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Tradução: Ayanna Keepers

Revisão Inicial e Final: Ayanna Keepers

Leitura Final: Aysha Keepers

Formatação: Aysha Keepers

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Ele é um Principe sem Reino, mas ele pode ter encontrado o
maior tesouro de todos...

Sua Alteza o Principe Colin, está tendo um dia horrivel...


A vida é um longo desfile de beleza e diversão para o Fae Real,
até que seus pais rancorosos decidem lhe ensinar uma lição. Expulso
do palácio com apenas um punhado de moedas, o Principe de repente
se vê pobre.

Ele deve experimentar algumas das realidades mais severas da


vida, diz o Rei e a Rainha, se quiser se tornar o lider que o povo de
Seelie precisa.

Nos campos, sua sudita Real, Darby, sabe tudo sobre as duas
realidades...Depois de perder os pais aos treze anos, á jovem
fazendeira teve pouco tempo para realeza ou fofocas. Um bom dia
significa uma lareira quente e uma tigela cheia. Qualquer outra coisa
é um luxo. Mas as coisas estão finalmente melhorandoe, pela primeira
vez, á chegada do inverno não é tão sombria.

Até que descobre uma pilha grande e amarrotada dormindo em


seu celeiro.

A coisa, seja la o que for, fede pior que os seus animais (sem
querer soar ofensiva), mas a higiene questionavel é a menor das
preocupações de Darby. As estações estão mudando e a escuridão
esta se acumulando nas margens do Reino Seelie.

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m

Colin tropeçou nas escadas, fazendo o possível para não fazer barulho,
mas em seu estado embriagado, não era uma tarefa fácil. Mesmo com o
carpete profundo, seus passos pesados pareciam ecoar pelo silencioso castelo,
e ele tinha certeza de que seus pais sairiam do quarto a qualquer segundo. Era
ridículo que, aos 25 anos, ele fosse forçado a esgueirar-se como uma criança,
mas não estava em condições de confrontar-se com eles naquele momento.

Com a cabeça zonza, ele chegou ao topo da escada, estremecendo


quando seu estômago roncou ameaçadoramente, e as náuseas quase o
venceram. Respirando superficialmente, ele chegou à porta do quarto, abriu-a e
deslizou para dentro, depois caiu no chão totalmente desfeito. Ele ficou lá por
um longo tempo enquanto o álcool passava por seu sistema, imaginando por
que ele tinha sido tão estúpido.

Havia poucas coisas no mundo humano que poderia derrubar um Fae, e


o álcool era uma delas. Graças a um de seus supostos amigos, ele colocou as
mãos em algumas garrafas. O que se seguiu foi um pouco confuso, e ele se
lembrou apenas o suficiente para saber que todo o reino falaria sobre isso de
manhã.

Seu estômago revirou ao pensar no que seus pais diriam; levaria dias e
dias para relaxar, para que se cansasse de incomodá-lo para que se
comportasse melhor.

Era um assunto velho com eles, e ele simplesmente não conseguia


entender por que eles não viam que ele estava apenas vivendo um pouco, se

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divertindo um pouco antes de ser amarrado ao trono. Essa última escapada
pairaria sobre sua cabeça por um pouco mais de tempo que o normal, e ele
teria que tentar realmente se esforçar muito, ele decidiu, seu cérebro
começando a clarear quando o álcool finalmente começou a desaparecer.

Ele pensou em se levantar, mas decidiu que mais alguns minutos não
machucariam; então ele tomaria um bom banho longo e faria um
plano. Quando ele finalmente se levantou, a primeira coisa que o percebeu foi a
enorme bagunça que ele deixou em seu quarto quando se vestiu para a
festa. Até os restos da refeição que ele havia comido antes de sair ainda estava
na mesa perto da janela, a comida passada e levemente nauseante. Seu
temperamento esquentou quando ele olhou ao redor da sala, e foram
necessários apenas três passos para alcançar o interfone na parede.

— Simon, é melhor você estar morto! Ele gritou no alto-falante. — Traga


sua bunda aqui e explique por que meu quarto está assim.

Quando houve apenas silêncio, ele apertou o botão novamente e gritou.


— Simon, é melhor você subir aqui e rápido. Quero que essa bagunça seja
limpa e quero um banho quente.

Enquanto os segundos passavam e o interfone permaneceu em silêncio


mortal, Colin sentiu a raiva crescendo profundamente dentro dele. Ele deu um
soco na parede e caminhou até a porta, cheio de indignação por Simon o estar
ignorando, e que ele fosse forçado a ficar em meio a essa bagunça. Saindo pela
porta aberta, ele começou a gritar o nome de Simon enquanto pisava pelo
corredor.

Ele dera apenas alguns passos quando as portas ao longo do corredor


começaram a se abrir e sua família começou a aparecer. Quando ele viu sua
mãe, ele foi até ela. — Simon não limpou meu quarto, os pratos do jantar ainda
estão lá, e eu quero um banho - ele cuspiu.

Seu pai ficou entre eles. — Você andou bebendo, Perguntou o pai,
farejando o ar.

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— Não, claro que não, disse ele, afastando-se do pai para colocar
alguma distância entre eles. — Onde diabo está Simon?

— Simon está em casa com sua esposa e seu novo bebê, uma garota, eu
acredito, disse sua mãe, olhando-o desconfiada. — Eu te disse isso no café da
manhã.

— Então por que alguém não limpou meu quarto? Ele perguntou,
franzindo a testa e cruzando os braços sobre o peito.

— Porque se você se lembra, sua mãe disse para você se cuidar, disse o
pai, aproximando-se novamente, com os olhos cheios de suspeita também.

Colin não se lembrava dela dizendo isso, e mesmo assim ele não teria
concordado.

— Não vejo por que tenho que fazer isso. Temos muitos servos por
aqui; apenas me atribua outro até que Simon volte. - ele disse.

— Simon não vai voltar por uma semana, e eu não posso dispor de mais
ninguém agora, disse sua mãe. — Além disso, pensei que seria bom você se
cuidar por um tempo.

Colin só podia olhar para sua mãe. — Isso é ridículo. Eu sou o


príncipe. Eu não deveria ter que levantar um dedo. Eu quero Simon de volta, e
eu quero ele agora; ele é meu servo e deveria estar me servindo. ele
finalmente disse.

Seus pais trocaram um olhar. — Sinto muito que você se sinta assim,
filho, mas receio que Simon vá voltar apenas na próxima semana e você está
por sua conta.

Colin jogou as mãos para o ar. — Isso é estúpido, disse ele, voltando
para o quarto e abrindo a porta. — Quando eu for rei, as coisas serão
diferentes: não há tratamento especial para os servos, nem vou os tratar como
se valessem mais do que valem.

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Ele bateu a porta com força, sentindo alguma satisfação no gesto
infantil, depois viu o quarto e desejou poder bater novamente. Em vez disso,
caminhou até a cama e jogou todas as roupas no chão, depois levou a repulsiva
bandeja de jantar para a janela, abriu-a e deixou-a cair. O estrondo satisfatório
que causou quando atingiu o chão abaixo foi quase tão bom quanto bater a
porta.

Darby deslizou a chave na fechadura, girou-a e deixou a porta se abrir


lentamente para que o cheiro reconfortante de sua loja a abraçasse
gradualmente. Quase tão bom quanto o primeiro gole de café da manhã, ela
adorava esse momento e sempre parava para saboreá-lo. Virando-se para olhar
para o porto, ela viu os barcos cheios de turistas começando a sair do oceano
aberto e em direção às docas.

Olhando a colina em direção ao píer, ela estava feliz por ter conseguido
comprar uma loja na vila. Pequena em comparação com outras da rua principal
da cidade, ela tinha espaço suficiente para exibir sabonetes, loções e
perfumes. Embora houvesse espaço limitado para os clientes, o sentimento
íntimo que isso dava à loja os agradou e deu a ela a oportunidade de interagir
com todos.

Ela estava prestes a fechar a porta quando sua assistente e melhor


amiga, Fiona, entrou deslizando. — Eu pensei que merecíamos um presente
hoje, disse ela, colocando uma xícara nas mãos de Darby.

O maravilhoso cheiro de café flutuava do vapor que escapava da tampa.


— Eu já tomei três xícaras esta manhã, disse ela. — Você viu o nascer do
sol? O verão está realmente aqui.

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Mas ela tomou um gole da bebida fumegante, incapaz de se
conter. Fiona sorriu para ela. — Eu sabia que você não poderia resistir. Além
disso, vamos precisar disso. Você sabe como é o primeiro dia da temporada.

Darby gemeu. — Nós estaremos esgotadas no almoço, disse ela.

— Não sei por que eles sempre insistem em ter uma multidão tão grande
no primeiro dia da temporada, disse Fiona, tomando um gole de café e
acendendo as luzes.

— É para que eles possam aproveitar sua popularidade, disse Darby,


indo para o estoque.

— Oh, sim, o grande desfile, disse Fiona, desfilando pela sala com o
nariz no ar. — A única época do ano em que suas altezas saem de sua posição
elevada no castelo.

Ela riu enquanto Fiona continuava a dançar pela sala. — Oh, eles não
são tão ruins, ela finalmente disse. — E é melhor começarmos a trabalhar.

— Você não é divertida, disse Fiona, mostrando a língua para Darby. —


Talvez eu vá assistir ao desfile este ano. Ouvi dizer que Colin e Jamison são
ainda mais bonitos que o pai deles.

Suspirando pela realeza, é isso que estamos fazendo agora? - ela


perguntou, rindo.

— Somente quando nossos príncipes aparecem, disse Fiona, piscando


para ela.

Darby suspirou. — Eles são Fae, Fiona; é claro, eles são lindos.

— Você realmente não é divertida, disse Fiona, balançando a cabeça. —


Seria interessante saber que Reese e Keaton também estão aqui?

Isso chamou sua atenção. — Eles estão todos aqui juntos? Isso deve
significar que algo grande vai acontecer. Você acha que Colin finalmente
concordou em se casar?

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— Esse é o boato que tenho ouvido, disse Fiona. — Eu acho que se
houver uma mulher, ela estará no desfile.

Ela ficou tentada, mas sabia que quando o desfile começasse, suas
prateleiras estariam vazias. — Você vai me contar sobre isso, disse ela. — Vai
haver muito trabalho a fazer aqui para eu fugir.

— Você está dizendo isso porque a rainha Isabella vem à loja depois que
eu me for, disse Fiona, fazendo beicinho. — Você nunca vai me deixar ficar
quando ela vier?

— Ela deixou perfeitamente claro que só virá se eu estiver aqui sozinha,


disse Darby, revirando os olhos. — Não é realmente tão emocionante assim; ela
vagueia por alguns minutos, pede a mesma coisa de sempre e depois sai.

— Mas ela tem que falar, tem que dizer alguma coisa, protestou Fiona.

Darby encolheu os ombros. — Nós conversamos educadamente sobre o


clima e coisas assim, mas ela não confia exatamente em mim.

Fiona suspirou. — Que pena. Eu estava pensando que ela poderia decidir
que você era perfeita para Colin e levá-la para o castelo. - disse ela, fechando
os olhos e balançando. — Você sabe, como a Cinderela.

Ela não pôde deixar de rir. — Oh, Fiona, você é tão romântica, mas eu
tenho novidades para você: mesmo que a rainha Isabella se apaixonasse por
mim, ela nunca me deixaria entrar no castelo, disse ela. — Além disso, gosto da
minha vida do jeito que é. Eu nem saberia o que fazer no castelo. Ao contrário
de você, não quero fazer parte desse mundo.

— Que pena, você é o mais próximo de um deles que eu já vou chegar,


disse Fiona. — Mas você nunca sabe; talvez eu consiga chamar a atenção do
príncipe no desfile - você sabe, amor à primeira vista, e eu serei a única que
será arrastada para o castelo.

Darby riu de novo. — Fiona, espero que um dia seu lindo príncipe venha
até sua porta para arrebatá-la e fazer de você uma princesa, disse ela,

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curvando-se para sua melhor amiga. — Mas até então, temos uma manhã
inteira à nossa frente, então precisarei que você aja como a plebeia que você é
e venda algumas coisas.

Fiona curvou-se para ela. — Sim, Alteza, disse ela, depois desapareceu
pela porta da despensa.

Não demorou muito para que ela ouvisse o barulho dos sinos na porta da
frente quando o primeiro cliente entrou. Durante o resto da manhã, um fluxo
constante de mulheres e alguns homens corajosos entraram, e as prateleiras
logo começaram a se esvaziar, como ela sabia que aconteceria. Mas, enquanto
sorria para os humanos, pegava o dinheiro deles e os conduzia para fora da
porta, à pequena fantasia de Fiona se repetia em sua mente.

Ela se perguntou como seria ser arrebatada, se apaixonar, encontrar


aquela pessoa que a faria se sentir completa. Ela pensou durante toda a
manhã, imaginou como seria, então, frustrada consigo mesma, afastou esses
pensamentos. Era tudo apenas uma brincadeira romântica, o tipo de coisa que
pertencia aos romances, nada como a vida real, onde poucos ou nenhum dos
nossos sonhos se tornam realidade.

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O som de alguém batendo na porta acordou Colin na manhã seguinte. —
Vá embora e me deixe em paz, ele gritou, cobrindo a cabeça com o travesseiro
contra a luz do sol da manhã.

— Eu não posso fazer isso, seu pai me enviou para lhe dizer que ele quer
você no café da manhã em quinze minutos, seu melhor amigo Keaton chamou
pela porta.

Colin gemeu. — Diga a ele que estou dormindo.

Houve um silêncio do outro lado da porta, e ele fechou os olhos para


voltar a dormir, mas as batidas começaram novamente, desta vez mais altas. —
Colin, é melhor você se levantar e rápido; seu pai não está muito feliz com
você. - Keaton gritou, batendo mais algumas vezes para enfatizar.

Ele sentou na cama, a cabeça nadando um pouco. — Tudo bem, eu


estou levantando, ele gritou, tropeçando em seus pés. — Encontre Simon e
diga a ele que eu preciso dele.

— Simon ainda não voltou, disse Keaton.

Colin gemeu. — Bem, encontre outra pessoa e envie-a para cá. Não
posso me vestir sozinho - ele gritou.

— Ok, mas é melhor você não deixar seu pai esperando por muito
tempo, chamou Keaton.

Quando ele finalmente chegou à sala de jantar, ele não estava muito
feliz e sem humor para ouvir uma palestra de seu pai. Ele se sentou à mesa,

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tentando não deixar o temperamento irromper quando teve que pedir um café
aos empregados, depois se recostou e se preparou para a palestra que sabia
que estava por vir. Mas seu pai não olhou para ele, não reconheceu sua
presença de forma alguma e ele começou a se contorcer.

Ainda havia uma pequena brecha em sua memória da noite anterior, e


de repente ele desejou ter perguntado a Keaton e Reese o que eles
ouviram. Esperando alguma pista deles, ele tentou chamar a atenção deles,
mas os dois estavam concentrados no café da manhã. Após alguns minutos de
tentativas, ele percebeu que os dois estavam evitando olhá-lo e voltou sua
atenção para o irmão.

Ele estava tomando seu café da manhã com uma intensidade que nunca
tinha visto antes, e seu coração afundou; ele deve ter feito algo terrível para
que seu irmão não olhasse para ele. Quando seu café da manhã foi colocado na
frente dele, ele pigarreou, esperando que seu pai ao menos olhasse para ele,
mas ele apenas continuou lendo seu jornal.

Seu apetite desapareceu repentinamente, ele empurrou a comida no


prato e a deixou de lado. Finalmente, incapaz de aguentar mais, ele afastou a
cadeira da mesa e disse: — Bem, obrigado pela conversa interessante. Acho
que vou voltar para o meu quarto agora.

— Não é tão rápido, disse o pai, largando o jornal e olhando para ele
pela primeira vez. — Você gostaria de explicar isso?

A manchete gritou com ele, e ele afundou na cadeira, a memória


completa da noite antes de repente inundar sua mente. — Eu... deveria ser...

— Deveria ser o que? Engraçado? - perguntou o pai, batendo o jornal


sobre a mesa. — Você acha que andar a cavalo pela rua principal da cidade no
meio da noite completamente nu é engraçado?

Colin achou um pouco engraçado, especialmente agora que se


lembrava. A melhor parte foi o olhar no rosto das pessoas, que vinham pela
cidade, descendo até as docas e depois voltando a subir a estrada. Ele tentou

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suprimir o sorriso que ameaçava explodir em seu rosto, mas os cantos da boca
ainda estavam virados para cima.

O pai dele suspirou. — Percebo que essa conversa nem vale a pena,
disse ele. — Então, eu vou direto ao ponto. Sua mãe e eu sentimos que
algumas medidas drásticas devem ser tomadas se você quiser governar
Ballantine.

— Tudo bem, o que você quer que eu faça? Colin perguntou, tendo
ouvido o mesmo discurso várias vezes.

— Quero que você vá para o seu quarto e pegue algumas coisas, você
está saindo do castelo hoje. - disse o pai.

— E para onde eu vou? Ele perguntou. — Você encontrou outro parente


que acha que pode me arrumar?

— Não, eu cansei de tentar ajudá-lo. Fizemos tudo o que podemos você


esta por sua conta. Não ligo para onde você vai desde que seja longe do
castelo. - disse o pai, depois se levantou. — Você pode levar uma sacola
pequena com você, mas sem dinheiro, joias ou outros objetos de valor.

— Eu não entendo, disse ele, pensando que seu pai devia estar
brincando. — Você está me expulsando do castelo? Esta é a minha casa. Eu sou
o príncipe.

— Você pode ser o príncipe, mas não age assim, disse a mãe, apontando
para o jornal ainda na mesa. — Durante anos, tentamos ensinar a você que
todos em Ballantine são importantes, tentamos fazer você entender que os
plebeus não são nossos escravos. Tentamos ensiná-lo a ser um líder sábio, a
governar com compaixão, mas claramente não funcionou.

Seu pai caminhou atrás da cadeira da mãe e colocou as mãos nos


ombros dela. — Filho, isso não é fácil para nós, mas você nos deixou pouca
escolha. Essa última escapada só prova que você não está em condições de
governar. Talvez lá fora, você aprenda alguma coisa, talvez você finalmente se

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torne o homem que deveria ser. Caso contrário, seu irmão se tornará o rei ele
disse.

Ele só podia assistir de boca aberta enquanto o pai ajudava a mãe a sair
da cadeira e saírem da sala. Abrindo e fechando a boca várias vezes, ele
procurou algo para dizer, algo para parar o que estava acontecendo, mas seus
pais se foram antes que ele pudesse falar.

— Isso não pode estar acontecendo, disse ele, olhando ao redor da


mesa. — Eles não podem realmente querer dizer isso.

— Receio que sim. - disse Jamison, apontando para o guarda que estava
esperando na porta. — Ouvi papai dizendo a um dos guardas para vigiá-lo, para
que você não roubasse nada.

Demorou várias horas, mas as prateleiras foram reabastecidas e estavam


prontas para o dia seguinte. Ela estava ouvindo o desfile e se perguntando se
faltava alguma coisa, mas decidiu que a última coisa que queria era ficar no
meio da multidão apenas para vislumbrar a família real. Em vez disso, ela iria à
fazenda buscar uma carga de mercadorias para encher o estoque que parecia
vazio.

Só de pensar na fazenda a relaxou, e ela sabia que o que precisava era


de um pouco de ar fresco. Esgueirando-se pela porta dos fundos, ela pegou sua
bicicleta e começou a longa viagem para fora da cidade nas estradas
secundárias da fazenda. Não era a rota mais rápida, mas com o desfile em
pleno andamento, ela tinha pouca escolha.

Enquanto ela caminhava pelas ruas secundárias alinhadas com casas


pintadas de cores vivas, seus canteiros de flores transbordando, ela não pôde
deixar de sorrir com carinho para único lar que ela já conheceu. Saindo atrás

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das ruas da cidade, ela esbarrou na estrada de terra que levava à sua fazenda,
evitando o pior dos trilhos enquanto andava os olhos examinando a floresta ao
redor em busca de algo interessante.

A estrada descia constantemente do mar, depois sobre um platô que se


estendia por vários quilômetros, mas tinha apenas alguns quilômetros de
largura. Foi aqui que seus bisavós se estabeleceram anos atrás, quando os
Seelie vieram aqui para construir uma comunidade Fae melhor. Ela não tinha
certeza de que eles haviam alcançado seu objetivo, mas amava a fazenda,
trabalhara com sangue, suor e lágrimas para segurá-la, e esperava que seus
pais se orgulhassem dela.

Quando a fazenda apareceu, ela sorriu feliz por estar em casa, mesmo
que por apenas alguns minutos. O sorriso ficou ainda mais amplo quando viu Eli
sentado na varanda da frente, uma jarra grande de limonada e dois copos
sentados ao lado dele. Ele também estava sorrindo quando ela pulou da
bicicleta e a apoiou na varanda.

— Eu pensei que você poderia precisar de uma pequena pausa, disse


ele, apontando para a mesa ao lado dele. — Eu até consegui alguns biscoitos
de Mildred.

O estômago de Darby roncou com o pensamento da confecção


açucarada e amanteigada pela qual sua vizinha era famosa. — Como está
Mildred? Ela foi ao desfile? Ela perguntou, subindo as escadas e sentando na
cadeira de balanço ao lado de Eli.

Eli acenou com a mão no ar. — Ela é tão estúpida como


sempre. Descemos a montanha por um tempo, mas era um pouco louco
demais, então chegamos em casa - ele disse, estendendo o prato para ela
pegar um biscoito. — Você foi?

Darby balançou a cabeça. — Fiquei na loja para reabastecer as


prateleiras, e foi por isso que voltei para casa; a despensa está vazia. Tenho

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estoque suficiente para amanhã, mas nada para encher as prateleiras depois
que fecharmos.

Ele assobiou. — Nesse ritmo, você não terá o suficiente para durar o
verão inteiro.

Ela assentiu. — Eu sei, mas as coisas vão desacelerar após a primeira


semana, pelo menos espero que sim, ou estaremos com problemas.

Eli ficou quieta por um segundo, depois perguntou: — Você já pensou


melhor em obter esse empréstimo bancário?

Suspirando, porque eles tiveram essa discussão muitas vezes: — A


última coisa que quero fazer é dar à realeza mais dinheiro do que eu já faço; a
taxa de juros que eles estão cobrando é ridícula. Sinto como se estivesse
pagando para usar meu próprio dinheiro, e não vou por esse caminho. Vamos
construir a nova casa de secagem e oficina quando eu puder pagar em dinheiro
por isso. Por enquanto, vamos ter que nos contentar com a casa da fazenda.

— Só pensei em checar, disse Eli, enchendo o copo novamente. — Você


vai pegar a carroça quando voltar?

Darby assentiu. — Gostaria de ver se consigo mais de um dia de estoque


na cidade.

— Isso vai levar algumas horas. Você não vai ao baile hoje à noite? Eli
perguntou surpresa ao ouvir seus planos.

Ela riu. — Eu não iria nem morta naquele baile, disse ela, depois viu o
olhar no rosto de Eli. — Mas você definitivamente deveria ir, se quiser. Quase
todo mundo estará lá. Simplesmente não é o meu lugar.

Darby só foi aos bailes realizados todo o verão no início da temporada


algumas vezes, mas isso foi suficiente para ela. Ao contrário do resto dos Fae
que chamavam Ballentine de lar, ela não estava interessada na festa
alimentada por sexo. Ser apalpada, beliscada e espremida por homens que ela

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não conhecia não a atraía, e ela definitivamente não tinha gostado de acordar
na manhã seguinte ao lado de um desses homens.

Às vezes, ela se perguntava se era realmente uma Fae, ou se era frígida,


como havia sido dito várias vezes quando rejeitou os avanços de um
homem. Era uma palavra feia, mas talvez eles estivessem certos; afinal, ela
nunca tinha aproveitado a chance de encontros sexuais que o resto da cidade
parecia procurar constantemente. Em uma cidade onde a fidelidade era uma
palavra suja, sua incapacidade de dormir com qualquer um a rotulava como
estranha.

— Bem, se eu quero fazer tudo antes do baile, é melhor voltar ao


trabalho, disse Eli, levantando-se. — Eu desejo que você reconsidere ir; é
realmente muito divertido.

Darby ficou de pé também. — Acho que vou ficar em casa este ano e
trabalhar nos jardins por algumas horas, disse ela.

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Colin estava embaixo de uma árvore, recuperando o fôlego e olhando
para a entrada em arco que levava à cidade. Parecia que ele havia andado por
quilômetros; seus pés doíam; ele estava sem fôlego e ainda em choque depois
de ser revistado como um ladrão comum quando saiu do castelo. Mas, graças a
Reese, ele tinha um belo pacote colado ao estômago e, assim que passasse
pelos guardas da guarita, seria dele.

Agora ele tinha uma escolha: esperar até que os guardas se distraiam ou
correr o risco de caminhar com ousadia e pedir que eles o revistem. Os guardas
do castelo não tinham sido corajosos o suficiente para revistá-lo, apenas a
bolsa que ele carregava, mas ele havia perdido um pouco de sua confiança na
longa caminhada pelo bairro de luxo que se espalhava abaixo do castelo.

Várias vezes, ele viu rostos nas janelas e sabia que a notícia já estaria se
espalhando de que ele havia sido banido do castelo em desgraça. Não disposto
a arriscar a humilhação ou a possibilidade de outra busca, ele mergulhou nas
árvores e seguiu a cerca de pedra até encontrar o portão que
lembrava. Coberto de trepadeiras, o portão parecia não ter sido aberto há anos,
e ele ficou tentado a desistir antes mesmo de tentar.

Mas, em vez disso, ele levantou as mangas e limpou as videiras, depois


usou o ombro para abri-lo, polegada a polegada. Quando finalmente se abriu,
ele não estava pronto, e caiu a dor disparando em seu braço. Ele quase gritou,
mas parou bem a tempo, depois ficou deitado no chão, cerrando os dentes até
a dor passar.

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Ele finalmente conseguiu se levantar e seguiu o caminho pela floresta
em direção à cidade. Seu ombro doía enquanto caminhava, suas roupas
estavam sujas e ele queria gritar de frustração até sentir o pequeno embrulho
contra sua pele. Pelo menos ele teria dinheiro para ficar em um lugar e para
um banho quente, lembrou a si mesmo. Espero que isso seja o suficiente para
durar até que seus pais recuperem a razão e o deixem voltar para casa.

Quando ele saiu da floresta, ele se viu na estrada principal, mas estava
cheia de pessoas andando por ali. Confuso no começo, ele apenas os observou,
imaginando o que eles estavam fazendo, mas depois lembrou que o desfile era
naquele dia. Sabendo que não tinha escolha a não ser se juntar a multidão, ele
avançou, esperando que a multidão se separasse dele. Quando ninguém se
moveu, ele começou a avançar, ignorando a aparência suja das pessoas que
ele esbarrou ou deu cotoveladas.

— Saia do meu caminho, ele continuou dizendo repetidamente. — Eu


preciso chegar na frente.

Ele estava quase na frente quando esbarrou nas costas largas e


musculosas que não se mexiam quando a empurrou. — Eu preciso passar, saia,
ele ordenou.

O homem não se mexeu. Em vez disso, ele se virou e olhou para Colin,
seu rosto uma expressão colossal. — Acho que não, disse o homem. — Eu
estive esperando aqui a manhã toda.

Colin olhou para ele, esperando que o homem se movesse, mas ele
colocou as mãos nos quadris e olhou de volta para ele. Finalmente, ele
perguntou: — Você sabe quem eu sou?

O homem olhou para cima e para baixo. — Eu não ligo para quem você
é; este é o meu lugar, e não vou sair.

— Eu sou o príncipe e exijo que você me dê seu lugar, disse Colin,


indignado que o homem falasse com ele dessa maneira.

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O homem olhou para cima e para baixo novamente, depois começou a
rir. — Boa tentativa, amigo, agora volte para onde você pertence; todas essas
pessoas estão esperando aqui comigo há muito tempo, ele disse, em seguida,
empurrou Colin.

Nesse momento, o desfile virou a esquina e começou a descer a rua,


fazendo a multidão aumentar e, já desequilibrado pelo impulso, ele caiu no
chão. Pés chutaram e pisaram nele; tudo o que ele podia fazer era rolar e
cobrir a cabeça com os braços enquanto o castigo continuava. Quando ele
finalmente conseguiu sair da multidão para a beira da estrada, estava ainda
mais sujo do que antes, suas roupas rasgadas em vários lugares e seu corpo
palpitando de dor.

Tropeçando em seus pés, ele caminhou até uma árvore e se encostou


nela, tentando recuperar o fôlego e entender o que havia acontecido. Ninguém
nunca o tratou dessa maneira, ninguém jamais o enfrentou, e só de pensar
nisso fez seu sangue começar a ferver. Ele era o príncipe dos Seelie, um rei de
sangue e linhagem: isso deveria ser tudo o que importava. Todos na multidão
deveriam tê-lo visto como ele era e prestar homenagem a ele.

Tentado a voltar e exigir o respeito que lhe era devido por nascimento,
ele voltou a se reunir com a multidão, mas viu que sua família estava
passando. Houve aplausos loucos dos espectadores, mas então ele os viu
começar a sussurrar e apontar, e ouviu seu nome várias vezes. Ocorreu-lhe
então que a cidade inteira logo saberia sobre seu exílio, e a humilhação
substituiu sua raiva.

