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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - SEGURO DE PESSOAS - ACIDENTE DE TRÂNSITO -

MORTE - CONDUÇÃO DE VEÍCULO SOB EFEITO DE ÁLCOOL - EXCLUSÃO DA


COBERTURA - NÃO CABIMENTO - PREVISÃO CONTIDA NA CARTA CIRCULAR
SUSEP/DETEC/GAB N? 08/2007 - INDENIZAÇÃO - NÃO INDICAÇÃO DE
BENEFICIÁRIO NA APÓLICE - OBSERVÂNCIA DO ART. 792 DO CÓDIGO CIVIL E
DOS TERMOS DO CONTRATO. Conforme entendimento assentado no
Colendo STJ, frente à orientação da Superintendência de Seguros Privados
contida na Carta Circular SUSEP/DETEC/GAB N? 08/2007, nos seguros de
pessoas é vedada a exclusão de cobertura na hipótese de sinistros ou
acidentes decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de
insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas. Assim,
ainda que o segurado, falecido em acidente de trânsito, estivesse conduzindo
seu veículo sob o efeito de álcool, tratando-se de seguro crediário, espécie
de seguro de pessoas, não é dado à seguradora negar o pagamento da
indenização sob a alegação de estar o segurado em estado de embriaguez.
Não havendo indicação do beneficiário na apólice do seguro, a indenização
deverá ser paga com observância do art. 792 do Código Civil e da expressa
previsão contratual, ou seja, metade ao cônjuge não separado judicialmente
e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação
hereditária. Em tal contexto, tratando-se de ação ajuizada por apenas um
dos filhos do falecido segurado, não lhe é devido o pagamento integral da
indenização, mas apenas proporcional.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA C/C


ANULAÇÃO DE PARTILHA - EXCLUSÃO DA VIÚVA MEEIRA DO POLO PASSIVO -
ILEGITIMIDADE - CONFIGURAÇÃO - DISCUSSÃO QUANTO AO QUINHÃO
DOS HERDEIROS - RECURSO PROVIDO.
- A viúva meeira se revela parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação
de petição de herança com anulação de partilha, tendo em vista que a
demanda apenas irá interferir nos quinhões dos herdeiros, e não na sua
quota hereditária.

EMENTA: RECURSO DE APELAÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA


SOBRE BEM IMÓVEL. INTIMAÇÃO DE CONJUGE DO DEVEDOR. FALECIDO.
INTIMAÇÃO DE HERDEIROS. NECESSÁRIA.
Conforme o art. 669 do CPC/73, vigente à época da efetivação da penhora
nos autos da execução fiscal, era indispensável a intimação do cônjuge do
devedor sobre penhora que recaia sobre bem imóvel.
Falecido o cônjuge do devedor, devem ser intimados os seus herdeiros, a fim
de que estes venham, eventualmente, defender a exclusão de suas partes,
na expropriação judicial.

Recurso conhecido, mas não provido.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVENTÁRIO.


LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM PRESENTE.
SUPOSTO HERDEIRO. AUSÊNCIA DE PROVA DE PARENTESCO.
HABILITAÇÃO NO INVENTÁRIO. IMPOSSIBIBILIDADE. RESERVA
DE QUOTAS. MEDIDA DE CAUTELA. REQUISITOS PRESENTES.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. A legitimidade para a causa decorre do envolvimento das partes no conflito
de interesses. Presente o envolvimento, as parte são legítimas.
2. O art. 628, caput, do CPC de 2015, estabelece que o herdeiro que se julgar
preterido da herança poderá demandar sua admissão no inventário. Para tanto,
a qualidade de herdeiro deve ser comprovada.
3. Assim, ausente a prova da paternidade, não é possível a habilitação na ação
de inventário, ainda que haja investigação de paternidade em curso, uma vez
que inexiste sentença de reconhecimento com trânsito em julgado.
4. O art. 628, § 2º, do CPC de 2015, dispõe que o julgador mandará reservar o
quinhão do herdeiro excluído até que o litígio seja decidido.
5. Portanto, ajuizada ação de investigação de paternidade post mortem, é
cabível a reserva da quota de bens, a fim de assegurar eventual direito de
herança do suposto herdeiro.
6. Agravo de instrumento conhecido e parcialmente provido para determinar
a exclusão da agravada da ação de inventário, rejeitada uma preliminar.

