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Introdução
Segundo Paulo, Deus é aquele que chama à existência as coisas que não existem
[Rm 4.17] por pura bondade e pura liberdade, pois pela fé entendemos que foi o
universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das
coisas que não aparecem.187 Estas palavras precisam ser aplicadas à primeira obra
de Deus, que de forma deliberada, definida e específica criou todas as coisas. A
primeira criação é obra que aconteceu pela vontade absolutamente livre e não
por qualquer necessidade natural. Isso envolve não somente os atos da criação,
mas toda a espécie e formas presentes na criação de Deus. Na eternidade [quer
dizer, fora do nosso tempo] Deus desejou criar o mundo e isso ele o fez no
nosso tempo.
A doutrina cristã da criação é questionada por pensamentos que a
caracterizam como acidental, enquanto outros a consideram como algo que não
tem fim e outros a veem como sendo algo bom ou ruim, um dualismo. Contra
estes pensamentos, a teologia se posiciona afirmando que, ao produzir todas
as coisas, Deus manifestou o seu poder. Segundo, ao separar todas as coisas e
com isso dar-lhes individualidade, conformidade, harmonia e classificação,
Deus manifestou a sua sabedoria. Terceiro, ao adornar essas coisas com funções,
beleza e charme, Deus manifestou sua bondade.
|| 187 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada – com Números de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2003;
2005, S. Hb 11.3.
150 A criação
Este último ponto é muito importante para nós porque descreve o Deus
da criação não apenas onipotente e sábio, mas bom. Foi por sua boa vontade
que todas as coisas foram feitas. É o Deus bom e de amor quem cria. Esta é a
perspectiva narrada nas Escrituras nos dando a tonalidade do alvo da criação:
a relação entre Deus e o homem.
Apresentamos agora alguns elementos importantes para analisarmos a
doutrina da criação a partir do texto bíblico.
serve de consolo e conforto por sabemos que Deus se faz presente em meio à
sua criação.
Podemos perceber também que ao criar do nada Deus pode continuar sua
obra; ele não a abandona. Ao dividir sua criação, Deus a organiza de forma
delicada e com a atraente possibilidade de que esta continue. Deus não quer se
separar de sua criação, pois, se nada veio a existir por si mesmo ou por mutação
ou por qualquer sentido fora do controle total de Deus, Deus é um Deus vivo
e ativo intimamente relacionado com cada passo e aspecto da sua criação (Sl
136.5; Sl 33).
Há várias imagens descritas no texto bíblico que nos ajudam a entender esta
concepção da criação: “formar” (Gn 2.7; Is 43.7); “preparar cuidadosamente” ou
“fixar” (Sl 74.16); “ordenar ser” (Sl 33.9; 148.6); “fazer maravilhoso” ou “adornar”
(Jó 26.13); “fundar” (Sl 89.11; 104.8); “estender” (Sl 136.6; Is 42.5); “edificar” (Hb
3.4; 1 Pe 3.20; Hb 11.7); “formar” ou “construir” (Hb 11.3).
6
E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas
e águas. 7 Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do
firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. 8 E chamou Deus ao
firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia.
9
Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e
apareça a porção seca. E assim se fez. 10 À porção seca chamou Deus Terra e ao
ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom. 11 E disse: Produza
a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo
a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. 12 A terra,
pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores
que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus
que isso era bom. 13 Houve tarde e manhã, o terceiro dia.
14
Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem
separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias
e anos. 15 E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a Terra.
E assim se fez. 16 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia,
e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. 17 E os colocou no
firmamento dos céus para alumiarem a Terra, 18 para governarem o dia e a noite
e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. 19 Houve
tarde e manhã, o quarto dia.
20
Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem
as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. 21 Criou, pois, Deus os grandes
animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as
águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus
que isso era bom. 22 E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos
e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. 23 Houve tarde
e manhã, o quinto dia.
24
Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie:
animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim
se fez. 25 E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais
domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua
espécie. E viu Deus que isso era bom.
26
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre
154 A criação
os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam
pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre
as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. 29 E disse Deus ainda:
Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície
de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será
para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a
todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para
mantimento. E assim se fez. 31 Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito
bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.
Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. 2 E,
2.1
havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia
de toda a sua obra que tinha feito. 3 E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou;
porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.188
|| 188 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada – com Números de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2003;
2005, S. Gn 1.1-2.3.
A criação 155
trevas e luz demarca o período de um dia, como nós agora o dividimos em vinte
e quatro horas”.189
Segundo dia
“Firmamento” é, de acordo com Gn 1.6-8, o que divide as águas que lhe ficam
em cima e embaixo de forma que devemos supor águas além do que vemos
na abóboda celeste. O que se quer mostrar com este relato é a onipotência e
majestade de Deus nem sempre conhecidas pela mente humana.
Terceiro dia
Segundo Mueller, “neste dia Deus concluiu a sua obra criadora com respeito
às coisas inanimadas ao mandar a sua ordem onipotente para que todas as águas
debaixo dos céus, debaixo do firmamento que ele construíra, se ajuntassem
num só lugar para si. Enquanto perdurava o caos, tão completa era a confusão
de sólidos e líquidos que excluía a designação ‘porção seca’. Já os sólidos e
líquidos deveriam separar-se, de maneira que se tornava visível a porção seca
como a conhecemos”.190 É na porção seca que conhecemos a atividade criadora
propriamente dita.