Escorregando pela rua, ele mudou de planos e seguiu para o melhor


hotel da cidade. Um banho quente e uma muda de roupa eram o que ele
precisava agora, então ele veria como esclarecer a cidade sobre como ele
deveria ser tratado durante sua curta estadia longe do castelo. Sentindo muito
mais controle, ele caminhou pela rua, o pequeno caroço ao lado de sua pele lhe
dando confiança.

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Depois de entrar no hotel, ele teria que encontrar alguém para comprar
as poucas bugigangas que conseguiu contrabandear para fora do quarto. Não
era muito, mas mesmo no mercado negro, seria suficiente para mantê-lo
entretido por semanas, se necessário, embora ele esperasse que seus pais
vissem a luz muito antes disso. Quando o hotel finalmente apareceu, ele ficou
cheio de alívio; agora ele seria tratado com o respeito que merecia.

Darby estava colocando a última caixa de sabão na prateleira quando


ouviu a porta da frente abrir e fechar. — Darby, onde você está? Fiona chamou,
seus passos ecoando na loja vazia.

— Estou na sala de estoque, ela chamou, revirando os olhos. — Onde


mais eu estaria?

— Preparando-se para o baile, disse Fiona, enfiando a cabeça pela


porta. — Você está pronta?

Darby suspirou. — Você sabe que eu não vou, disse ela. — Mas eu quero
ver o vestido que você está usando.

Fiona sorriu para ela, depois passou pela porta e girou em círculo. — Era
ridiculamente caro, mas decidi me tratar. O que você acha?

— Acho que você pagou muito dinheiro por muito pouco tecido, disse
Darby, mas sorriu para a amiga. — Você já pensou que um pouco de mistério
pode ser uma coisa boa?

Fiona girou de novo, seus saltos finos brilhando na luz, e Darby tinha
certeza de que vislumbrou algo que não deveria ter. — Eu sei que é um pouco
impetuoso, mas estou cansada de não ser notada, disse ela, puxando o vestido
para baixo. — Não se preocupe, não mostrarei a ninguém que não queira que
eu faça.

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Darby balançou a cabeça. — Alguém já lhe disse que você é impossível?
Ela disse, mas havia risos em sua voz.

— Sim, a mesma pessoa que não tem graça, disse Fiona, depois se
aproximou e a abraçou. — Já lhe ocorreu que você trabalha demais? Talvez se
você se divertisse um pouco de vez em quando, não seria uma chata.

— Só porque eu não quero ir ao baile e ficar com alguém e fazer sexo


sem sentido não significa que eu sou uma chata, disse ela, desejando poder ser
como o resto dos Fae quando o assunto era sexo. — Gostaria de não me sentir
assim, mas sinto.

O rosto de Fiona ficou sério. — Desculpe, Darby, eu estava apenas


brincando. Não há nada de errado com o que você sente; Eu não deveria tirar
sarro de você.

— Está tudo bem, disse Darby, dando um abraço na amiga. — Agora, é


melhor você ir ao baile para poder fazer esse vestido se pagar. Este pode ser o
ano em que você pega alguém da realeza.

— Oh, você acha? Fiona disse, tremendo de emoção.

— Nesse vestido, é garantido atrair a atenção de alguém, disse Darby,


empurrando a amiga em direção à porta. — Estarei aqui brilhante e de manhã
cedo para ouvir tudo sobre isso.

Enquanto dirigia a carroça para casa, pensou em como era diferente dos
outros Fae e se perguntou o que isso significava. Mas, como sempre, ela não
encontrou nenhuma explicação; não importa o quanto ela queria estar aberta a
encontros sexuais casuais, isso simplesmente não estava nela. Às vezes, ela se
perguntava se era imune à sexualidade natural dos Fae, se alguma vez sentiria
aquela centelha de atração que parecia alimentar as paixões selvagens que
floresciam em Ballentine.

Quando ela passou pelo grande arco de pedra que separava a parte
comum da cidade da realeza, ela diminuiu a velocidade e olhou para o
castelo. Estava iluminado para o baile, e ela podia ver pessoas entrando pelas

23
grandes portas, que naquela noite do ano estavam abertas a todos. Hoje à
noite, a realeza e os plebeus se misturavam como se fossem iguais, parando e
desaparecendo à medida que a noite passava.

Algumas mulheres sortudas da cidade seriam escolhidas pela realeza e


por uma noite viveriam a vida que lhes eram negadas simplesmente por
nascimento. Darby não desejava fazer parte do jogo que todos jogavam, mas
ela teria gostado de passear pelas ruas, olhando as casas escondidas atrás do
grande muro de pedra. Imaginando como seria morar lá, saber que isso nunca
seria tirado de você e você nunca se preocuparia de onde viria sua próxima
refeição.

Lembrando a si mesma que tinha mais do que a maioria, ela sacudiu as


rédeas e se dirigiu para casa e para a tranquilidade da fazenda. Estava quase
escuro quando ela chegou lá, mas havia luzes brilhando na casa, e ela sabia
que Eli tinha esperado que chegasse para sair. Ele saiu pela porta quando ela
parou no quintal, e ela desejou por um segundo que se sentisse atraída por ele.

Vestido com seu smoking, o cabelo preso para trás, os olhos azuis ainda
mais azuis contra o preto do terno, ele era a personificação da
masculinidade. Mas não houve resposta de seu corpo, formigamento,
borboletas, palmas suadas - apenas a felicidade de ver seu amigo sorrindo para
ela da varanda.

—Você ainda tem tempo de se trocar e vir comigo, ele chamou,


segurando um vestido que parecia muito com o de Fiona.

Darby pulou da carroça. — Onde você conseguiu isso? - ela perguntou


horrorizada.

— Fiona deixou cair, disse ele, o sorriso desaparecendo de seu rosto. —


Você não gosta?

Ela subiu as escadas e arrancou o vestido da mão dele. Isso parece algo
que eu usaria? Ela perguntou, depois amoleceu. — Me desculpe, Eli, não é sua
culpa que Fiona tenha saído do fundo do poço.

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— Bem, eu não pensei que parecia com você, você é mais suave e
esvoaçante... ele parou, claramente envergonhado. — Quero dizer, não é como
se eu pensasse muito sobre isso.

Darby não pôde deixar de sorrir. Obrigada, Eli, disse ela, inclinando-se e
beijando-o na bochecha. — Se eu fosse ao baile, seria com você.

Seu rosto ficou vermelho e sua boca se abriu e fechou algumas


vezes. Então ele se virou e começou a descer a estrada sem dizer uma palavra,
deixando-a ali cheia de arrependimento. Teria sido tão fácil se ela pudesse se
apaixonar por Eli; ambos amavam a fazenda, e poderia ter sido uma vida
perfeita. Mas não importava o quanto tentasse, estava claro que Eli não era a
pessoa certa para ela. Ela só esperava que o caminho certo estivesse lá fora em
algum lugar.

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Colin ficou perplexo diante do Grand Ballentine Hotel, imaginando por
que o porteiro parecia ignorá-lo. O homem olhou para ele uma vez, depois
desviou os olhos rapidamente, e agora estava olhando atentamente para
qualquer lugar, menos para ele, fazendo sua raiva começar a brilhar
novamente. Subindo os degraus, um de cada vez, ele sentiu seu batimento
cardíaco acelerar e seu sangue ferveu com a grosseria do homem.

— Você vai abrir a porta para mim, ou eu tenho que fazer isso sozinho?
Ele exigiu.

— Sinto muito, senhor, mas não posso deixar você entrar - disse o
porteiro, entrando na frente da porta. Você pode tentar um dos outros hotéis
na mesma rua.

— Não vou tentar outro hotel. Eu sempre fico neste hotel - ele falou com
os dentes cerrados. - Exijo que você abra a porta para mim ou serei obrigado a
denunciá-lo ao gerente. Somos bons amigos, você sabe.

O porteiro o olhou de cima a baixo. — Eu duvido muito disso, senhor,


disse ele, com um leve sorriso no rosto. — Agora, a menos que você possa me
provar que pode ficar conosco, terá que seguir em frente.

O olhar no rosto do porteiro era mais do que ele podia suportar. — Você
sabe quem eu sou? Eu poderia comprar esse lugar se quisesse. - ele zombou
do homem.

— Então é isso que você terá que fazer, disse o porteiro calmamente, —
Porque não vou deixar você entrar aqui até ver algum dinheiro em sua mão.

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Ele ficou olhando para o porteiro, respirando profundamente, sua visão
cheia de vermelho, revirando as opções em sua mente. O pacote agitou sob a
camisa enquanto o peito se enchia de ar, e ele decidiu que o melhor plano era
simplesmente remover o pacote e mostrar o dinheiro ao homem estúpido.

Eu já volto, e então você vai se arrepender de ter sido tão rude comigo,
disse ele, voltando para a calçada com visões de seu retorno triunfante
alimentando sua indignação.

Avistando um beco que lhe daria a privacidade necessária para recuperar


algum dinheiro do pacote, atravessou a rua e entrou nas sombras. Nem grande
o suficiente para deixar uma carroça passar, o beco estava escuro e silencioso,
e ele não perdeu tempo desabotoando a camisa larga que usava e puxando o
embrulho. Suas mãos tremiam enquanto ele tentava desatar o nó que mantinha
a bolsa fechada, e ele quase a derrubou duas vezes.

Respirando fundo, ele tentou mais uma vez e, para seu alívio, o nó se
soltou. Mergulhando a mão na bolsa, procurou em volta a pequena sacola de
moedas que colocara primeiro, aliviado quando seus dedos sentiram o couro
macio da bolsa. Ele puxou-o e segurou-o contra a luz. Satisfeito com sua
premeditação, ele já estava planejando o discurso que faria quando voltasse ao
hotel enquanto fechava a bolsa novamente.

Ele estava prestes a prender a bolsa quando um movimento mais abaixo


no beco chamou sua atenção, e ele congelou, seu coração batendo de repente
no peito. Olhando para o beco, ele esperou, ouvindo o que pareceram horas,
mas foram apenas alguns segundos, depois deu de ombros quando não ouviu
mais nada.

Mas quando ele se virou, ficou cara a cara com um homem vestido de
preto e segurando uma faca. — Eu vou pegar esse saquinho, disse ele,
pegando a bolsa.

Colin tentou lutar com ele, mas logo sentiu a lâmina fria da faca
atravessar seu braço e soltar. Ele agarrou seu braço, sentindo o calor de seu

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próprio sangue e quase desmaiou, mas conseguiu ficar de pé e tropeçou atrás
do homem que desapareceu nas sombras. De pé na escuridão do beco, com o
braço sangrando, afundou lentamente, pois a maior parte do dinheiro havia
sumido, tudo o que ele tinha era a bolsinha de moedas que enfiara no bolso.

O que parecia um belo ninho de ovos entre os outros tesouros, de


repente parecia nada, e ele caiu de joelhos na rua. Ele rastejou pelo beco e
sentou-se encostado no prédio, sem perceber o lodo sujo que embebia em suas
calças como o desespero que tomou conta dele.

As poucas moedas nunca seriam suficientes para pagar uma estadia no


hotel, e a única coisa que teria provado sua identidade se foi. Ele cavou no
bolso e tirou a bolsinha, jogou-a nesta mão e olhou para as moedas, uma faísca
de esperança ganhando vida quando ele percebeu que havia mais lá do que ele
se lembrava.

Empurrando rapidamente as moedas de volta na bolsa, ele as enfiou no


fundo do bolso e se pôs de pé. Seu braço ainda estava escorrendo sangue do
ferimento da faca, mas ele se recuperaria sozinho em algumas horas, então ele
rasgou uma tira da parte inferior da camisa e desajeitadamente a
envolveu. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre suas roupas rasgadas e
ensanguentadas, e tinha certeza de que havia um fedor ao seu redor, mas
ambos os problemas poderiam ser tratados com as moedas chocalhando em
seu bolso.

Depois de cuidar do cavalo e guardar a carroça, Darby dirigiu-se à


fazenda e ao jantar. Ela podia ouvir a festa no castelo à distância e sentiu uma
pontada de curiosidade, mas afastou-a como imprudente. Lá dentro, ela
encontrou uma panela de ensopado borbulhando suavemente no fogão e um

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pedaço de pão fresco sobre a mesa e desejou novamente poder sentir algo por
Eli.

Não era a primeira vez que um deles saía para jantar fora, mas naquela
noite o gesto parecia especialmente pungente, e uma pontada de solidão a
deixou sem fôlego. Mesmo depois de todos esses anos, a perda de seus pais
ainda doía, e a dor de perder sua avó ainda era fresca, como havia sido no
inverno passado, quando ela dormiu e nunca mais acordou. Afastando a dor e
desejando o que ela pudesse nunca a sentir novamente, ela preparou o jantar e
levou para a varanda.

Determinada a aproveitar a noite quente do início do verão, ela deixou


os sons da festa no castelo desaparecerem e, em vez disso, ouviu o barulho da
fazenda ao seu redor. Os animais no celeiro estavam quietos naquela noite,
mas ela podia ouvi-los se movendo em suas baias, as galinhas murmurando no
galinheiro e o vento que soprava através das plantas ao seu redor, enchendo o
ar com uma fragrância deliciosa.

Esquecendo o ensopado na frente dela, inclinou a cabeça para trás e


tomou goles profundos do ar, desejando poder capturar esse cheiro em um de
seus sabonetes ou loções. Mas não importava o quanto ela tentasse, ela não
poderia ser capturada, não poderia ser engarrafada ou embalada, apenas
experimentada em uma noite rara como esta. Seu apetite desapareceu, ela
pegou a comida e voltou para casa e a deixou na cozinha, pensando que
poderia comer mais tarde.

Agarrando sua jaqueta e um cobertor, ela saiu pela porta da frente e


entrou na escuridão. Ela não precisava de luz para encontrar o caminho para o
seu lugar favorito na fazenda; as estrelas forneciam toda a luz que ela
precisava, o perfume de cada planta quando ela passava, guiando-a pelos
caminhos certos. Quando ela chegou ao pequeno círculo de grama no centro de
seus campos, ela estendeu o cobertor e deitou-se.

A grama estava fria, e ela estava feliz com o cobertor e a jaqueta, mas
enquanto estava deitada ali, começou a sentir o calor da terra começando a

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penetrar nela. A encheu lentamente quando a fragrância das flores e ervas ao
seu redor flutuou para ela na brisa, lembrando-a de uma noite não muito
tempo atrás, quando ela se deitou no mesmo local.

Naquela noite, ela estava no meio dos campos arruinados, cheios de


desespero, certa de que ela e a avó não apenas passariam fome no inverno,
mas na primavera seguinte, elas procurariam um novo lugar para morar. As
flores silvestres que haviam tomado conta de suas colheitas estavam brilhando
na escuridão ao seu redor, um lembrete silencioso de sua falha em se agarrar à
fazenda.

Ela chorou quando o aroma poderoso a cercou, e logo o desespero


começou a desaparecer, substituído por uma sensação de calma. Surpresa, ela
olhou para cima e descobriu um anel de flores ao seu redor, as flores brancas
brilhando na escuridão e a figura do pai em pé sobre ela.

Saltando de pé, ela o encarou, um pouco assustada a princípio. Mas o


susto desapareceu quando ele sorriu para ela, o mesmo sorriso que ela
lembrava tão claramente, e ela queria correr até ele e se jogar em seus braços.

— Eu não pude fazer isso, papai - ela sussurrou, com medo de que o
som de sua voz o fizesse desaparecer.

— Eu sei o quanto você tentou, minha pequena abóbora, disse ele.

Seu coração quase explodiu quando ouviu seu apelido de infância. — Oh,
papai, o que eu vou fazer? Não quero ir trabalhar no castelo.

— Gostaria de poder ajudá-la, mas existem regras, disse o pai dela. —


Mas posso lhe dizer uma coisa: a resposta está ao seu redor. Eu não podia ver
isso antes, mas agora eu posso. Não seja como eu; abra seus olhos e olhe ao
seu redor. A solução está aqui.

Quando a figura dele começou a desaparecer, ela gritou para ele, mas
ele murmurou: — Eu te amo, depois desapareceu. Ela caiu no chão, ainda mais
desiludida do que antes, mas então o perfume das flores começou a alcançá-la

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novamente e a calma desceu sobre ela, um bálsamo para sua alma ferida. De
repente, ela entendeu o que o pai estava tentando lhe dizer.

Ela juntou um grande ramo de flores, deixando que o cheiro a enchesse,


depois voltou para a cabana e acordou a avó. — Onde você conseguiu isso?
Sua avó exigiu quando viu o que Darby estava carregando.

— Elas estão por todos os campos, ela disse. — O que elas são?

— Flores da Lua, dissera a avó, levantando da cama e pegando as flores


nas mãos. — Estas são as flores mais raras em Ballentine; elas contêm
produtos químicos que acalmam.

Mesmo aos treze anos, ela entendeu que as flores que sua avó segurava
eram a chave para seu futuro. Não haviam se reunido de uma só vez, mas o
primeiro ramo de flores foi suficiente para mantê-las alimentadas durante o
inverno. Hoje, eles eram a pedra angular de todos os seus produtos, e ela
nunca esqueceria a noite em que seu pai lhe mostrara o poder dentro da
delicada flor branca.

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Chuva começou a cair, e Colin ainda estava andando pela calçada,
embora por onde ele estivesse andando não parecesse muito com os caminhos
bem cuidados com os quais estava acostumado. Por horas, ele procurou um
lugar para ficar a noite toda, e tudo o que conseguiu foram olhares sombrios e
ameaças para chamar os guardas. Seu braço palpitava, ele estava mais sujo do
que jamais esteve em sua vida e estava começando a se sentir desesperado,
aterrorizado com a possibilidade de ter que passar a noite lá fora.

Suas peregrinações o levaram à pior parte da cidade, uma parte que ele
nunca soube que existia e, pela primeira vez, ficou feliz por ninguém saber
quem ele era. Parte dele ficou horrorizada com o que viu enquanto caminhava,
mas a realeza dentro dele se encolheu quando alguém se aproximou dele, e ele
se perguntou o que havia levado essas pessoas a escolher uma vida como essa.

Quando ele finalmente chegou a um hotel sem porteiro vigiando na


frente, uma explosão de esperança ganhou vida dentro dele, e ele foi direto
para as portas. Abrindo caminho, ele hesitou dentro do prédio, esperando
alguém o afastar, mas foi recebido apenas com silêncio. Avistando um homem
sentado atrás de uma pequena recepção, ele se aproximou demandas já
girando em sua mente, mas então ele olhou para o rosto do homem e viu seu
desdém e decidiu por uma tática diferente.

Levou alguns segundos para encontrar as palavras e o tom de voz


certos, mas ele finalmente conseguiu dizer: — Espero que você possa me
ajudar. Hoje fui atropelado pela multidão no desfile e, em seguida, alguns
homens me roubaram e me esfaquearam e pegaram todo o meu dinheiro,

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exceto essas poucas moedas. Eu preciso de um lugar para ficar a noite e me
limpar.

O homem assentiu. — Lamento saber dos seus problemas, rapaz, mas


vou precisar de pagamento adiantado e ficarei feliz em ajudá-lo. - ele disse,
com o rosto suavizando.

Colin suspirou aliviado, depois se afastou do homem e sacou uma


moeda. — Isso será suficiente? Ele perguntou, percebendo que não tinha ideia
de quanto custa um quarto.

Os olhos do homem se arregalaram quando viu a moeda e, por um


segundo, Colin pensou em pegá-la da mão, mas depois disse: — Essa é uma
moeda real. Eu não aceito isso.

— Como assim você não aceita? Colin perguntou, sua voz subindo em
pânico. — É um bom dinheiro, provavelmente mais do que suficiente para
pagar por um de seus quartos.

O homem olhou para Colin por um longo tempo e depois suspirou: —


Não sei de onde você tirou isso, mas por aqui não podemos pegar moedas reais
nem gastá-las. Isso não vale nada para mim, a menos que eu o venda no
mercado negro.

Colin sabia o que o homem estava pensando. — Eu não roubei isso; elas
são minhas. - ele disse, esquecendo como ele era naquele momento.

O homem olhou para cima e para baixo novamente. — Olha, me


desculpe, mas não posso ajudá-lo, disse ele, balançando a cabeça. — Mas se
você realmente fala sério sobre gastá-las, há um lugar a alguns quarteirões
abaixo, onde você pode encontrar alguém disposto a se arriscar.

Dez minutos depois, ele estava em pé na frente de um hotel em ruínas,


a placa na frente era tão antiga que a escrita havia acabado. Ele pensou em ir
embora, mas já era tarde, estava exausto e seu braço latejava, então abriu a
porta e entrou. Estava quase tão escuro por dentro quanto fora, mas foi
recebido por um homem grande que se parecia muito com o homem do desfile.

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— Posso ajudar você, estranho? - ele perguntou, cruzando os braços
sobre o peito.

Colin hesitou e disse: — Tenho algumas moedas para vender, e alguém


me disse que talvez esse seja o lugar para fazê-lo.

— Que tipo de moeda? O homem perguntou.

— O tipo que normalmente não pode ser usada por aqui, respondeu
Colin, orgulhoso de si mesmo por seu raciocínio rápido.

— Deixe-me ver uma, ordenou o homem.

Colin tirou uma única moeda do bolso e mostrou ao homem, cujos olhos
se arregalaram. — Você roubou isso?

— Não, são minhas, disse ele, olhando o homem bem nos olhos. — Eu
não roubei.

O homem assentiu, sabendo que Fae não podia contar uma mentira
direta. — Me siga.

Colin seguiu o homem por um corredor escuro, entrou no bar e


atravessou a sala até uma mesa onde um homem muito feio estava sentado
assistindo tudo acontecendo ao seu redor. Ele ficou esperando nervosamente
enquanto o grandalhão sussurrava no ouvido do outro homem, imaginando se
ele poderia realmente ser uma fada, que raramente era feia. No final, ele
decidiu que não importava; ele precisava do que o homem tinha a oferecer.

Quando o homem acenou para Colin e fez um gesto para ele se sentar à
sua frente, ele cuidadosamente se sentou. — Ouvi dizer que você tem algumas
moedas das quais gostaria de se desfazer, disse o homem.

Ele assentiu e colocou a moeda na mesa entre eles. — Eu tenho mais de


onde isso veio, disse ele, recostando-se e cruzando os braços sobre o peito,
tentando parecer calmo, mesmo que seu coração estivesse batendo forte no
peito.

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O homem pegou a moeda e olhou para ela, virou-a várias vezes, depois
a colocou na boca e a mordeu. Colin quis rir da visão, mas ficou quieto,
sabendo que não podia ofender o homem que parecia capaz de quebrá-lo ao
meio. Finalmente, o homem colocou a moeda de volta na mesa e olhou para
Colin.

— Se o resto do que você tem é algo parecido com este, acredito que
poderemos chegar a um acordo, disse o homem. — Mas vou ter que ver o resto
antes de fazermos um acordo.

Colin, relutantemente, tirou a bolsa do bolso e jogou as moedas


restantes na palma da mão, depois as colocou sobre a mesa. — Espero um
bom retorno por estas, disse ele.

— Vou lhe dar cinquenta peças de ouro por eles, disse o homem,
sentando-se na cadeira.

Colin só podia olhar para ele. — O que? Isso não é o suficiente; valem
quatro vezes mais - ele latiu.

— Essa é a minha oferta; pegue ou largue - disse o homem. — E se eu


fosse você, eu aceitaria.

Ele não gostou do olhar no rosto do homem ou do tom de sua voz e


ficou de pé. — Acho que vou deixar, disse ele, estendendo a mão para varrer
as moedas.

— Eu não faria isso, disse uma voz atrás dele. — Pegue o dinheiro do
chefe e siga seu caminho.

— Eu não serei enganado, disse ele, juntou as moedas rapidamente e foi


para a porta.

Mas ele só deu alguns passos antes de uma mão com um aperto como
um torno de aço apertar seu braço e ele foi girado. Um punho conectado com o
rosto; ao mesmo tempo, sentiu as moedas serem tiradas da mão e depois não
viu mais nada.

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Ainda pensando em seu pai e naquela primeira noite com as Flores da
Lua, Darby voltou para a casa da fazenda. A lua havia nascido horas atrás, e
ela sabia que precisava dormir um pouco, mas suas memórias não seriam
acalmadas naquela noite, e logo ela estava pensando em sua avó e em quanto
ela amava a fazenda. Seu lugar favorito para passar o dia fora à casa de
secagem, que sempre cheirava a um dia fresco de verão, e ela passara o último
dia ali sentada em sua cadeira de balanço, tomando banho de sol.

Ao passar pela casa de secagem, ela olhou para ela, quase esperando
que sua avó estivesse sentada, acenando para ela, como costumava fazer. Mas
é claro que ela não estava lá, mas notou que a porta estava aberta um pouco,
como se alguém tivesse entrado escondido e esquecido de fechá-la. De
repente, cautelosa, ela pegou um graveto no chão debaixo de uma árvore e
mudou de direção.

Não seria a primeira vez que pegara alguém no galpão de secagem na


noite do baile de verão, mas isso não acontecia há alguns anos. A primeira vez
foi mais embaraçosa para ela do que os Fae que ela encontrou; ela ficou tão
chocada que gritou e fugiu, mas não tinha mais treze anos.

Agarrando o galho com força em sua mão, ela se aproximou da porta


esperando ouvir os sons de Faes fazendo amor, mas havia apenas silêncio. Ela
parou e ouviu, pensando que estava errada, mas então ouviu um leve farfalhar
seguido de gemidos. Mais do que um pouco irritada por sua casa ter sido
invadida por festeiros errantes, ela abriu a porta e entrou.

— Eu sei que você está aqui, e é melhor você sair agora, ela gritou,
acendendo as luzes.

O silêncio a recebeu novamente, e ela se perguntou se ela estava


imaginando coisas, mas assim que ela alcançou as luzes para apagá-las, ela
ouviu outro gemido. Desta vez, estava mais claro do que antes e parecia mais

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alguém com dor do que com prazer. Segurando o pau um pouco mais forte, ela
começou a olhar em torno das mesas, abaixando-se para evitar os feixes de
flores e ervas secas penduradas no teto.

Quando ela se aproximou da parte de trás do galpão, os gemidos ficaram


mais altos, e ela quase perdeu a coragem, mas continuou. Quando ela
finalmente viu a figura que gemia no chão do galpão de secagem, ela recuou
um pouco e levantou a graveto, preparada para se defender. Mas o homem
não se mexeu, nem mesmo quando ela rapidamente se aproximou e cutucou-o
com o pé e depois deu um salto para trás.

Ele apenas gemeu e rolou de costas, um braço acima da cabeça, o outro


embalado no peito. Ela o cutucou com o graveto novamente, só para ter
certeza, depois se ajoelhou ao lado dele e o olhou. O braço que ele segurava
embalado em seu peito estava envolto em um pano sujo que ela finalmente
reconheceu como a parte que faltava da camisa que ele usava, e ele estava
coberto de sujeira e sangue. Um cheiro subiu dele que a fez sufocar, forçando-
a a se levantar e respirar fundo algumas vezes.

Não havia como dizer o quanto ele estava ferido, mas ele conseguiu
chegar até aqui. A questão era: o que fazer com o homem agora. Ela só tinha
duas opções: limpá-lo e cuidar dele pessoalmente ou chamar os guardas. Ela
não gostou de nenhuma das opções. A última coisa que ela precisava em sua
vida naquele momento era uma complicação, e o homem deitado no chão era
definitivamente uma complicação.

Chamar os guardas só os tornaria mais conscientes dela, e isso não era


algo que ela queria. Quanto menos a notassem aqui fora da cidade,
melhor. Tudo o que ela precisava era de guardas descobrindo o pequeno
tesouro que ela construíra aqui. Seus impostos e taxas de proteção já eram
altos o suficiente; alguém pode decidir que ela devia pagar um pouco mais.

Então, isso a deixou com apenas uma opção: tornar-se babá de um


estranho, um homem que parecia ter tido algum problema. Não seria uma
tarefa fácil limpá-lo e entrar em casa, mas ela não podia deixá-lo aqui, e ele

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não estava entrando na casa do jeito que estava. Então ela se lembrou da
banheira grande na sala de limpeza ao lado e começou a lenta tarefa de
arrastá-lo pela casa de secagem.

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Colin abriu os olhos para a luz do sol que entrava na sala, mas não era
uma sala que ele reconheceu, então fechou os olhos novamente. Ele ficou lá,
tentando se lembrar de como havia chegado lá, mas sua cabeça começou a
latejar e logo ele estava segurando a cabeça tamanha sua dor. Sob as batidas
em sua cabeça, ele sentiu o braço latejar como se estivesse sendo mantido sob
uma chama e arriscou abrir os olhos para ver se estava pegando fogo.

O ferimento da faca havia se curado, mas pulsava com um leve brilho


vermelho que o fazia sentir náuseas, e ele desviou o olhar, concentrando-se na
sala em que estava. Ignorando as batidas em sua cabeça, ele olhou em volta,
notando que o quarto tinha uma sensação masculina. A colcha e as cortinas
azuis escuras pareciam novas, mas os móveis eram bem usados, com cicatrizes
e descoloridos com o passar do tempo.

Ele tentou novamente encontrar alguma lembrança do que o trouxe


aqui, mas sua cabeça começou a latejar novamente, então ele fechou os olhos
e respirou fundo algumas vezes. Enquanto estava deitado, esperando a dor
passar, ele percebeu as vozes do lado de fora da sala. Apenas murmúrios a
princípio, eles ficaram mais altos, e ele logo ouviu o som de passos, então
fechou os olhos e fingiu dormir.

— Eli estou lhe dizendo que, na condição dele, ele não é um perigo para
mim. disse a voz de uma mulher. — Veja você mesmo, ele ainda está
dormindo.

