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ESCOLAR
INTRODUÇÃO
Planejar é pensar a ação. Esse é o conceito que perpassa a caminhada dessa pesquisa.
“O ato de pensar não deixa de ser um verdadeiro ato de planejar”. (MENEGOLLA e
SANT’ANNA, 1997, p. 15)
Ao pensar a ação se faz uma previsão e no contexto escolar a previsão é necessária
pela constituição organizacional da escola.
O relato apresentado nessa pesquisa aborda uma prática de planejamento educacional
que considera as práticas dialógicas. Essa prática se dá em uma escola pública da rede
municipal de ensino de Timbó-SC.
Durante o período de implantação do ensino fundamental de nove anos na rede
municipal de ensino de Timbó-SC, no ano de 2007, foi iniciado com os professores de 1º e 2º
ano o movimento de compartilhar o planejamento semanal com a coordenadora pedagógica
da escola.
Além de apresentar o planejamento, o professor tinha como tarefa replanejar as
atividades se as propostas de atividades não estivessem coerentes com a proposta construída
pelo grupo durante os encontros de formação continuada oferecidos pela rede municipal de
ensino, em parceria com a FURB (Universidade Regional de Blumenau).
Essa dinâmica de planejar e replanejar, parte do pressuposto de que
embora no dia a dia, o professor entre sozinho na sala de aula, está, na verdade,
sendo portador de um projeto que é coletivo e que, por sua vez, responde a uma
delegação da sociedade no sentido da formação das novas gerações; há, portanto, um
caráter público na sua atividade. (VASCONCELLOS, 1999, p.50) Grifos nossos
3- METODOLOGIA DE PESQUISA
Nas frases acima é possível identificar uma possível estrutura da representação social.
O núcleo central é a palavra organização.
Para Alves- Mazzotti (2007) a centralidade de uma representação se apresenta a partir
de critérios qualitativos e que não basta um elemento aparecer repetidamente em um núcleo e
determinar sua centralidade, pois o decisivo é o fato de dar significado à representação.
A objetivação da idéia de planejamento como organização é compartilhada pelos
sujeitos desta pesquisa que as repetem com facilidade, pois são naturalizadas na sua realidade.
A palavra vital e rumo, evocadas por uma das professora também apresenta o sentido
de organização, de dar um norte ao trabalho deixando de se apresentar como um roteiro.
A escola é um espaço social organizado e repleto de normas. Esse aspecto é que pode
levar o planejamento a permanecer numa concepção de planejamento relacionada à tendência
tradicional, que vê o planejamento como um roteiro de trabalho.
Para OTT (1984), o princípio prático é uma das concepções de planejamento situada
na tendência tradicional de educação. O planejar ainda está associado ao planejar para
alguém. Planejar porque os outros nos pedem e não porque é uma necessidade do professor.
Para outras duas professoras o planejamento representa aspectos diferenciados.
“Representa tudo. Acredito que não há prática de qualidade sem planejamento”(Nara); “Um
importante instrumento de trabalho, apoio e segurança nas minhas aulas, incluindo
qualidade de ensino”(Neca).(Grifos nossos)
Observando a materialização das ideias nos dizeres destas duas professoras é possível
identificar outros sentidos. O planejamento aparece como um instrumento que qualifica o
trabalho.
Refletir acerca da qualificação do ensino não é o objetivo desta pesquisa e se o
fizermos superficialmente corremos o risco de deixar inúmeras questões para serem
discutidas, pois
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
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