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LEI ANTICORRUPÇÃO

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LEI ANTICORRUPÇÃO

Busca endereçar um problema no direito brasileiro que há muito era apontado por
organizações internacionais e especialistas no combate à corrupção:

“Falta de previsão legal que permitisse a efetiva responsabilização das empresas


por ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira.”

Dificuldades anteriores à Lei:

 Dificuldades para o ressarcimento dos cofres públicos;

 Incentivos distorcidos no mercado;

 Empresas corruptoras beneficiadas e sem responsabilização;

 Impacto negativo nas atividades empresariais.

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A quem se aplica a Lei Anticorrupção?

Empresas e entidades responsáveis por atos lesivos à administração pública.

“Aplica-se às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou


não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem
como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente”.

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Principal mudança trazida pela Lei:

 Punição da empresa, que responde por atos de corrupção independentemente da


responsabilização individual de seus diretores, administradores ou de qualquer
pessoa.

A lei não busca a punição dos funcionários e dirigentes das empresas.

A empresa pode ser condenada ainda que não seja aberto qualquer tipo de processo
criminal ou cível contra as pessoas físicas responsáveis pelo ato.

A responsabilidade da empresa por atos contra a administração é objetiva, e não subjetiva.


 Isto é, responde pela prática de um ilícito sem que seja necessário comprovar a
intenção ou a culpa na realização da infração.
 Segue o exemplo da Lei de Defesa da Concorrência brasileira.

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RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E POR SUCESSÃO

É possível que outra pessoa jurídica, diversa daquela que praticou o ilícito, seja
responsabilizada pelo pagamento de multa e pela reparação integral do dano.

 Sociedades controladoras, controladas, coligadas ou consorciadas respondem de forma


solidária pelas infrações previstas na Lei.

 Em caso de fusão e incorporação, a sociedade resultante da fusão ou a que incorporou


a infratora é responsável pelo pagamento de multa e pela reparação integral do dano
causado, até o limite do patrimônio transferido.

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PENAS

Podem ir de multa à extinção compulsória da personalidade jurídica.

No caso das multas:


 Exige que seu valor seja superior à vantagem auferida pela empresa pela prática do ilícito;
 Fixa seu valor entre 0,1% e 20% do faturamento bruto do ano anterior;
 Nos casos em que não é possível calcular o faturamento bruto, entre 6 mil a 60 milhões de reais;

As punições previstas não têm caráter penal, mas somente administrativo.

Ainda que a esta Lei pune a empresa, as pessoas envolvidas no episódio somente poderão
ser responsabilizadas criminalmente após a apuração do fato na esfera penal.

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CONDUTAS PUNÍVEIS

Uma conduta somente é punível quando está diante dos chamados “atos lesivos”.

 Eles estão previstos na Lei em um rol de ilícitos;

 Há palavras de significados abrangentes, permitindo o alcance de inúmeras situações;

 Ex: fraudar, manipular, dificultar e perturbar.

“Ato lesivo” independe de efetivo dano patrimonial à Administração.

 Ex: oferecimento de vantagem ilícita a um funcionário público.

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CONDUTAS PUNÍVEIS

Podem ser divididas em três categorias:

1. Atos lesivos ligados ao oferecimento de vantagens indevidas;

2. Atos lesivos realizados no âmbito de licitações e contratos administrativos;

3. Atos lesivos praticados para dificultar ou impedir a atividade de fiscalização do


Estado.

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CONDUTAS PUNÍVEIS

PAGAMENTO DE VANTAGENS INDEVIDAS

Lei 12.846/2013: constitui ato lesivo contra a Administração Pública...

“Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente


público, ou a terceira pessoa a ele relacionada”.

O ilícito ocorre com o simples oferecimento da vantagem ao agente público.

Não é necessariamente em dinheiro que o ato de corrupção se materializa, podendo


ocorrer por meio de variadas formas, como presentes, cargos futuros e outros benefícios.

Ato punível mesmo que seja feito por meio de artifícios que descaracterizem o pagamento direto.

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PAGAMENTO DE VANTAGENS INDEVIDAS

Exemplos:

Empresa americana foi condenada pelo Departamento de Justiça dos EUA por corrupção
por pagar algumas contas pessoais e bilhetes aéreos a um primo e a um amigo próximo
de um importante funcionário público de outro país. Tal conduta foi interpretada como uma
estratégia ilegal para obter contratos com o governo desse país, o que levou à condenação
da empresa responsável.

No Brasil:

 Visita de servidores públicos em atos de fiscalização (Auditoria, MEC etc.);

 Contratação intencional de familiar de servidor ou representante púbico.

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CONDUTAS PUNÍVEIS

PAGAMENTO DE VANTAGENS INDEVIDAS

Há exceções...

A própria CGU admite que determinadas práticas são usuais no ramo empresarial, e até
certo ponto elas podem ser consideradas legítimas, conforme preveem as suas diretrizes
para empresas privadas sobre o programa de integridade.