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Houve um silêncio por um segundo, então ele ouviu um homem dizer: —
Ainda não gosto, Darby. Não temos ideia de quem ele é ou de onde veio, e ele
está ferido. Como isso aconteceu?

— Tenho certeza que ele pode responder a todas essas perguntas


quando estiver melhor, disse a mulher. — Você está me incomodando para
trabalhar na loja há meses; essa é sua chance.

— Eu ainda não gosto, disse o homem.

— É só pela manhã. Fiona pode lidar com o reabastecimento - disse a


mulher. — Por favor, Eli, não quero chamar os guardas.

— Tudo bem, mas voltarei antes do almoço para verificar você, disse o
homem.

Ele ouviu um único conjunto de passos voltar pelo corredor, depois


passos mais silenciosos entraram na sala e atravessaram a janela. Seus olhos
ainda estavam fechados, ele ficou lá, tentando decidir o que fazer quando a
sala começou a se encher com o perfume mais maravilhoso e, por um segundo,
seus sentidos ficaram loucos. Era como nada que ele já havia experimentado
antes, uma combinação de conforto e desejo que deixou seu coração batendo
forte e seu sangue bombeando.

Incapaz de se conter, ele abriu os olhos, desesperado para encontrar a


fonte do cheiro confuso, e encontrou uma jovem olhando para ele. Ele não
sabia dizer quantos anos ela tinha, especialmente não quando estava vestida
com um pijama masculino, que devia ser três tamanhos maior que ela. Seu
cabelo estava preso em uma longa trança que caía até a cintura, a pele
bronzeada até um marrom dourado, mas foram seus olhos que o pegaram.

Cheios de muito mais conhecimento do que deveriam para alguém que


parecia tão jovem, eles o estudaram, observando cada centímetro de seu rosto.
— Você parece melhor esta manhã, mas ainda parece febril, disse ela,
atravessando a cama. — Eu sou Darby; você estava no meu galpão de
secagem.

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O coração de Colin estava enlouquecendo em seu peito quando ela se
aproximou e, quando ela estendeu a mão com as costas da mão para verificar a
febre dele, o desejo aumentou de vida dentro dele. Quase imediatamente, sua
cabeça começou a latejar novamente e um suor escorreu em sua testa. — O
que há de errado comigo? Ele conseguiu resmungar.

Darby mergulhou um pano em uma tigela de água sobre a mesa ao lado


da cama e depois o colocou em sua testa. — Parece que você se envolveu com
alguns homens muito ruins. Esse corte no seu braço está cheio de magia
negra; isso nunca vai se curar por si só.

— Mas a mágica não é permitida em Ballentine, é contra a lei - ele


gaguejou, não querendo acreditar no que estava ouvindo.

— Só porque é contra a lei não significa que não existe, disse ela
gentilmente. — Você quer ir ao hospital ou quer que eu tente consertar?

Colin só podia olhar para ela. — Como você planeja fazer isso? Ele
finalmente perguntou, com medo de ter esperança.

— Prefiro não dizer, respondeu Darby. — Na verdade, é melhor se você


não souber.

A resposta dela lhe disse tudo o que ele precisava saber, e ele não tinha
certeza se estava assustado, chocado ou curioso. Ele fechou os olhos, a dor no
braço começando a aumentar novamente. — Faça o que você tem que
fazer. Só vou ficar aqui de olhos fechados.

Ele a sentiu dar um tapinha em seu ombro. — Eu volto já. Preciso de


algumas coisas antes de começar.

Poucos minutos depois, ela estava de volta, carregando uma bandeja de


instrumentos assustadores, e ele desejou ter mantido os olhos fechados. Ela
sorriu para ele. — Não se preocupe: parece pior do que é, disse ela.

O sorriso dela o acalmou, e ele fechou os olhos novamente. — Não sei


por que, mas acho que posso confiar em você, disse ele.

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— Talvez seja porque eu não deixei você morrer lá no meu galpão de
secagem ontem à noite, disse ela.

Ele sorriu, mas não abriu os olhos. — Bem, vamos com isso - ele disse, e
estremeceu quando sentiu uma lâmina fria contra sua pele.

— Eu não vou mentir para você; isso vai doer muito. - ela disse, quando
a dor irradiava em seu braço.

Ofegando, ele tentou combater a dor, sugando grandes respirações de


ar, até que sua cabeça começou a nadar. Ele estava vagamente consciente de
que Darby começara a cantar baixinho, palavras que ele não conseguia
entender, mas o tocaram em algum lugar no fundo, acalmando-o e aliviando a
dor.

Pouco antes de desmaiar, ele sentiu a mão dela na testa dele e ela
sussurrou: - Quase lá. Descanse agora, o pior já passou.

Darby juntou seus instrumentos sujos, embrulhou-os em uma toalha e,


em seguida, com mais um olhar para a paciente, levou-os para a cozinha. Ela
as deslizou uma a uma na pia cheia de água quente com sabão e depois
mergulhou as mãos atrás delas. Com uma escova de cerdas duras, ela limpou o
sangue das mãos, debaixo das unhas e ao redor das cutículas, depois as secou
em uma toalha macia, ciente de que elas estavam tremendo.

Ela se sentou à mesa, deitou a testa na superfície fria e dura e fechou os


olhos, exausta. Entre uma noite quase sem dormir e o preço que o feitiço havia
causado, ela sentiu como se nunca mais pudesse se mexer novamente, mas
tinha que checar o homem. Quando ela o deixou ainda frio, seu ferimento já
havia começado a curar novamente, mas desta vez não tinha sido tão irregular
e feio.

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Ela usou um feitiço tão forte quanto ousou, mas pode não ter sido
suficiente, então ela se levantou e tropeçou de volta para o quarto. Para seu
alívio, o ferimento parecia normal e o homem estava dormindo pacificamente,
então ela caiu em uma cadeira ao lado da cama. Enrolando os pés embaixo
dela, ela fechou os olhos e adormeceu quase imediatamente.

Quando ela acordou algumas horas depois, encontrou um par de olhos


muito verdes observando-a do outro lado da sala. Ela se sentou na cadeira e
sorriu. — Parece que você se sente melhor, disse ela.

— Sim, e eu tenho que agradecer por isso, mas agora eu daria qualquer
coisa por um pouco de água, disse ele, sua voz rouca.

Darby foi até a cama, ciente de que o homem que a olhava era muito
mais saudável do que o que ela havia enfrentado mais cedo naquele dia. Ele
ainda não parecia perigoso, mas ela não sabia nada sobre ele; seria sábio estar
em guarda, pelo menos por enquanto.

— Você pode se sentar? Ela perguntou, pegando o copo de água ao lado


da cama.

— Acho que sim, disse o homem, deslizando-se para uma posição


sentada.

Ela entregou-lhe o copo, depois recuou alguns passos, observando-o


atentamente. Ele esvaziou o copo e estendeu para ela. — Isso é bom, disse ele,
sorrindo para ela. — Eu não vou te machucar. Eu prometo. Você salvou minha
vida.

Darby estendeu a mão e pegou o copo dele. — Quem é você? - Ela


perguntou, dando um passo para trás novamente, tentando não olhar para o
peito nu.

— Você não acreditaria em mim se eu te dissesse, disse ele, balançando


a cabeça. — Ninguém mais acreditou.

— Tente. disse ela, cruzando os braços sobre o peito.

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O homem suspirou. — Meu nome é Colin e sou o príncipe dos
Seelie. Meus pais me expulsaram do castelo, todo o meu dinheiro foi roubado
e, de alguma forma, acabei no seu galpão.

— Muito engraçado, disse ela, afastando-se dele. — Se você não pode


me dizer a verdade, vou ter que pedir para você sair.

— Eu disse que você não acreditaria em mim, disse ele. — Mas eu juro a
você que estou dizendo a verdade. Eu realmente sou Colin, príncipe dos Seelie.

Darby só podia olhar para ele de boca aberta, tentando processar o que
ele havia dito. — Mas você não pode ser, quero dizer, não é possível... as
palavras dela cessaram.

Colin encolheu os ombros. — É verdade, mas vou sair de sua casa se é


isso que você quer, disse ele, jogando as cobertas para trás e se levantando.

Darby não acreditou nele, mas ele estava ali nu, fazendo seu corpo
sentir coisas que nunca havia feito antes. — O que você está fazendo? Volte
para a cama até eu encontrar algumas roupas para você - disse ela, olhando
para o chão.

— Você me disse para sair, disse ele.

— Não disse assim. disse ela, arriscando uma espiada nele.

Ele estava sorrindo para ela, claramente divertido pelo desconforto


dela. — Você está envergonhada? Ele perguntou.

— Não, ela mentiu, mas o rubor que sentiu subindo pelas bochechas
dizia algo diferente, e ela sabia disso, então ela se virou.

— Você está envergonhada. Isso é fofo. - ele disse. — Eu nunca conheci


um Fae que ficasse envergonhado com nudez.

Afastando seu desconforto, ela se voltou para ele. — Eu não estou


envergonhada, disse ela, então abriu a boca para dizer mais, mas as pernas de
Colin se dobraram antes que ela pudesse falar.

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Ela correu para ele e o pegou no momento em que ele estava prestes a
cair no chão e o empurrou em direção à cama. Quando ele caiu, ele a agarrou,
e juntos eles caíram de volta na cama. Darby pousou em seu peito, seu rosto a
poucos centímetros do dele, e seu corpo enlouqueceu de desejo. Respirando
fundo, ela tentou fugir, mas os braços de Colin estavam firmemente presos ao
seu redor.

— Deixe-me levantar, disse ela entre dentes.

— Por quê? Isso é legal. - ele disse com um sorriso malicioso no rosto.

Ela olhou para ele com o que esperava ser um olhar severo, depois
empurrou contra o peito dele e tentou sair de seus braços. Ele riu. — Isso não
vai ajudar, disse ele. — A menos que você veja este final de forma diferente.

Darby congelou quando o sentiu endurecer contra sua perna. O prazer


correu por seu corpo e sua respiração ficou presa na garganta, mas ela
conseguiu encontrar sua voz. — Não vejo esse fim de jeito nenhum, além de
você me deixando ir, disse ela.

Colin a estudou por um momento, os olhos correndo para os lábios dela


e depois voltando para os olhos dela. — Eu vou deixar você levantar se me der
um beijo, disse ele, depois a rolou de costas.

Antes que ela pudesse detê-lo, a boca dele desceu sobre a dela, seu
corpo explodiu de prazer e ela derreteu em seus braços. Quando a língua dele
deslizou em sua boca, o mundo ao seu redor derreteu, e por um segundo, ela
ficou completamente perdida pela paixão entre eles. Mas então o som da porta
da frente se abrindo e fechando penetrou na névoa de seu prazer, e ela
encontrou força suficiente para sair debaixo de Colin.

Ela ficou olhando para ele, seu peito arfando de paixão, depois se virou e
fugiu da sala, muito confusa com a resposta de seu corpo para encontrar
alguma palavra. Eli estava descendo o corredor, mas ela passou por ele,
desesperada por alguns minutos para se recompor. Mas ele se virou e a seguiu,
com um olhar desconfiado

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Colin observou Darby sair da sala, com um enorme sorriso no rosto,
depois recuou para debaixo das cobertas e recostou-se nos travesseiros. Nas
últimas vinte e quatro horas, sua vida passou de perfeita a horrível, mas beijar
Darby naquele momento quase fez tudo valer a pena. Ele não deveria tê-la
beijado, isso estava claro, mas a sensação do corpo dela contra o dele
despertara nele um desejo que tornava impossível qualquer pensamento claro.

Ele nunca tinha visto um Fae corar como ela quando o viu nu, e isso fez
algo profundamente terno surgir nele, despertou um instinto que ele nunca
havia sentido antes e não conseguia descrever em palavras. Havia algo
diferente em Darby, uma inocência que raramente era encontrada nos Fae, e
ele achava isso refrescante, tentador. Colocando as mãos atrás da cabeça, ele
fechou os olhos, pensou no beijo e decidiu que tinha que beijá-la novamente.

Ele estava prestes a dormir quando o som da voz de um homem o


acordou novamente. Era impossível ouvir o que ele estava dizendo, mas de
repente ele se encheu de outra emoção que não podia citar. Saltando da cama,
ele procurou por suas roupas, sentindo uma necessidade intensa de sair do
quarto e onde quer que Darby estivesse. Percorrendo rapidamente a cômoda,
ele finalmente encontrou uma calça de pijama e a vestiu.

Ele atravessou o quarto até a porta e a abriu um pouco e enfiou a


cabeça para fora. Não vendo ninguém no corredor, ele saiu da sala em direção
ao som de vozes, sentindo-se como uma criança espionando seus pais
novamente. Quando ele chegou perto o suficiente para ouvir a conversa

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claramente, ele parou e encostou-se na parede, surpreso ao se ver um pouco
sem ar.

— Você tem certeza que está bem? Ele ouviu Eli perguntar.

Darby suspirou. — Estou bem. Adormeci na cadeira depois de consertar


o braço de Colin, só isso.

Houve um longo silêncio. — Você vai parar de me olhar assim? Estou


bem. - disse Darby.

— Tudo bem, mas você não parecia bem quando saiu daquela sala. Não
confio nesse cara. - disse Eli. —Você descobriu quem ele é?

Darby riu nervosamente. — Ele diz que é o príncipe Colin, disse ela.

— O quê? Eli perguntou, claramente chocado com sua resposta.

— Ele diz que o rei e a rainha o expulsaram do castelo e depois ele foi
roubado, mas ele não consegue se lembrar de como chegou aqui, disse ela.

Colin ouviu o som de um punho batendo em algo. — Eu sabia que não


deveria ter deixado você aqui sozinha com ele; ele é louco ou algo assim. Acho
que está na hora de ele seguir seu caminho.

— Eu acredito nele, disse Darby calmamente.

— O quê? Eli exigiu novamente.

— Eu acredito nele, ela repetiu.

Colin não podia mais ficar escondido. As palavras de Darby provocaram o


primeiro raio de esperança que ele sentiu desde que seu pesadelo começou. —
E ela está certa. Eu sou o príncipe Colin. - ele disse, virando a esquina.

Houve um silêncio na sala quando os três se entreolharam, então ele o


quebrou. — Espero que você não se importe de ter emprestado isso. Você
parecia desconfortável comigo nu.

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Darby ofegou, e a cabeça de Eli girou tão rápido que Colin tinha não
tinha certeza de como isso aconteceu. Enquanto ele olhava para Darby, isso lhe
deu a chance de observar o outro homem, e ele não tinha certeza se gostou do
que viu. Bonito e musculoso, com as mãos ásperas de trabalhador, ele parecia
exatamente o tipo de homem que Darby iria querer.

— Ele estava nu? Eli finalmente conseguiu perguntar, agora olhando


para Colin.

— Sim, quero dizer, as roupas dele estavam todas rasgadas, disse Darby,
o rubor aparecendo em suas bochechas novamente. — Não foi culpa dele.

Colin queria dizer a Eli que, se ele não tivesse aparecido, ambos estariam
nus em alguns minutos, mas ele manteve a boca fechada. O homem mais
jovem parecia que estava prestes a pular sobre a mesa e atacá-lo, e ele não
tinha certeza de que poderia vencer uma batalha com ele agora.

— Isso não está acontecendo, disse Eli, seu rosto ficando com um tom
brilhante de vermelho. — Eu quero você fora daqui agora. Não me importo se
você é o príncipe, o que duvido: você precisa sair desta casa.

Darby estava olhando para Eli em choque. Ela estendeu a mão e colocou
a mão no braço dele. — Eli, ela começou, mas ele a interrompeu.

— Quero que ele se vá, disse ele.

O olhar que apareceu no rosto de Darby o fez estremecer um pouco, e


ele se sentiu mal pelo outro homem. — Eli, esta é minha casa, e eu sou a única
que pode tomar essa decisão. Entendo que você esteja preocupado, mas não
acho que estou em perigo. disse ela. — Colin pode ficar até que ele se sinta
bem o suficiente para sair.

A boca de Eli se abriu e fechou algumas vezes. — Tudo bem, faça do seu
jeito, mas eu vou estar assistindo, disse ele, saindo em seguida.

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Darby respirou fundo, firmemente, e virou-se para Colin, que tinha um
olhar estranho no rosto. A visão dele vestindo apenas calças de pijama ainda
era perturbadora, e ela sabia que tinha sido mais dura com Eli do que
deveria. Mas sua mente e corpo estavam cambaleando com todas as novas
emoções e sensações que a bombardeavam toda vez que ela se virava.

Sua vida tranquila de repente se tornou mais complicada do que ela


estava confortável, e ela teve que encontrar uma maneira de ganhar o controle
novamente. A fonte de seu desconforto ainda estava em sua cozinha,
observando-a e, para seu horror, ela sentiu as bochechas corarem
novamente. Sabendo que sua atração por ele era o primeiro lugar para
começar, ela se virou para a geladeira e a abriu.

— Por que você não volta para a cama? Você provavelmente ainda está
um pouco fraco. - ela disse, sem olhar para ele. — Vou fazer um almoço e levo
para o seu quarto.

Colin atravessou a sala e sentou-se à mesa da cozinha. — Eu vou


descansar aqui e assistir você cozinhar, talvez pense em beijar você de novo,
disse ele, com um sorriso satisfeito no rosto.

Darby olhou por cima do ombro para ele, seu estômago fazendo
cambalhotas, depois colocou a cabeça de volta para dentro. Quando ela
finalmente conseguiu se recompor, decidiu apenas ignorar Colin, mas isso se
mostrou mais difícil do que ela imaginou. De costas para ele, ela começou a
preparar sanduíches, levando seu tempo, mas sentindo os olhos dele nela o
tempo todo.

— Você pode por favor parar de me encarar? Ela finalmente perguntou


sem se virar.

— Como você sabe que eu estou olhando para você? Ele perguntou,
genuína curiosidade em sua voz.

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Terminado o trabalho com os sanduíches, ela se virou. — Eu apenas sei
que você estava - disse ela. — Coma isso e depois volte para a cama.

— Só se você vir comigo, ele brincou, mostrando outro sorriso. — Essa


cama é definitivamente grande o suficiente para dois.

Darby suspirou e empurrou o sanduíche para longe; estava na hora de


esclarecer Colin. Aquele beijo tinha sido um erro, especialmente agora que ela
sabia quem ele era. Ela não sabia ao certo por que acreditava nele, mas no
fundo sabia que ele estava dizendo a verdade, e isso a assustou. Ela ouvira
histórias sobre o príncipe Colin, sobre suas bebedeiras e festas, seu desdém por
alguém que não fosse ele mesmo e, o pior de tudo, a maneira como ele tratava
as mulheres.

Mesmo em uma sociedade tão aberta quanto ao sexo como Ballentine,


ele era conhecido como cafajeste, um homem que fazia grandes promessas,
mas nunca cumpria. Ela não estava prestes a ser mais uma de suas conquistas,
uma das mulheres de quem ele falava tão livremente nos bares e restaurantes
da cidade. Príncipe ou não, ela não iria dormir com ele, beijá-lo ou passar as
mãos sobre o peito musculoso.

Querendo xingar em voz alta na direção de seus pensamentos, ela disse:


— Acho que é hora de conversarmos um pouco.

— Bem, falar não é minha parte favorita, mas se você insistir, acho que
podemos conversar um pouco, disse Colin, com o mesmo sorriso no rosto.

Darby quis dar um tapa nele. — Olha, eu não sei o que você acha que
aquele beijo significou antes, mas não significou nada. Eu não vou fazer sexo
com você. - ela disse, decidindo ser o mais brusca possível. — Eu não durmo
com homens que eu não conheço, seja você príncipe ou não, eu não te
conheço.

Colin encolheu os ombros. — Bem, então acho que teremos que nos
conhecer, disse ele, depois a olhou bem nos olhos. — Porque eu prometo a
você uma coisa, Darby: vou fazer amor com você.

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Uma emoção tão poderosa a tomou e a deixou sem fôlego, levemente
atordoada, seguida por um formigamento profundo que com seu olhar apenas
se tornou mais intenso. Quebrando o contato visual e ficando trêmula, seu
corpo zumbindo de desejo, ela rapidamente jogou o sanduíche no lixo e
colocou o prato na pia.

Desejando poder se conter, ela olhou para ele novamente, depois


desejou que não tivesse. — Eu tenho trabalho a fazer, e você parece estar se
sentindo muito melhor. disse ela, depois fugiu da sala antes de se jogar nos
braços dele.

Ela estava na varanda, inclinando-se novamente no parapeito, sugando


enormes goles de ar, seu corpo ainda pulsando profundamente por dentro,
imagens que ela preferiria não visualizar correndo pela cabeça. A parte Fae nela
pedia que ela voltasse para dentro e deixasse as palavras de Colin se tornarem
em realidade, mas o outro lado dela sabia que seria um erro. Algo já havia
surgido entre eles, e mesmo que para Colin fosse apenas uma distração, ela se
sentia apaixonada por ele como nunca esteve apaixonada por ninguém antes.

Sabendo que ela só estaria alimentando uma fogueira que já estava


queimando muito quente, ela saiu da varanda e seguiu para o galpão. O
trabalho tiraria sua mente do homem sentado à mesa da cozinha e do estranho
efeito que ele tinha nela. Amanhã, suas feridas devem estar completamente
curadas, e mesmo que ela tivesse que dar dinheiro a ele, cuidaria que ele
seguisse a caminho para onde ele pertencia.

A vida dela estava bem até ele aparecer; ela manteve a cabeça baixa,
trabalhou na administração da fazenda. Se ela se sentia sozinha
ocasionalmente, tinha amigos para ajudar a aliviar a dor e animá-la. Um
romance era a última coisa que ela precisava agora, e definitivamente não com
um homem que não pertencia ao seu mundo. Melhor acabar com isso antes de
começar do que acabar machucada.

A primeira coisa a fazer amanhã, ela o mandaria embora, era a única


coisa inteligente a fazer. Ele queria ficar brincando com fogo, e ela não estava

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planejando se queimar, não por um homem que não se lembraria dela daqui a
um mês. Lembrando-se de todas as coisas que ouvira sobre o príncipe Colin,
prometeu manter distância até que ele partisse. Era a única coisa sã a se fazer,
a única maneira de manter intacto o coração e a dignidade.

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Colin terminou seu sanduíche, sorrindo o tempo todo, sentindo-se mais
como seu antigo eu. Não havia nada que ele gostasse mais do que perseguir
uma mulher difícil, e Darby claramente seria um desafio, mas ele estava
confiante de que, no final, ele teria o prêmio que procurava. Ele ignorou a
pequena voz dentro de sua cabeça, avisando-o de que ele poderia ganhar mais
do que esperava, se ganhasse esse prêmio e se levantasse da mesa.

Era estranho estar sozinho em casa, sem empregados, sem família


incomodando, e ele decidiu que passar alguns dias aqui talvez não fosse tão
ruim assim. Então lhe ocorreu que aqui neste lugar seus pais não saberiam
onde ele estava, e um sorriso maligno se espalhou por seu rosto. A essa altura,
os espiões deles teriam relatado que ele desapareceu e eles poderiam estar
ficando preocupados; mais alguns dias deveriam selar o acordo, e eles o
receberiam em casa de braços abertos.

Ainda mais satisfeito com as circunstâncias em que se encontrava, voltou


para o quarto, um enorme bocejo lembrando que ainda estava se
recuperando. Voltando para a cama, ele pegou o controle remoto e ligou a
televisão, mas não demorou muito para que suas pálpebras começassem a cair
e ele caiu em um sono sem sonhos e curativo.

Quando acordou algumas horas depois, ele ouviu alguém na cozinha e


logo o cheiro de comida começou a encher a sala, fazendo seu estômago
roncar. Levantando-se para que ele estivesse encostado na cabeceira da cama,
ele olhou os canais da TV, esperando o jantar, pensando que nunca esteve com
tanta fome em sua vida.

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Quando Darby entrou na sala, seu estômago estava cheio de fome e seu
bom humor azedou. — Eu pensei que você nunca iria trazer o meu jantar, ele
reclamou sem sequer cumprimentá-la. — O que você fez, comeu primeiro?

Darby ficou claramente chocada com suas palavras, mas tentou escondê-
las. — Bem, boa noite para você também. disse ela, colocando a bandeja na
mesa ao lado da cama. — Você estava dormindo quando cheguei em
casa. Como você está se sentindo?

— Sinto como se estivesse morrendo de fome. disse ele, irritado com o


humor dela. — É assim que você sempre trata os hóspedes?

Darby estava perdendo a paciência, mas ele não se importava. Ele


estava com fome, e ela ainda não tinha lhe dado sua comida. — Você quer
dizer cozinhar em um fogão quente por uma hora para ter algo quente para
comer, não é a forma certa para tratar um hóspede? - ela perguntou, um pouco
docemente.

— Não vai estar quente, a menos que você me dê logo - disse ele,
olhando para a bandeja.

Ela olhou para a bandeja também. — Eu presumi que, já que você é um


homem crescido, pode fazer isso sozinho. disse ela, depois se levantou e se
dirigiu para a porta. Antes de sair, voltou-se para ele. — Voltarei para a sua
louça suja mais tarde, ou seja, a menos que você consiga sair da cama e trazê-
la para a cozinha.

O som da porta batendo o fez pular, e por um segundo, ele só pôde


encará-la com choque e raiva, mas então o cheiro do jantar chegou a ele, e
tudo o que ele conseguia pensar era em comida. Agarrando a bandeja, ele a
colocou no colo e depois tirou o pano que cobria a comida, mas fez uma careta
quando viu o que estava na bandeja.

Desapontado, ele pegou sua colher e a enfiou na tigela de ensopado que


deveria ser seu jantar. Ele estava deitado lá pelo que pareceram horas
pensando em todas as coisas maravilhosas que ele poderia estar comendo no

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castelo, e agora tudo o que ele tinha era uma tigela de legumes e caldo. A
tentação de jogar a tigela do outro lado da sala era tão forte que ele colocou as
mãos em volta da tigela antes de se conter.

O som da porta batendo e as últimas palavras de Darby para ele


surgiram em sua mente no último momento, e ele se conteve. Ele tinha uma
sensação distinta de que ela não gostaria que ele jogasse comida pelo quarto,
então pegou a colher, olhou para o jantar de camponês e deu uma
colherada. Preparando-se para algo horrível, ele colocou a colher na boca e,
quase instantaneamente, ela foi preenchida com o sabor mais maravilhoso.

Ele havia comido quase metade da tigela quando notou os pãezinhos


marrom-dourados em um prato com vários pedaços de manteiga amarela
brilhante ao lado. Agarrando um, ele o partiu ao meio, levou até o nariz e
inalou o cheiro de fermento, depois o colocou na boca. O pão estava duro por
fora, mas macio no centro, e derreteu em sua boca enquanto ele mastigava,
fazendo-o suspirar de prazer.

Quando todo último pedaço de comida se foi, ele lambeu a última


manteiga dos dedos e deixou a bandeja de lado. Tão simples como a comida
tinha sido, era a melhor refeição que ele já havia comido, e qualquer vestígio
de raiva ou frustração que ele estava sentindo, desapareceu. Um sentimento
estranho começou a rastejar através dele, e por um minuto, ele não tinha
certeza do que era; então o atingiu.

Ele se sentiu culpado por tratar Darby do jeito que tinha feito, e quando
as palavras duras que ele usava ecoaram repetidamente em sua cabeça, ele
percebeu que tinha que se desculpar. Não era algo que ele fazia muitas vezes
ou queria dizer quando fazia algo errado, mas desta vez foi diferente. Um ficou
surpreso por seus sentimentos, ele saiu da cama e pegou a bandeja.

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Darby sentou-se enrolado em uma cadeira em frente ao fogo, seu jantar
meio comido na mesa ao lado dela, ainda surpresa com o quão diferente Colin
tinha a tratado naquela noite. A princípio, ela pensou que ele estava brincando,
mas ficou claro rapidamente que Colin estava fazendo birra. Ela nunca viu um
Fae adulto agir dessa maneira, e levou um segundo para perceber que, para
Colin, não era tão incomum.

Mas também não demorou muito tempo para decidir que ele não a
trataria dessa maneira, ela não era sua serva e não se comportaria assim. Bater
a porta ao sair tinha sido bom, e ela desejou poder voltar e batê-la novamente
apenas para garantir que ele entendesse.

Seus pratos sujos poderiam ficar ali até de manhã, ela decidiu. Vê-lo
novamente hoje à noite apenas a lembraria da decepção que sentiu quando a
realidade a atingiu. Embora tivesse dito a si mesma repetidamente que não
queria nada com Colin, uma pequena parte dela os imaginava compartilhando o
jantar, conversando e rindo. E se ela fosse brutalmente honesta consigo
mesma, uma parte dela esperava mais flerte e até outro beijo.

Mas ela viu o Colin real hoje à noite e não gostou do que viu. Por um
breve período, ela deixou seus desejos físicos anularem seu senso comum,
deixou a promessa de prazer nublar sua visão. Agora, mais do que nunca, ela
sabia que o homem tinha que partir, tinha que ser removido de sua vida antes
que sua visão nublasse novamente, e ela fizesse algo pelo qual lamentaria mais
tarde.

Sentindo-se mais firme, ela estava prestes a se levantar e levar a louça


para a cozinha quando ouviu a porta do quarto de Colin abrir. O som de pratos
chocalhando foi pontuado por algumas palavras ásperas, então ela ouviu a
porta fechar novamente. Por um segundo, ela se perguntou se ele tinha
acabado de colocar sua bandeja no corredor, mas então ela ouviu passos.

