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Zigbee: Análise da tecnologia Zigbee (Abril 2019)

David Fontes, Aluno, IPBeja, ESTIG
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Resumo—As WSN estão a ser gradualmente introduzidas nos
mais variados cenários aplicacionais, onde o Zigbee tem uma
forte presença, sendo esta uma das normas de transcetores mais
utilizadas no contexto da IoT a nível mundial. O Zigbee opera
sobre a norma IEEE 802.15.4 onde a especificação define as
operações de LR-WPAN, esta conta com a intenção de oferecer as
camadas fundamentais de rede inferiores de um tipo de rede de
área pessoal sem fio (WPAN), que se concentra na comunicação
omnipresente de baixo custo e baixa velocidade entre
dispositivos. As potencialidades do conceito da IoT, juntamente
com o baixo custo dos dispositivos eletrónicos atuais, vieram
agitar o mercado produzindo o desenvolvimento de várias
soluções adaptadas aos dispositivos atuais. Este artigo visa
apresentar um estudo detalhado da norma Zigbee assim como da
especificação IEEE 802.15.4, dos tipos de dispositivos Zigbee, da
sua arquitetura, das suas aplicações e comparações com
tecnologias com pontos em comum existentes no mercado.
Index Terms—IEEE 802.15.4, IoT, LR-WPAN, Zigbee, WSN
I. INTRODUÇÃO
300 empresas tecnológicas internacionais [2]. O Zigbee é um
protocolo que utiliza o standard IEEE 802.15.4 como base
para a transmissão de dados entre dispositivos e estende este
fornecendo a capacidade de estabelecer redes e de realizar o
encaminhamento (routing) dentro desta.
Quanto à norma IEEE 802.15.4, esta é gerida pela IEEE
15.4, um grupo de trabalho do Institute of Electrical and
Electronics Engineers (IEEE). Esta norma é na realidade
utilizada como base por muitos outros protocolos existentes,
tais como o 6LoWPAN.
A. Topologia
Devido ao seu curto alcance e à necessidade de cobrir
grandes áreas, este standard utiliza a topologia em malha
(mesh networking), no entanto, é possível também utilizar a
topologia em estrela ou em árvore de modo a limitar ou
controlar o encaminhamento. O protocolo foi concebido para
que independentemente da localização e disposição dos
dispositivos, a rede seja formada de forma automática sem
necessitar de intervenção humana na configuração ou
manutenção desta. Quando um dos dispositivos é removido ou

T ecnologias sem fios estão a ser desenvolvidas cada vez

mais célere devido aos avanços nos sistemas
microeletromecânicos, tornando possível a integração de
desligado, a rede tem a capacidade de se reorganizar
automaticamente, sendo esta considerada um capacidade
autorregenerativa (self-healing).
sensores, com processamento de sinal e capacidades de
radiofrequências (RF) em dispositivos extremamente
pequenos, de baixo consumo energético e baixo custo. O
Zigbee foi uma das tecnologias emergentes destes progressos,
onde esta visa proporcionar uma arquitetura robusta para a
comunicação entre dispositivos separados por curta ou média
distância, fornecendo desta forma meios para solucionar
vários problemas no contexto da Internet of Things (IoT).
Escalabilidade, fiabilidade, segurança, baixo consumo
energético, baixo custo de produção, sem fios e standard
aberto, são alguns dos vários motivos para considerar esta
tecnologia para o desenvolvimento de qualquer sistema em Figura 1: Tipos de dispositivos e topologias do Zigbee
que seja necessário a comunicação de vários dispositivos
fronteiriços.
Este protocolo opera sobre o standard IEEE 802.15.4, B. Tipos de dispositivos
fornecendo uma simples camada de rede e perfis aplicacionais O Zigbee conta com 3 tipos de dispositivos lógicos,
padrão que podem ser usados para criar soluções eletrónicas designadamente, o End Device (ZED), Router (ZR) e
de consumo interoperáveis de vários fornecedores. Isto tornou Coordinator (ZC).
