerem algum tipo de movimentação com o equipamento, o sistema

109
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

RFID realizará a leitura através dos leitores e os dados vão sendo atualizados.
Será possível acompanhar o local onde o equipamento se encontra, quando ele foi
movimentado, status atual do equipamento como disponível ou indisponível etc.

Ainda que existam peças ou equipamentos que não estejam sendo utilizados no
momento, eles são transferidos para o estoque e seu status no sistema consta como
disponível. Para peças e equipamentos que precisem de manutenções, após serem
levadas para a realização de reparos, elas irã aparecer em um estoque particularizado.

Por meio da aplicação do sistema RFID, os mecanismos de deslocamento dos ativos


se tornam automáticos, rápidos e confiáveis, uma vez que não tem necessidade de que
o sistema seja atualizado por uma pessoa (normalmente técnicos de campo), o que
poderia acarretar uma digitação errada.

Vamos analisar mais uma vez, por etapas, todo o processo descrito acima sobre a
movimentação dos ativos, os reparos e a ação de melhorar os ativos.

Todas as modificações de informações contidas nos sistemas como:

»» ponto físico;

»» situação de preservação; e

»» status do ativo.

Serão reproduzidas por meio de interfaces com sistemas de controle físico e


posteriormente com o sistema integrado de gestão empresarial ou ERP.

Lembrando que os fluxos apresentados são apenas uma proposta, podendo ser
melhorados ou modificados para melhor atender a cada empresa específica.

Figura 59. Etapas propostas para o processo de movimentação – reparo.


{Leitor}
Registrar entrada na
{Sistema físico}
estação do ativo, no
Início Atualizar status do
centro sobressalente,
ativo
por meio da leitura do
RFID

{ERP} {ERP}
Solicitar reparo Atualizar informações Atualizar informações

Fim
{Leitor}
Registrar saída do {Sistema físico}
ativo do estoque
sobressalente por Atualizar status do
meio da leitura do ativo
RFID

Fonte: adaptada de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/28116/28116.PDF.

110
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Dentro desse possível fluxo de movimentação, vamos supor ainda que fossem
inseridos outros passos, como a análise se o ativo ainda possui defeitos ou não e se
ele deve ser baixado ou não. Cada empresa irá criar o seu fluxograma com base no
que for necessário.

Na figura anterior, foi sugerido um fluxo de processos para a movimentação


quando se tratando de reparos. Na figura abaixo, está sendo sugerido um fluxo
para os processos de movimentação quando se tratando de melhorar o ativo.

Também poderiam ser inseridas etapas com a realização de perguntas sobre o destino
do ativo estar definido ou não e, então, dependendo da reposta, os processos seguem
caminhos distintos.

Figura 60. Etapas propostas para o processo de movimentação – otimização do ativo.

Se for utilizar o ativo


{ERP}
segue, caso contrário
Início Armazenar lista
volta ao bloco
otimização
anterior

{ERP} {ERP}
{Controle físico}
Receber informações Selecionar ID na lista
Desconectar clientes
do ativo otimização

Se for utilizar o ativo


Remanejar segue para o próximo
passo, caso contrário o IMPLANTAÇÃO
equipamentos ERP atualiza as
informações

{Leitor}
Registrar saída do {Sistema Físico}
ativo da estação por Atualizar status do
meio da leitura do cliente
RFID

Fonte: adaptada de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/28116/28116.PDF.

Figura 61. Entrada e saída de produtos do estoque.

Fonte: http://www.excelplanilhasprontas.com.br/planilhas/controle-de-estoque-excel/.

111
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

Baixa dos ativos

Esse processo quase não sofre modificações em relação ao vigente. Quando for
preciso realizar uma baixa por diminuição da vida útil, será feita uma leitura pelos
leitores de RFID e, então, o status do ativo será atualizado no sistema de controle
físico. Em situações de acontecimentos desagradáveis como acidentes e roubos,
a baixa será acionada por meio da localização física do bem, podendo obter seu
código RFID equivalente.

Veja abaixo as etapas de maneira mais simples.

Figura 62. Etapas propostas para a baixa de itens furtados/acidentados.

{Controle físico}
Se for furto ou Informar localização
Início
acidente e atualizar status do
ativo

{ERP}
{ERP}
Necessidade de Efetuar baixa e
Receber solicitação
baixa atualizar status do
de baixa
ativo

{Leitor}
{Controle físico}
Registrar entrada do
Solicitar baixa e Fim
ativo por meia da
informar motivo
leitura RFID

Fonte: adaptada de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/28116/28116.PDF.