 Para isso, devem haver determinadas cautelas e motivos legítimos para justificá-las.
 A depender das circunstâncias, esse convite pode ser mal interpretado

Exemplo:

 É o caso de uma empresa que busca ganhar visibilidade em determinado mercado por
meio da realização de eventos, como feiras, jantares e congressos. Nesse caso, o
convite a autoridades não pode, por si só, ser considerado como oferecimento de
vantagem indevida.

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ATOS LESIVOS NO ÂMBITO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

O inciso IV do art. 5º estabelece amplo rol de condutas puníveis no âmbito de licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de
qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; e) criar, de modo fraudulento ou irregular,
pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
e) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
f) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a
administração pública.

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ATOS LESIVOS NO ÂMBITO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

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ATOS LESIVOS NO ÂMBITO DA FISCALIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Receberam tratamento específico da Lei Anticorrupção.

O art. 5º, em seu inciso V, expressamente proíbe as empresas de:


 Dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e
dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

Apesar da incerteza quanto ao seu real alcance, sua previsão na lei é um importante sinal
de alerta aos empresários.

Relevância maior quando as empresas estão submetidas a regras contratuais e legais em


que se obrigam a fornecer dados e permitir amplo acesso às suas instalações.

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TIPOS DE RESPONSABILIZAÇÃO: ADMINISTRATIVA E JUDICIAL

O Procedimento Administrativo de Responsabilização (PAR) é o instrumento por meio


do qual o Poder Público avalia a responsabilidade administrativa das empresas.

Poderes Exe, Leg ou Jud, ou a CGU, têm competência para instaurar e julgar o PAR.

Tais autoridades, para instaurar o PAR, poderão decidir:


i. pela abertura de investigação preliminar;
ii. pela própria instauração do PAR; ou,
iii. pelo arquivamento da matéria.

A sanção aplicada no PAR é chamada decisão administrativa sancionadora.

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TIPOS DE RESPONSABILIZAÇÃO: ADMINISTRATIVA E JUDICIAL

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TIPOS DE RESPONSABILIZAÇÃO: ADMINISTRATIVA E JUDICIAL

Penas

A multa é calculada objetivamente a partir de percentuais do faturamento bruto do último


exercício anterior ao ano da instauração do PAR.

Caso não se conheça o faturamento, a multa será arbitrado pela autoridade entre
R$ 6.000,00 e R$ 60.000.000,00.

Empresas sujeitas às seguintes sanções:


 Multa;

 Decisão extraordinária da decisão administrativa sancionadora;

 Declaração de inidoneidade.

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O Decreto 8.420 de 2015 criou os Cadastros Nacionais de empresas inidôneas suspensas


e de empresas punidas pela Lei Anticorrupção.

Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas Suspensas (CEIS):

 Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;

 Impedimento de licitar e contratar com União, Estados, Distrito Federal ou municípios;

 Suspensão temporária de participação em licitação.

Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP):

 Informações referentes ao descumprimento de acordo de leniência;


 Sanções impostas com fundamento na Lei Anticorrupção (multa e publicação da decisão).

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RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL

Além da responsabilização administrativa, a Lei prevê uma ação judicial.

Punição:
 PAR: aplicação de multa e publicação extraordinária da decisão condenatória.

 Ação judicial: condenação da empresa nas penas mais graves, como perdimento de
bens, suspensão das atividades e dissolução compulsória.

Não há, portanto, uma “punição dupla”, pois as penas são diferentes.

A condenação na via administrativa não obriga a condenação no âmbito judicial (vice-versa).

A ação judicial é ajuizada pela União, Estados, DF ou Municípios, ou pelo Ministério Público.

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ACORDO DE LENIÊNCIA

Assim como a LDC, a LAC prevê a possibilidade de acordo de leniência com o Poder Público.

Esse instrumento tem configurado uma realidade na implementação da legislação nacional.

Isso tem exigindo das empresas uma adaptação de suas práticas empresariais e de seus
programas de compliance.

Esta não é uma novidade “criada” pela Lei brasileira.

Dados indicam que 80% das investigações e infrações desse tipo nos EUA desde 2010 foram
resolvidas por meio desses acordos (reduzindo a judicialização).

Por essa razão, não é de se estranhar que a LAC tenha previsto essa solução negociada.

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ACORDO DE LENIÊNCIA

A CGU é o órgão competente para celebrar esses acordos.

A AGU participa das negociações dos acordos.

Condições para a celebração dos acordos:


1. A empresa deve ser a primeira a se manifestar sobre o interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;
2. Deve também ter cessado completamente seu envolvimento na infração investigada a
partir da data de propositura do acordo;
3. Precisa admitir sua participação no ilícito;
4. Cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo
e comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até
o seu encerramento; e,
5. Fornecer informações, documentos e elementos que comprovem a infração
administrativa.

