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TEORIA DOS JOGOS

JOGOS ESTÁTICOS (ou de movimentos simultâneos)– Os agentes


escolhem as estratégias a seguir (decidem que acção desenvolver) em
simultâneo.

JOGOS DINÂMICOS – Um agente A joga em primeiro lugar. Observada


a estratégia do jogador A, o jogador B joga em seguida (escolhe a sua
estratégia).

JOGOS DE INFORMAÇÃO COMPLETA – Cada jogador conhece a


função de payoff (recebimento) de todos os outros (a função que determina
o payoff de cada jogador decorrente da combinação de acções escolhidas
pelos jogadores).

JOGOS DE INFORMAÇÃO INCOMPLETA – Pelo menos um jogador


não conhece a função payoff do(s) outro(s) jogador(es).

JOGOS ESTÁTICOS
- de informação completa
- de informação incompleta

JOGOS DINÂMICOS
- de informação completa
- de informação incompleta

Centramo-nos apenas nos jogos estáticos de informação completa.


Caso 1: Estratégias dominantes

Vejamos o exemplo de um oligopólio com duas empresas que têm de


definir a que preço vão concorrer no mercado. Atente-se que o preço a
escolher não é mais do que a estratégia do jogador.

Admita-se que as empresas em concorrência têm duas estratégias possíveis:


Ou escolhem preço normal, ou escolhem preço baixo.

Empresa B

preço normal preço baixo


5 -2
preço normal
5 2
Empresa A
2 0
preço baixo
-2 0

Se uma das empresas escolher preço normal, ganha 5 de lucro (é o seu payoff) no
caso de a outra empresa também escolher preço normal. Mas se a outra empresa
escolher preço baixo, então a empresa que escolheu preço normal tem um lucro só
de dois, enquanto a outra tem um prejuízo de 2. Se ambas escolherem preço baixo,
ambas ficam com lucro nulo.

Análise das estratégias:


Estratégias de A:
Se B escolhe preço normal: A deve escolher preço normal (5>-2)
Se B escolhe preço baixo: A deve escolher preço normal (2>0)

Estratégias de B:
Se A escolhe preço normal: B deve escolher preço normal (5>-2)
Se A escolhe preço baixo: B deve escolher preço normal (2>0)

Conclusão:

Obviamente, neste caso, cada jogador deve escolher uma estratégia clara,
independentemente do que o outro fizer. Os dois jogadores têm estratégias
dominantes, isto é, faça o outro o que fizer, a melhor estratégia para cada um é
sempre escolher «preço normal».
Assim sendo, as duas vão escolher preço normal, sendo o resultado do jogo o
apresentado no rectângulo amarelo no quadro, em que ambas ganham 5.
Caso 2: Equilíbrio de Nash

Um conjunto de estratégias de um grupo de jogadores é um equilíbrio de Nash se a


estratégia adoptada por cada um dos n jogadores for a melhor resposta às
estratégias escolhidas por cada um dos outros n-1 jogadores.

Veja-se um novo exemplo:

Empresa B

preço normal preço baixo


1 -3
preço normal
1 5
Empresa A
5 10
preço baixo
-2 2

Análise das estratégias:

Estratégias de A:
Se B escolhe preço normal: A deve escolher preço normal (1>-2)
Se B escolhe preço baixo: A deve escolher preço normal (5>2)

Estratégias de B:
Se A escolhe preço normal: B deve escolher preço normal (1>-3)
Se A escolhe preço baixo: B deve escolher preço baixo (10>5)

Conclusão:

A tem uma estratégia dominante, que é praticar preço normal, mas B não tem
estratégia dominante, dependendo do que A fizer.
Mas a empresa B sabe que A tem uma estratégia dominante, que é praticar preço
normal. Sabe, por isso, que A jogará sempre «preço normal».
Sabendo isto, B deve ignorar a linha de payoff correspondente à estratégia «preço
baixo» por parte da empresa A. Uma vez que A jogará «preço normal», B deverá
claramente jogar também «preço normal».

A solução será a célula a amarelo no quadro, em que ambas ganham 1. Este é o


Equilíbrio de Nash, ou equilíbrio não-cooperativo, onde cada empresa, dada a
estratégia da outra, não pode fazer melhor do que estar aí. O equilíbrio de Nash é
(normal, normal), com lucro 1 para cada empresa.
Existe, no entanto, um equilíbrio cooperativo – (baixo, baixo), onde cada empresa
ficaria melhor do que na solução de Equilíbrio de Nash. Mas o problema
estratégico desse equilíbrio é que, uma vez ali, o jogador A tem todo o interesse em
furar o acordo e subir o preço, pois ganha 5 em vez de 2. E, dado que A sobe o
preço, B tem interesse em também subir, e caímos no equilíbrio de Nash.
Caso 3: Dilema do Prisioneiro

Dois homens foram presos por um mesmo delito. Fechados em celas


separadas, encontram-se perante duas hipóteses: ou confessam o crime ou
não confessam. Se ninguém confessar, não se prova o crime, e ambos são
presos por dois anos. Mas se um deles confessar, prova-se o crime e têm
dez anos de cadeia, embora ele, por ter confessado, fique com um perdão
parcial e só tenha um ano de prisão. No entanto, se os dois confessarem, o
perdão é menor, e estão ambos presos cinco anos.

Prisioneiro B

confessa não confessa


5 anos 10 anos
confessa
5 anos 1 ano
Prisioneiro A
1 ano 2 anos
não confessa
10 anos 2 anos

Análise das estratégias:

Estratégias de A:
Se B confessa: A deve confessar (5<10)
Se B não confessa: A deve confessar (1<2)

Estratégias de B:
Se A confessa: B deve confessar (5<10)
Se A não confessa: B deve confessar (1<2)

Conclusão:

Os dois jogadores têm estratégias dominantes, que é confessar. Só que, se os dois


confessarem, levam ambos 5 anos. Mas, se não confessassem, apanhariam os dois 2
anos de cadeia, e ficariam ambos melhor. O equilíbrio cooperativo levaria a uma
estratégia diferente que a dominante, com os dois a não confessarem.

Este é o caso da existência de problemas sociais devidos ao egoísmo. Se ninguém


poluir a cidade todos ganhamos. É o equilíbrio cooperativo. Mas, dado que todos
se abstêm desse comportamento, se uma pessoa for egoísta e o praticar, esse fica
melhor. Mas isso é verdade para ele e para todos. Logo, todos vão poluir e, no
final, todos ficam pior EQUILÍBRIO DE NASH.

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