Inventário

Algumas empresas realizam o inventário pelo menos uma vez ao mês. Vamos
assumir que a empresa em questão não possui nada estabelecido quanto à
periodicidade de inventários.

A partir dessa informação já é possível imaginar que a empresa apresentava


muitas incoerências nas informações sobre os ativos nos diferentes sistemas, e foi
exatamente o que a empresa constatou ao realizar um grande inventário durante a
fase de realização do projeto de gerenciamento de ativos.

Usando a tecnologia RFID, é possível agora construir o processo do inventário e


realizá-lo periodicamente, já que a partir do uso dos leitores será possível realizar
esse trabalho de maneira ágil e garantida. Quanto mais inventários forem realizados,
menor será a inconsistência de informações entre os sistemas, trazendo ainda mais
fidedignidade aos dados.

112
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Evidenciando um comparativo entre as respostas vigentes e as propostas, a


tabela a seguir irá mostrar, de forma resumida, pontos de transformação que são
fundamentais.

Tabela 10. Resumo dos processos atuais x propostos.

Processos
referentes aos Atualmente Proposta
ativos
Os dados referentes aos ativos só são registrados no Registrar o ativo logo quando ele chega na estação pela
momento em que eles são usados. O controle é feito primeira vez. Cada ativo recebe uma etiqueta RFID e um leitor.
Implantação
por meio de ID recebido pelo ERP através de interface Todos os dados do equipamento são, incluindo seu local físico,
com o sistema de controle físico. armazenados e refletidos para os demais sistemas.
Todas as atualizações sobre o equipamento são feitas Atualizações realizadas de forma automática com auxílio da
Movimentação pelos técnicos de campo, de forma manual, por meio tecnologia RFID, reportadas para os demais sistemas por meio de
de formulários impresso. interfaces.
Atualização das informações de baixa realizadas por intermédio da
Atualização das informações de baixa realizadas por
Baixa tecnologia RFID pelo código ou pela localização (disparadas para
meio de ID.
o sistema).
Não possui nada estabelecido quanto à periodicidade Construir um processo de inventário para ser realizado
Inventário
de inventários. periodicamente.
Fonte: adaptada de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/28116/28116.PDF.

Sistemas

Os leitores precisam ser instalados em lugares como entradas, saídas e difundidos


das estações. Para facilitar o reconhecimento da movimentação de um equipamento,
ao passar por um leitor, ele emitirá um sinal sonoro, comprovando sua leitura pelo
sistema e consequentemente sendo identificado corretamente.

No caso apresentado, não estamos excluindo os sistemas existentes (controle


físico e ERP). Entenda como o sistema todo ficaria na figura abaixo.

Figura 63. Visão de todos os sistemas juntos.

ANTENAS

COMPUTAÇÃO
EM NUVEM
TRANSPORTADOR

SISTEMAS DE
GERENCIAMENTO
ETIQUETA ERP
RFID

LEITOR RFID REDE SEM FIO BANCO DE DADOS


APLICAÇÃO DE CONTROLE

Fonte: http://parson.com.br/.

113
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

Os sistemas existentes podem até não ser eliminados, mas para isso será
necessário fazer com que esses sistemas entendam o código RFID para que
ele seja armazenado. Precisamos resolver algumas pendências no começo do
processo de efetivação da nova tecnologia, sendo as mais importantes:

» » É preciso saber a quantidade de caracteres (letras, números)


do código RFID que será utilizado e se os sistemas já utilizados
precisarão de algum tipo de ajuste.

»» Estabeleça a quantidade de antenas que serão necessárias e defina


previamente os locais onde elas serão instaladas dentro da estação.

»» Escolha um bom lugar para fixar as tags nos equipamentos, onde


não haja a possibilidade de falha na leitura.

Elementos de sucesso para colocar a tecnologia


em prática
Veremos agora tudo aquilo que deve ser levado em conta para que a empresa
tenha sucesso na implementação da tecnologia com alguns detalhes.

Estabelecer um escopo
Nessa etapa, devemos demarcar todos aqueles processos que serão perturbados,
todos os sistemas que serão comprometidos, a tecnologia que será efetuada
e estabelecer todas as etapas do projeto, a começar do planejamento até o
mantimento após finalizada a instauração. Quando o escopo não é minucioso,
existem grandes chances de que prazos sejam perdidos e que, pior ainda, custos
aumentem, expectativas se transformem em frustrações e inclusive que o projeto
acabe em ruínas.

