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DM Debora de Jesus Lima Melo

Sociologia III
Profª. Débora de Jesus Lima Melo

Cultura: um conceito antropológico

Cultura é toda e qualquer produção humana, material ou imaterial. 


Como a maioria dos conceitos, o de cultura tem seu campo semântico e uma dimensão temporal.

O que se pensa hoje sobre cultura, nos estudos sociológicos e antropológicos é resultado de uma construção realizada por
um conjunto de estudiosos para compreender realidades sociais específicas.
A disciplina que se dedicou ao estudo das culturas e surge como um campo de estudos na Era
moderna. 

Expansionismo europeu
Interesse econômico: descoberta de novos territórios, especiarias, mercado consumidor;
Contato entre europeus e as sociedades das Américas da África e da Ásia;
O contato entre as culturas
Reações: Estranhamento; Repulsa pelo “estranho”; Fascínio romantizado pelo “outro”.

Que são esses recém descobertos (ameríndios, negros, melanésios, indígenas, etc.)? São bestas ou são seres humanos
como “nós”, europeus? 

Até o fim do século XVII, a explicação dos “outros” passava pela Teologia e pela Escritura, que tinham o monopólio da razão e
da explicação.

Determinismo geográfico
As características naturais entre as regiões, como o clima e o relevo, causariam diferenças entre os seres humanos;

Determinismo biológico
As diferenças entre os povos seriam explicadas pela características físicas e genéticas. Estudiosos laçam mão do conceito de
raça já existente nas ciências naturais para nomear os “outros”, diferentes dos europeus.
Antropologia física ou Evolucionista
Diversos pensadores, estudiosos, cientistas passaram a investigar as singularidades humanas, baseados em aspectos
anatômicos, realizando uma comparação entre os povos:
Fenótipo;
Cabelos, olhos;
Forma e tamanho do crânio;
Inclinações, comportamentos e costumes;

O conceito de Raças humanas


O seu significado sempre esteve de alguma forma ligado ao ato de estabelecer classificações, primeiro, entre plantas e
animais e, mais tarde, entre seres humanos. Surge na era moderna.
Carl Gustav Carus: Caucasianos, mongóis, malaios, índios americanos, africanos, etc.;
A cada raça cabe um lugar no mundo e seus direitos são definidos pelo grau de importância que detém na ordem
evolutiva;
Doutrina chamada Raciologia/ Racismo científico/ Teorias racistas;
Teorias racistas começaram a sair dos círculos intelectuais e acadêmicos para se difundir no tecido social das populações
ocidentais dominantes.

Racismo científico/ Darwinismo social/ Evolucionismo social


Apesar da máscara científica, essas teorias tinham um conteúdo mais doutrinário do que científico, pois seu discurso serviu
mais para justificar e legitimar os sistemas de dominação colonial do que como explicação da variabilidade humana.
Algumas teorias racistas e seus representantes 

Darwinismo social e evolucionismo social: acreditava que existiam raças superiores a outras inferiores. As raças mais
desenvolvidas deveriam "dominar" as inferiores para assim levar a elas o progresso, o desenvolvimento e a civilização.
Frenologia e a antropometria: teorias que passaram a interpretar a capacidade humana levando em conta o tamanho e
proporção do crânio e cérebro dos diferentes povos.
Arthur de Gobineau (1816-1882), partidário de um determinismo racial absoluto. Para ele, a mestiçagem era a causa da
degradação de uma sociedade.
Eugenia: "boa linhagem". Ciência de Francis Galton, que buscava a compreensão das leis da hereditariedade humana e,
enquanto movimento social se preocupava em promover casamentos entre determinados grupos,desencorajando uniões
consideradas indesejáveis.
Cesare Lombroso: antropologia criminal. O que revelava o caráter criminoso de um indivíduo era o seu biótipo, isto é,
suas características físicas e mentais, tais como a cor, o corpo marcado por tatuagens, o uso de gírias, a preguiça, a
impulsividade, dentre outras. O criminoso era, portanto, nato.

Eurocentrismo e Etnocentrismo

. Eurocentrismo: visão de mundo que coloca como centro do poder os valores, costumes e cultura da Europa. 
. Etnocentrismo: forma de pensar os “outros” (populações, povos, minorias) a partir de normas e valores de nossa própria
sociedade e cultura. Na medida que esses outros não se encaixam no que achamos como “certo, bom e belo”, a tendência é
inferioriza-los e rejeita-los.

Críticas às teorias racistas

Avanços da genética;
Efeitos da Segunda Guerra Mundial e do Nazismo, reforçaram que raça é um critério essencialmente político;
Surgimento de novos estudos antropológicos;

Antropologia Cultural

Bronislaw Malinowski e Franz Boas


Os usos e costumes que eram considerados primitivos passam a ser vistos como parte de um conjunto de significações
importantes para os indivíduos que vivem em determinado grupo. 
Tudo de material e imaterial que um grupo constrói forma o seu modo de vida, a sua cultura.¡Etnografia: descrição do
modo de vida dos diversos grupos culturais.
Metodologia de coleta de dados: Observação participante.
Relativismo Cultural
Perspectiva que encarar a diversidade sem impor julgamentos ou comparações;
Analisa as diferenças culturais segundo os termos da própria sociedade da qual fazem parte. 
As diferenças de costumes indicam que cada sociedade experimenta a vida de modo distinto;

Padrão Cultural

Diferentes culturas produzem realidade diferentes e essas realidades dão origem a comportamentos e práticas regulares
que se repetem no tempo e no espaço.
Práticas regulares integram as pessoas e indicam o “modo de ser” característico de um grupo social.
Antropologia Interpretativa 

Antropólogo estadunidense: Clifford Geertz;

Vê a cultura como um conjunto de códigos simbólicos que organizam a experiência humana no mundo. Esses códigos
são como programas de computador que dão instruções para a vida das pessoas. 

Exemplo: Qual o comportamento esperado por um torcedor de futebol?

Compreensão dos povos nativos a partir de uma visão de "dentro"

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