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De sua cadeira, ela apenas o viu carregando a bandeja até a cozinha e
amaldiçoou a maneira como seu coração pulou no peito. Ela queria, não, ela
precisava não gostar de Colin, mas ele estava dificultando novamente. Quando
ele reapareceu da cozinha e enfiou a cabeça na sala, as mãos dela ficaram
suadas e seu coração começou a bater forte no peito.

Ela tinha a estranha sensação de que algo importante estava prestes a


acontecer, e as borboletas no estômago pareciam concordar. — Me desculpe,
eu agi como um idiota antes. Não tenho desculpa para o meu comportamento -
ele disse.

Quando ela não respondeu, porque seu coração estava pulando no peito,
ele continuou. — Se faz alguma diferença, foi uma das melhores refeições que
já comi, melhor do que qualquer coisa que já tive no castelo.

Darby queria ficar brava, mas sua palavra a atingiram em algum lugar no
fundo, e uma pequena parte dela, estava feliz por ter lhe trazido prazer. — Isso
porque a maior parte do que você acabou de comer foi cultivada aqui na
fazenda ou em algum lugar próximo - disse ela, tentando manter a compostura.
— Estou feliz que você gostou.

Colin parecia um pouco confuso. — Não é a mesma comida que eu


sempre como? Ele perguntou.

Ela teve que reprimir um suspiro. — Não, toda a comida que você come
no castelo é trazida de fora de Ballentine - disse ela. — Custa o dobro, mas em
algum momento, a realeza decidiu que não poderia comer a mesma comida
que as pessoas comuns. Você não sabia?

— Não, disse ele, com um olhar de vergonha no rosto. — Eu realmente


nunca pensei sobre de onde minha comida vem.

— Talvez você devesse - disse ela. — E enquanto estamos no assunto,


eu ficaria feliz em emprestar-lhe algum dinheiro para que você possa encontrar
um lugar para ficar e pagar suas refeições até que você possa ir para casa.

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— Me emprestar dinheiro... Colin disse, ainda parecendo confuso. — Eu
pensei... não poderia ficar aqui?

Darby abriu a boca para recusar, mas ele parecia tão inocente e perdido
ao pensar em sair que ela se sentiu enfraquecendo. — Eu não acho que seja
uma boa ideia para você ficar aqui. Você é o príncipe, você deveria ficar em
algum lugar melhor do que uma antiga fazenda. - disse ela.

Colin olhou em volta. — Eu gosto daqui. É quieto e a comida é incrível -


disse ele.

— E o rei e a rainha? Tenho certeza de que eles estão procurando por


você agora. - disse ela. — Eu não quero ficar no meio de nada que traga os
guardas para cá. Eu não posso pagar.

— Será bom se eles estiverem preocupados. disse Colin. — Mas tenho


certeza que seu amigo Eli já disse a toda a cidade que estou aqui.

Eli sabe que não pode me expor assim. — Ele nunca faria nada para
atrair atenção assim. - disse Darby, mas uma pequena parte dela estava
preocupada que ele pudesse. — Mas essa é ainda mais uma razão para você
voltar à cidade amanhã. Tenho certeza de que agora que você está limpo,
alguém acreditará que você é o príncipe, e eu darei algum dinheiro se isso
ajudar.

— Pode ser perigoso para mim na cidade, disse Colin, entrando na sala e
sentando-se em frente a ela.

A visão de seu peito nu a deixou sem fôlego, e ela sentiu seu cérebro
começar a ficar nublado novamente. Tentando pensar logicamente, ela falou:
— Seus pais não colocariam você em perigo; você deveria assumir o trono
algum dia.

Um olhar de tristeza se espalhou por seu rosto. — Eles me disseram que


vão passar a coroa para o meu irmão antes de me expulsarem do castelo -
disse ele.

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Apesar de seus esforços, Darby sentiu-se enfraquecer ainda mais. —
Acho que alguns dias não machucariam - ela finalmente disse. — Mas então
você tem que seguir em frente; seus pais começarão a procurá-lo
eventualmente.

O sorriso que se espalhou pelo rosto de Colin não fez nada para acalmar
o desejo que corria através dela, e foi naquele momento que ela soube que
havia cometido um erro. Mas ele estava de pé e fora da sala antes que ela
pudesse dizer que havia mudado de ideia, deixando-a sentada ali imaginando
com o que acabara de concordar.

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Colin voltou para o quarto, com um enorme sorriso no rosto. Ele deveria
ter se sentido mal com a forma como manipulara Darby, mas funcionou e ela
acabou concordando em deixá-lo ficar, e era isso que importava. Agora ele teria
alguns dias de descanso e relaxamento, para não mencionar uma comida
fantástica antes de enfrentar os pais e a bagunça que ele havia feito da
vida. Ele realmente nunca considerou a possibilidade de que seu irmão
recebesse a coroa, mas quando ele falou em voz alta agora, percebeu que isso
poderia realmente acontecer.

Desaparecer de Ballentine poderia ser apenas a alavancagem de que ele


precisava para voltar às boas graças com seus pais. Não importava o que ele
dissera a Darby, tinha certeza de que não o haviam abandonado totalmente,
que em algum lugar seus espiões o procuravam. Depois de alguns dias, eles
ficariam mais do que felizes em recebê-lo de volta, transgressões passadas ou
não, e a vida poderia voltar ao normal.

Até então, ele ficaria feliz em passar o tempo, relaxando assistindo


televisão e planejando como colocaria Darby em sua cama. Ele nunca conheceu
uma mulher como ela, e estava ansioso para ver se a paixão entre eles era tão
promissora quanto parecia. Havia um fogo dentro dela que ele queria acender,
para ver o quão quente ela poderia queimar, e se ele fosse chamuscado no
processo, tanto melhor.

Puxando as cobertas da cama, ele começou a sentar, deliciosas imagens


dele e Darby juntos flutuando em sua mente. Mas então ele viu que a cama
estava cheia de migalhas do jantar e torceu o nariz com nojo. Ele teria que se

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lembrar de dizer a Darby pela manhã que ele gostava de lençóis limpos todos
os dias, pensou ele, limpando as migalhas.

Satisfeito que a cama estava o mais limpa possível, ele tirou a calça do
pijama e deitou. Sentindo-se à vontade, passou pelos canais até encontrar um
filme de que gostava e depois se acomodou para uma noite de entretenimento
irracional: seu tipo favorito. Mas ele logo se viu olhando para sala e percebeu
que precisaria de algumas coisas para se sentir confortável.

Roupas seria um bom começo, ele pensou, desejando ter uma caneta e
papel para fazer uma lista para Darby. Percebendo a mesa no canto, ele se
levantou da cama e procurou nas gavetas até achar o que precisava, depois
passou alguns minutos anotando o que queria. Dobrando-o ao meio, ele o
colocou sobre a mesa, depois voltou para a cama e se acomodou durante a
noite.

Graças a sua longa soneca naquela tarde, ele não dormiu até bem depois
da meia-noite, então, quando Darby bateu à porta às seis da manhã seguinte,
ele rosnou e puxou o travesseiro sobre a cabeça. Ela bateu várias vezes e
depois gritou: — O café da manhã é daqui a dez minutos. Se você quiser
comer, sugiro que saia da cama em breve.

— Eu gosto de tomar café da manhã na cama. ele falou debaixo do


travesseiro.

— Isso não vai acontecer por aqui, então se você quiser comer, é melhor
você sair da cama. disse ela, então ele ouviu seus passos descendo o corredor.

Ele considerou pular o café da manhã - era praticamente o meio da noite


- mas então o cheiro de bacon e café começou a encher a sala, e seu estômago
começou a roncar alto. Ao sair da cama, vestiu a calça do pijama, embora
considerasse brevemente tomar o café nu, mas descartou a ideia.

Quando ele chegou à cozinha, Eli estava de pé no fogão assando bacon,


e ficou feliz por ter colocado as calças. Ele se arrastou para a mesa, sentou-se e
disse: — Preciso de um café e rápido, deve ser o meio da noite.

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— A cafeteira está lá e há xícaras no armário acima. disse Darby,
quebrando ovos em uma panela.

Colin olhou para a cafeteira e depois para Darby. — Você quer que eu
pegue meu próprio café? - Ele perguntou, um pouco surpreso.

Ela olhou por cima do ombro para ele. — Essa é a ideia.

Levou um segundo para entender que, se ele quisesse café, ele mesmo
teria que pegá-lo, então ficou de pé e se arrastou até a cafeteira. Ele encontrou
uma xícara e serviu um café, mas parou depois de apenas uma polegada estar
na xícara. — Esse não é o tipo de café que eu bebo, o meu é mais leve que
isso, meio cremoso. - ele disse, tomando um gole do material preto na xícara e
fazendo uma careta. — E é doce, esse material é horrível. Você não tem mais
nada?

Darby estava saindo do fogão, com uma frigideira na mão, mas ela
parou e olhou para ele. — Você está brincando? Ela perguntou.

— Não. disse ele, olhando para o copo novamente. — Isso não é nada
parecido com o que eles me trazem em casa.

Ela foi até a mesa, pegou um prato e, habilmente, deslizou os ovos fritos
para fora da panela, depois o colocou de volta no fogão. — Eu acho que você
precisa de um pouco de creme e açúcar - disse ela, seu riso borbulhante na
última palavra. — É assim que o café chega, se você não adicionar nada.

— Creme e açúcar? - ele perguntou, olhando novamente para o copo e


depois para Darby.

Desta vez, ela não conseguiu parar o riso; veio borbulhando até a
superfície, e logo ela estava rindo completamente dele. — Você é realmente tão
impotente? Ela perguntou quando se acalmou.

Colin estava começando a ficar com raiva. — Não é minha culpa que eu
nunca tenha preparado meu próprio café, disse ele.

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Darby o estudou por um segundo. — Não, talvez não, mas é muito triste
que um homem crescido não consiga nem se servir de uma xícara de café,
disse ela. — Sente-se, e eu vou preparar desta vez.

Ele abriu a boca só para fechá-la, mas percebeu que ela estava certa. Ele
nunca em toda a sua vida se serviu de uma xícara de café, muito menos
preparou uma. Sua raiva se dissipou, substituída por um sentimento que ele
raramente sentia: vergonha. — Eu posso fazer isso sozinho, se você me disser
como. disse ele, tentando manter um pouco de dignidade.

Darby sentiu-se mal por ter rido de Colin, mas era impossível não fazê-
lo; a ideia de que ele não podia nem fazer uma xícara de café era tão estranha
que parecia engraçado. Depois que ela lhe mostrou a geladeira e o creme,
pegou o açúcar, voltou para o fogão, com um sorriso no rosto e terminou de
cozinhar os ovos.

Quando os três se sentaram para comer, Colin tomou seu café da manhã
sem nem agradecer, limpou o prato e recostou-se com um suspiro satisfeito. —
Esse foi o melhor café da manhã que já tomei - disse ele. — O que me lembra,
eu tenho algo para você.

Ele se levantou da mesa e seguiu pelo corredor. — O que você acha que
foi tudo isso? — Ela perguntou a Eli, que falou pouco a manhã inteira.

Encolhendo os ombros, ele disse: — Não faço ideia.

Darby sabia que Eli ainda estava bravo com ela, então ela estendeu a
mão e colocou a mão no braço dele. — É apenas por alguns dias, e então ele
volta ao castelo, disse ela.

— Eu não gosto dele Darby, ele age como se devêssemos servir a ele. -
disse Eli, uma carranca no rosto.

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— É exatamente o que ele está acostumado, disse ela. — Mas você não
precisa se preocupar. Não vou ficar para servir a ele.

Eli levantou as sobrancelhas. — Você ia pegar o café dele.— disse ele.

Sua resposta foi interrompida por Colin voltando para a sala. — Isso é
para você, disse ele, colocando um pedaço de papel dobrado na frente dela,
com um grande sorriso no rosto.

Darby não tinha certeza do que esperar quando desdobrou o jornal,


então o que viu não fez sentido a princípio e olhou para Colin. — Fiz uma lista
das coisas que vou precisar enquanto estiver aqui. - disse ele quando á viu
confusa. — Eu pensei que isso facilitaria as coisas. Você pode correr para a
cidade depois do café da manhã. O alfaiate da First Street tem minhas
medidas. Tenho certeza de que ele pode preparar algo para mim.

Darby só pôde encará-lo em choque por vários segundos antes que o


aborrecimento substituísse a paciência que ela tinha antes. — Você quer que eu
vá à cidade e compre todas essas coisas para você?— Ela perguntou, querendo
ter certeza de que estava certa.

Colin assentiu. — E eu também queria que você soubesse que eu gosto


de trocar meus lençóis todos os dias. Coloquei um conjunto extra na lista, para
que a roupa seja mais fácil para você - ele disse, claramente orgulhoso de si
mesmo por sua premeditação.

Eli soltou uma gargalhada e ela lançou-lhe um olhar sujo. Respirando


fundo, ela disse: — Acho que talvez você deva se sentar. Temos algumas coisas
para esclarecer.

Colin olhou dela para Eli, depois sentou-se à mesa, com um olhar de
confusão no rosto. — Eu não entendo, disse ele, claramente chateado que
Darby não estava feliz com sua lista.

— Eu sei que você não sabe, é por isso que vou explicar isso para você
— disse Darby, respirando fundo outra vez. — Aqui no mundo real, todos
trabalhamos para viver; ninguém nós serve ou faz nossas compras.

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— Você quer que eu arranje um emprego? — Ele perguntou, ainda um
pouco confuso.

— Não, mas eu não vou ser sua serva, disse Darby, fazendo uma pausa
para deixar isso claro. — Você terá que se cuidar, e em troca de alojamento e
alimentação, você pode ajudar nos trabalhos da fazenda.

Um olhar de descrença apareceu no rosto de Colin. — Ta brincando


né?—

Darby balançou a cabeça. — Eu nunca brinco com dinheiro e já paguei


meus impostos pela sua manutenção. Não vou pagar duas vezes.

— Minha manutenção? — Colin perguntou, claramente começando a


ficar com raiva.

—Você me faz parecer um animal ou algo assim.

— De onde você acha que todo o dinheiro vem para pagar pela comida
que você come, pelo castelo e por todos aqueles criados, ou pelas roupas que
veste? — perguntou ela, assinalando cada item nos dedos.

— Bem, eu nunca, quero dizer, eu nunca... — suas palavras cessaram.

— Deixe-me terminar essa frase para você — disse ela, erguendo as


sobrancelhas para ele. — Você nunca pensou nisso.

Colin balançou a cabeça, mas não disse nada, então ela continuou. —
Pagamos impostos para que você possa viver como você bem quer. Se isso não
é manutenção, não sei o que é.

— Mas trabalhar em uma fazenda, quero dizer, está um pouco abaixo de


mim. Afinal, sou um príncipe — disse Colin, olhando de um para o outro. — Não
há algo mais que eu possa fazer?

Darby deu de ombros. — Depende de você: fique aqui e trabalhe ou


encontre o caminho de volta à cidade.

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Colin olhou em volta, depois para Darby novamente. — Acho que poderia
encontrar algo para fazer e ajudar — disse ele.

— Você pode começar com a louça, nós cozinhamos você pode limpar —
ela disse, levantando da mesa. —Eu tenho que me preparar para o trabalho.

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Colin observou Darby desaparecer pelo corredor, imaginando como as
coisas tinham saído tão errado tão rapidamente. Então ele notou Eli olhando
para ele com um olhar de triunfo no rosto. Ele queria atacar o homem, tirar
toda sua frustração, mas sentiu que seria um erro.

—Tem sabão embaixo da pia — disse Eli, levantando-se. — Vou ver se


consigo encontrar algumas roupas para você. Eles podem ser um pouco
grandes, mas tenho certeza que você pode fazê-las funcionar.

Ele conheceu um insulto quando ouviu um, mas ignorou o homem mais
jovem, prometendo a si mesmo que ficaria nu antes de vestir as
roupas. Quando Eli se foi, ele olhou em volta da cozinha, depois caminhou até a
pia e olhou para a pilha de pratos e panelas sujas. Não podia ser tão difícil
limpar alguns pratos, ele decidiu, experimentando a torneira.

Logo, ele tinha uma pia cheia de água e sabão e estava se sentindo
satisfeito consigo mesmo. Mas quando ele girou a torneira para desligá-la, a
água continuava derramando e seu cérebro congelou enquanto observava a
água subir. No momento em que a água corria por cima, as bolhas caíam em
cascata e inundavam o chão da cozinha, Darby entrou na cozinha.

— Oh, meu Deus, o que você está fazendo? — Ela perguntou, girando a
torneira e puxando a tomada ao mesmo tempo.

— Eu não conseguia desligar a água — disse ele, olhando para a


bagunça.

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Darby suspirou. — Eu tenho que terminar de me arrumar para o
trabalho; deixe a louça por enquanto - ela disse. — Tem um esfregão no
armário. Você precisa que eu lhe mostre como funciona?

Colin olhou para ela. — Eu vou descobrir — disse ele.

Ele tinha visto os criados no castelo esfregando, então se sentiu bastante


confiante de que poderia descobrir. Mergulhou os pés descalços na água fria
com sabão e foi até o armário, ele se perguntou se não seria mais fácil voltar
para a cidade e tentar pedir um quarto a alguém. Mas então à lembrança da
última vez que ele esteve lá voltou rapidamente, e de repente esfregar não
parecia tão ruim.

Quando Darby voltou, ele estava apenas espremendo o esfregão pela


última vez e se perguntando onde despejar. — Vejo que você conseguiu
descobrir como usar um esfregão, disse ela, colocando a trouxa de roupas que
estava carregando sobre a mesa.

— Eu não sou totalmente idiota, disse ele, mas se sentindo um pouco


bobo ali parado, descalço, de pijama, segurando um esfregão.

— É justo, disse Darby, encolhendo os ombros como se não estivesse


convencida.

—Encontrei essas roupas no fundo de um armário. Eu acho que elas


podem servir em você.

Colin queria recusar, mas percebeu que não podia se dar ao luxo de ser
exigente, então caminhou até a mesa e pegou o jeans e a camisa, tentando
não deixar sua aversão aparecer.

— Eu não costumo me vestir assim... — ele procurou a palavra certa. —


Ummm, casual.

Ele teve a sensação de que Darby estava começando a se divertir. —


Bem, acho que você descobrirá que é mais fácil trabalhar no campo, mas se
você preferir, eu estou pronta quando você estiver.

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— Os campos? — Ele perguntou, sentindo como se tivesse perdido
alguma coisa novamente.

Darby assentiu. — Eu estava pensando que você poderia trabalhar nas


camas de lavanda hoje de manhã, disse ela. — Elas estão prontas para a
colheita, mas eu não tive tempo.

Colin olhou para ela. — Você quer que eu vá lá e trabalhe? Na sujeira e


outras coisas?

— Essa é a ideia, disse Darby. — E esta tarde, você pode me ajudar no


celeiro.

— Com os animais? — Ele perguntou, franzindo o nariz.

— Bem, isso é geralmente o que você encontra em um celeiro, disse ela,


um pouco divertida.

E foi exatamente aí que ele se encontrou mais tarde naquele dia,


imaginando se o cheiro o faria vomitar o almoço que acabara de comer. Darby
parecia não notar o fedor no celeiro e já havia desaparecido na escuridão além
das grandes portas duplas. Ele se perguntou como alguém que cheirava tão
bem quanto ela poderia até entrar no celeiro e desejava que ele estivesse no
campo de lavanda novamente.

Quando Darby o deixou, um carretel de fio em uma mão e uma tesoura


gigante na outra, ele estava com medo da manhã. As fileiras de lavanda se
espalhavam diante dele, um oceano púrpura que ele deveria conquistar, e ele
tinha certeza de que nunca seria capaz de fazê-lo. Mas não demorou muito
para que ele descobrisse que o doce cheiro de lavanda e o aroma almiscarado
da terra abaixo dele tinham seu próprio tipo de magia.

Ao amarrar as plantas e cortar as hastes perfumadas, ele se viu caindo


em um ritmo suave e se divertindo. Suas roupas ainda pareciam engraçadas, e
as botas nas quais ele enfiara os pés haviam beliscado, mas quando cada
pacote atingiu o chão, ele sentiu uma satisfação que nunca sentira
antes. Quando o sol se ergueu alto no céu, suado e cansado, ele se levantou e

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se virou para ver então pacotes limpos caídos no chão e, pela primeira vez em
sua vida, sentiu uma sensação de realização.

Agora a lavanda parecia nada comparada ao que ele teria que fazer
dentro do celeiro, e ele quase se virou e se afastou, mas Darby enfiou a cabeça
para fora da porta e o encarou. Relutantemente, ele deu alguns passos à
frente, inspirou profundamente e passou por ela para dentro. Ele podia ouvi-la
rindo atrás dele, mas ele não se importou.

Darby novamente se viu rindo de Colin, que ficou branco como um lençol
e estava tentando respirar através de sua camisa. — Oh, vamos lá, não é tão
ruim, disse ela, passando por ele até o fundo do celeiro. Deixei a porta
aberta, isso vai ajudar um pouco.

— Como você consegue suportar o cheiro? — Ele perguntou.

— Você se acostuma, disse ela. — E vai melhorar depois que limparmos


as baias.

Colin parecia não acreditar nela, mas afastou a camisa do rosto e


respirou fundo.

— Como vamos fazer isso? — Ele finalmente perguntou depois de olhar


para um lado do celeiro e para o outro. — Eles estão cheios de animais.

Darby não pôde deixar de sorrir para ele. — Eles não se importam se
trabalharmos com eles, disse ela. — Exceto o porco. Não chegue perto dela; ela
está prestes a ter filhotes e está um pouco irritada.

Como se pela sugestão, um focinho pontiagudo saiu de entre as ripas de


uma baia na parte de trás do celeiro, e houve alguns ruídos altos. Ela caminhou

70
até lá e estendeu a mão para acariciar a cabeça do porco, depois puxou a mão
para trás, tentando não rir da expressão de horror no rosto de Colin.

— Eu posso te prometer uma coisa: nunca vou chegar perto dessa coisa,
disse ele, com os olhos arregalados.

— Que tal começarmos com algo um pouco mais fácil? — Ela sugeriu,
caminhando até sua vaca leiteira. — Essa é Mabel; ela nos dá todo o nosso
leite. Ela é realmente muito gentil, e se você lhe der um punhado de feno, ela
ficará feliz em deixar você fazer o que quiser com ela.

Colin olhou para a vaca desconfiado, mas ela apenas ficou olhando para
eles, mastigando a comida. — Ok, o que eu tenho que fazer? — Ele perguntou,
franzindo o nariz com o cheiro que vinha da baia de vaca.

Meia hora depois, no momento em que Colin engasgava ao depositar


uma pilha de esterco de vaca especialmente fedida no carrinho de mão, Eli
entrou no celeiro. Ele ficou encarando Colin por alguns segundos, uma carranca
no rosto e depois disse: — Estou de volta da cidade.

Ela o enviou à cidade naquela manhã em uma missão de investigação e,


a julgar pela expressão em seu rosto, ele descobriu algumas coisas que não
gostava. — Colin, eu preciso falar com Eli por alguns minutos, disse ela,
tentando não rir quando a pá que ele estava carregando escorregou de suas
mãos. — Você ficará bem sozinho?

Ele soltou um grande suspiro. — Não é como se você estivesse me


ajudando, disse ele, com um pouco de força.

Darby sentiu uma birra chegando, então ela se afastou dele e seguiu Eli
para fora. Quando eles estavam longe o suficiente para que ela soubesse que
eles não podiam ser ouvidos, ela parou Eli. — O que você descobriu?

— Você quer boas ou más notícias? — Ele perguntou.

— Uhhh, eu odeio essa pergunta, disse ela. — Dê-me as boas notícias.

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— Ele é quem ele diz que é, bem, o mais próximo que posso dizer de
qualquer maneira, disse Eli, lançando um olhar sujo por cima do ombro para o
celeiro. — A má notícia é que você nos envolveu em algo em que não
deveríamos estar envolvidos, e isso só atrairá a atenção que não queremos.

Darby suspirou, sem saber o que queria ouvir, mas sabendo que não era
isso. — É melhor você me dizer o que ouviu.

— Bem, antes de tudo, ele não estava no desfile, e isso fez as pessoas
conversarem, mas o rei e a rainha divulgaram uma declaração explicando que
ele foi procurar uma noiva, disse Eli. — Mas conversei com algumas pessoas
que ouviram rumores de que o príncipe foi visto pela realeza saindo do castelo
na manhã do desfile a pé, carregando uma única sacola.

Seu coração afundou. — Isso soa exatamente com o que ele me disse,
disse ela. — Eu realmente esperava que não fosse verdade.

Eli deu-lhe um olhar estranho. — O que você prefere que ele seja um
cara louco que pensa que é o príncipe? O que há de errado com você, Darby?

— Nada, e não é isso que eu quero, disse ela, confusa novamente. — Eu


não sei o que quero.

— Você precisa se livrar dele antes que seus problemas batam à sua
porta. Príncipe ou não, ele é uma má ideia Darby, disse Eli.

— Prometi a ele que ele poderia ficar por alguns dias, disse ela. —
Alguém está procurando por ele?

Eli deu de ombros. — Eu não sei. Hoje não encontrei nenhum dos meus
amigos na guarda. Mas mesmo que não estejam procurando por ele agora, em
breve estarão. Um príncipe não pode simplesmente desaparecer.

Darby sabia que ele estava certo, mas ela não conseguiu mandar Colin
embora. — Eu prometi Eli, disse ela. — É melhor eu voltar para o celeiro; ele
pode deixar a vaca sair ou algo assim.

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— Você está cometendo um erro, Darby, um erro que pode nos
machucar, disse ele, depois se virou e se afastou.

Havia uma pequena parte de Darby que sabia que ele estava certo, mas
ela empurrou esse pensamento para o fundo de sua mente e voltou para o
celeiro. Ela não podia simplesmente deixar Colin de fora. Ela concordou em
deixá-lo ficar, e ela não quebraria sua palavra. Se lá no fundo, havia uma
pequena parte dela que não queria que ele fosse embora, uma parte que era
atraída por ele, ela fingiu que não estava lá.

Além disso, ela disse a si mesma, as provocações e paqueras pararam,


exatamente como ela queria, e isso não tinha nada a ver com sua decisão. Mas
quando ela entrou no celeiro e encontrou Colin sussurrando no ouvido de Mabel
e a alimentando com aveia da mão dele, o desejo ganhou vida dentro dela, e
ela respirou fundo. Ele se virou com o som, e seus olhos se encontraram, e um
olhar conhecedor apareceu em seu rosto, depois voltou a sussurrar no ouvido
da vaca.

— Se você terminou aqui, Darby finalmente conseguiu encontrar a voz


dela, — Precisamos verificar as galinhas. Com outra boca para alimentar,
podemos precisar dar um pouco mais de comida.

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Em primeiro lugar, Colin se sentiu tolo por ser pego conversando com a
vaca, mas depois viu o desejo florescer nos olhos de Darby e seu corpo
respondeu com uma explosão de prazer. Isso foi o suficiente para restaurar um
pouco de sua confiança muito esgotada, e ele lhe lançou um sorriso, depois
voltou a sussurrar para Mable. Pelo canto do olho, ele a viu lutar para recuperar
o fôlego, o rosto ficando cor de rosa que ele tanto amava.

Ele se perguntou o que estava passando pela mente dela, esperava que
fosse a mesma coisa que passava pela dele, então quase riu vendo que ela mal
podia falar. Satisfeito com seu efeito sobre Darby, ele silenciosamente a seguiu
para fora do celeiro e de volta para o que parecia uma pequena casa. Já
planejando sua sedução, ele não estava preparado para a visão que o
cumprimentou quando entrou.

Empoleirados ao redor dele havia galinhas, os olhos fixos nele. Eles


estavam cacarejando e fazendo tanto barulho que ele mal podia ouvir Darby
quando ela disse: — Elas vão se acalmar em um segundo.
Ele torceu o nariz com o novo cheiro e ficou tentado a puxar a camisa
sobre o rosto, mas viu o olhar no rosto de Darby e se deteve. Quando o
barulho baixou, ele perguntou: — Quantas dessas existem?

Ela encolheu os ombros. — Provavelmente mais do que deveria haver,


mas eu me apeguei a algumas, disse ela, estendendo a mão para acariciar uma
galinha grande sentada em um ninho ao lado dela.

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Quando ela enfiou a mão embaixo da galinha, ela arrepiou suas penas,
mas não se mexeu. — Se vamos ter ovos de manhã, precisamos pegar alguns,
disse ela, estendendo a mão e segurando um ovo. — Eu não faço isso há
alguns dias, então deve haver pelo menos uma dúzia. Quando terminar, encha
o balde e espalhe na frente.

Colin olhou para o ovo, depois olhou para o balde ao lado de uma
grande caixa de comida. — Elas mordem? — Ele perguntou, recuando quando
uma das galinhas ao lado dele sacudiu suas penas.

— É mais como um selinho, e não dói tanto.— disse ela, sorrindo para
ele. Quando ele não se mexeu, ela disse: — Ok, então eu vou deixar você aqui,
vou entrar e começar o jantar.

Quando ele finalmente entrou na casa, com uma dúzia de ovos


equilibrados entre as mãos trêmulas, ele estava sangrando e tinha muito mais
respeito por Darby. Ele a encontrou na cozinha e entregou os ovos, depois
desabou em uma cadeira, segurando os braços para ela ver. Os olhos dela se
arregalaram e ele percebeu que ela estava tentando não rir dele novamente,
mas desta vez, em vez de deixá-lo bravo, ele viu o humor da situação.