EMENTA: AGRAVO INTERNO. AÇÃO DE INVENTÁRIO. RECONHECIMENTO DE


ILEGITIMIDADE ATIVA. SUBSTITUIÇÃO DE INVENTARIANTE.
PROSSEGUIMENTO DO FEITO. RECURSO CABÍVEL.

A decisão que reconhece a ilegitimidade ativa dos herdeiros e em relação a


eles julga extinto o processo de inventário, nomeando a viúva como
inventariante e determinando o prosseguimento do feito com providências,
não cuidou de decisão terminativa (art.203, §1º, CPC/15), mas sim, de
decisão de exclusão de litisconsorte que desafia recurso de agravo de
instrumento, na forma do art. 1.015, VII do CPC/2015.

Recurso conhecido e não provido.


EMENTA: CIVIL E PROCESSO CIVIL. DUPLICATAS. ACEITE.
SOCIEDADE. EXCLUSÃO DE SÓCIOS. COMPROVAÇÃO DA
RELAÇÃO JURÍDICA. INADIMPLEMENTO. EXERCICIO REGULAR DE
DIREITO. DECISÃO MANTIDA. A retirada, exclusão ou morte do sócio,
não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações
sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade.
Comprovada a emissão de duplicatas com aceite antes da averbação de saída
do sócio do quadro empresarial, permanece a obrigação do retirante por até
dois anos após a sua saída. Demonstrada a existência de relação jurídica entre
os litigantes, aliado ao inadimplemento do título, a inscrição do nome do
devedor nos cadastros de proteção ao crédito representa exercício regular de
direito do credor.

CIVIL E REGULATÓRIO - APELAÇÃO - AÇÃO ORDINÁRIA - PLANO DE SAÚDE -


NEGATIVA DE FORNECIMENTO DE FÁRMACO - ALEGAÇÃO DE EMPREGO OFF
LABEL - EXCLUSÃO DE COBERTURA - ILICITUDE - DANO MORAL IN RE IPSA -
ARBITRAMENTO DA IDENIZAÇÃO - RAZOABILIDADE
- É ilegal a denegação de cobertura de medicamento considerado off label
sendo o fármaco devidamente aprovado pela ANVISA para tratamento de
outros tipos de câncer e asseverada a urgência e a necessidade de utilização
para a tentativa de contenção da grave doença acometida pelo requerente;
- A recusa ilícita de cobertura de materiais, remédios ou procedimentos pelas
operadoras de planos de saúde configura dano moral presumido (in re ipsa),
nos termos do entendimento uníssono do STJ;
- A indenização por danos morais deve ser fixada em patamar que
corresponda à lesão sofrida, considerando as peculiaridades do caso
concreto, segundo critérios de razoabilidade.
V.V. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA -
OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE - NEGATIVA DE COBERTURA DE
TRATAMENTO EXPERIMENTAL - EXISTÊNCIA DE EXPRESSA EXCLUSÃO LEGAL,
REGULAMENTAR E CONTRATUAL - PEDIDO INDENIZATÓRIO JULGADO
IMPROCEDENTE - RECURSO NÃO PROVIDO.
- A indenização por danos morais configura direito patrimonial e, por isso,
transmite-se ao espólio/herdeiros da vítima.
- Para a configuração do dever de indenizar, seja em relação aos danos
contratuais, seja no tocante aos extracontratuais, devem estar presentes os
pressupostos da responsabilidade civil, quais sejam: o ato ilício, o dano e o
nexo de causalidade.
- A partir da análise do conjunto probatório produzido, não há como se
concluir que a conduta da apelada foi indevida, abusiva ou ilícita, conforme
pretende o apelante. Ao contrário, extrai-se que a negativa de cobertura
baseou-se em previsão legal, regulamentar e contratual expressa.
- Não caracterizado o ato ilícito, resta afastada a pretensão de indenização
pelos danos morais supostamente sofridos pelo de cujus.

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