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Diferentemente da LDC, a LAC não prevê tal acordo com pessoas físicas.
 O acordo não exclui a possibilidade de responsabilização dos dirigentes das empresas.

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ACORDO DE LENIÊNCIA

Principais benefícios de um acordo de leniência, de acordo com a LAC:


1. Isenção da publicação da decisão condenatória;
2. Isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenção, doações ou
empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo Poder Público;
3. Redução do valor final da multa aplicável em até dois terços.

Esses benefícios não se restringem à empresa que assina o acordo, podendo ser
estendidos:

“Às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito,
desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele
estabelecidas”.

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ALCANCE DO ACORDO DE LENIÊNCIA

Algumas infrações previstas na LAC são puníveis por outras leis, afetando tal alcance.

A LAC afirma que tal acordo pode atingir ilícitos previstos da Lei 8.666/93 (licitações).

 Mas não limita sanções previstas na Lei de Improbidade.

 O mesmo ocorre com os efeitos penais aos indivíduos (poderão ser processados).

Os acordos versão, sempre, sobre a aplicação ou não de uma pena (não sobre a isenção
da empresa no ressarcimento de eventuais danos).

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ALCANCE DO ACORDO DE LENIÊNCIA

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ACORDO DE LENIÊNCIA

PROCEDIMENTO DO ACORDO

A proposta de acordo poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR e será
dirigida à Secretaria-Executiva da CGU.

A proposta receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos servidores
especificamente designados para a comissão de negociação.

O proponente poderá autorizar a divulgação ou compartilhamento da existência da proposta ou de


seu conteúdo.

Recebida a proposta, a AGU passa a acompanhar todo o processo de negociação.

Caso aceita, a comissão de negociação do acordo é responsável por submeter à CGU e à AGU um
relatório conclusivo acerca das negociações.

Caso rejeitada não importará em reconhecimento da prática do ato lesivo investigado e seu teor será
mantido em sigilo.

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PROGRAMA DE INTEGRIDADE

LAC: inovou ao considerar que os programas de integridade devem ser considerados no


cálculo das sanções pecuniárias.

A manutenção de programas bem estruturados repercute direto na redução das penas.

O que seria esse programa?

O Decreto 8.420/2015 define:

“O conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à


denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e
diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos
praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira.”

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PROGRAMA DE INTEGRIDADE

Objetivo: encorajar providências concretas de governança empresarial focadas na


prevenção, detecção e reparo dos atos lesivos ao patrimônio público.

Até a promulgação da LAC, medidas anticorrupção não eram disseminadas no Brasil.

Os parâmetros previstos giram em torno dos seguintes aspectos:


1. O comprometimento da alta direção da empresa com o programa;
2. A criação de padrões de conduta aplicáveis tanto aos funcionários quanto a terceiros;
3. Treinamento dos funcionários com base nos padrões de conduta;
4. Criação de procedimentos e mecanismos específicos de controle e prevenção de fraudes e
ilícitos;
5. Atualização constante do programa;
6. Criação de medidas disciplinares e de remediação em caso de violação do programa.

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PROGRAMA DE INTEGRIDADE

A avaliação dos parâmetros de aferição da efetividade do programa de integridade deverá


considerar características da empresa, como:
1. Porte da empresa e sua qualificação;
2. Complexidade da hierarquia interna e quantidade de departamentos, diretorias ou setores;
3. Utilização de agentes intermediários como consultores ou representantes comerciais;
4. Setor do mercado em que atua;
5. Países em que atua, direta ou indiretamente, bem como a quantidade e a localização das
pessoas jurídicas que integram o grupo econômico;
6. Grau de interação com o setor público e importância de autorizações, licenças e permissões
governamentais em suas operações.

Não existe programa único aplicável a todas as empresas.

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PROGRAMA DE INTEGRIDADE

A legislação aponta que esse programa deve considerar as características da empresa, e que ela
deve garantir seu constante aprimoramento.

Atualização e adaptação (aprimoramento) não se limita a incluir medidas meramente formais no


programa.

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PROGRAMA DE INTEGRIDADE

Nos casos Micro e Pequenas Empresas, os critérios de aferição do programa serão mais
flexíveis, com formalidade reduzida, não sendo exigidos desses empresários:
1. Extensão de padrões de conduta a terceiros (fornecedores ou prestadores de serviços);

2. Avaliação periódica de riscos;

3. Órgão independente de compliance na estrutura administrativa;

4. Canais formais de denúncias de irregularidades;

5. Cuidados diferenciados para contratações;

6. Fiscalização de irregularidades em processos que envolvam fusões, aquisições e


reestruturação societária;

7. Monitoramento constante do programa para aperfeiçoamento.

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REFERÊNCIA

Mendes, F. S., & Carvalho, V. M. (2017). Compliance: Concorrência e Combate à


Corrupção. São Paulo: Trevisan Editora.

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