possível a criação de soluções económicas para vários
problemas nas mais variadas áreas, designadamente, na saúde, 1) Zigbee End Device
agricultura, transportes, retalho, industria, entre muitos outros
[1]. Os End Devices são os principais responsáveis pela
monitorização e controlo do ambiente onde estes se encontram
II. ZIGBEE E IEEE 802.15.4 inseridos e são frequentemente encontrados nas pontas da
Zigbee foi desenvolvido pela Zigbee Alliance, onde esta é rede. Na maioria das vezes, estes são dispositivos contam com
uma parceria global que conta com um agregado de mais de as capacidades de um Reduced-Function Device (RFD),
indicando que estes não conseguem realizar todas as tarefas
Este artigo foi submetido no dia 25 de Abril de 2019. descritas na norma IEEE 802.15.4, como tal, estes dispositivos

são utilizados maioritariamente para realizarem tarefas
simples e rápidas, e posteriormente, dormirem até que seja
necessário repetir o processo. Deste modo, este tipo de
dispositivo são indicados para funcionar em bateria e
conseguem permanecer em funcionamento durante anos até
que seja necessário realizar a sua substituição.
2) Zigbee Router
Este tipo de dispositivo é responsável por aumentar o
alcance físico da rede, servir como ponto de acesso à rede e
realizar o encaminhamento de dados. Ao contrário do tipo de
dispositivo anteriormente mencionado, este somente pode ser
utilizado como Full-Function Device (FFD), significando que
estes, podem realizar qualquer tarefa descritas na norma IEEE
802.15.4. Opcionalmente, para além das responsabilidades
acima indicadas, estes podem ainda realizar as mesmas tarefas
que o Zigbee End Device mas não podem entrar em modo de
poupança de energia e consequentemente, não são indicados
para funcionar em bateria. Quantos mais dispositivos houver
na rede, mais Zigbee Routers serão necessários para realizar o
encaminhamento de todo o tráfego, como tal, podem existir
tantos quanto necessários na rede.
3) Zigbee Coordinator
Este tipo de dispositivo é um router especial, pois
Zigbee Coordinator conta com todas as capacidades de um
router habitual mas conta ainda com as responsabilidades da
criação e manutenção da rede. Para tal, este começa por
selecionar o canal de radiofrequência apropriado e os
identificadores da rede (PAN Id de 16 bits e Extended PAN Id
de 64 bits), posteriormente seleciona o modo de segurança.
Este tipo de dispositivo só pode ser utilizado como FFD e tem
que existir exatamente 1 por rede, contudo, pode servir de
ponte entre várias redes.
C. Consumo e distância
A potência necessária para alimentar um dispositivo
de comunicações Zigbee é extremamente reduzida, na maioria
dos casos este utiliza 1mW ou menos e ainda assim consegue
um alcance de 150 metros com recurso à técnica Direct
Sequence Spread Spectrum (DSSS) [3], no entanto, é possível
amplificar o sinal de modo a aumentar o alcance sem
ultrapassar os limites impostos pela regulamentação regional
em vigor, contudo, é de notar ainda que estes valores só são
encontrados em campo aberto, em campos com vários
obstáculos, as distâncias máximas decrescem
substancialmente.
D. Frequência
O protocolo é suportado a nível mundial, no entanto
este opera em frequências diferentes dependendo da região, na
Europa a frequência utilizada é a 868 MHz, 915 MHz na
América do Norte e Austrália e 2.4 GHz no resto do mundo.
Estas frequências pertencem às bandas Industrial, Scientific
and Medical (ISM) que são bandas reservadas
internacionalmente para o uso das RF no contexto descritas no
seu nome. Estas bandas são massivamente utilizadas devido ao
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facto de não ser necessário licenciamento para a sua utilização
desde que algumas regras sejam cumpridas, nomeadamente, o
tempo máximo de utilização (duty cycle) do espectro, potência
máxima de transmissão para uplink e downlink e o máximo
ganho de antena. Similarmente às frequências utilizadas, é de
notar que, as regras variam consoante a entidade reguladora e
a região onde os dispositivos se encontrem inseridos.
Figura 2: Canais do espectro utilizado pelo Zigbee
E. Modos de acesso
O protocolo Zigbee conta com dois modos de operação na
rede, estes são o modo Beacon e Non-Beacon.