— Esses foram mais do que pequenos beijinhos, disse ele, com um


sorriso no rosto.

— Não tenho certeza de quem ganhou: eu ou as galinhas.

Darby sorriu para ele; os olhos dela brilhavam de tanto rir, e então ela
explodiu em risos, e seu corpo respondeu com uma explosão de desejo. — Elas
melhoram quando você as conhece, ela finalmente disse quando sua risada
desapareceu. — Se isso ajuda, estamos comendo frango frito no jantar.

Colin caiu na gargalhada. — Serve, certo, ele conseguiu dizer.

Quando suas risadas cessaram, eles ainda estavam olhando um para o


outro, e o ar na sala começou a mudar. Darby voltou-se para o fogão, seu rosto
ficou rosa, e outra explosão de desejo o deixou sem fôlego. Ele se levantou e

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atravessou a sala em dois passos gigantescos, agarrou-a e virou-a, depois
abaixou a boca na dela.

Ela tentou se afastar dele, mas ele passou os dedos pelos cabelos dela e
a segurou até que, com um suspiro, ela colocou os braços em volta do pescoço
dele e abriu a boca para ele. Ele a beijou, provando e provocando, fazendo-a
gemer profundamente em sua garganta, e seus mamilos endurecerem
pressionados contra seu peito. Quando ela o afastou pela segunda vez, ele
relutantemente a deixou ir.

— Eu acho que você deveria tomar um banho, ela finalmente conseguiu


dizer, com os olhos ainda fixos nos dele.

— Por que, eu estou fedendo? — Ele perguntou, sorrindo para ela.

— Não, mas um banho frio pode não ser uma má ideia, disse ela. — Eu
disse que não iria dormir com você e não vou.

— Vamos ver isso, disse ele. — E só para você saber, um banho frio não
ajuda, há apenas uma coisa que resolve.

O rosto de Darby ficou rosa, e foi à vez dele de rir dela. —Você é
realmente inocente? — Ele perguntou, dando um beijo no nariz dela.

Ela se afastou dele. — O frango vai queimar.

Ele ainda estava sorrindo quando saiu do banho e vestiu a calça de


pijama limpa, encontrada na cama. Percebendo que Darby havia mudado os
lençóis, ele se sentiu um pouco culpado, especialmente agora que passara um
dia trabalhando na fazenda. Estava começando a entender que ele estava
bastante desamparado, que não sabia nada sobre como se dar bem no mundo
real, e que por conta própria, provavelmente morreria.

A gratidão ganhou vida em seu peito, isso o encheu e, por um momento,


ele pensou que estava tendo um ataque cardíaco, depois entendeu o que
estava sentindo. Ligeiramente descentralizado, voltou para a cozinha,

76
esperando que uma boa refeição o ajudasse a clarear a cabeça. Mas quando ele
viu Darby, o sentimento estava de volta e ainda mais intenso do que antes.

— Eu sei que provavelmente não disse isso, mas obrigado por me deixar
ficar aqui, disse ele, sentindo-se muito melhor por ter dito as palavras.

Ela se virou do fogão e sorriu para ele. — Acho que é a primeira vez que
ouvi você dizer obrigado, é bom ouvir isso, ela disse. — Agora acho que o
jantar está pronto, se você quiser comer.

— E acho que essas são as palavras mais doces que já ouvi, disse ele. —
Posso ajudar a colocar a comida na mesa?

Darby não tinha certeza de que aquele era o mesmo homem que a
beijara apenas alguns minutos atrás, e ela estava cansada de tentar
acompanhar as mudanças de personalidade dele. Sua atração por ele fazia
pouco sentido, mas depois do último beijo, não havia como negar que ele havia
despertado algo nela que nenhum homem jamais havia feito.

Ela queria desesperadamente explorar os sentimentos que ele invocava,


queria que ele a beijasse novamente, sentir seu corpo pulsando de prazer
quando ele a tocava. Mas ela não queria se machucar e, embora tentasse
muito, estava começando a gostar de Colin. Ele trabalhou duro naquele dia, fez
coisas que nunca havia feito antes, enfrentou seus próprios fracassos e ela teve
um vislumbre do homem que ele poderia se tornar um dia.

Mas ela não podia esquecer que ele era o príncipe, e ela era uma pessoa
comum, qualquer coisa duradoura entre eles era impossível. Seus mundos não
se conectaram e nunca se conectariam. Nenhuma quantidade de paixão ou
mesmo amor poderia mudar isso, assim que as coisas eram em Ballentine. Isso
combinado com o risco de Colin atrair atenção indesejada para a fazenda

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deveria ter sido suficiente para ajudá-la a mandá-lo embora, mas, em vez
disso, ela estava sentada para jantar com ele.

Eles estavam comendo em silêncio por alguns minutos quando Darby


finalmente fez a única pergunta que a atormentava desde que ela conversou
com Eli. — Por que seus pais te expulsaram do castelo?

Colin olhou para ela e depois largou o garfo. — Você não viu o jornal na
semana passada? — Ele perguntou, ligeiramente surpreso.

Darby balançou a cabeça. — Não tenho tempo para ler o jornal.

— Você não ouviu pessoas falando de mim?

— Eu estava realmente ocupada me preparando para o primeiro dia da


semana passada, disse ela. — Mas eu ouvi coisas sobre você.

Ele suspirou. — Sim, eu não fui exatamente o garoto propaganda por um


bom comportamento, mas apenas metade do que você ouviu é verdade.

Darby pensou nisso por um segundo e depois disse: — Até a metade é


muito ruim, mas o que você fez que levou seus pais ao limite?

Ela sabia que ele não queria contar, mas esperou que ele saísse. —
Andei nu a cavalo pela Main Street no meio da noite.

Uma foto dele andando pelo centro da cidade nua surgiu em sua cabeça,
e ela não conseguiu parar o riso que borbulhava. — Você realmente gosta de
ficar nua, não é? — Ela perguntou, depois caiu na gargalhada. — Isso deve ter
sido uma primeira página. Agora eu gostaria de ter visto.

Ele sorriu para ela. — Tenho certeza de que isso poderia ser arranjado,
mas você tem a coisa real aqui, disse ele. — Eu ficaria feliz em tirar a roupa
para você quando quiser.

Darby sentiu-se corar e sabia que a conversa tinha ido à direção


errada. — Então, seus pais o expulsaram por isso? — A diversão desapareceu
do rosto de Colin. — Bem, foi um pouco mais do que isso. Disseram que não

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estou pronto para governar, que sou um pirralho mimado que não aprecia o
que tem, disse ele. — Estou começando a ver que eles podem estar certos.

Darby sentiu seu coração se abrir para o homem sentado à sua frente,
que foi claramente atingido por suas próprias palavras. Ela estendeu a mão e
deu um tapinha no braço dele. — Aposto que eles ficariam felizes em ouvir
você dizer isso, disse ela.

Ele olhou para ela, seus olhos brilhando com a umidade, e ela tinha
certeza de que ele ia dizer mais, mas, em vez disso, olhou para o jantar. —
Chega de falar de mim, ele disse. — Me fale sobre você. Como você acabou
com esta fazenda? Você parece muito jovem para ter tudo isso.

Darby se irritou com as palavras dele, uma reação automática, pois ela
ouviu isso desde que seus pais morreram. — Meus pais foram mortos por um
urso na floresta entre aqui e a cidade quando eu tinha treze anos. Eu trabalhei
duro para manter a fazenda e construir meu negócio, e ninguém vai tirar isso
de mim, disse ela.

Colin levantou a mão. — Ninguém estava falando sobre isso. Eu só


queria saber.

Ela sentiu o rubor subir em suas bochechas. — Sinto muito, eu sei que
não era isso que você estava pensando, mas você não acreditaria em quantas
pessoas queriam esta fazenda e até que ponto estavam dispostas a ir para
adquiri-la, disse ela.

— Você não teve uma vida muito fácil, não é? — Ele perguntou, seus
olhos se enchendo de compaixão.

Levou um segundo para responder. — Não tem sido fácil, mas não estou
sozinha. Eu tive minha avó até o ano passado, e Eli está lá quase desde o
início, disse ela.

Ela poderia ter lhe contado sobre a ajuda que seu pai havia lhe dado,
mas ainda não estava pronta para compartilhar tanto, ele já devia estar se

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perguntando como ela o curou. Então, como se tivesse lido os pensamentos
dela, ele largou o garfo e a estudou por um longo tempo.

— Darby, como você curou minha ferida? — Ele finalmente perguntou. —


Eu estive pensando sobre isso, e se fosse magia negra eu saberia, apenas a
magia branca poderia ter curado.

Alarmada, ela se levantou da mesa e levou o prato para a pia. — Eu


acho que é uma discussão para outro dia. É tarde e temos que acordar de
manhã cedo. Por que você não vai para a cama e eu vou cuidar da louça?

Ela pensou que ele iria protestar, mas ele apenas a encarou por mais um
pouco, depois se levantou. — Acho que vou aceitar a oferta, disse ele. — Estou
muito cansado.

Uma pontada de decepção a atingiu com força, mas ela ignorou,


sabendo que estava mais segura se ele não soubesse a verdade sobre ela. —
Vejo você de manhã então, disse ela, voltando-se para a pia.

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Colin se afastou de Darby um pouco abalado. Em sua vida protegida, não
houve bem e mal, nem magia negra ou branca, apenas histórias contadas a ele
de batalhas épicas travadas e demônios vencidos. Seus ancestrais proibiram há
muito tempo o uso de magia e bruxaria em Ballentine, mas ele nunca pensou
muito sobre isso, nunca considerou a possibilidade de que ainda existisse.

A pergunta estava flutuando na parte de trás de sua cabeça, mas hoje à


noite, ele deixou escapar, depois desejou que não estivesse quando viu a
reação de Darby. Quando ele chegou ao quarto, ele não foi para a cama. Em
vez disso, ele foi até a janela e olhou para a noite. Ele tentou entender as
emoções dentro dele, mas a princípio a quantidade de sentimentos era demais
para ele suportar, então fechou os olhos e respirou fundo várias vezes.

Darby é uma bruxa, ele pensou, tentando isso em seu cérebro, e não
encontrando medo ou repulsa, apenas um pouco de emoção. Quanto mais ele
deixava a ideia amadurecer em seu cérebro, mais fazia sentido. Isso explicava
seu rubor e timidez em relação ao sexo. Isso explicava como ela salvara a vida
dele, e talvez explicasse sua intensa atração por ela. Chocado por estar
pensando nessas coisas, ele tirou isso da cabeça. Não havia como ela lançar um
feitiço nele.

Mas o pensamento não saiu de sua mente e, ele sonhou naquela noite,
ele representou uma cena após a outra com ela como sua sedutora. Quando
ele acordou de manhã, ele ainda estava excitado e muito frustrado, e levou
vários minutos para perceber que ele estava apenas sonhando. Darby não

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estava brincando com ele, vestido apenas com um sutiã de renda e calcinha a
noite toda, tudo estava em sua mente.

Quando ele entrou na cozinha, ela estava de pé no fogão, vestindo jeans


e uma blusa, e seu corpo respondeu com uma onda de desejo que o deixou um
pouco sem fôlego. Indo para a cafeteira, ele se serviu de uma xícara, mal
conseguindo desviar os olhos da bunda dela no jeans apertado ou na curva
suave de seu peito, até sentir a queimação do café quente derramado sobre a
mão.

Amaldiçoando e colocando a xícara no balcão, ele correu para a pia e


ligou a água fria. — Eu acho que nunca vou conseguir fazer isso direito, disse
ele, sorrindo para ela enquanto a água fria passava por sua mão queimada.

— Bem, bom dia para você também, disse ela, sorrindo para ele.

Seu coração pulou no peito e ele esqueceu a queimadura na mão. —


Acho que fiz uma bagunça novamente.

Darby revirou os olhos. — Você sabe onde está o esfregão, o café da


manhã está quase pronto.

Colin limpou o chão, usando uma toalha de papel em vez do esfregão,


depois sentou-se à mesa com Darby, sentindo-se tão nervoso quanto jamais se
sentira em sua vida. A conversa deles na noite anterior ainda pairava entre
eles, ele podia sentir isso no ar e queria lhe dizer que isso não importava, que
ele não se importava se ela fosse uma bruxa. Mas ele não conseguiu encontrar
as palavras certas, então apenas continuou tomando seu café da manhã, sem
olhar para ela.

Finalmente, Darby suspirou alto e disse: — Sobre a noite passada, eu


normalmente não... — suas palavras cessaram, e ela parecia desconfortável.

—Você não precisa me dizer, disse ele. — Eu já descobri e acho


ótimo. Eu nunca conheci uma bruxa antes.

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— Eu não sou uma bruxa, Colin, disse ela, pousando o garfo. — Eu só
tenho um pouco mais de magia do que a maioria dos Fae.

Ele se sentiu estranhamente decepcionado. — Então, você é uma Fae,


não uma bruxa? — Ele perguntou, estudando-a um pouco mais.

Darby deu de ombros. — Eu explicarei para você um dia, mas eu sou


definitivamente Fae. Desculpe se isso te decepciona.

— Oh, não estou decepcionada. Na verdade, isso esclarece uma coisa


para mim, ele disse, sorrindo para ela. — Agora eu sei que você não me
colocou sob um feitiço.

— Sob um feitiço? — Ela perguntou, claramente confusa.

— Eu quase me convenci de que te quero tanto porque você me


enfeitiçou, disse ele, esperando que suas palavras fossem absorvidas.

Darby ofegou e rapidamente se levantou da mesa. — Não comece isso


tão cedo, disse ela, indo para a pia e dando as costas para ele.

Ele pegou o prato, foi até a pia e se inclinou para colocá-lo na pia,
sussurrando em seu ouvido. — Talvez eu termine hoje.

Ela estremeceu e rapidamente se afastou dele. — Pare com isso, Colin,


disse ela, colocando as mãos nos quadris. — Eu não vou dormir com você
agora ou hoje à noite, e temos trabalho a fazer.

Encolhendo os ombros, ele virou a pia. — Acho que vou tentar lavar a
louça novamente enquanto você estiver pronta para o trabalho, disse ele.

Ela suspirou. — Eu não tenho que abrir hoje. Há uma tempestade ao


largo da costa, e os barcos não podem sair.

Ele sorriu para ela. — Então, teremos o dia inteiro juntos. Eu voto que
voltamos para a cama: sua cama ou a minha, isso não importa para mim.

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Darby se perguntou o que Colin faria se ela concordasse, mas não foi
corajosa o suficiente para sequer brincar. — Não, disse ela em seu lugar.

Ele saiu da pia cheia de água com espuma e olhou para ela. — Alguém
já lhe disse que você não é divertida? — Ele perguntou, mas ela sabia que ele
estava brincando.

— Uma amiga muito boa me diz isso o tempo todo, disse ela, com o
coração disparado no peito.

— Vamos ver se podemos fazer algo sobre isso, disse Colin, balançando
as sobrancelhas para ela. — Você sabe que sou especialista em me divertir.

Darby riu. — Trabalho primeiro, depois diversão, disse ela, abanando o


dedo para ele.

— Sim, senhora, disse ele, e voltou a lavar a louça.

Fiel à sua palavra, eles trabalharam duro naquela manhã, terminando o


corte no campo de lavanda com tempo suficiente para pendurar os pacotes
para secar. Colin trabalhou ao lado dela como se ele tivesse feito isso à vida
inteira, e ela não pôde deixar de se perguntar por que o destino lhe deu um
vislumbre de como poderia ser sua vida apenas para arrebatá-la e, por um
instante, considerou ceder e deixar Colin seguir.

Poderia ser sua única chance de experimentar o tipo de paixão que


surgira entre eles, e ela não tinha certeza se estava disposta a perder essa
oportunidade. Por mais injusto que fosse Colin foi o homem que finalmente
conseguiu derreter o gelo em suas veias, e ela doía para descobrir o que mais
ele era capaz de fazê-la sentir. Uma manhã de toques acidentais havia lhe
mostrado apenas que o desejo quase podia ser doloroso e que Colin era hábil
em sedução.

Seu corpo zumbia de desejo, ela escapou para o quarto assim que
entraram em casa, precisando de alguns minutos para se recuperar. Mas

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quando ela entrou na cozinha um pouco mais tarde, sua calma foi destruída
quando viu que Colin havia preparado o almoço, com copos altos de chá
gelado.

— São apenas sanduíches, mas eu pensei que era a minha vez—, disse
ele, sorrindo para ela e deslizando para fora de uma cadeira. — Junte-se a
mim.

Borboletas irromperam em seu estômago quando ela se sentou, o calor


se espalhando por ela quando ele se inclinou e disse: — Estou contando isso
como nosso primeiro encontro, depois deslizou a cadeira.

Havia uma rosa em um vaso no centro da mesa e ela sentiu sua


resistência começando a desaparecer, o momento a deixando sem fôlego. —
Você não vai desistir, não é? — Ela disse, não tendo mais certeza se queria que
ele o fizesse.

— Quando encontro algo que quero, não desisto até conseguir, disse ele,
seus olhos fixos nos dela. — E eu sempre consigo o que quero.

Ela não conseguiu encontrar as palavras para responder, teria derretido


em seus braços se ele a tivesse beijado naquele momento, e ela tinha certeza
de que ele sabia disso, mas ele calmamente pegou seu sanduíche e deu uma
mordida. No fundo, seu corpo palpitava de desejo, imagens deles juntos
lotando sua mente e fazendo-a se contorcer em sua cadeira.

Colin continuou comendo enquanto ela estava sentada olhando para ele,
então ele sorriu para ela e perguntou. — Você não está com fome? Tenho
certeza que você tem algo exaustivo planejado para esta tarde, então você
deve comer.

Ela pegou seu sanduíche, determinada a ignorá-lo, e deu uma grande


mordida, mas o olhar de satisfação em seu rosto à fez querer dar um tapa
nele. Usando essa raiva para bloquear o desejo pulsante que corria através
dela, ela sentiu que desapareceu e deu um suspiro de alívio. Manter distância

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dele seria a única maneira de sobreviver ao longo do dia, e ela sabia
exatamente como fazer isso acontecer.

— Bem, você gostaria de fazer uma pequena aventura esta tarde? — Ela
perguntou, seu apetite retornando.

— Hmm, isso envolve nós dois nus?— Ele perguntou.

Ela quase engasgou com a comida. — Não, não, disse ela, lançando-lhe
um olhar sujo. — Eu pensei que iríamos para a floresta.

Colin encolheu os ombros. — O que eu tinha em mente teria sido muito


mais divertido, mas você é o chefe, disse ele.

Se sentindo muito mais no controle, Darby conseguiu terminar o almoço


e limpar a cozinha sem se jogar nos braços de Colin. Mas, quando saiu da casa
da fazenda para o bosque, não conseguiu deixar de pensar no que Colin tinha
em mente. Foi um alívio quando eles finalmente saíram do sol e entraram nas
sombras da floresta para se concentrar em algo além do homem que estava
andando ao lado dela, deixando-a louca apenas com a presença dele.

Não demorou muito para que Darby percebesse que havia cometido um
erro; em vez de seguir caminhos separados, Colin ficou perto dela. — Isso
funciona melhor se procurarmos em lugares diferentes, disse ela.

— Isso poderia ser verdade se eu soubesse o que estou procurando—,


disse ele.

— Desculpe, disse ela corando. — Eu esqueci que você nunca fez isso.

Colin sorriu para ela. — Mas estou mais do que disposto a aprender com
uma professora tão bonita quanto você.

Os joelhos de Darby tremeram um pouco e ela tentou não olhar nos


olhos dele, mas não conseguiu se conter. Eles estavam cheios de desejo, e seu
corpo respondeu pulsando novamente. — Ummm, estamos procurando
cogumelos, então você quer encontrar árvores caídas, eles gostam da madeira
podre, ela conseguiu coaxar.

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— Tudo bem então, madeira podre, disse ele, indo para as árvores.

Darby o observou partir, pensando em segui-lo e atacá-lo, mas se


conteve. Quando ele chamou o nome dela alguns minutos depois, ela seguiu o
som da voz dele e quase caiu no chão quando o viu sorrindo de orelha a orelha
apontando para algo no chão. Desejando poder se virar e correr para o outro
lado, ela caminhou até ele e olhou para o que ele estava apontando.

— Bom trabalho, você encontrou os primeiros cogumelos do ano, isso é


boa sorte, ela disse, feliz em vê-lo tão satisfeito com algo tão simples, mas
dificilmente capaz de controlar a necessidade de beijá-lo.

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Colin podia sentir o desejo irradiando de Darby e sabia que não
demoraria muito para enviá-la além do limite, mas algo o deteve, e ele não
sabia por que. Ele a queria mais do que jamais desejara outra mulher, mas isso
não parecia suficiente, ele queria mais. Então o atingiu como um raio. Não era
apenas o prazer que o corpo de Darby daria a ele o que ele queria, era a
própria Darby.

Chocado, ele deu alguns passos para trás, sem saber o que fazer com
essa nova revelação em seu cérebro já lotado. — Você está bem? — Ela
perguntou, trazendo-o de volta ao momento.

— Ummm, eu estou bem, apenas me perdi em meus pensamentos por


um segundo lá, disse ele, sorrindo para ela. — Então, encontrar os primeiros
cogumelos é boa sorte; isso significa que posso fazer um pedido ou algo assim?

Darby riu. — Não, é apenas boa sorte, disse ela, curvando-se e cortando
o fungo tenro. — Estes são seus.

Colin olhou para os cogumelos. Não maiores que uma moeda pequena,
eles pesavam quase nada e pareciam pouco apetitosos. — O que fazemos com
eles agora? — Ele perguntou, inclinando-se para cheirá-los.

— Bem, poderíamos comê-los crus ou cozinhá-los, ou você poderia secá-


los e fazer um chá com eles, disse Darby. — Algumas pessoas pensam que...

— O quê? — Colin perguntou, sorrindo quando seu rosto ficou rosa.

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— Ummm, eles ajudam os homens, hummm, você sabe, disse ela, suas
bochechas ficando ainda mais rosadas.

Colin sentiu-se enrijecer e queria amaldiçoar a tendência de Darby de


corar e o efeito que isso causava nele, então desistiu de lutar e a puxou para
seus braços. Os cogumelos caíram no chão, esquecidos quando a boca dele
desceu sobre a dela em um beijo que não era doce e gentil, mas quente e
exigente.

Darby gemeu, passou os braços em volta do pescoço dele, depois


pressionou o corpo contra o dele, e ele soube naquele instante que ela era dele
quando quisesse. Apertando os braços em volta dela, ele a esfregou nas costas
enquanto a beijava, enfiando a língua na boca dela várias vezes até que ela
estava sem fôlego e se agarrando a ele. Então ele deslizou as mãos ao redor do
estômago dela e subiu por baixo da sua blusa até que seus seios estivessem
em concha nas mãos dele e esfregou cada pico macio com o polegar.

Ela respirou fundo e gemeu em sua boca, fazendo seu corpo palpitar de
prazer. Com um movimento que ele usou mais de uma vez, ele deslizou os
seios para fora do sutiã de renda, cobrindo-os com um movimento do polegar,
depois apertou suavemente os mamilos duros entre o polegar e o dedo. Ele
sentiu os joelhos dela dobrarem e estava prestes a abaixá-la no chão quando
um trovão sacudiu as árvores ao redor deles.

Eles se separaram e olharam através das árvores para encontrar nuvens


escuras e raivosas enchendo o céu. — É melhor irmos para casa, Darby ofegou,
dando um passo trêmulo e quase caindo.

Ele a pegou nos braços. — Isso pode ser mais rápido, disse ele, mas
estou feliz por ter esse efeito em você.

Ela abriu a boca para negar, mas fechou novamente, e ele caiu na
gargalhada.

— Quando você vai parar de lutar contra o que deveria ser? — Ele
perguntou.

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Outro trovão lembrou que eles precisavam sair da tempestade. —
Podemos guardar essa discussão para mais tarde, disse ele, seguindo para a
trilha, Darby silenciosa a sua frente.

Mas quando eles saíram das árvores, a visão que os recebeu o fez parar
e derrubá-la. O porto estava cheio de nuvens raivosas que giravam sobre a
água e o transformavam em ondas maiores do que as que ele já vira. O vento
começou a soprar enquanto eles estavam lá e então à chuva começou,
empurrando lençóis que os embebiam instantaneamente.

Ele agarrou a mão de Darby e correu para a casa da fazenda, puxando-a


para trás, seus olhos focados no contorno confuso da estrutura. Quando eles
finalmente chegaram à varanda, era impossível ver através da torrente de
chuva, o vento às vezes soprando para o lado. Raios iluminavam o céu e
trovões estalavam acima de suas cabeças quando a tempestade se transformou
em um frenesi violento de poder.

— Eu nunca vi nada assim, disse Colin.

— Eu também não, disse Darby, então um olhar de pânico apareceu em


seu rosto.

— Os animais. Eu tenho que checar os animais.

Ela começou a voltar na tempestade, mas ele a agarrou pelo braço. —


Você não pode ir lá agora, disse ele, quando um trovão sacudiu a casa.

— Eu preciso, disse ela, afastando-se dele. — Nós dependemos deles,


Colin; essa é a nossa comida para o inverno lá no celeiro.

Ele a soltou, se encolhendo quando outro trovão sacudiu a varanda,


depois a seguiu para a tempestade. Ela estava lutando contra as grandes
portas duplas do celeiro quando ele finalmente encontrou o caminho através da
tempestade para o celeiro. Correndo para ajudar, ele agarrou uma das portas e
a fechou, depois esperou enquanto Darby lutava com as dela.

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Uma pausa no vento finalmente permitiu que ela fechasse o outro lado,
e ele rapidamente deslizou a barra no lugar no momento em que o vento voltou
à vida, abrindo as portas novamente. Elas sacudiram, mas seguraram, e ele
estava voltando para casa quando viu Darby correndo em direção ao
galinheiro. Ele tentou gritar para ela voltar para casa, mas a tempestade rugia
ao redor deles, e suas palavras se desvaneceram em nada assim que saíram de
sua boca.

Amaldiçoando, ele a seguiu, o vento e a chuva rasgando suas roupas e


cegando-o. Ele estava nela antes que pudesse se conter, e os dois caíram no
chão em frente ao galinheiro. Darby o empurrou para longe e apontou para o
telhado, depois ficou de pé e ficou olhando para o galinheiro.

— Temos que tirá-las de lá e entrar no celeiro, disse ela, indo para a


porta. — Podemos enfiá-las em nossas jaquetas e carregá-los para o celeiro.

Darby abriu a jaqueta e deixou as últimas galinhas caírem no chão, não


era a coisa mais legal a se fazer e estava exausta. Colin estava parado ao lado
dela, seu peito subindo e descendo enquanto tentava recuperar o fôlego, uma
poça de água se formando a seus pés. Lá fora, a tempestade ainda estava
furiosa e não mostrava sinais de abrandar.

— Não vou mais lá fora, e você também não, disse Colin, olhando ao
redor do celeiro.

— Não, acho que estamos presos aqui por enquanto. Espero que isso
não dure muito mais tempo, ela disse, tremendo agora que o perigo havia
passado.

Colin foi até onde estava e apontou para uma escada no canto. — Para
onde isso leva? — Ele perguntou, tirando o paletó e torcendo a água.

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Os dentes de Darby começaram a bater, mas ela conseguiu dizer: — O
palheiro e um quartinho que costumávamos usar para armazenamento. Eli
consertou tudo e uma vez e ficou lá por um verão.

— Vamos lá, vai ser mais quente lá em cima, disse ele, abraçando-a e
levando-a para a escada. — Se tivermos sorte, ele deixou algo para trás.

Quando chegaram ao topo, Colin desapareceu por um pequeno corredor,


e ela ficou tremendo, imaginando se congelariam até morrer antes que a
tempestade terminasse. Mas então ele reapareceu com uma pilha de cobertores
e uma caixa, um enorme sorriso no rosto.

—Estamos salvos, disse ele. — Cobertores secos e comida enlatada.

Ela conseguiu sorrir, mesmo com os dentes batendo. — Eli ama sua essa
comida lixo, era provavelmente um esconderijo que ele se esqueceu de
esvaziar.

— Você tem que tirar essas roupas, disse ele, desdobrando um dos
cobertores. — Você precisa da minha ajuda?

Ela sentiu as bochechas corarem. — Apenas vire-se, disse ela, agarrando


o cobertor.

Não foi fácil remover suas roupas encharcadas rapidamente, mas ela se
apressou, com medo, a qualquer momento, que ele se virasse. Mas, em vez
disso, ele começou a tirar as próprias roupas molhadas e, por um segundo,
tudo o que ela pôde fazer foi assistir enquanto ele tirava a camisa. A visão de
suas costas musculosas foi quase sua ruína, e a lembrança dele carregando-a
pela floresta como se ela não pesasse nada despertou algo primordial dentro
dela.

Quando ele pegou o botão da calça, ela deveria ter se virado, mas ao
invés disso, ela assistiu enquanto ele deslizava o tecido molhado de seu corpo,
uma polegada de cada vez. A respiração dela ficou presa na garganta quando
ele se virou, sua masculinidade já ereta, e o cobertor que ela estava segurando
caiu no chão em uma pilha.

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Ela estremeceu, mas não pelo frio, depois deu um pequeno passo em
sua direção, depois outro. — Você nunca vai se aquecer a menos que tire tudo,
Darby, disse ele, sua voz suave e gentil.