Precisam ser divididos ativos considerados como controláveis daqueles que serão
monitorados pela tecnologia RFID. Todos os processos dentro do sistema de
gerenciamento de ativos têm a necessidade de serem conferidos de tempos em
tempos, tanto para excluir processos que não são mais uteis quanto para inserir
novos processos necessários. Quanto aos sistemas, é necessário escolher qual deles
será o responsável por controlar fisicamente os ativos e estabelecer um nível de
granularidade sobre cada ativo.

Por último, mas não menos importante, é preciso prestar atenção no item
“integração”. Muitas vezes os sistemas não possuem suporte para conseguir
integrar todos os sistemas, dependendo dos equipamentos que foram escolhidos
para serem gerenciados. A escolha irá estabelecer o nível de dificuldade de
integração dos sistemas.

114
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Times multidisciplinares
Quando uma empresa opta por implementar um programa com a tecnologia RFID,
é preciso tomar certas precauções a fim de escapar de alguns problemas. Fazer
com que toda a empresa faça parte desse processo é um dos cuidados que devem
ser tomados. Envolver todo o time nesse projeto fará com que todos os setores
se sintam integrados e que nenhum deles possa causar qualquer tipo de estresse
quanto a resistências. Quando existe desalinhamento entre as áreas, as chances de
atraso na definição e execução do programa se tornam grandes.

Para a escolha do time que integrará o programa, pensando no seu êxito, deve-se
pensar em pessoas especializadas nas execuções de suas tarefas. Essas pessoas
precisam ter coerência em suas tomadas de decisão. É preciso salientar que, além
da integração de membros de todos os setores dentro do novo programa, aqueles
funcionários que já eram encarregados da gestão de ativos da empresa também
devem participar ativamente da implementação do sistema RFID. É ainda essencial
que todo o time de gerentes faça parte de todo esse processo. Alinhando as soluções
de problemas e a integração dos sistemas.

Caso a empresa sinta a necessidade de uma orientação, ela precisa recorrer a


consultores que possuam vivência comprovada em programas de implementação
de tecnologia RFID parecidos, incluindo os sistemas.

Para finalizar, é preciso pensar em como o programa será apoiado, financeiramente


falando. Os setores indispensáveis da empresa e seus stakeholders devem realizar
esse patrocínio, participando ativamente de decisões importantes, condução do
programa e assegurando que suas orientações sejam aprovadas e privilegiadas.

Prover um diálogo constante entre os times responsáveis pelo programa dentro da


empresa e os stakeholders trará mais segurança e encorajamento aos times, podendo
restringir consideravelmente problemas no decorrer do programa, facilitando no
veredicto de impasses.
Figura 64. Equipes multidisciplinares.

Fonte: http://blog.treinamentoomongeeoexecutivo.com/como-liderar-equipes-multidisciplinares/.

115
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

Necessidade de adaptação e perturbações


organizacionais

O gerenciamento de mudanças é composto por três fundamentos. Altamente


significativos, eles servem para avizinhar as pessoas que irão utilizar o serviço dos
resultados do programa. Por meio de treinamentos e diálogos direcionados será
possível extrair ações que reduzam o choque emocional e prováveis desorientações
percebidas com a introdução do novo sistema (nova tecnologia).

Os três fundamentos são:

»» alinhamento organizacional;

»» capacitação; e

»» comunicação.

É preciso desenhar quais serão os impactos sofridos no âmbito organizacional e


estabelecer um plano de ação para acompanhar essas perturbações, reconhecer
a carência de treinamentos por setores afetados, preparar e executar de maneira
fiscalizada um plano de habilitação e, por fim, erguer um plano de comunicação para
disseminar as alterações.

Pense que todos os funcionários da empresa devem reconhecer as mudanças de uma


mesma forma, portanto, será papel dos gestores e líderes passarem essa mensagem
de maneira igual. Isso acarretará uma perceptibilidade sobre o amanhã, fazendo com
que todos se responsabilizem por ações e decisões que predisponham o sucesso das
mudanças.

Não será fácil reconhecer todos os possíveis abalos nos processos e nas atividades
da empresa. É preciso que esse trabalho seja realizado por um time próprio que
realize uma análise abrangendo os processos atuais e os possíveis abalos quanto
às mudanças oferecidas. Após essa análise é preciso determinar atitudes de
comunicação e treinamentos que tenham como objetivo diminuir os danos com a
implementação da tecnologia RFID.