1) Beacon
Neste modo, os Zigbee Routers transmitirão periodicamente
mensagens de sinalização, ou seja, beacons, informando os
outros nós da sua presença, que apenas precisam de estar
ativos no momento da sinalização. Deste modo, os
dispositivos Zigbee podem manter-se no modo sleep entre
sinalizações, reduzindo bastante o consumo energético. O
intervalo de tempo entre o envio sucessivo de dois beacons
pode variar entre os 15,36 ms e os 251,65 ms para uma taxa de
250 kbps. Contudo, há que realçar o facto da redução do duty
cycle implicar a existência de uma temporização de elevada
precisão, o que poderá vir a colidir com o interesse em
produzir um dispositivo de custos reduzidos.
2) Non-Beacon
No modo de operação alternativo, a maioria dos dispositivos
mantém os seus recetores permanentemente ativos,
aumentando assim o seu duty cycle e consequentemente,
havendo um maior consumo energético, podendo tornar-se
necessário a utilização de fontes de alimentação com maiores
capacidades.
III. ARQUITETURA DO PROTOCOLO
Esta arquitetura é inspirada no modelo Open System
Interconnection (OSI) criando vários níveis de abstração e
responsabilidades entre os vários níveis. Como mencionado
anteriormente, o Zigbee opera sobre o standard IEEE
802.15.4, onde este define o nível físico (physical layer) e o
nível de ligação de dados (MAC layer). A aliança define o
nível de rede (network layer) e o nível aplicacional
(application layer). Adicionalmente, esta arquitetura suporta
ainda a utilização de mecanismos de segurança de modo a
garantir autenticidade e confidencialidade. Na Figura 3
podemos consultar a arquitetura resultante do protocolo

Zigbee.
Figura 3: Arquitetura do protocolo Zigbee
A. Nível físico
Este é o nível mais próximo do equipamento físico, onde
este controla e comunica com o rádio transcetor diretamente.
Este nível controla todas as tarefas que envolvem o acesso do
Zigbee ao hardware, incluindo a inicialização deste, a
ativação e a desativação do transcetor, a deteção de energia
(ED – Receiver Energy Detection), a indicação da qualidade
da ligação (LQI – Link Quality Indication), a seleção do canal
e ainda a transmissão e receção de pacotes através do meio
físico. Estas responsabilidades são de extrema importância
tendo em conta o facto deste protocolo operar num espectro de
radiofrequências não licenciado, pois esta alocação de
frequência não só é extremamente pequena em comparação
com outras alocações, mas também ativamente utilizada por
vários dispositivos facilmente encontrado em qualquer
habitação, nomeadamente os routers Wi-Fi, micro-ondas,
monitores de bebés, campainhas sem fios, equipamentos
Bluetooth, entre outros. Como tal, é vital que antes dos
dispositivos emitirem qualquer mensagem, estes primeiro
ativem o modo de receção e detetem e estimem o nível da
energia do sinal no canal desejado [4].
Esta camada suporta 3 bandas de frequência, somando os
canais a um total de 27. As 3 bandas possuem a capacidade de
utilização da técnica DSSS. É possível visualizar na Tabela 1
as diferenças no modo de operação do protocolo nas 3
frequências distintas.
Parâmetros/Frequência 868 MHz 915 MHz 2450 MHz
Canal 1 10 16
Velocidade 20 kbps 40 kbps 250 kbps
Região Europa EUA Mundial
Tabela 1: Diferenças entre as várias frequências ISM
Esta camada fornece dois serviços, o PHY Data Service e o
PHY Management Service. O primeiro ativa a transmissão e a
receção das unidades de dados do protocolo através do canal
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físico de radiofrequência e o segundo faz a interface com o
ponto de acesso (SAP – Service Management Entity), onde
este último também pode ser designado por PLME-SAP. Deste
modo, as principais funções da camada física são a ativação e
desativação dos transcetores, deteção de energia, verificação
da qualidade do link, seleção de canais, acesso a canais livres,
transmitir e receber pacotes de dados através do meio físico.
Sendo assim, a camada física cria um interface entre a
camada de ligação de dados e o canal de rádio físico através
do firmware e hardware de radiofrequência. O PLME conta
com a responsabilidade de manter uma base de dados (PIB –
PHY Pan Information Base) de objetos pertencentes à camada
física. No que diz respeito ao serviço de dados do nível físico,
este é responsável pela transferência de MPDUs (MAC
Protocol Data Unit) entre as várias entidades do nível de
ligação de dados.
