Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teste Nº1
Teste Nº1
A quarta revolução industrial está aqui, mesmo quando não percebida porque
encoberta no velho lodo de um Mundo desigual, onde a pobreza extrema se agrava
e as alterações climatéricas bradam a desordem de um modelo de desenvolvimento
insustentável, do qual as migrações massivas e desesperadas são um sinal, entre
outros. Mas a “revolução” está aqui e agora, na sua
mutabilidade permanente, na vertiginosa capacidade de adaptação e integração,
unindo polos longínquos do Planeta, comunicando na mesma língua, à velocidade da
Internet, uma fabriqueta do Burundi com um escritório de Manhattan.
Na base da quarta revolução industrial está a transação acelerada e cada
vez mais direta do conhecimento e da inovação tecnológica para a economia,
serviços, administração e governo das sociedades (países, instituições, aldeias,..)
inserindo alterações radicais no modo de organização dos mercados e do trabalho,
a uma escala mundial, sistémica e total.
O Fórum Económico Mundial, reunido este ano em Davos, prevê que sejam
extintos cinco milhões de postos de trabalho nos próximos anos. Há funções e
trabalhos que rapidamente se tornarão irrelevantes e obsoletos face a novos
processos mais avançados de produção, novas necessidades e estilos de vida. Mas,
de igual modo, há novas profissões a nascer de forma surpreendentemente rápida.
Como nos situamos neste processo? De que modo podem um país, uma
instituição, uma pessoa, serem nele atores reivindicando para si o estatuto de
sujeito − que interfere na decisão, no seu sentido e rumo − e não mero elo anónimo
da cadeia produtiva? Ou seja, que tipo de revolução desejamos, nos seus fins e
meios?
O conhecimento e a inovação, em si, não conhecem cores políticas ou
preconceitos ideológicos. Pelo contrário: são filhos do pensamento criativo, da
liberdade. Mas o mesmo poderemos dizer da sua aplicação? Da forma fluída e
irresponsável como fluem, transformados em mercadorias sem barreiras éticas ou
compromissos contratualizados?
A verdade é que precisamos de pensar no futuro que queremos, para fazermos
no presente as ações que o constroem. Uma das ideias utópicas mais recorrentes
na filosofia política ou na literatura é o sonho de um futuro, onde liberto pelo
saber das tarefas mais duras, o homem poderia gozar o lazer, usufruindo num Éden
feliz uma relação de paz com a Natureza.
Não há Éden no Mundo dos homens. Temos de nos governar e a crítica é a arma
indispensável de toda a construção.
Rosário Gambôa, in JN, edição online de 07 de outubro de 2016 (consultado em
novembro de 2016).
1. A quarta revolução industrial relaciona-se com (A)
(A) a transação rápida e direta do conhecimento e da inovação tecnológica.
(B) a capacidade imutável e vertiginosa de adaptação e de integração.
(C) a transformação social e a desordem ao nível do desenvolvimento.
(D) o aumento da riqueza e a diminuição da pobreza num mundo global.
6. A forma verbal “se tornarão” (ll. 13-14) pertence à subclasse dos verbos (A)
(A) copulativos.
(B) transitivos predicativos.
(C) transitivos indiretos.
(D) intransitivos.
7. A conjunção “Mas” (l. 15) assegura a coesão (C)
(A) lexical.
(B) referencial.
(C) interfrásica.
(D) frásica.
GRUPO III
O desenvolvimento do conhecimento e das tecnologias, responsável por aquilo que
se designa por “quarta revolução industrial”, parece não estar a ser canalizado para
o bem da Humanidade.
Escreva um texto de opinião, de 170 a 200 palavras, no qual defenda um ponto de
vista sobre o modo como o ser humano usa os conhecimentos e os avanços
tecnológicos na sociedade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e
ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.