Capacitação

Conforme forem enumeradas as possíveis perturbações organizacionais, serão


automaticamente descobertas as carências de treinamentos.

Será preciso converter as respostas para os problemas encontrados em informações


que possam ser repassadas àqueles que não pertencem ao grupo designado para

116
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

realizar o novo projeto. É importante criar documentos que auxiliem nesses


treinamentos e pessoas capacitadas para realizá-los. Será necessário manter esses
documentos modernos e sempre renovados, englobando qualquer possível nova
mudança.

Figura 65. Treinamento.

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/treinamento-profissional-educacao-tutoriais-cursos-de-negocios_1744959.htm.

Perceba a importância desses treinamentos, visto que quando todos obtiverem


o conhecimento necessário para resolver possíveis problemas, o processo de
implementação se tornará mais simples e fácil. Nem sempre encontramos
pessoas disponíveis a transferirem seus conhecimentos, portanto, é necessário
assegurar que as pessoas certas estejam encarregadas dessa importante tarefa.
As pessoas que passarão pelo treinamento deverão estar qualificadas para realizar e
conduzir o novo processo sozinhas.

O treinamento referente à nova tecnologia pode ser simples, apenas uma


apresentação, por exemplo, pois ela é fácil de ser manuseada. Por outra via,
treinamentos mais complexos deverão ser criados quando se tratando de mudança de
processos e atividades.

Fases da implementação

Abaixo serão listadas indicações de possíveis etapas a serem seguidas para a


implementação da tecnologia RFID em uma empresa.

Fase 1 – Planejamento

»» Faça uma apuração dos processos e dos sistemas que irão compor o
novo projeto.

117
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

»» Reconheça todos os sistemas que serão atingidos.

»» Pesquise no mercado fornecedores da tecnologia RFID.

» » Se necessário, encontre bons consultores para o auxílio da


implementação da nova tecnologia.

»» Escolha os membros que farão parte da equipe do projeto (diretamente),


atendendo ao requisito multidisciplinar.

»» Compare suas práticas com outras empresas que já realizaram esse


mesmo processo por meio de benchmarking.

Fase 2 – Ilustração da solução

»» Estabelecer o padrão de processo sequente.

»» Qualificar os danos em processos e nas pessoas envolvidas.

» » Estabelecer a indispensabilidade de tecnologia (sistemas e


infraestrutura).

»» Arquitetar as manutenções necessárias nos sistemas de informação.

»» Definir o local onde as etiquetas serão instaladas nos produtos e onde


ficarão localizados os sensores.

Fase 3 – Projeto experimental

»» Escolha o local onde o projeto será executado (estação).

»» Estabelecer qual (ais) máquina(s) será (serão) controlada (s).

»» Realizar as manutenções nos sistemas de informação.

»» Inserir as tags nas máquinas.

»» Introduzir os leitores em seus devidos lugares.

»» Executar os treinamentos.

»» Acompanhar e analisar os resultados.

Fase 4 – Progredir com a implementação

»» Escolher novas estações para continuar a implementação.

»» Analisar os resultados.

118
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Todas as fases do projeto precisam ser acompanhadas por gerentes, a fim de não
deixar que esse novo programa se torne um fracasso. É preciso considerar os riscos
em todas as etapas, qualquer perturbação negativa deve ser descoberta logo no
início e descartada.

Encerramento
Apresentamos nesse capítulo e no decorrer da matéria como podemos realizar o
gerenciamento dos ativos físicos de uma empresa de telecomunicações por meio
do sistema que se utiliza da tecnologia RFID e do Sistema Integrado de Gestão
Empresarial (ERP). Esse gerenciamento é realizado com o intuito de conquistar o
controle de todos os ativos, inclusive quando eles têm de circular entre as estações.

Antes de ser implementada, foi constatado que a aprovação da nova tecnologia deve
ser considerada como um propósito de negócio, devido aos seus custos.

O projeto se torna viável, economicamente falando, por proporcionar diminuição


de gastos operacionais e financeiros e aumentar a competitividade no mercado.
Vimos que podemos diminuir os gastos operacionais por meio do monitoramento
constante dos equipamentos, evitando manutenções extras e otimizando o seu tempo
de serviço. Ainda se tem diminuição no gasto financeiro, pois a empresa não terá que
pagar multas devido penalizações enviadas pela Anatel (por motivos de incoerência
nas informações fornecidas), coibição de furtos e gestão decisiva do ciclo de vida dos
ativos.