B. Nível de ligação de dados (MAC)
Este nível conta com a principal função de controlar o
acesso aos canais de RF, utilizando para isso mecanismos de
prevenção de colisão de dados por via do método CSMA-CA
(Carrier Sense Multiple Access – Collision Avoidance). Para
efetuar este controlo, é necessário estabelecer uma
comunicação com a camada inferior, ou seja, o nível físico.
Além disso, este nível define também o tipo de dispositivos
permitidos na rede e a estrutura de tramas (frames)
admissíveis. Controla ainda o processo de sinalização, ou seja,
faz a sincronização e transmissão de beacons, de modo a
existir fiabilidade no funcionamento da rede.
Similarmente ao nível anterior, este fornece também dois
serviços, nomeadamente, o MAC Data Service e o MAC
Management Service. O MAC Data Service ativa a
transmissão e receção de unidades de dados do protocolo
MAC através do serviço de dados do nível físico. Quanto ao
MAC Management Service, este fornece uma interface com o
ponto de acesso SAP (Service Access Point) da entidade de
gestão da camada MAC (MLME – MAC Sublayer
Management Entity). Deste modo, este nível conta como
principais funções, a gestão de beacons, acesso aos canais
utilizando CSMA-CA, validação de tramas, entre outros.
C. Nível de rede
Este é, hierarquicamente, o primeiro nível definido pela
norma Zigbee e tem como responsabilidade a descoberta de
novos dispositivos que possam passar a integrar a rede,
armazenando as informações relativas aos mesmos, a
atribuição dos endereços aos dispositivos membros da rede e a
monitorização das entradas e saídas destes. É através desta
camada que é feita a configuração de novos dispositivos e nela
estão também definidos os mecanismos de descoberta de rotas
e encaminhamento de informação.
Esta camada de rede é necessária para fornecer
funcionalidades que garantam o correto funcionamento do
MAC do IEEE 802.15.4 e também para fornecer um serviço
adequado para realizar o interface com a camada de aplicação.
Para interagir com a camada de aplicação, a camada de rede
contém na sua definição dois serviços que fornecem as
funcionalidades necessárias. Estas entidades são o serviço de
dados e o serviço de gestão. Tal como nas duas camadas
anteriores o serviço de gestão contém uma entidade (NLME –

Network Layer Management Entity) que através do seu SAP
fornece os serviços necessários. Deste modo, o NLME é
responsável pela criação de recursos que permitam à aplicação
interagir com a pilha (stack). Outros serviços próprios do
NLME são:
1) Configuração de novos dispositivos – a capacidade de
configurar a stack de operação é necessária. As opções de
configuração incluem o início de operação como um ZC ou o
processo de integrar uma rede já existente.
1) Criação de uma rede – estabelecimento de uma rede nova
sendo esta inicializada pelo ZC.
2) Juntar-se ou abandonar uma rede – é a capacidade de se
juntar ou deixar uma rede e também a capacidade de um ZC
ou ZR solicitar a um dispositivo que este abandone a rede.
3) Endereçamento – é capacidade dos ZC e ZR atribuírem
endereços a dispositivos que se juntem à rede.
4) Descoberta da vizinhança – descoberta, registo e
comunicação de informações relativas aos “vizinhos” diretos
de um dispositivo.
5) Descoberta de rotas – descoberta e registo de rotas
através da rede, descobrindo desta forma caminhos para as
mensagens possam ser devidamente encaminhadas.
No que diz respeito ao dos serviços de dados contém uma
entidade (NLDE – Network Layer Data Entity) que fornece o
serviço de transmissão de dados através do seu Service Access
Point (SAP). O NLME utiliza o NLDE para conseguir levar a
cabo algumas das suas tarefas de gestão e também mantém
uma base de dados dos objetos geridos, conhecidos como
NIBs (Network Information Base). O NLDE fornece um
serviço de dados que permita a uma aplicação transportar
APDUs (Application Protocol Data Units) entre dois ou mais
dispositivos que façam parte da mesma rede. Deste modo, o
NLDE fornece os seguintes serviços:
1) Criação de NPDUs (Network Protocol Data Units) – o
NLDE consegue gerar uma NPDU a partir de uma PDU da
camada de aplicação através da adição de um cabeçalho
apropriado do protocolo.