Congelada no lugar, tudo o que ela podia fazer era assistir enquanto ele
se aproximava o desejo em seus olhos fazendo seu corpo palpitar. Ele andou
atrás dela, depois se inclinou e sussurrou. — Você gostaria que eu ajudasse?

Arrepios irromperam em seus braços, e ela estremeceu novamente,


depois acenou com a cabeça, ofegando quando os dedos dele roçaram a pele
sensível de suas costas até o fecho do sutiã. Ele desengatou lentamente cada
fecho, beijando a nuca dela depois de cada um, depois deixou o tecido molhado
cair no chão. Ela estava latejando profundamente, desesperada por mais, mas
sem saber o que fazer, quando sentiu os dedos dele deslizando no elástico de
sua calcinha.

Ele a beijou pelas costas dela, deslizando a calcinha pelas pernas, depois
a cutucou para se afastar da poça de renda. Quando ele se levantou, ele
deslizou as mãos pelas pernas dela, sobre os quadris e segurou os seios com as
mãos novamente, fazendo seus joelhos tremerem e o prazer correr sobre
ela. Ela se recostou contra ele, certa de que cairia no chão quando ele
provocou seus mamilos e mordeu seu pescoço.

Colin colocou um braço firmemente em volta do peito, um dos seios


ainda em concha na mão e começou a deslizar o outro pelo estômago, fazendo-
a ofegar com antecipação e prender a respiração. Quando ele deslizou o dedo
entre as dobras dela e encontrou a ponta inchada, a respiração dela correu em
um grito de prazer quando ele gentilmente a acariciou. Cada movimento de seu
dedo a conduzia cada vez mais longe, seu corpo pulsando de prazer por dentro.

Ela se inclinou contra ele, miando com prazer, subindo a alturas que
nunca imaginara serem possíveis até que, com uma explosão final, ela caiu
sobre a borda, seu corpo tremendo nos braços dele. Eles ficaram ali abraçados
juntos, seu peito quente pressionado contra suas costas, seu braço a
segurando até que ela parou de tremer, então ele a pegou nos braços e a

93
carregou pelo pequeno corredor até o pequeno quarto na parte de trás do
celeiro.

Pela janela, ela podia ver que a tempestade ainda estava furiosa, mas
estava quente e confortável nos braços de Colin, e não parecia mais
assustadora. Quando ele a deitou na cama, levantou-se e deixou os olhos
percorrerem cada centímetro do corpo dela, ela se sentiu corar e Colin riu.

— Você é ainda mais bonita quando cora, disse ele, deitando-se ao lado
dela.

Uma emoção correu através dela, e seu corpo começou a pulsar


profundamente por dentro novamente, então ela estendeu a mão e puxou a
cabeça dele para baixo e o beijou.

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Colin palpitava com a necessidade, tanto fisicamente quanto em sua
alma, e sabia que apenas Darby poderia satisfazer essa necessidade. O corpo
dela era macio e quente, e dele para fazer o que quisesse, e ele estava mais do
que pronto para mergulhar na recompensa que ela tinha para oferecer, mas
primeiro, ele queria levá-la ao auge da paixão.

— Abra suas pernas para mim, querida, ele sussurrou em seu ouvido.

Ele a ouviu chupar uma respiração rápida, então ela afastou as pernas,
gemendo quando ele provocou primeiro um mamilo e depois o outro enquanto
mordiscava seu pescoço. Deslizando a mão entre as pernas abertas, ele não
pôde deixar de gemer quando a sentiu escorregadia e úmida, imaginando o
momento em que ele poderia finalmente se enterrar dentro dela.

Quando o dedo dele roçou seu centro de prazer, ela ofegou e abriu as
pernas para ele ainda mais, e ele não pôde resistir a deslizar entre elas. Ainda
acariciando-a, ele se posicionou na abertura de seu núcleo pulsante, depois
deslizou lentamente dentro dela. Enquanto ele a enchia polegada por polegada,
seus quadris subiram para encontrar os dele, e com um impulso forte, ele a
encheu, a deliciosa sensação do corpo dela o aceitando fez com que ele
gemesse seu nome.

Darby envolveu as pernas ao redor dele, puxando-o para mais fundo


dentro dela e empurrou os quadris para cima, um grito de prazer escapando de
seus lábios. Incapaz de se controlar por mais tempo, ele dirigiu-se nela várias
vezes, até que ela estava cravando as unhas nas costas dele e gritando seu
nome. Quando seus músculos se apertaram ao redor dele, e seu corpo

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começou a tremer, ele se dirigiu a ela com um impulso final e deixou o
esquecimento tomar os dois.

Ele caiu em cima dela, não querendo se mexer até que precisasse, a
sensação do corpo dela ainda o embalava, mantendo-o suspenso em uma
nuvem de prazer. Um suspiro enorme de Darby o fez perceber que ele
provavelmente a estava esmagando, então ele se tirou e a abraçou. Ela
estremeceu um pouco, e arrepios imediatamente apareceram em sua pele,
então ele os cobriu com o cobertor que havia deixado para trás mais cedo.

Ela se aconchegou nos braços dele, depois olhou para ele. — Você
deixou isso aqui de propósito, disse ela, puxando o cobertor.

Colin sorriu para ela. — Bem, nunca é demais estar preparado, disse ele.

Ela deu um tapa nele. — Você tem um pouco de confiança demais para o
seu próprio bem, disse ela, mas se acomodou nos braços dele novamente.

Ele observou a tempestade enfurecer-se do lado de fora da janela do


celeiro e se perguntou como e por que era tão diferente estar com Darby,
depois entendeu que ela havia encontrado seu coração. Reunindo-a mais perto
dele e suspirou, verdadeiramente feliz pela primeira vez em muito tempo,
depois fechou os olhos e deixou a exaustão do dia levá-lo a um sono profundo.

O sol que brilhava pela janela do celeiro o acordou na manhã seguinte e,


por um segundo, ele não conseguiu se lembrar de onde estava, mas Darby
suspirou e tudo voltou para ele. Uma inundação de carinho tomou conta dele
quando ele olhou para ela ainda dormindo, e ele se perguntou se algum dia
seria capaz de deixá-la. Esse pensamento trouxe uma dor estranha ao peito,
então ele o enterrou e se concentrou na mulher deitada nua ao lado dele.

Quando eles finalmente emergiram do celeiro uma hora depois e


tropeçaram na casa da fazenda, embrulhados em cobertores e carregando suas
roupas, eles ainda estavam sorrindo. Mas a visão de uma carroça descendo a
estrada limpou o sorriso dos dois rostos e, depois de um rápido olhar um para o
outro, eles correram para a casa.

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— Provavelmente é apenas Eli, mas não seria bom ser pegos assim,
disse Darby, batendo a porta da frente e indo para o quarto dela.

Ele a agarrou antes que ela pudesse ir longe, e a beijou até derreter em
seus braços, depois a soltou. — Vou começar o café, disse ele, sorrindo para
ela.

Ela ficou balançando lá por um segundo, depois se virou e correu para o


quarto, com o rosto rosado. Ele riu e pensou em segui-la, mas foi para o quarto
e se vestiu. As roupas não pareciam tão estranhas hoje, e as botas não
estavam tão pesadas, e ele sorriu quando viu seu reflexo no espelho.

Darby estava descendo o corredor quando ele saiu do quarto, vestido


para um dia de trabalho, e ele queria empurrá-la de volta para o quarto. Mas o
som de uma batida forte na porta o deteve e, em vez disso, ele a seguiu até a
porta da frente. Ela espiou pelo pequeno buraco na porta e depois franziu o
cenho.

— Pensei que fosse Eli, ela disse, mas é um dos guardas. Eu o conheço,
mas ele não deveria vir aqui por mais algumas semanas. Você acha que ele
está procurando por você?

Ele balançou sua cabeça. — Eles mandariam guardas do castelo.

Ela voltou-se para a porta e ergueu os ombros, deu um grande sorriso


no rosto e abriu a porta. — Michael, eu não esperava vê-lo hoje, disse ela,
mantendo a porta aberta.

— Oi, Darby, disse o homem mais velho. — Sinto muito incomodá-la tão
cedo, mas tenho muitos lugares para visitar hoje.

— Você não quer tomar um café? — Ela perguntou quando ele não
entrou.

Ele balançou sua cabeça. — Hoje não posso. Estou aqui nos negócios
oficiais. Você vai sair comigo?

97
Colin não gostou do jeito que aquilo estava acontecendo, então ele se
aproximou.

— Que tipo de negócios?

Darby lançou-lhe um olhar sujo, mas ele se manteve firme. O homem


olhou para cima e para baixo. — Eu não sabia que você tinha companhia, disse
ele a Darby, depois voltou-se para Colin. — Você parece muito familiar; Já nos
encontramos antes?

Darby queria empurrar Colin de volta para o quarto e trancá-lo


dentro; ela não estava pronta para desistir dele e se Michael o reconhecesse,
tudo estaria acabado. Embora já possa ter acabado, ela pensou, vendo-o se
transformar na realeza que ele realmente era. Mas então, para seu choque, ele
relaxou os ombros e se encolheu um pouco.

— Estou aqui visitando de fora da cidade, disse Colin. — Eu morava aqui


quando era criança, então talvez nos conheçamos da época.

Michael o estudou por mais alguns segundos, depois deu de ombros. —


Chegará a mim eventualmente, disse ele.

— Como posso ajudá-lo, Michael?, Ela perguntou, na esperança de


desviar o foco de Colin, pois era o que ele parecia querer.

— Você viu o estrago causado pela tempestade? — Ele perguntou,


indicando que ela deveria sair.

Quando ela olhou para o porto, ela só podia olhar sem ter certeza de
que estava olhando para a mesma vista que tinha visto todos os dias de sua
vida. — Oh não, o píer desapareceu completamente, disse ela, cobrindo a boca
com a mão.

98
— Provavelmente milhas para o mar com o resto das docas, disse
Michael, balançando a cabeça. — Há também um navio lá fora, aquele que leva
todo o suprimento de comida para os guardas.

Darby se virou e olhou para ele, sabendo o que aquilo significava, mas
preocupada com a loja perguntou. — O que aconteceu com a Main
Street? Minha loja?

— Está tudo bem, disse Michael. — As ondas não subiram tão longe.

Ela suspirou aliviada, novamente feliz por ter conseguido um lugar mais
alto na cidade. Mas então Michael disse: — Darby vou precisar das suas
galinhas. Eu sei que você tem um monte, e o rei e a rainha ordenaram que
todos contribuíssem para alimentar os guardas.

— Todas as minhas galinhas? - ela perguntou, não tão chocada quanto


deveria estar. — Michael, dependemos deles para boa parte de nosso
suprimento de comida.

— Eu sei, Darby, mas também sei que você tem muitos outros animais
naquele celeiro. As galinhas são uma pequena parte do que você tem e os
guardas precisam comer, disse ele. — Eu tenho que levá-las.

Por alguns minutos, ela só pôde olhar para o porto, as ondas batendo
benignamente contra o que restava do píer e se perguntar como uma
tempestade poderia arruinar todos os seus planos cuidadosamente planejados
para o verão. Levaria semanas para reparar o dano; isso significava que não
haveriam barcos turísticos, nem renda, nem novo galpão de secagem e,
definitivamente, não havia dinheiro para substituir as galinhas.

Ela se virou para Michael, incapaz de parar as lágrimas que surgiram em


seus olhos.

— Tivemos que colocá-las no celeiro durante a tempestade. Vou buscá-


las para você, ela disse.

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Colin se aproximou dela enquanto caminhava para o celeiro. — Você vai
deixá-lo levá-las depois que trabalhamos tanto para salvá-las ontem? — Ele
perguntou, chocado que essa mulher ardente estivesse cedendo tão facilmente.

— Eu não tenho escolha; ele as pegará de um jeito ou de outro, ela


disse, com os ombros caídos. — É assim que as coisas são, e ele está certo,
estou melhor do que a maioria das pessoas.

Quando chegaram ao celeiro, Michael já estava sentado em sua carroça


esperando por eles. — Ummm, Darby, se algumas de suas galinhas se soltaram
na tempestade na noite passada e você ainda não as encontrou, não tenho
tempo para ajudá-la a olhar, disse ele.

Isso deu a ela algo para fazer, mas ainda era difícil entregar a maior
parte de seu rebanho. — Não parece justo, disse Colin, com um olhar
preocupado ao ver a carroça desaparecer por entre as árvores. — Isso
acontece muito?

Darby deu de ombros. — Isso não é tão comum, mas alguém sempre
aparece para recolher impostos, dinheiro de proteção, doações para os
guardas, você escolhe, nós pagamos. Eu não quero mais falar sobre isso; isso
só me deixa louca.

Ela começou a andar pelo celeiro, planejando ver o que poderia fazer
para consertá-lo, para que as poucas galinhas que restassem tivessem um lugar
para se esconder, mas Colin a alcançou. — Espere, eu quero falar sobre isso,
disse ele. — Eu quero entender.

Não era uma conversa que ela queria ter com ele. Apenas a lembrou que
ele iria embora logo e levaria um pedaço do coração dela. — Você não vai
querer ouvir o que tenho a dizer, disse ela, depois esperou. — Ok, vamos
começar com impostos, que são cerca de dez por cento da nossa renda, todos
pagamos para que você e sua família morem no castelo, comerem comida
sofisticada e estabelecerem regras para todos nós. Algum de vocês já trabalhou
um dia em suas vidas? Você contribui com alguma coisa para a cidade?

100
Colin deu um passo para trás, claramente surpreso por suas palavras,
mas agora que começara, era impossível parar. — Depois, há os guardas que
precisam de dinheiro além do que já lhes pagamos para fazer seu trabalho, que
consiste principalmente em ter uma boa aparência com seus uniformes e
direcionar turistas pela cidade. Você já esteve no lado ruim da cidade. Você viu
algum guarda lá embaixo?

— Darby, disse ele. — Não pode ser tão ruim assim. Meus pais
realmente se importam com a cidade e as pessoas, essa é uma das razões
pelas quais me expulsaram.

— Eles se sentam lá em sua pequena montanha, cercados por outros


membros da realeza, e pensam que estão cuidando de nós, Colin. Mas deixe-
me perguntar-lhe, quão melhores seriam nossas vidas se não tivéssemos que
cuidar deles? O que faz você ser tão melhor do que eu? Por que eu devo
escravizar parte da minha vida para que você possa viver de luxo? — Ela
perguntou, depois se virou e voltou para a casa da fazenda.

101
Colin observou Darby se afastar, as palavras ecoando na cabeça dele,
depois correu para alcançá-la. — Onde você está indo? Ele perguntou.

— Vou trocar de roupa e ir para a cidade, disse ela. — Eu preciso checar


a loja.

— Eu vou com você, disse ele. — Gostaria de ver o que está


acontecendo na cidade.

— Se apresse.— disse ela, voltando para o quarto.

Quando ela saiu alguns minutos depois, vestindo jeans e camiseta, ele
percebeu que ela ainda estava chateada e a puxou para seus braços. — Sinto
muito, Darby, disse ele. — Sinto muito que as galinhas se foram, desculpe as
coisas serem tão injustas, mas prometo que vou tentar mudar isso.

Ela olhou para ele. — Realmente?

Ele sorriu para ela. — Acho que meus pais receberam mais do que
esperavam quando me mandaram embora. Eu não acho que eles perceberam
que eu encontraria uma Fae que finalmente abriria meus olhos e me faria ver a
realidade do meu mundo.

O sorriso em seu rosto e a maneira como seus olhos se iluminaram


fizeram seu corpo pulsar de desejo, mas depois desapareceu e a tristeza tomou
seu lugar. Darby se afastou dele e disse: — É melhor irmos à cidade.

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Ela foi até a porta, mas ele a agarrou e a deteve. — Espere, o que
aconteceu? Ele perguntou. — Você estava tão feliz apenas a minuto atrás.

Um suspiro enorme fez o peito de Darby subir e descer, então ela


estendeu a mão e acariciou sua bochecha. — Está na hora de você ir para casa,
Colin. Você aprendeu o que precisava e Ballentine precisa de você onde você
pertence, disse ela.

— E se eu não estiver pronto para ir para casa? Ele perguntou. — E se


eu achar que ainda tenho coisas a aprender?

— Então eu acho que você ainda está se escondendo, Colin—, disse


ela. —Você já passou muito tempo se escondendo; você nasceu para liderar, e
é hora de começar a fazer isso.

Ele a puxou para seus braços, a verdade de suas palavras muito óbvia
para ignorar. Eu não quero deixar você, disse ele, olhando para ela. — Eu
quero que nós fiquemos juntos.

— Eu também quero isso, Colin, mas você e eu sabemos que isso é


impossível, disse ela, com lágrimas nos olhos. — Somos de dois mundos
diferentes, e os dois nunca se misturam.

Ele ficou tentado a pedir mais uma noite, mas sabia que isso apenas
prolongaria a dor. — Eu gostaria que pudesse ser diferente, disse ele, em
seguida a segurou com força nos braços por um longo tempo.

Quando eles se separaram, ela limpou as lágrimas da bochecha e disse:


— Nunca vou me arrepender de você ter aparecido no meu galpão de secagem.

Ele sorriu para ela. — Nem eu.

Eles caminharam para a cidade em silêncio, com as mãos unidas,


nenhum pronto para deixar o outro ir. Mas, enquanto olhavam a primeira rua,
ficou claro que a cidade havia sofrido muito mais danos do que a fazenda, e
sua dor foi rapidamente esquecida. Enquanto caminhavam em direção ao
centro da cidade, pararam e ajudaram onde podiam, limpando galhos e

103
varrendo vidros quebrados e retirando detritos. Mas mal fez diferença, e Colin
sabia que demoraria muito tempo para recuperar a cidade da tempestade.

Eles estavam quase na Main Street quando dobraram a esquina e viram


um grupo de guardas em pé na frente de uma casa danificada e uma mulher
chorando no jardim da frente. Darby o guiou ao outro lado da rua, mas ele
parou para assistir quando três dos guardas passaram pela mulher e entraram
na casa, retornando alguns minutos depois com as mãos cheias de comida.

— Essa é toda a comida que tenho, a mulher chorou. Como vou


alimentar meus filhos?

— Isso não é problema nosso, senhora, disse o guarda principal. Os


guardas tem que comer primeiro.

Colin foi para a casa, mas Darby agarrou seu braço. — Deixe estar, disse
ela. — Você não é o príncipe agora.

Ele olhou para as roupas, depois para os guardas e a seguiu com


relutância. Por mais que ele não quisesse admitir que Darby estava certa,
estava na hora de ele ir para casa. Uma coisa que seu tempo fora do castelo
lhe ensinara era que as coisas em Ballentine não eram tão maravilhosas quanto
seus pais pensavam; a cidade estava cheia de corrupção e maldade.

Quando eles saíram na Main Street, ele estava tão perdido em seus
pensamentos que não viu Darby quando ela parou, e os dois quase caíram no
chão. — Desculpe, eu não estava prestando atenção, disse ele.

Darby estava olhando para o porto, com uma expressão de horror no


rosto. — Tudo se foi, disse ela. — Tudo isso.

— Mas olha, ele disse. — Main Street está bem. Por que você não me
mostra sua loja?

Darby sorriu para ele. — Ok, eu gostaria que você a visse.

Enquanto caminhavam pela rua deserta, Colin pegou a mão de Darby na


dele e apertou, aproveitando o momento, já que seria um dos últimos. Quando

104
chegaram à porta da frente de sua loja, ela parou e procurou a chave no bolso
e abriu a porta. Ele entrou e respirou fundo, depois olhou em volta, encantado
com o que viu.

— Cheira bem aqui, disse ele. — Cheira como você.

Darby corou, e o desejo correu através dele, então ele a puxou em seus
braços e a beijou. Ela derreteu em seus braços, e logo o mundo ao seu redor se
transformou em nada, e tudo o que importava eram os dois.

Darby teria acabado fazendo algo nos fundos de sua loja que ela nunca
pensou que faria se Fiona não tivesse entrado apenas alguns minutos
depois. Ela tropeçou neles na sala dos fundos, Darby sentada em sua mesa
com as pernas em torno de Colin, mas, felizmente, eles ainda estavam
vestidos. O pequeno grito que ela soltou quando os viu fez Colin pular e se
afastar de Darby, que ficou vermelha e rapidamente pulou da mesa.

Fiona deu uma olhada em Colin, agarrou o braço de Darby e a puxou


para a frente da loja. — Quem é aquele? E o que você estava fazendo com ele?
- ela exigiu quando eles estavam na porta da frente.

— Esse é Colin, e bem... As coisas ficaram fora de controle. Nós não


teríamos... - suas palavras sumiram porque ela sabia que eles teriam feito sim.

Os olhos de Fiona ficaram grandes. — Você também, disse ela, cruzando


os braços sobre o peito. — Você o escondeu de mim.

— Não, eu não fiz, protestou Darby. — Eu o conheço há apenas três


dias.

— É por isso que você ficou em casa trabalhando, disse Fiona. — Darby,
quem é esse cara? Onde você o conheceu? Isso não parece nada como você.

105
Ela suspirou. — Eu sei, e prometo que vou explicar mais tarde, mas ele
tem que ir para casa hoje e só temos mais algumas horas juntos.

Os olhos de Fiona se suavizaram. — Ok, mas eu quero ouvir tudo sobre


ele quando ele se for, disse ela, beijou Darby na bochecha e saiu pela porta.

Quando ela voltou ao depósito, Colin ainda estava sorrindo. — Deve ter
sido Fiona, disse ele.

Darby assentiu. — Ela se foi.

— Acho que você não quer continuar de onde fomos tão rudemente
interrompidos, disse ele, com um sorriso bobo no rosto.

— Vamos dar um passeio. Quero ver o porto. - disse ela, a paixão do


momento se foi.

Enquanto desciam a rua, ficou impressionada com a aparência do porto,


sem o píer e as lojas. — Parece tão triste e deserto, disse ela, tremendo.

Eles andaram o mais longe que podiam pela doca, depois pararam e
olharam os danos que a tempestade causara, e ela estremeceu novamente. Ele
olhou para ela. — Está com frio?

Ela balançou a cabeça, mas então sentiu um arrepio na pele e


estremeceu várias vezes, sentindo algo pesado começando a cair sobre
ela. Agarrando o braço de Colin para se firmar enquanto a manta do mal a
cobria, ela soltou um grito de desespero e teria caído de joelhos se ele não a
tivesse sustentado.

Ele a pegou nos braços e o mal se foi, deixando-a atordoada e sem


fôlego. Quando chegaram a um banco escondido nas encostas de um
penhasco, ele a pousou gentilmente, depois pegou as mãos dela e começou a
esfregá-las. Ela olhou para ele, depois começou a tremer incontrolavelmente,
então ele a abraçou e a abraçou com força.

Quando finalmente conseguiu falar, olhou para ele e disse: — Colin, a


tempestade não era natural, era um demônio ou algo assim.

106
— O que você quer dizer? O que você viu? Ele perguntou, puxando-a
contra ele novamente.

— Eu senti uma sensação avassaladora do mal, disse ela, um arrepio


assolando seu corpo novamente. — Alguém enviou um demônio da tempestade
para destruir Ballentine.

— Mas isso não é possível, disse Colin. — Existem regras e outras coisas
para impedir que isso aconteça. Ela olhou para ele. — Eu sei o que senti, Colin,
e isso voltará repetidamente até que não haja mais nada.

Ele pulou. — Temos que contar aos meus pais, disse ele.

Ela o puxou de volta para o banco. — Nós não podemos fazer isso,
Colin. Eles não vão acreditar em mim, e se o fizerem, então o que? Eles vão
pensar que sou uma bruxa.

— Mas você não é uma bruxa má; você é uma boa bruxa - ele disse. —
Eles vão te ouvir. Eu sei que eles vão.

— Precisamos de provas, disse Darby. — Precisamos descobrir quem


está por trás disso e por quê.

Colin recostou-se no banco, depois olhou para ela e sorriu. — Acho que
isso significa que não preciso ir para casa hoje, afinal.

Darby deu um tapa nele, mas seu coração estava disparado; coração
partido ou não, ela teria mais uma noite com ele. Quando ele a abraçou, ela
sabia o que estava por vir e se inclinou para o beijo, deixando a paixão entre
eles brilhar para a vida. Mas foram apenas alguns minutos antes de serem
interrompidos pelo som de vozes.

— Acho que devemos ir para casa, disse ela, mas Colin colocou um dedo
nos lábios.

— Eu acho que reconheço uma dessas vozes, ele sussurrou, puxando-a


de volta contra o banco.

107
Não demorou muito para que dois homens aparecessem. Colin ficou
tenso ao lado dela e apontou para o da esquerda. — Esse é o conselheiro-chefe
do meu pai, Samuel, mas eu não sei quem é o outro homem, ele sussurrou.

— Parece que o primeiro ataque causou tanto dano quanto você


prometeu. Estou satisfeito. - disse Samuel, esfregando as mãos enquanto
olhava o porto.

— Eu disse que o demônio valeria o preço, disse o outro homem. —


Quando estiver pronto para o próximo ataque me avise, o preço não mudou.

— Acho que vamos dar um tempo à cidade para se recuperar e depois


atacá-los novamente, disse Samuel. — Isso vai ser perfeito; assim que eles
começam a pensar que as coisas estão melhorando, bum, outra tempestade
assustadora. Então atacaremos os suprimentos de comida deles novamente, o
que os enfraquecerá a ponto de ficarem felizes em ver os Unseelie quando
chegarem.

Ela lutou para manter Colin no banco, mas ele a deixou segurá-lo ali,
seus músculos apertando e soltando. Ela o abraçou e a abraçou com força até
os homens se virarem e se afastarem, o homem que Colin chamara de Samuel
irradiando maldade enquanto passava.

108
Colin estava andando pela cozinha enquanto Darby fazia o jantar, com a
mente cheia de tanta raiva que não conseguia pensar com clareza. Samuel
estava com o pai desde que conseguia se lembrar e sempre parecia ser o mais
leal e confiável de seus conselheiros. Mas o que ele viu hoje destruiu esse mito
e mostrou que ele era o que ele realmente era: um traidor não apenas para a
família real, mas para todos em Ballentine.

O governo de Seelie poderia não ter sido perfeito, como ele havia
aprendido recentemente, mas os Unseelie eram Fae brutais que destruiriam
Ballentine enquanto destruíam tudo o que tocavam. Pensar que Samuel se
juntara a eles o deixava enjoado, e queria marchar até o castelo e confrontá-lo,
mas sabia que seu pai nunca ouviria.

— Eu não sei o que fazer, lamentou, andando de um lado para o


outro. — Meu pai nunca vai acreditar em mim, e eu não posso contar a ele
sobre você.

— Venha comer alguma coisa. Talvez isso ajude. - disse ela, colocando
os pratos na mesa. — Este é o último frango, por isso é melhor aproveitarmos.

Colin pegou o pedaço de frango frito e deu uma mordida, pensando que
tinha um sabor ainda melhor no segundo dia. — Meu irmão adoraria esta
galinha, disse ele, lembrando como eles brigavam por frango frito quando eram
crianças.

Então o atingiu. — Meu irmão, disse ele.

— Seu irmão? Darby perguntou, confusa.

109
— Ele vai me ouvir, disse ele. — Ele nunca gostou de Samuel. Amanhã
vou ao castelo e falo com ele; ele vai me ajudar a expô-lo, e não precisarei
contar a ele sobre você.

Ele viu a mistura de emoções no rosto de Darby e levantou-se da mesa,


levantou-a e a abraçou. — Sinto muito, Darby, não estava pensando. Se eu for
amanhã, não poderei voltar.

Ela o abraçou e o abraçou com força por um longo tempo, depois olhou
para ele. — Mas ainda temos esta noite, disse ela.

Ele a pegou nos braços e foi para o quarto dela, o jantar esquecido na
mesa. Quando eles finalmente emergiram da névoa cheia de paixão, Colin
estava deitado com a cabeça de Darby no peito e se imaginou em seu próprio
quarto na noite seguinte sem ela. Foi um choque perceber que ele nem
pensava em voltar para casa há dias, na verdade se acostumara à sua vida
longe dos mimos de uma vida real.

Foi quando ele começou a imaginar uma Ballentine onde não importava
se ela era comum ou real, o amor deles seria tudo do que eles precisavam. Ele
adormeceu pensando na vida com Darby e prometeu a si mesmo que voltaria
para ela, mesmo que isso significasse deixar à coroa para trás.

Ele acordou antes do sol nascer, vestiu-se silenciosamente e saiu da casa


da fazenda, com medo de que, se tivesse que dizer adeus, nunca
sairia. Andando no início da madrugada, ele sentiu o cheiro da lavanda no ar e
sentiu uma pontada de perda, mas não parou, em vez disso, colocou um pé na
frente do outro e seguiu em frente.

O sol estava nascendo quando ele chegou à guarita que protegia a


realeza, e ele lembrou-se do dia, não muito tempo atrás, que havia escapado
por um portão lateral em humilhação. Ele se sentia como um homem diferente
hoje, então, ousadamente, aproximou-se e disse: — Sou o príncipe Colin e
gostaria de ir para casa agora.

110
O guarda, que estava meio adormecido, olhou para ele, depois para as
roupas e riu. Essa é boa, amigo, mas não vai funcionar, disse ele. — Você não
é o primeiro a experimentar essa coisa do amanhecer e nem se parece com o
príncipe. Eu o conheço e você não é ele.

Colin só podia olhar para ele, com a boca aberta. — Eu realmente sou o
príncipe, disse ele, mas com pouca convicção.

— Saia daqui antes que eu chame os guardas, disse o porteiro.