Vimos ainda que o projeto consiste em aumentar a rapidez com que as informações
sobre os ativos são fornecidas, beneficiar o ambiente de trabalho e fazer com
que os funcionários se sintam mais motivados, acrescer a fidedignidade das
informações referente aos ativos e fazer com que a imagem da empresa no
mercado seja favorecida.

Figura 66. Sucesso no gerenciamento de ativos.

Fonte: https://www.freeshop.com.br/blog/motivando-a-equipe-quando-e-como-premiar-colaboradores/.

119
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

Conclusão geral

A fim de apresentar uma conclusão geral, espera-se que por meio desse material
seja possível compreender que uma empresa que já possui um sistema de gestão
de ativos vivo pode tornar todo o processo mais simples e descomplicado quando
se tratando de questões administrativas como o time que ficará encarregado de
realizar cada uma das etapas sugeridas, uma vez que já é possível reconhecer quem
irá desempenhar cada papel da melhor forma possível e apenas redirecioná-los.

Ao mesmo tempo, uma empresa que possui gestão de ativos nula é capaz de fazer
com que todos os funcionários comprem a ideia do novo sistema e se empenhem para
fazer parte desse passo importante. É necessário sempre lembrar de que tudo que
começa do zero irá precisar de muito auxílio, portanto, é muito viável estar preparado
em termos de treinamentos e pessoas qualificadas. Para que a empresa alcance um
resultado sustentável, será necessário muito esforço e constante atualização sobre o
que anda acontecendo no mercado externo, novas tecnologias, novos indicadores de
desempenho, novos sistemas.

Nenhum trabalho proposto neste material é impossível de ser realizado, visto que
as séries de normas ISO foram criadas com base nas melhores práticas que já eram
utilizadas por algumas empresas, sempre visando melhorar a qualidade de gestão
empregada.

Ressaltando mais uma vez o emprego da tecnologia RFID, podemos complementar


que essa já está sendo utilizada em diversos setores e seus resultados estão
demonstrando ser surpreendentes. Hoje já é possível realizar a identificação
automática de um produto sem que ele seja retirado de uma caixa.

Isso acarreta a diminuição de tempo gasto para identificar item a item, contar e
catalogar, por exemplo. Para a comodidade do cliente, pense na seguinte cena.
Você precisa fazer compras no supermercado, porém, ele se encontra sempre lotado
e com filas de espera enormes nos caixas. Há poucas semanas o supermercado
anunciou que suas filas caíram drasticamente, pois agora eles possuem um novo
sistema. Você obviamente não vai deixar de conferir, então faz uma nova visita
ao supermercado. Pega o seu carrinho normalmente e escolhe os itens, como de
costume. A inovação se encontra ao passar pelo caixa, e você perceber que é quase
algo mágico. Você passa com todo o carrinho e todos os itens são automaticamente
registrados no computador do atendente, aparecendo na tela o valor a ser pago,
e como resultado diminui-se tanto o tempo gasto na fila como em atendimento.
Isso é possível graças às etiquetas empregadas em todos os itens e ao novo leitor
presente no caixa, que fornece toda a informação necessária ao sistema.

120
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 67. Leitura sem necessidade de retirar o produto da caixa.

Fonte: http://www.technorhythms.com/how-large-scale-sectors-are-ramping-up-supply-chain-management-with-the-help-of-rfid-
technology/.

Existem tecnologias ainda mais avançadas que farão com que os itens sejam lidos
quando retirados das prateleiras ou colocados de volta. Adicionando ou retirando o
item do seu “carrinho de compras”. Será possível realizar o pagamento por meio de
um aplicativo, que irá liberar a passagem de saída do local (como em catracas, por
exemplo).

Já vimos no segundo capítulo como a tecnologia pode auxiliar em questões


de roubos e desaparecimento de itens. Vimos também a facilidade no quesito
rastreamento e controle de estoque, contemplando estoque mínimo e perecibilidade.

Como último exemplo, vamos pensar em termos médicos. Planos de saúde


geralmente acompanham um cartão de identificação. Seria muito mais simples e
satisfatório que esse cartão viesse com todo o seu histórico de saúde, como doenças,
vacinas tomadas, últimas consultas, entre outros. O tempo de atendimento seria
reduzido e o médico não teria que refazer as mesmas perguntas em todas as
consultas. Além disso, os hospitais também precisam gerenciar seus ativos, a fim
de aumentar sua eficiência e minimizar os erros.