1) Topologia específica de encaminhamento – o NLDE
deve ser capaz de transmitir uma NPDU para o devido
dispositivo quer este seja o destinatário final da comunicação
ou o próximo passo para chegar ao destinatário final.
2) Segurança – é a capacidade de garantir a autenticidade e
confidencialidade de uma transmissão.
B. Nível de aplicação
Por último, este é o nível mais elevado de abstração desta
arquitetura, este contém a sub-camada Application Support
Sublayer (APS), o Zigbee Device Object (ZDO) e a
Application Framework (AF). Esta camada tem a função de
garantir uma gestão correta e um suporte fiável para as
diversas aplicações.
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A APS fornece um interface entre o nível de rede e o nível
de aplicação através de um conjunto geral de serviços que são
usados pelo ZDO e pelas aplicações definidas pelo fabricante.
Os serviços desta camada são fornecidos pelas seguintes
entidades:
1) APS Data Entity (APSDE), através do Application Service
Data Entity Access Point (APSDE-SAP). Esta entidade torna
possível a transmissão de dados para o transporte de PDUs de
aplicação entre dois ou mais dispositivos localizados na
mesma rede incluindo uma filtragem das mensagens
endereçadas ao grupo. A APSDE suporta ainda a fragmentação
e reconstrução dos pacotes maiores que o payload suportado
pelas Application Service Data Units e garante ainda um
transporte de dados viável.
2) APS Management Entity através do Application Service
Management Entity Access Point (APSME-SAP). Esta
entidade fornece serviços de segurança, registo e remoção de
endereços de grupo e ainda mantém uma base de dados dos
dispositivos geridos que tem o nome de APS Information Base
(AIB). O AIB suporta o mapeamento de endereçamentos entre
endereços IEEE de 64 bits e endereços de rede de 16 bits.
A Application Framework é um ambiente em que os
objetos de aplicação estão guardados em dispositivos Zigbee.
Dentro desta Framework os objetos de aplicação enviam e
recebem dados através do APSDE-SAP, realizando funções de
controlo e manutenção das camadas de protocolo do
dispositivo Zigbee e inicialização de funções de rede standard.
O serviço de dados utilizado por estes objetos incluí funções
de pedido, confirmação, resposta e primitivas de indicação
para a transferência de dados, que são utilizadas para indicar a
transferência de dados da APS para a aplicação ou entidade de
destino. As funções de pedido suportam transferências de
dados entre aplicações de entidades de objetos.
Os Zigbee Device Objects representam uma base de
funcionalidades que fornece um interface entre os objetos de
aplicação, o perfil do dispositivo e a Application Support
Sublayer. Os ZDO situam-se entre a Application Framework e
a Application Support Sublayer. Estes objetos têm o objetivo
de satisfazer os requisitos de todas as aplicações que estejam a
ser executadas na stack do protocolo do Zigbee. Os ZDO são
responsáveis pela inicialização da APS, camada de rede e
serviço de segurança e juntar informações de configuração das
aplicações finais para determinar e implementar a descoberta e
gestão de segurança e rede. Estes objetos têm interfaces
publicas com os objetos da Application Framework para que
estes possam fazer o controlo de funções de dispositivo e de
rede.
Por fim, é de notar que existe também um Security Service
Provider fornecido pelo protocolo Zigbee, sendo que este
serviço oferece mecanismos para o nível de rede e de
aplicação para estes, onde cada um destes é responsável pela
segurança das suas tramas através de métodos como o
estabelecimento de uma chave, transporte desta, proteção de
trama e gestão de dispositivos.
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IV. TECNOLOGIAS SEMELHANTES

Zigbee é uma tecnologia com tremendas potencialidades,
contudo esta não é a única no mercado. Esta secção visa
analisar vários protocolos existentes no mercado com algumas Zigbee Z-Wave
similaridades com o protocolo Zigbee, tais como o Wi-Fi,
Especificação IEEE 802.14.5 ITU-T G9959
Bluetooth Low Energy (BLE) e Z-Wave.