Ele se virou e voltou para a casa da fazenda, imaginando se o destino o


estava mantendo com Darby, se algum poder estava organizando as coisas
para que ficassem juntos. Mas ele tinha preocupações maiores; a interferência
do destino em sua vida teria que esperar até que ele lidasse com Samuel e sua
traição.

Quando ele voltou para a cama, Darby abriu os olhos, um pouco


surpresa ao vê-lo.

— Pensei que você já tivesse ido embora, disse ela, depois viu o olhar no
rosto dele e sentou-se. — O que aconteceu?

Ele olhou para ela, uma pontada de desejo passando por ele ao ver seus
cabelos desgrenhados e o cobertor cobrindo apenas um seio. — Acho que
alguém está nos mantendo juntos, disse ele, depois a puxou para baixo dele.

Eles ainda estavam tentando recuperar o fôlego muito mais tarde,


quando Darby disse: — Você não me contou o que aconteceu.

— Eles não me deixaram entrar, disse ele, sorrindo para ela. — Não
tenho certeza do que fazer agora.

Darby deslizou para fora da cama, pegando o lençol com ela e


envolvendo-o no peito.

— Tenho certeza que você vai descobrir alguma coisa, disse ela,
atravessando o quarto até a porta. — Café?

111
Ele não respondeu a princípio, o começo de uma ideia nadando em sua
cabeça. Então ele se sentou na cama e perguntou: — Você tem um vestido
formal?

— Formal? Para onde estamos indo?- perguntou Darby, estreitando os


olhos para ele.

— Para uma festa, disse ele.

Darby não tinha certeza se o plano de Colin ia funcionar enquanto


caminhavam até a pensão, como eram chamados em Ballentine, não ajudou em
nada sua confiança. — Você tem certeza disso? Ela perguntou, olhando para a
casa pintada em um tom de rosa brilhante.

— Relaxe, eles não vão tentar recrutá-la, disse ele. — Eles são apenas
Fae como você.

— Eu nunca estive dentro de uma casa como esta, disse ela, segurando
um pouco.

— Parece com qualquer outra casa, disse Colin.

— Como você conhece Ruby, afinal? Ela perguntou, depois desejou não
saber. — Deixa pra lá.

Chegaram à porta e Colin tocou a campainha. — Não foi Ruby que eu


vim aqui para ver, disse ele. — E eu não venho aqui há muito tempo.

Darby sabia que ela não tinha o direito de ficar com ciúmes, mas de
qualquer maneira era a vida, deixando-a ligeiramente irritada. Quando a
campainha não foi atendida imediatamente, ela tentou puxá-lo da varanda. —
Eu não acho que alguém esteja em casa.

112
— Apenas relaxe, Darby; vai ficar tudo bem - ele disse, puxando-a de
volta para perto dele.

A porta foi finalmente aberta por uma velha cujo rosto se iluminou
quando viu Colin.

— Príncipe Colin, o que você está fazendo aqui? Ruby ficará muito feliz
em vê-lo - ela disse. — Entre, entre.

— Oi, Patrice, ela já está acordada? Colin perguntou, empurrando Darby


para dentro.

— Oh, você trouxe uma convidada com você, disse Patrice. — Você está
querendo um quarto então?

Colin balançou a cabeça. — Eu só preciso falar com Ruby, por favor.

— Uma garota nova então - disse Patrice, olhando Darby de cima a


baixo. — Ela é um pouco magra, mas vai servir.

Darby ofegou, chocada que a velha pensasse que ela estava aqui para
conseguir um emprego, mas Colin colocou o braço em volta dos ombros dela e
a puxou para ele. — Patrice, não estamos aqui por nenhuma dessas
razões, você poderia chamar a Srta. Ruby?

Patrice olhou de um lado para o outro, várias vezes, então um sorriso


apareceu em seu rosto. — Agora eu vejo como é, disse ela. — Eu vou chamar a
Srta. Ruby.

Apenas alguns minutos depois, uma bela loira Fae mais velha entrou
varrendo a sala e o abraçou. Então se afastou e olhou para Darby. — Ela não é
o que eu esperava, mas já era hora de você crescer, Colin. É uma pena que ela
não seja da realeza. O que você vai fazer sobre isso? É por isso que você está
aqui para me ver?

Colin riu e Darby tentou sorrir, mas a mulher a dominou. — É bom ver
você também, Ruby, disse ele. — Estou aqui para obter sua ajuda, mas não é
bem o que você está pensando.

113
Meia hora depois, Darby estava deixando Ruby empurrá-la em outro
vestido, imaginando se algum dia encontrariam o certo. Ela ainda não tinha
certeza se gostava do plano de Colin ou se poderia executá-lo, mas estava
disposta a pelo menos tentar.

— Nós nunca vamos encontrar um vestido que me faça parecer da


realeza, disse ela quando Ruby e Patrice precisaram de ambos para tirar o
último.

Ruby jogou o vestido no chão e aproximou-se dela. — Você se deu uma


boa olhada no espelho? Estive observando você, Darby, e você tem mais classe
e sofisticação do que a maioria das mulheres que moram na colina. Entendo
por que Colin se apaixonou por você e não vamos esquecer que, mesmo para
uma Fae, você é muito bonita.

Ela e Patrice desapareceram no armário novamente, e ela ficou


encarando seu reflexo no espelho, tentando ver o que Ruby viu. Tentando
processar o fato de Ruby pensar que Colin se apaixonara por ela e o que isso
poderia significar para o futuro deles. Mas então ela ouviu a voz de Ruby do
fundo do armário e sacudiu os pensamentos perigosos.

— Eu entendi. Estamos vendo isso errado o tempo todo. - disse ela,


saindo do armário com um vestido branco cintilante nas mãos.

Darby não pôde deixar de ofegar quando viu a criação cintilante e


estendeu a mão avidamente, depois pousou as mãos, com medo de tocá-la. —
Oh, Ruby, eu não posso usar isso, disse ela, notando a maneira como a mulher
mais velha estava segurando o vestido.

Ruby se aproximou e segurou o vestido na frente dela, depois


suspirou. — Eu tenho me apegado a isso há muito tempo. Sempre achei que
teria um motivo para usá-lo, mas acho que tenho guardado isso para você.

Ela olhou para o vestido novamente e depois acenou com a cabeça. —


Mas apenas se você tiver certeza.

114
— Vamos experimentar primeiro, Ruby disse, deslizando o vestido sobre
a cabeça de Darby, depois recuando.

Darby ofegou com o reflexo dela. — É perfeito, disse ela.

— Era seu o tempo todo. Eu simplesmente não sabia. - Ruby disse, com
um grande sorriso no rosto. Ela estendeu a mão e afastou os cabelos de Darby
do pescoço. — Você será a belle da noite, e Colin não saberá o que o atingiu
quando te vir neste vestido.

Seu estômago apertou em antecipação, e ela desejou poder compartilhar


esta noite com Fiona, que sempre sonhou em ser levada ao castelo com um
príncipe. Mas então ela lembrou por que eles estavam indo para o castelo, e o
romance da coisa toda desapareceu.

— Ruby, e se eu não puder fazer isso? E se eles reconhecerem Colin


antes que ele possa chegar ao irmão? Ela perguntou, de repente o peso do que
eles estavam caindo nela.

Ruby virou as costas para o espelho. — Olhe para você; você não é
apenas inteligente, mas também bonita. Tenha um pouco de fé em si mesma e
em Colin. Vá a essa festa hoje à noite e seja você mesma, e pelo amor de
Deus, divirta-se.

Darby se virou e abraçou a mulher mais velha. — Obrigada por nos


ajudar e obrigada por manter meu segredo.

— Ninguém nunca vai descobrir por mim que há mais do que sangue Fae
correndo em suas veias, disse Ruby. — Agora, vamos ver o que podemos fazer
com todo esse cabelo.

115
Colin esperou impaciente que Darby chegasse ao castelo; o bigode
colado ao lábio coçava e suas roupas ridículas eram de um tamanho pequeno
demais. Ele só queria entrar, encontrar o irmão e voltar à multidão, mas pelos
olhares que estava recebendo, isso não seria fácil. No instante em que
começou a pensar que Darby tinha decidido não vir, ele viu uma carruagem
subir a longa estrada e voltou a caminhar.

Quando a mulher desceu da carruagem, ele quase se virou, depois


percebeu com um aperto no estômago que era Darby. Ela deu alguns passos
hesitantes em direção a ele, fazendo seu vestido brilhar ao luar, e a boca dele
ficou cheia de água. Seu cabelo foi arrepiado em uma torção complicada,
expondo seu pescoço longo e ombros bem torneados.

— Você está incrível, disse ele, engolindo várias vezes quando ela sorriu
para ele, e suas bochechas ficaram rosadas.

— Ruby disse que este era o vestido perfeito, mas... — Suas palavras
foram cortadas quando ele a puxou em seus braços e a beijou.

Quando ele a soltou, ela ficou um pouco vacilante, mas ele colocou seu
braço no dele e disse: — Agora estamos prontos, depois a levou pelas escadas.

Ela manteve a cabeça erguida como se marchasse para o castelo todos


os dias, sacudiu a capa para o criado que os cumprimentava e começou a
tagarelar. — Oh, querida, olhe: eles refizeram a entrada. Eu me pergunto o que
mais mudou. Nós realmente não deveríamos ter ficado longe por tanto tempo.

116
Colin queria rir, mas, em vez disso, levou-os por um longo corredor
alinhado com criados para o salão principal. — Não vai estar muito cheio lá,
mas não se separe de mim, ele sussurrou enquanto eles passavam pelas
grandes portas.

Ninguém parecia notá-los enquanto contornavam as bordas da


sala; mesmo disfarçado de louco, Colin se misturou com o resto dos
convidados, alguns vestidos ainda mais elaboradamente do que ele. Ele
examinou a multidão enquanto eles andavam em torno de grupos de pessoas
conversando, segurando a mão de Darby o mais forte que podia.

Então ele viu seu irmão no bar do outro lado da sala e mudou
abruptamente de direção, puxando Darby para a pista de dança lotada. — Ele
está no bar, ele sussurrou.

Eles dançaram pelo salão, voltaram para a multidão e foram até onde
Jamison estava conversando com outro homem. Colin se aproximou dele,
esperou o outro homem sair, depois estendeu a mão e disse. — Sou o coronel
Forkington. Não acredito que nos conhecemos.

Os olhos de seu irmão ficaram grandes. Ele estudou Colin por um


segundo, depois o afastou do bar. — Vamos encontrar um lugar privado para
conversar.

Colin assentiu e seguiu o irmão pela porta dos fundos para o salão de
baile e pelo corredor até uma pequena biblioteca onde costumavam brincar
quando meninos. Assim que a porta foi fechada e trancada atrás deles, ele
abraçou Colin.

— O que você está fazendo aqui vestido assim? Esse é outro dos seus
jogos? Porque mamãe e papai não vão ficar felizes quando descobrirem que
você está aqui. ele disse. — Você tem alguma ideia de como eles ficaram
bravos depois que Samuel lhes mostrou a conta que o hotel enviou aqui?

117
— Eu tive que me esgueirar aqui porque os guardas não me deixam
entrar, disse Colin, depois percebeu o que seu irmão havia dito. — Espere, qual
conta do hotel?

— O que você acumulou no hotel, disse Jamison. — Papai disse que


nunca vai deixar você voltar para casa depois do que ele viu.

Colin gemeu. — Jamison, eu não estive em nenhum hotel. Vá à cidade e


pergunte a eles.— ele disse. — Samuel está mentindo, e eu sei o porquê.

— Não tente me arrastar para a bagunça que você fez, disse Jamison. —
Eu não quero ser parte disso.

Ele olhou para o irmão e depois jogou a única carta que tinha. —
Jamison, eu já menti para você?

Isso congelou o irmão por um segundo. — Não, você não mentiu, ele
finalmente disse.

— Então sente-se e me escute, disse Colin.

Seu irmão olhou para ele, cético, mas atravessou a sala e sentou-se em
uma cadeira perto da lareira. Colin o seguiu, puxando Darby atrás dele, e
Jamison a notou pela primeira vez. Ele observou Colin colocá-la em uma
cadeira e depois ergueu as sobrancelhas para Colin.

— Este é Darby. Chegaremos à parte dela em tudo isso em um segundo


- ele disse, sorrindo para ela e acariciando sua bochecha antes de se sentar na
frente de seu irmão.

Os olhos de seu irmão estavam arregalados, mudando entre Colin e


Darby, mas ele não disse nada. — Colin, o que está acontecendo? Você está
começando a me assustar - disse Jamison.

— Você não ficará só assustado quando ouvir o que está acontecendo


em Ballentine, bem debaixo do nosso nariz, disse Colin. — Antes de tudo, eu
não estive no hotel. Eu fiquei fora da cidade com Darby. Ela salvou minha vida

118
depois que fui esfaqueado com uma faca que foi amaldiçoada com magia
negra.

Descrença apareceu no rosto de Jamison. — Parece uma boa história,


mas prefiro ouvir a verdade, disse ele.

Colin levantou a manga e mostrou a cicatriz em seu braço. — Isso é


prova suficiente para você? Acho que vai ficar ai pelo resto da minha vida.

Darby assentiu. — Isso nunca vai desaparecer, disse ela.

Jamison olhou para Darby, os olhos estreitados em desconfiança. — Se


ela te curou, isso significa ...Colin acenou com a mão no ar. — Não é isso que
importa agora, disse ele. — O que importa é que Samuel é um traidor; ele está
trabalhando com os Unseelie.

Jamison abriu a boca e depois fechou novamente. — Você tem provas?


Ele perguntou.

— Ainda não; por isso viemos até você - disse Colin.

— É melhor você explicar - disse Jamison, ainda olhando para Darby com
desconfiança.

Darby sentiu a desconfiança nos olhos de Jamison enquanto Colin


contava sua história e não podia deixar de imaginar se ele iria acreditar nele. A
história deles parecia fantástica demais para ser real, especialmente quando
Colin falou sobre como ela tinha sido capaz de curá-lo, mas ela o fez prometer
que ele não contaria a verdade a ninguém. O fato de que ela só tinha um
pouco de magia no sangue e não a salvaria se a verdade surgisse.

Quando Colin ficou em silêncio, Jamison se levantou e andou de um lado


para o outro em frente à lareira, olhando de novo e de novo para os dois. —

119
Então, você quer que eu acredite que o consultor mais confiável do nosso pai
está realmente trabalhando para os Unseelie, abrindo caminho para que eles
capturem Ballentine? Isso é demais, Colin.

— Eu sei que parece inacreditável, mas há mais que você não sabe,
disse Colin, levantando-se e fazendo seu irmão parar de andar. — Você sabia
que hoje, em vez de ajudar as pessoas a limparem e recuperar a cidade após a
tempestade, os guardas estavam levando toda a comida dos moradores? Você
sabia que existem lugares em nossa pequena cidade perfeita onde a magia e o
mal são livres? Como você acha que eu consegui isso?

Darby queria entrar, queria contar a ele como era realmente viver em
Ballentine, mas sabia que desta vez não era a luta dela. Jamison se virou e se
afastou dele novamente, pesando suas palavras, depois se virou e olhou para
Colin por um longo tempo.

— O que aconteceu com você lá fora? Eu nunca ouvi você falar assim. É
como se você fosse uma pessoa diferente. - ele finalmente disse.

Colin olhou para Darby. — Encontrei alguém que conseguiu me fazer ver
que há uma cidade inteira cheia de pessoas que passam a vida trabalhando
para que eu possa viver assim, disse ele. — Encontrei alguém que me mostrou
que um dia de trabalho duro pode se sentir melhor do que qualquer outra coisa
no mundo - bem, quase tudo.

Darby sentiu as bochechas ficarem rosadas, mas ela sustentou o olhar


de Colin, sorrindo porque ele era um homem muito diferente daquele que
exigira que ela trocasse os lençóis todos os dias. Mas o som de Jamison
pigarreando quebrou o feitiço entre eles, e ela olhou para o colo, com o
coração batendo forte,borboletas no estômago. O amor que ela viu nos olhos
de Colin naqueles breves momentos a encheu de esperança e a assustou ao
mesmo tempo.

120
— Eu simplesmente não sei, Colin; isso é muito para eu lidar agora. Há
uma festa lá fora, e eu deveria estar lá. Alguém vai notar se eu demorar mais -
ele disse.

Os ombros de Colin caíram, mas ele se endireitou novamente. — Se você


não acredita em mim, envie alguém de sua confiança para a cidade, ou melhor,
ainda, vá por si mesmo, disse ele. — Eu nunca menti para você antes e não
estou mentindo agora.

Jamison suspirou. — Ok, vou mandar alguém de manhã para verificar as


coisas, disse ele. — Onde posso encontrar você?

Colin olhou para ela e ela assentiu. — Há uma pequena fazenda fora da
cidade; basta seguir a estrada principal até chegar a uma bifurcação e pegar a
bifurcação certa, disse Colin.

Eles saíram do castelo sem chamar a atenção, um pouco surpresos


quando uma carruagem parou exatamente quando eles saíram. O cocheiro
pulou e abriu a porta.

— Senhora. Ruby me disse para assistir você sair. Eu deveria te levar


para casa - ele disse.

Colin a levantou na carruagem e depois a seguiu; o chofer fechou a


porta e eles saíram. Enquanto passavam a noite toda, Darby de repente se viu
ficando nervosa. Algo havia mudado entre eles naquela noite na biblioteca com
Jamison. Quando olhou nos olhos de Colin e viu o amor ali, sabia que também
se apaixonara por ele, que sua vida nunca seria completa sem ele.

Mas ir ao castelo esta noite também havia provado a ela de uma vez por
todas que não era um mundo em que ela pertencia. Todo o brilho e glamour,
as joias e os belos vestidos, não fizeram nada por ela. Na verdade, ela sentiu
repulsa pela riqueza tão proeminentemente exibida. Ela nunca sobreviveria no
mundo de Colin, nunca se acostumaria a viver do suor e das lágrimas de outra
pessoa.

121
Quando chegaram à fazenda, Darby estava uma bagunça, agradecida
por mais esse tempo com Colin, mas ciente de que essa poderia ser a última
noite deles juntos. Mas por mais feliz que ela estivesse em tê-lo com ela,
vivendo com o conhecimento de que ele a deixaria, logo tornava cada minuto
agridoce. Quando eles pararam na frente da casa, Colin pulou antes que o
motorista pudesse descer e fez um sinal para ele ficar parado, depois a ajudou
a sair.

— Obrigado, disse Colin ao motorista. — Eu daria uma gorjeta a você,


mas acho que estou um pouco desprovido agora.

O motorista acenou com a mão no ar. — Tudo bem. A senhora Ruby me


paga bem o suficiente.

Quando eles entraram na casa, Colin pegou o embrulho e colocou-o


sobre uma cadeira, depois a puxou para seus braços. — Você ficou quieta
desde que deixamos o castelo. Está tudo bem? Eu tive que contar um pouco a
Jamison sobre você.

Darby olhou para ele. — Não, não é isso. Só não consigo parar de pensar
em como será quando você se for - disse ela. — Eu me acostumei a ter você
por perto.

— Eu me acostumei a estar aqui. Eu meio que gosto daqui - ele disse,


olhando para ela.

Ela podia sentir seu peito apertando e lágrimas se formando em seus


olhos, mas não queria estragar o tempo que haviam deixado com lágrimas. —
Sinto muito, Colin, eu não deveria ter trazido à tona, disse ela, olhando para
baixo e respirando fundo algumas vezes. — Vamos fingir que eu nunca disse
nada.

122
Colin se abaixou e levantou o queixo de Darby para que ela estivesse
olhando para ele, uma onda de emoção quase roubando as palavras que ele
queria dizer. — Darby, nunca esconda seus sentimentos de mim, disse ele. — O
destino parece pensar que pertencemos um ao outro, e estou começando a
acreditar nisso. Estou me apaixonando por você, Darby, e acho que nunca vou
conseguir me afastar de você.

— Mas, Colin, a coroa, disse ela, depois balançou a cabeça. — Eu não


vou deixar você fazer o que está pensando. As pessoas precisam de você; você
viu isso.

— Eles precisam do homem que sou quando estou com você, disse ele. -
Nós vamos descobrir uma forma Darby. Está na hora de Ballentine mudar, e
talvez este seja um bom lugar para começar.

— Não vai funcionar, Colin. Não vou me encaixar - ela protestou.

— Então vamos morar aqui; isso não importa para mim, ele disse. — Eu
só quero que fiquemos juntos.

— Estou com medo de esperar por algo assim, disse Darby, afastando-se
dele. — É muito perigoso. Meu coração já vai se partir quando você sair.

Ele a observou caminhar pelo corredor até o quarto, desesperado para


fazê-la entender que ele estava falando sério. Passeando pelo corredor atrás
dela, ele perguntou: — Você vai responder uma pergunta para mim?

Ela parou e se virou, os olhos cheios de lágrimas, suspirou e acenou com


a cabeça.

123
— Você me ama? Ele perguntou, sabendo que era um golpe baixo, mas
desesperado para chegar até ela.

As lágrimas nos olhos dela transbordaram, e ele queria pegá-la em seus


braços, mas ele ficou congelado no lugar, observando as emoções brincarem
em seu rosto. Ela respirou fundo, abriu a boca e fechou novamente, o lábio
inferior tremendo, e ele desejou nunca ter perguntado.

Então ele viu a raiva florescer nos olhos dela, e ele sabia que estava tudo
bem. — Sim eu te amo. Como eu não poderia? Você está feliz agora que eu
disse isso? Ela perguntou, sua voz dura. — Mas agora que está aberto, você
deve saber que quando sair, minha vida nunca mais será a mesma. Nunca mais
me sentirei completa. Uma parte de mim partirá com você e sei que nunca
recuperarei essa parte de mim.

Ele não conseguia parar o sorriso enorme que se espalhou por seu
rosto; ele sabia a resposta para sua pergunta, mas ouvir Darby dizer as
palavras fez seu coração disparar de alegria. O tipo de alegria que ele nunca
havia experimentado antes em sua vida e sua cabeça se tornou um pouco
confusa quando a realidade do que eles compartilhavam desceu sobre ele.

— Já que eu também te amo, acho melhor esclarecer algumas coisas,


disse Colin, diminuindo a distância entre eles, mas sem tocá-la. — Eu não vou
te deixar, nem hoje à noite, nem amanhã, nem nunca. Eu posso governar
Ballentine daqui tão bem quanto do castelo. Se as pessoas me querem, vão
para onde eu estiver. Vou limpar esta cidade e, enquanto faço isso, criaremos
porcos e galinhas, e talvez alguns bebês.

O rosto de Darby estava branco como um lençol; por um momento ele


pensou que ela ia desmaiar, mas então a cor começou a voltar, e duas
manchas de rosa apareceram em suas bochechas. — Você disse bebês? Ela
perguntou com os olhos arregalados.

— Quantos você quiser, disse ele. — As meninas se parecerão com você


e os meninos se parecerão comigo.

124
Lágrimas começaram a cair pelas bochechas de Darby. — Tudo bem,
disse ela.

— Ok, o que? Ele perguntou.

— Para tudo isso, disse ela, um enorme sorriso se espalhando por seu
rosto.

Colin abriu os braços para ela e ela voou para eles. — Então vamos
começar nossas vidas juntos, disse ele, olhando para baixo e erguendo as
sobrancelhas para ela. — Fiquei me perguntando a noite toda o que está por
baixo desse vestido.

Darby riu e seu rosto ficou vermelho. — Acho que posso ter acabado de
receber minha resposta, mas é melhor verificar apenas para ver por mim
mesmo, disse ele, levantando-a nos braços e carregando-a para o quarto.

Ele a colocou de pé, mas antes que ele pudesse pegar o zíper em seu
vestido, ela o parou. — Você primeiro, disse ela, desabotoando o botão superior
da camisa dele.

Darby apertou cada botão devagar até que a camisa dele se abriu,
depois passou as mãos sobre o peito musculoso, ronronando suavemente na
garganta. O desejo voltou à vida profundamente dentro dele, roubando o
fôlego e fazendo seu coração bater com antecipação, enquanto ela deslizava a
camisa dos ombros e para o chão. Ela pegou o botão da calça dele e ele
respirou fundo, depois soltou o ar lentamente enquanto ela abaixava a calça e
o ajudou a sair dela.

De pé diante dela nu enquanto ela deixava seus olhos vagarem sobre


ele, ele se sentiu enrijecer quando seus olhos se encheram de desejo, e a
pequena veia em seu pescoço começou a bater. Ele a alcançou então,
desesperado para sentir seu corpo contra o dele, mas ela deu um passo para
trás e balançou a cabeça. Ele deixou as mãos caírem ao lado do corpo,
hipnotizado quando ela deu as costas e lentamente deslizou o zíper do vestido
para baixo, depois o deixou cair no chão.

125
A luz da lua entrando pela janela iluminava as curvas de seu corpo,
ombro, quadris e a fome dele por ela. Seu corpo latejava, ele esperou que ela
se virasse, que a luz da lua lhe mostrasse o tesouro que lhe pertencia. Ela
estendeu a mão e puxou os alfinetes do cabelo, em seguida, deixou cair em
cascata pelos ombros. Ele gemeu profundamente, imaginando passar as mãos
pela massa sedosa.

— Se você está tentando me seduzir, estou muito além desse ponto,


disse ele, sua voz rouca de desejo. — Eu quero tanto você agora que dói.

Darby soltou uma risada sensual e virou-se para encará-lo, seu corpo
iluminado ao luar era mais do que ele podia aguentar. Fechando a distância
entre eles em apenas alguns passos, ele a abraçou e bateu a boca na dela.

Darby estava jogando um jogo perigoso, e ela sabia disso, mas nunca
sonhara que Colin reagiria do jeito que ele era. Seu beijo foi duro e exigente,
não deixando espaço para duvidar de quão profundamente ele a queria, e isso
a fez se sentir poderosa pela primeira vez em sua vida. Inebriante com o
sentimento e os beijos de Colin, ela de repente se sentiu corajosa, sentiu o
poder que possuía sobre o homem que amava.

Deslizando as mãos por ele, ela pegou sua masculinidade inchada e


começou a atiçá-lo. Recompensada com um suspiro e um grunhido profundo
saindo de Colin, ela continuou a acariciá-lo, deixando o instinto dominar, ela
caiu de joelhos na frente dele. Então, apenas hesitou um segundo antes de
levá-lo à boca até sentir a ponta latejante do pênis dele no fundo da garganta.

Colin enfiou os dedos nos cabelos e segurou enquanto ela usava a boca
para lhe trazer prazer. Seu corpo respondeu aos suspiros e gemidos de prazer
com uma explosão de umidade e um aperto profundo dentro dela que a
surpreendeu e agradou. Quando ele a levantou, poucos minutos depois, uma

126
mão ainda emaranhada em seus cabelos, ela estava mais do que pronta para
deixá-lo assumir.

Ele os guiou até a cama, depois inclinou a cabeça para trás e a beijou
até seus joelhos tremerem. Eles caíram na cama, os braços e as pernas
emaranhados, as bocas desesperadas por mais, e Darby se viu em cima de
Colin. Sorrindo para ela, ele disse: — Sabe, há mais de uma maneira de fazer
isso.

Quando ele agarrou seus quadris e a ergueu para que ela estivesse
montada nele, ela ofegou primeiro de surpresa e depois de prazer quando ele a
colocou sobre seu membro latejante. Ele a balançou para frente e para trás,
esfregando-se em sua ponta inchada, e seu corpo explodiu de prazer. Onda
após onda que se construiu até que, com uma explosão final, ela caiu sobre a
borda.

Colin gemeu embaixo dela, depois ergueu os quadris e a trouxe de volta,


dirigindo-se profundamente dentro dela. Darby gritou seu prazer, aquele
momento mais maravilhoso do que qualquer um que ela já havia
experimentado antes, mas então Colin ergueu os quadris e empurrou contra ela
novamente. A cada golpe, ela ofegava quando ele a enchia repetidamente,
fazendo-a se sentir mais completa do que nunca.

Ofegando o nome dele quando seu corpo ficou tenso, pronto para entrar
no esquecimento que Colin podia inspirar, ela parou de respirar por um
segundo quando ele alcançou entre eles. Quando o dedo dele deslizou pelo
centro de prazer dela, e ele se meteu nela ao mesmo tempo, ela quebrou em
um milhão de pedaços.

Prazer a levando a montar Colin, seus quadris empurrando a tempo para


os dele, ela o levou ao limite. Ele agarrou seus quadris e a empurrou
profundamente, depois segurou, seus dedos cavando sua pele enquanto ele se
esvaziava dentro dela, levando os dois para o doce esquecimento do amor.

127
Mais tarde, enquanto estavam deitados na cama, às estrelas eram a
única luz no quarto, Darby fez a única pergunta que ela tinha medo de fazer. —
O que acontecerá com Ballentine se Samuel vencer? O que vai acontecer
conosco?

Colin ficou em silêncio por um longo tempo, depois se apoiou em um


cotovelo e olhou para ela. — Se você tivesse me feito essa pergunta há
algumas horas, eu não teria a resposta. Enquanto estivermos juntos, ficaremos
bem, Darby. Você me faz o homem que eu sempre deveria ser, e mesmo que
não possamos ficar aqui, encontraremos um lugar a que pertencemos.

Darby sabia que havia chegado a hora de mostrar a ele o último de seus
segredos.

— Quero mostrar uma coisa para você, mas teremos que sair, disse ela.

— Agora? Ele perguntou surpreso.

Ela assentiu e saiu da cama. — Tem que ser de noite. Acho que ainda
temos tempo suficiente se nos apressarmos.