Figura 68. Uso RFID no setor médico.

Fonte: http://activa-id.com.br/blog/rfid-para-hospitais-como-a-tecnologia-rfid-pode-ajudar-no-setor-da-saude.

121
UNIDADE III │ APLICAÇÃO

O controle dos ativos de uma empresa por meio da gestão, trará também o benefício
de inserir a cultura de inovação no ambiente de trabalho se essa conseguir fazer
com que todos os funcionários se interessem pelo que está acontecendo ao seu redor.

É indispensável que os resultados gerados pela implementação do novo modelo de


gestão sejam apresentados a todos os funcionários, fazendo com que eles percebam
que o sistema está funcionando graças à ajuda de todos. Os funcionários precisam
fazer parte do processo e sentir que seu exercício dentro dele seja indispensável. Um
funcionário motivado irá gerar melhores frutos para a empresa.

Por fim, realizar o gerenciamento de riscos de forma correta e escolher as melhores


ferramentas de análise estatística farão com que o sucesso seja certeiro. A estatística
já vem sendo utilizada desde a antiguidade como controle de natalidade e mortalidade.

As informações apresentadas neste material servem de auxílio e sugere-se que as


referências sejam estudadas quando necessário. É indispensável que aqueles que
desejam implementar um sistema de gestão de ativos dentro de uma empresa irão
precisar analisar de forma minuciosa todas as normas impostas pela Organização
Internacional para Padronização em seu material oficial, que deve ser adquirido por
meio do site http://abnt.org.br/adquira-sua-norma.

Para finalizar o material, gostaria de deixar algumas informações sobre certificações


profissionais existentes referentes à área de gerenciamento de ativos.

PNQC – Programa Nacional de Qualificação e


Certificação
Esse programa tem o intuito de capacitar as pessoas, dado o crescimento competitivo
entre as empresas e pela incansável busca de pessoas capacitadas para realizar tarefas
específicas.

As inscrições normalmente podem ser feitas pela internet e possuem um programa


que avalia os candidatos por meio de testes escritos e práticos.
Figura 69. Capacitação.

Fonte: https://blog.bcntreinamentos.com.br/tudo-que-voce-precisa-saber-para-investir-na-capacitacao-profissional-da-sua-
equipe/.

122
APLICAÇÃO │ UNIDADE III

Certificação x implementação

Diferente de implementar o sistema de gestão de ativos proposto é trabalhar para que


sua empresa consiga a certificação ISO 55000.

Apresentamos neste material os passos necessários para se implementar uma boa


gestão de ativos conforme a PAS 55 e a norma ISO 55000.

Lembrando:

Figura 70. Passos para a certificação.

1. Contexto da
Organização

2. Liderança

3. Planejamento

4.Suporte

5.Operação

6.Avaliação de
desempenho

7. Melhoria

Fonte: próprio autor.

123
Referências

Sites
http://abnt.org.br/adquira-sua-norma.

http://activa-id.com.br/blog/rfid-para-hospitais-como-a-tecnologia-rfid-pode-
ajudar-no-setor-da-saude.

http://acuraglobal.com.br/t-5c.php.

http://blog.portalpravaler.com.br/curso-de-estatistica/.

http://blog.treinamentoomongeeoexecutivo.com/como-liderar-equipes-
multidisciplinares/.

http://blogespecializacao.fdc.org.br/tipos-de-gestao-empresarial-quais-sao-e-como-
se-capacitar-para-cada-um/.

http://gestaodeequipes.com.br/conheca-6-modelos-de-gestao-e-saiba-como-definir-
o-seu/.

http://marcusmarques.com.br/empresas/o-que-e-o-ativo-circulante/.

http://parson.com.br/.

http://projetogerenciado.com.br/riscos-positivos-x-aumento-de-escopo/.

http://rfidblog.com.br/2015/02/estudo-estima-mercado-de-tags-rfid-tera-
crescimento-de-224-anualmente-pelos-proximos-3-anos/.

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http://www.abnt.org.br/.

http://www.abraman.org.br/noticias/pas-55-e-seu-historico.

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https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/4/2018/03/gestao-de-
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Outros

CARVALHO, J.M.C. Logística. 3. ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002. ISBN 978-972-
618-279-5.

128

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