Fundação Zigbee Alliance Z-Wave Alliance
A. Wi-Fi
Este protocolo foi desenvolvido pela Wi-Fi Alliance que já Lançamento 2013 2013
conta com múltiplas versões no mercado, nomeadamente, as Frequência 868 MHz-2.4 GHz 900 MHz
versões 802.11a, 802.11b, 802.11g, 802.11n, entre outras. O
Wi-Fi tem como foco principal a transmissão de dados por Distância 10 - 100 m 30 - 100m
radiofrequências de curta e média distância a uma alta Velocidade 250 kbps 40-100 kbps
velocidade, consequentemente, este protocolo acaba por
necessitar de muita energia e como tal, os dispositivos deve Topologia Malha Malha
estar ligado à uma fonte de energia não finita. Ainda assim, Máximo nós 65536 232
também existem algumas similaridades com o Zigbee, pois o
Wi-Fi também opera nas bandas ISM fazendo com que estes Consumo Baixo Baixo
compitam pelas bandas livres. Claramente, estes dois energético
protocolos ainda que partilhe algumas similaridades, tem
casos de uso muito distintos e como tal, não são (por agora) Tabela 2: Comparação entre Zigbee e Z-Wave
concorrentes diretos. Como é possível observar, estes dois protocolos são
semelhantes em vários aspetos, no entanto há pontos em que
B. BLE um é melhor que outro, e como tal, na hora de utilizar um
destes dois protocolos é necessários fazer um levantamento de
O Bluetooth Low Energy (BLE), também referido como requisitos para saber qual dos dois protocolos é mais adequado
Bluetooth Smart, é um subconjunto ultra-leve do Bluetooth nesse cenário.
tradicional. Ainda que o BLE tenha algumas similaridades
com o Bluetooth tradicional, este provem de uma origem V. CONCLUSÃO
totalmente diferente, tendo sido criado pela Nokia como um
projeto interno que posteriormente, foi adotado pela Bluetooth Após a análise realizada a estes dois protocolos e às suas
SIG [5]. Algumas das características deste protocolo, são o seu respetivas diferenças, podemos concluir que a decisão sobre a
baixo consumo energético, vários modo de acesso e utilização de qualquer um destes dois, irá depender das
velocidade média na transmissão de dados. À primeira vista, funcionalidades pretendidas no sistema a ser desenvolvido. No
este protocolo assemelhasse bastante ao Zigbee, contudo estes caso de somente ser necessário estabelecer uma comunicação
também tem objetivos diferentes. Ainda que o BLE permita a ponto a ponto ou até mesmo com pontos múltiplos, o standard
topologia em malha, este não é o seu caso de uso primário IEEE 802.15.4 é definitivamente um bom candidato a ser
como tal há muitas funcionalidades presentes no Zigbee que utilizado no contexto da IoT, contudo para o desenvolvimento
não existem no BLE. de um sistema mais complexo e elaborado, a utilização do
protocolo Zigbee poderá ter as suas vantagens, tais como a
C. Z-Wave criação de redes escaláveis, a gestão destas de forma
automática, a sua capacidade autoregenerativa, a sua
Este protocolo é gerida pela Z-Wave Alliance e primariamente
interoperabilidade, entre muitas outras. É possível acrescentar
utilizado em automação domestica. Este caso de uso, é
ainda, que estas vantagens fazem do Zigbee um protocolo
bastante semelhante ao do Zigbee e como tal, este protocolo
extremamente robusto e justifica assim a sua ascensão no
também utiliza a topologia em malha para fornecer soluções
mercado IoT.
adequadas. O Z-Wave, contudo conta com mais de 100
milhões de produtos a nível mundial [6] fazendo deste um
protocolo bastante popular com muita força no mercado. REFERENCIAS

De todos os protocolos anteriormente mencionados, o Z-Wave [1] https://www.cs.odu.edu/~cs752/papers/zigbee-001.pdf

é o que mais se assemelha ao Zigbee em termos de [2] https://www.zigbee.org/zigbeealliance/our-members/
[3] Muthu Ramya.C, Shanmugaraj.M and Prabakaran.R, “Study on
velocidades, fiabilidade, consumo energético, topologia, entre Zigbee Technology”
outros. Na Tabela 2 podemos consultar com maior rigor as [4] https://www.sciencedirect.com/topics/computer-science/energy-
suas diferenças e quais os pontos fortes de cada um. detection
[5] https://www.bluetooth.com/bluetooth-technology/topology-options/
[6] https://z-wavealliance.org/about_z-wave_technology/
[7] https://www.iot-now.com/wp-content/uploads/2015/08/technical-
specifiactions1.jpg