Alguns minutos depois, eles estavam vestidos e caminhando por um dos


caminhos que levavam aos campos. — Eu nunca mostrei isso a ninguém,
exceto Eli e minha avó, mas acho que você deveria saber, disse ela.

Ela o levou ao centro dos campos e através de um portão em uma cerca


coberta de hera. — Não me lembro de ter visto isso da última vez que
estivemos aqui, disse ele, esquivando-se do pequeno espaço.

— Eu te mantive longe de propósito, disse ela, depois se afastou para


que ele pudesse ver.

Espalhados diante deles, estava o leito da Flor da Lua florescendo branco


na escuridão e exalando sua fragrância única. — Oh, é... lindo e assustador ao
mesmo tempo. O que elas são?

— Flor da Lua, disse ela, arrancando uma flor e entregando a ele. —


Esse é o segredo por trás de todos os meus produtos. Eles têm poderes

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incríveis para acalmar e curar, além disso, usada corretamente, têm um poder
de cura mais forte do que qualquer outra coisa na Terra. Colin torceu a flor em
seu dedo, depois a cheirou e sorriu. — E cheira bem, disse ele. — Foi assim que
você me curou.

Ela assentiu. — Estes e um pouco de magia eram tudo o que eu


precisava.

Ele colocou o braço em volta dela, e eles ficaram olhando as flores


balançando tão brilhantes na noite escura que era quase como o dia. —
Obrigado por compartilhar isso comigo, Darby, disse ele.

Ela olhou para ele. — Eu amo você, Colin, e não quero nenhum segredo
entre nós.

— Eu também te amo, minha bruxinha, disse ele, beijando-a. Quando


eles finalmente se separaram, ele olhou novamente para as flores. — Gostaria
de saber se existe uma maneira de usá-las contra Samuel e os Unseelie.

129
Quando Darby começou a tremer no ar frio da noite, ele a conduziu
gentilmente para fora do jardim e de volta para a casa. Tinha sido uma longa
noite, e tudo o que ele queria fazer era aconchegar-se sob as cobertas com a
mulher que ele havia prometido sua vida. Mas parecia que algo estava faltando,
como se ele tivesse esquecido algo importante, e então o atingiu. Ele subiu na
cama com Darby, puxou-a para seus braços e fez planos para a manhã,
esperando que ele acordasse antes dela.

Mas não foi o sol que o acordou pela manhã. Era o som de um porco
gritando no celeiro. Darby estava fora da cama antes que ele pudesse
processar qual era o som. — Algo está errado com a porca, disse ela, vestindo
uma túnica e desaparecendo pela porta.

Ele se levantou e se vestiu rapidamente, pegando um par de jeans e


camiseta no caminho para fora do quarto. Ela estava no celeiro, debruçada
sobre a baia, quando ele entrou no celeiro, a bunda quase saindo da parte de
trás do roupão e, por um segundo, ele quase se esqueceu da porca.

— Como ela está? Ele perguntou, entregando-lhe as roupas.

— zangada e muito temperamental, mas temos três novos leitões, disse


Darby, sorrindo para ele.

— Bem, se não houver perigo real, vou tomar um café da manhã e


trazê-lo para cá, disse Colin.

— Você tem certeza que pode lidar com isso? Eu não preciso de mais
alguém para cuidar se você se queimar - ela disse.

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Ele a deu um tapa na bunda. — Eu acho que posso lidar com isso.

O sol estava alto no céu quando eles finalmente emergiram do celeiro,


ambos cobertos de palha, sangue e algumas outras coisas que ele não queria
pensar, mas os pais orgulhosos de doze novos leitões. Eles os nomearam um a
um enquanto os pesavam e limpavam, cada um dando uma volta, para que sua
pequena família tivesse nomes únicos.

— Você sabe, não é uma boa ideia nomear animais que você pode
comer um dia—, disse Darby, fechando a porta do celeiro.

— Sim, provavelmente não, disse Colin. — Mas esta é a minha primeira


vez, então você tem que me deixar me divertir um pouco.

Ela riu. — Há mais uma coisa que eu queria lhe contar, disse ela,
sorrindo para ele.

— Você não está nomeando nenhum dos nossos filhos.

Ele sorriu para ela. — Qual é o problema? Você não gostou de Hortense
ou Barnaby?

—Horrível, disse ela, fingindo tremer. — Simplesmente horrível.

Colin estava prestes a varrê-la em seus braços quando viu três cavalos
descendo a estrada. — Parece que temos companhia, disse ele. — É melhor
nos limparmos.

Mas eles não chegaram mais longe do que a varanda antes que os
cavaleiros estivessem neles, e ele sentiu Darby enrijecer ao seu lado. — Está
bem; esse é meu primo Reese e meu melhor amigo Keaton com Jamison.

Os três homens os encararam por um longo tempo, depois Jamison


disse: — Estou tendo dificuldade em acreditar que é você parado ali com toda
essa sujeira, Colin.

Colin olhou para as roupas dele. — Temos trazido porcos ao


mundo. Você deveria tentar algum dia; é realmente muito emocionante.

131
Os outros dois homens saltaram de seus cavalos, olharam um para o
outro, depois caíram na gargalhada. — Não acreditamos em Jamison quando
ele nos disse que você estava morando em uma fazenda, mas essa é toda a
prova de que preciso, disse um dos homens quando sua risada desapareceu.

— E essa deve ser a mulher responsável, disse o outro, aproximando-se


de Darby.

— Eu sou Keaton. Eu deveria ser o melhor amigo de Colin. Esse é Reese,


seu primo, que tem outra casa, mas continua andando por aqui.

— Você tenta morar com meus pais, disse Reese, depois se curvou para
Darby. — É um prazer conhecer a mulher que finalmente conseguiu domar
Colin. Qual é o seu segredo?

Darby ficou um pouco surpresa, mas ela conseguiu sorrir. — Uhhh, é um


prazer conhecê-lo, disse ela. — Gostaria de entrar para almoçar?

— Isso parece maravilhoso, disse Keaton, depois se virou para Reese. —


Talvez seja ela cozinhando.

Reese estava estudando Darby. — Eu acho que é mais do que isso, disse
ele.

— Ok, vocês dois, é o suficiente, disse Colin. — Entre e sinta-se em casa,


enquanto Darby e eu nos arrumamos.

— Lidere o caminho, disse Jamison, sua voz tensa, sua expressão


ilegível.

Quando ele saiu do quarto tomado banho e com roupas limpas, Darby
ainda estava no quarto dela, e ele deu um suspiro de alívio. Indo para a
cozinha, ele encontrou os homens acampados, sanduíches na frente deles, em
uma animada discussão. Ele olhou para eles, depois balançou a cabeça e se
juntou a eles na mesa.

— É bom ver você se sentindo em casa, disse ele, pegando um prato e


fazendo um sanduíche. — Você trouxe?

132
Keaton deu um tapinha no bolso. — Bem aqui, mas acho que você
perdeu a cabeça.

— Keaton está certo, Colin; você já pensou nisso? Você pode perder a
coroa, ou pior - disse Jamison.

Sua resposta foi interrompida pelo som da porta de Darby se abrindo,


depois o som de seus passos descendo o corredor. A sala ficou em silêncio, e
todos se viraram para a porta, esperando Darby aparecer. Quando ela entrou
na sala, Colin sorriu, Jamison fez uma careta, e os outros dois homens só
podiam olhar. Tomou banho e se vestiu por um dia na loja, com os cabelos
soltos até a cintura, os olhos brilhando a luz do sol entrando pela janela, ela
estava linda.

— Ok, agora eu vejo, disse Keaton, dando uma cotovelada em Colin. —


Ela cheira muito bem.

— Você deveria tê-la visto ontem à noite, disse ele, fazendo-a corar.

Era estranho ver sua cozinha cheia de homens, mas uma vez que as
provocações pararam, ela descobriu que não era tão ruim. Jamison ainda a
observava com uma expressão que não transmitia nada além de desconfiança,
e ela não o culpou; ela teria se sentido da mesma maneira. Mas Colin o
ignorou, pegou uma cadeira para ela e a fez sentar com eles, em seguida,
colocou o braço em volta dos ombros dela, deixando claro que ela fazia parte
da discussão.

— O que você descobriu? Ele perguntou a Jamison, que ainda a olhava


desconfiado.

133
— Parece que parte do que você disse é verdade, disse ele, finalmente
tirando os olhos de Darby. — Mas ninguém sequer sussurrou sobre um
demônio da tempestade ou algo assim.

Colin suspirou. — Eu sabia que não seria tão fácil, disse ele. — Você
provavelmente não foi aos lugares certos.

Nesse momento, a porta da frente se abriu e Eli entrou, olhou ao redor


da sala e disse: — Tudo bem, o que está acontecendo aqui? Quem é você e o
que você está fazendo com Darby?

Ela ficou de pé. — Eli, acalme-se, disse ela, caminhando até ele.

— Alguém me disse que havia três homens de aparência suspeita vindo


aqui, então eu vim o mais rápido que pude, disse ele, os olhos varrendo a sala,
mas sem encontrar o que esperava. — Darby, o que está acontecendo?

Colin se levantou. — Você é um homem difícil de encontrar Eli, disse


ele. — Você não vai se juntar a nós? Nós precisamos da sua ajuda.

Eli olhou para Colin e depois para ela. Ela sorriu. — Por favor, Eli,
Ballentine está com problemas.

— E você acha que ele vai consertar isso? Eli perguntou, ainda cheio de
raiva.

— Apenas sente-se e nos ouça, por favor Eli, ela odiava implorar, mas
sentia que Eli era sua única esperança. — Precisamos de alguém que conheça
esta cidade, tudo isso.

Enquanto ouvia Colin descrevendo o que ouviram no porto, Eli começou


a relaxar, mas quando ouviu falar do demônio da água, a tensão retornou. —
Honestamente, não estou surpreso ao saber que Samuel está por trás disso; ele
tem sido um problema para a cidade há muito tempo, mas acho que ele decidiu
que toda miséria ainda não é suficiente.

— Você conhece Samuel? Darby perguntou, um pouco surpresa.

134
— Oh, eu não diria que o conheço, mas a maioria de nós sabe sobre
ele. Ele está por trás dos impostos mais altos, dos pagamentos extras para os
guardas e de quase tudo de mau que acontece na cidade. Ele passa muito
tempo rondando um dos bares do outro lado da cidade.

— Você o viu lá? Jamison perguntou.

— O tempo todo, e ouvi dizer que existem vários outros lugares em que
ele corre pela cidade. Lugares que nem eu ousaria entrar - disse Eli. — Agora
que penso nisso, há um cara com quem ele sempre sai, um homem de
aparência realmente feia que tem reputação de lidar com magia negra.

Houve um silêncio ao redor da mesa, e Darby disse: — Tem que ser ele.

— Mas onde isso nos deixa? Como colocamos nossas mãos nesse
demônio da água ou o que quer que seja? Perguntou Reese.

— Podemos colocar nossas mãos nisso? Keaton perguntou.

— Você não pode segurar o demônio, disse ela, engolindo em seco


quando todos os olhos se voltaram para ela. — Mas pode ser guardado em algo
feito de vidro, uma garrafa ou uma jarra, talvez. É liberado retirando a tampa e
recitando um feitiço e, uma vez iniciado, não para até que seja feito todo o
dano possível.

— Então, Samuel ou alguém teve que soltá-lo e dizer um feitiço?


Jamison perguntou.

— Como você sabe disso?

Darby levantou-se da mesa, foi até a despensa e alcançou a prateleira


mais alta. Quando voltou, tinha um livro nas mãos. Envolto em tecido antigo,
emitia um leve aroma de idade e decadência. Ela colocou-a sobre a mesa, e
todos os homens se recostaram um pouco.

— Este livro pertencia à minha bisavó; ela era uma bruxa. - disse ela,
depois desembrulhou o livro e recuou. — Foi passado de geração em
geração. Minha avó me fez estudá-lo todos os dias. Ela queria ter certeza de

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que, quando chegasse a hora, eu saberia o que fazer com a magia dentro de
mim.

— Você é uma bruxa - disse Jamison, levantando-se da mesa e


apontando o dedo para Darby. — Eu sabia. Você colocou um feitiço nele,
transformou-o em um fazendeiro.

Colin riu, mas Darby ficou assustada com Jamison e começou a se


afastar. — Ela não me colocou sob nenhum feitiço além do feitiço do
amor. Darby me fez um homem melhor por causa da magia Fae nela, não da
magia como uma coisa má, mas ela vai usar essa mágica para salvar Ballentine,
e nós vamos ajudá-la.

Jamison parecia que queria protestar, mas sentou-se e Darby relaxou. —


Eu posso encontrar o demônio. Se eu chegar perto o suficiente, poderei senti-lo
- disse ela, olhando para Colin. — Se soubermos quando Samuel tem o
demônio, seremos capazes de detê-lo.

— Temos que encontrar aquele homem com quem ele foi visto. Ele tem
que ser a chave da coisa toda.- disse Jamison, sem olhar para Darby.

— Eu o vi logo antes daqueles homens aparecerem para me dizer que


você estava com problemas, disse Eli. — Ele estava entrando naquele bar perto
da pista, você sabe, aquele que tem quartos para alugar.

— Então é para onde estamos indo—, disse Jamison. — Mas não vamos
levá-la conosco. Eu ainda não confio nela.

— Eu não deixaria Darby entrar nesse lugar conosco de qualquer


maneira, mas é melhor você aprender a confiar nela, porque em alguns
momento, espero que ela seja sua cunhada, disse Colin, olhando por cima em
Keaton, que enfiou a mão no bolso e tirou um anel.

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Pelo resto de sua vida, ele se lembraria da expressão no rosto de Darby
quando ele segurou o anel e perguntou: — Darby, você quer se casar comigo?

—Agora? Ela perguntou, olhando ao redor da sala.

— Não consigo pensar em um momento melhor do que agora, disse


ele. — Eu não quero esperar mais para começar nossas vidas juntos. Keaton
pode realizar a cerimônia e, esperançosamente, Eli será nossa testemunha.

Ele podia ver a indecisão no rosto dela. — Eu te amo, Darby, e isso não
vai mudar.

— Mas e seus pais? O rei e a rainha não vão gostar; há uma proibição,
você sabe - ela disse, seus olhos indo do anel para o rosto dele.

Colin estendeu a mão e acariciou seu rosto. — Bem, eu sempre disse


que as regras são feitas para serem quebradas, e acho que é uma regra muito
ruim. Você vai quebrá-la comigo?

Não foi difícil decidir então. Sorrindo para ele, ela disse: — Eu sempre
quis ser uma quebradora de regras.

Colin sorriu para ela, depois se virou para Keaton. — Você vai nos ajudar
a quebrar algumas regras?

Keaton sorriu. — Eu ficaria feliz em quebrar algumas regras com você,


disse ele, puxando um pedaço de papel do bolso. — Eu arquivei a papelada no
tribunal superior e no tribunal inferior no meu caminho para cá hoje. Você quer
uma cerimônia ou apenas quer assinar?

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Darby olhou para Colin. — Eu não preciso de uma cerimônia, apenas
para saber que você é minha para sempre, disse ele.

— Então vamos assinar, disse ela.

Ele colocou o anel no dedo dela e depois com Eli, assistindo eles
assinarem os documentos do casamento; ele acrescentou sua assinatura, e
acabou. Varrendo-a nos braços, ele perguntou: — Você se sente
diferente? Tecnicamente, você é uma princesa agora.

Darby olhou para ele com medo. — Uma princesa?

— Claro, se eu assumir o trono algum dia, você será a rainha e será uma
excelente rainha, disse ele, depois a beijou até sentir todo o medo dela
derreter.

Quando ele a soltou, ela olhou para ele e disse: — Espero que sim.

— Por mais que eu queira que vocês dois aproveitem suas núpcias, disse
Reese, interrompendo o beijo que Colin estava prestes a dar a Darby, —
Precisamos nos preparar para esta noite.

O resto da tarde passou enquanto Eli e Darby ajudavam os homens a se


disfarçarem em sua viagem ao bar onde Samuel era frequentemente
encontrado. Foi fácil o suficiente para Colin, que apenas vestiu as roupas que
vestira antes e depois se cobriu de poeira; os outros três tiveram um pouco
mais de trabalho. Mas quando terminaram, Colin tinha certeza de que se
misturariam perfeitamente.

À medida que o tempo se aproximava, Colin notou que Darby havia


desaparecido. Ele finalmente a encontrou andando de um lado para o outro da
varanda, com um olhar preocupado no rosto. Quando ele veio atrás dela e a
abraçou, ela ficou tensa no início e relaxou contra ele. Eles ficaram assim por
um longo tempo, o silêncio entre eles pesado com o conhecimento de que Colin
estaria em perigo naquela noite.

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— Eu vou com você, ela finalmente disse, virando-se para encará-lo. —
Eu não posso deixar você ir sozinho. Algo continua me dizendo que eu tenho
que ir.

Colin estudou seu rosto. — Darby, eu não posso colocar você nesse tipo
de perigo, disse ele, balançando a cabeça. — Eu não sei o que faria se algo
acontecesse com você.

Ela olhou nos olhos dele e disse: - Eu posso me proteger, Colin, e posso
protegê-lo, mas apenas se eu estiver lá. Não posso fazer nada daqui. Vou ficar
fora do caminho, me esconder em um canto escuro para que ninguém me veja,
mas eu vou.

— Existe alguma maneira de eu convencê-la a não fazer isso? Ele


perguntou, vendo a teimosia em seus olhos e sabendo que ela já havia se
decidido.

— Estou indo, Colin, disse ela.

Ele suspirou, sabendo que ela vencera. — Ok, mas você não pode ficar
assim. Temos que te deixar feia, e muito.

— Cinderela ao contrário, disse ela, estendendo a mão e passando os


braços em volta dele. — Você ainda vai me amar quando eu for feia?

— Eu vou te amar, não importa o que aconteça Darby, feia, bonita, velha
ou gorda, eu sempre vou te amar - ele disse, abaixando a cabeça na dela e
capturando sua boca em um beijo que quente entre eles.

Quando eles foram para a cidade, deslizando um por um pela floresta e


entrando na cidade, Colin seguiu Darby o caminho inteiro. Ele concordou em
deixá-la entrar primeiro no bar, apesar de ter sido uma grande batalha, e ele
assistiu das sombras enquanto ela desaparecia pela porta, com o coração
batendo forte no peito. Mas não demorou muito para Jamison, uma mancha
sobre um olho, entrar atrás dela, e ele poder respirar livremente novamente.

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Ele foi o último a entrar nas sombras escuras do bar e, enquanto
caminhava até a mesa onde os outros homens esperavam, ele examinou a sala
procurando por Darby. Ela estava dobrada o mais longe possível no canto,
caída sobre a mesa. Parecia que ela tinha desmoronado lá, a bebida na frente
dela intocada. Ele estremeceu quando olhou ao redor da sala e viu os homens
reunidos lá, mas eles pareciam estar ignorando-a como ela havia prometido.

Eles tinham acabado de fazer um pedido à garçonete que parecia ter


visto melhores dias quando a porta se abriu, deixando entrar uma rajada de
vento e Samuel. Ele olhou em volta, estalou os dedos e o barman correu
através de um conjunto de portas, retornando apenas alguns minutos depois
com o homem das docas. Ninguém na mesa se mexeu, mas seus olhos
estavam indo e voltando em comunicação silenciosa.

Darby espiou por entre os braços, desejando ter optado por não cair
sobre a mesa, que era pegajosa e cheirava a álcool velho e algo que ela nem
queria pensar. Mas então Samuel entrou pela porta, e seu desconforto foi
esquecido quando seu coração começou a bater forte. Quando um homem saiu
do fundo do bar e eles se dirigiram para uma mesa não muito longe dela, ela se
sentou, bufando como se estivesse dormindo, depois fingiu tomar um gole
enorme de sua bebida.

Os dois homens não deram a menor atenção e o barman estava muito


ocupado observando-os para prestar atenção nela. — Você tem dinheiro? O
outro homem perguntou a Samuel.

— Quero que você dobre o poder do demônio desta vez, disse


Samuel. — Eu trouxe o suficiente para cobrir seus problemas.

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O homem olhou para ele um segundo. — Você sabe o que está
pedindo? Isso destruirá a cidade inteira e a maior parte do complexo real, disse
ele.

— Estou ciente disso, mas as coisas mudaram e preciso acelerar as


coisas, disse Samuel. — Meus amigos decidiram se juntar a nós um pouco mais
cedo do que planejamos.

O homem assentiu. — Como desejar, mas posso perguntar quanto


tempo tenho para sair da cidade?

— Deixe-me dizer, quanto antes, melhor; Vai ser uma noite longa para
Ballentine - disse Samuel, deslizando uma bolsa sobre a mesa.

O homem pareceu um pouco chocado, mas pegou a bolsa e voltou para


o bar. Ele parou e sussurrou algo no ouvido do barman, depois desapareceu
pela porta. Darby sabia que ela tinha que fazer alguma coisa, tinha que avisar
Colin de que não podiam deixar Samuel fora de vista, que o tempo acabara.

Sentando-se rapidamente, ela bufou e pegou sua bebida,


propositalmente derramando-a sobre a mesa. Gemendo como se estivesse com
dor, ela assistiu a bebida pingar da mesa e cair no chão, depois grunhindo e
gemendo, se levantando. Enquanto observava Samuel, tossiu e soltou um
arroto enorme, quase rindo quando ele recuou.

Quando ela chegou à mesa onde os quatro homens estavam observando


silenciosamente Samuel, ela se inclinou e perguntou em voz alta. - Qual de
vocês, cavalheiros gentis, vai me pagar uma bebida?

Todos eles a encararam, então ela colocou um pouco mais grosso. — Eu


não vou embora até que eu tenha uma bebida na minha mão, acrescentou ela,
batendo os cílios para todos enquanto balançava em pé.

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— Farei isso apenas para me livrar dela - disse Colin, levantando-se,
agarrando Darby pelo braço e arrastando-a para fora bar.

Ela se afastou dele, então ele a agarrou novamente, inclinou-se e


sussurrou: — O que você está fazendo?

Eles chegaram ao bar, então ela se inclinou contra ele e bateu com o
punho nele. — Eu preciso de uma bebida por aqui, ela chamou.

— Só um minuto, senhora, o barman chamou. — Você não vê que estou


ocupado?

Nesse momento, o homem saiu da sala dos fundos, com uma pequena
garrafa nas mãos e os olhos de Darby se iluminaram. Mas nenhum deles se
mexeu. Em vez disso, ela ficou balançando como se o braço de Colin fosse à
única coisa que a segurava. Ela se virou para ele e estendeu a mão, dando um
tapinha no peito dele. — Você é um bom homem por me ajudar, disse ela,
muito alto. Então, em um sussurro, — Ele vai deixar o demônio sair hoje à
noite.

— Obrigado, senhora, disse ele, tentando não reagir às palavras dela. —


Talvez eu possa ajudá-la a voltar para sua mesa, e eu trarei sua bebida para
você quando estiver pronta.

— Eu acho que é uma boa ideia, o chão aqui não é muito nivelado - ela
disse, depois bufou e riu ao mesmo tempo.

No momento em que se voltaram para a mesa, o homem entregou a


garrafa a Samuel, e Colin sabia que o tempo estava acabando. Ele sentiu o
corpo de Darby tenso quando ela o viu, e ela olhou para ele rapidamente. Não
era preciso ser um gênio para saber o que ela estava pensando, e ele queria
dizer a ela que era uma má ideia. Mas eles chegaram à mesa e Colin sabia que
não havia nada que ele pudesse fazer para detê-la.

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Ela balançou em pé, olhou para ele e disse: — Acho que preciso me
sentar.

Então ela se sentou no colo de Samuel, varreu a garrafa da mesa e a


escondeu debaixo da capa. Colin quase caiu na gargalhada quando viu o rosto
de Samuel, mas ele rapidamente puxou Darby do colo. — Oh, meu Deus, me
desculpe, senhor, disse ele, afastando-se com Darby. — Eu vou tirá-la daqui
agora. Sinto muito.

Eles estavam quase na porta quando Samuel gritou: — Pare, depois


estalou os dedos para os homens que estavam ao redor do bar.

Colin tentou empurrar Darby para fora da porta, mas os homens


estavam neles antes que ele pudesse se mover. Um o agarrou, o outro agarrou
Darby, e ele pôde ouvir Samuel rindo quando um punho bateu em seu
rosto. Quando sua visão finalmente clareou, o homem pegou Darby pelos
cabelos e estava vasculhando a capa dela.

— Deixe-me em paz, ela gritou, lutando para se libertar.

— Cale a boca ou eu deixarei Bruce lá levá-la para a sala dos fundos,


disse Samuel, atravessando a sala e dando um tapa no rosto dela.

A visão de uma marca de mão vermelha na bochecha de Darby quase o


deixou com raiva, mas Samuel virou-se para ele e disse: — Nem pense nisso ou
vou deixar Bruce tê-la.

Colin congelou, depois olhou para Jamison, Reese e Keaton, mas Samuel
riu. — Nem pense nisso. Você realmente acha que esses disfarces
funcionariam? Ele perguntou. — Dê-me a garrafa e pensarei em deixar você ter
uma vantagem.

Darby olhou para ele, depois tirou a garrafa de debaixo da capa e, para
seu horror, ela a ergueu no ar e começou a recitar um feitiço. A sala começou a
ficar ainda mais escura, mas logo a garrafa começou a brilhar e uma névoa
branca apareceu. Girou na garrafa cada vez mais rápido, enquanto ela dizia as
mesmas palavras repetidas vezes.

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— O que você está fazendo?— Samuel gritou. — Esse é o meu
demônio; me dê isto.

— Eu disse que ela não era confiável, Jamison gritou do outro lado da
sala.

Colin deu alguns passos em sua direção, mas ela não o viu; todo o seu
foco estava na garrafa. Quando a cortiça no topo soprou e a névoa começou a
sair da garrafa, ela a jogou no chão, quebrando o copo em pedacinhos. A
névoa encheu a sala lentamente, e ele partiu para Darby, mas uma força
invisível o deteve.

Ela parou de cantar e olhou para ele. — Você tem que confiar em mim,
Colin, esse é o único caminho - ela disse, depois levantou os braços no ar e
começou a cantar novamente.

A névoa lentamente encheu a sala, depois começou a se agitar quando


ela chamou o demônio à vida. Samuel estava gritando com ela do outro lado da
sala, mas ele não conseguia se mover, sustentado como Colin por uma força
invisível. Logo a névoa branca começou a girar, ficando cada vez mais escura à
medida que ganhava impulso até que uma figura escura pudesse ser vista. Era
apenas uma sombra, mas pulsava com uma luz não natural, e um peso encheu
a sala.

Jamison conseguiu chegar ao seu lado. — Temos que detê-la, ela deve
estar trabalhando com Samuel.

Colin balançou a cabeça. — Eu confio nela; ela acreditou em mim


quando ninguém mais acreditou, ele disse.

Quando o demônio estava completamente formado, Darby enfiou a mão


na capa e removeu uma pequena bolsa de couro, abriu-a e derramou um pó
branco nas mãos. — Demônio do oceano, convoco você apenas para devolvê-lo
ao submundo, disse ela, depois levantou a palma da mão no ar. — Eu
contraponho sua magia negra com a forma mais pura de magia branca.

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Ela soprou através do pó, e o demônio começou a assobiar; a névoa
começou a girar mais rápido e logo a sala foi o centro de uma tempestade
furiosa. A chuva caía do teto, relâmpagos rachavam e trovões ecoavam,
sacudindo o prédio e ensurdecendo-os. Mas Darby continuou a gritar, os braços
erguidos, a tempestade a atingindo.

Sua voz começou a rachar quando um buraco negro voltou à vida no


meio do chão, e o demônio começou a lutar, lançando raios de luz em
Darby. Ela os desviou, um após o outro com o movimento do pulso, a voz ainda
levantada sobre a tempestade.

E então, de repente, a tempestade parou e o demônio se foi, o buraco


no chão se fechou com um estalo gigante.

Todos ficaram em silêncio, a água pingando era o único som na sala, e


então Samuel gritou e correu para a porta. — Isso não acabou, Ballentine
pertencerá aos Unseelie.

Colin mal o registrou correndo pela porta, seu único foco em Darby, que
havia caído no chão e parecia morta. Ele correu para ela, ajoelhou-se e puxou o
corpo flácido em seus braços, sussurrando sem cessar. Ele a observou
esperando respirar, mas seu peito estava imóvel, o pulso que ele tanto amava
em seu pescoço parado.

Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas. — Não, Darby,


não. Eu não posso viver sem você. Volte para mim.

Então, para sua total alegria, ela respirou fundo e abriu os olhos. — Eu
não vou a lugar nenhum, ela resmungou.

Ele a balançou para frente e para trás. — Você me assustou,


Darby. Nunca faça isso de novo.

— Mesmo para salvar Ballentine? Ela perguntou.

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— Mesmo para salvar Ballentine, disse ele. — Mas é conveniente que
você tenha feito, será muito mais difícil para meus pais dizer não ao nosso
casamento.

Darby sorriu para ele. — E se isso não funcionar, sempre podemos dar a
eles uma flor da lua, disse ela. — Isso deve acalmá-los.

Ele sorriu para ela. — Eu te amo, Darby.

— Eu também te amo, Colin, disse ela. — A propósito, eu queria saber


quanto tempo você queria esperar antes de termos esses bebês. Eu acho que
pode ser mais cedo do que você pensa.

Colin olhou para ela por um segundo e disse: — Agora acho que preciso
de uma dose daquela flor da lua.

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