As palavras do Sl 104.6ss são uma bela forma de descrever o que ocorreu
no terceiro dia.
Quarto dia
Há um “geocentrismo” no relato da criação conforme o Gênesis. No entanto,
não se trata de uma posição científica a respeito da geografia do universo. A
astronomia comprovou que a Terra gira em torno do Sol, não o contrário. O
Gênesis simplesmente mostra que Sol, Lua e estrelas foram formados por causa
da Terra, não em volta dela. E, naturalmente, isso se deve pelo que deveria
acontecer na Terra. A criação do homem viria a ser o ápice da criação. O relato
é feito da perspectiva que Deus dá à sua criação e o que vem depois dela, visto
que a revelação tratará das coisas que vão acontecer na Terra (algumas delas,
vindas do céu! – Lc 2).
Gerhard aproveita o relato da criação no quarto dia para falar contra a
astrologia! Ele admite que certas condições climáticas possam ser previstas
pela posição dos astros. No entanto, atribuir influência dos astros sobre a vida
(destino) das pessoas seria ignorar a providência divina e o poder que Deus dá
às nossas orações, pelas quais o curso da história pode ser mudado!
Quinto dia
Deus fez os peixes e as aves não a partir do nada, mas da terra. Chemnitz:
“Que tremenda maravilha é esta, que há tamanha diferença entre as criaturas
aquáticas e os pássaros – pois o peixe morre no ar, e o pássaro sufoca na água –,
todavia, quando Deus fala, ambos são produzidos do mesmo material”. Com esta
manifestação de Chemnitz, notamos mais uma vez que não podemos especular
sobre cosmologia ou ciência natural, a partir do relato da criação. Eles veem na
criação do mundo assunto para maravilhar-se e louvar a Deus.
Sexto dia
No sexto dia Deus fez os animais e o homem da mesma maneira como
trabalhou no quinto dia: Fez haver vida em um elemento inanimado. E como
a terra produziu animais e homens sob a ordem de Deus, isso não é menos
admirável do que a criação de Deus, do nada, no primeiro dia. No entanto,
quando ele fez o homem, não disse: “Haja”, antes, porém, “Façamos”. Deus
revela deliberação enquanto cria a natureza humana. Ele prepara o material do
qual faz o corpo humano (Gn 2.7). Ele não diz “produza a terra”, mas ele forma,
acomoda, molda [cf. Jó 10.8]. Ele fez dos animais almas viventes, enquanto no
homem soprou o espírito da vida que não deixa de existir quando o homem
morre (Ec 12.7; Mt 10.28) (p.188). Ao contrário dos animais, o homem foi
criado para eterna comunhão com Deus (embora essa imortalidade tenha
sido perdida com a queda). Pelo soprar divino para dentro do homem, por
conseguinte, Deus faz do homem algo muito especial: Deu-lhe sabedoria, luz
e justiça. Deus o fez à sua própria imagem, uma imagem perdida com a queda,
porém restaurada novamente por Cristo através de novo soprar para dentro do
A criação 157
Espírito (Jo 20.22). Assim como a luz, o abismo e os anjos, também a alma do
homem foi criada do nada.
Toda a criação conduz ao que Deus fez finalmente no sexto dia, quando
ele fez o homem à sua imagem. Já mencionamos isso quando relatamos que a
criação deveria ser ensinada de tal maneira que o homem aprendesse, a saber,
quão importante ele é para Deus. Essa importância do homem perante Deus
foi realçada no sexto dia, pois nesse dia Deus lhe deu todo o mundo, o mundo
que ele criara muito bom.
Ao concluirmos uma breve análise do relato dos seis dias da criação,
destacamos que este relato nos demonstra a bondade, a sabedoria e o poder de
Deus, causando no homem admiração e louvor.
Referências comentadas
AULÉN, Gustaf. A fé cristã. 2. ed. São Paulo: ASTE, 2002.
Diferente da Dogmática cristã de Mueller, apresentada anteriormente, o texto
de Aulén reflete o estudo da sistemática a partir da metade do século XX. Por
isso, representa uma abordagem diferente e mais próxima de nossa realidade.
Não são tantos assuntos tratados nesta sistemática teológica, mas são os assuntos
mais importantes dentro da sistemática. Comparando com Mueller, a doutrina
do pecado é tratada na dogmática dentro da antropologia; já em Aulén, a
doutrina do pecado está relacionada à doutrina da pessoa de Cristo, não estuda
em nosso livro. Este é apenas um exemplo, o que torna A fé cristã de Aulén um
texto fundamental para a biblioteca de um estudante de teologia.
É sem dúvida uma forma de fazer teologia própria dos dias atuais, especialmente
no âmbito do estudo sistemático da teologia.
Referências
AULÉN, Gustaf. A fé cristã. 2. ed. São Paulo: ASTE, 2002.
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada – com Números de
Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2003; 2005.
BRAATEN, Carl. & JENSON, Robert [editores]. Dogmática cristã. São
Leopoldo: Sinodal, 2002.
MUELLER, John. Dogmática cristã. Porto Alegre: Concórdia, 2004.
Autoavaliação
1. Como a teologia nos ajuda para entendermos a criação como sendo algo
fruto da ação de Deus amoroso e não casual, meramente ao acaso da
matéria que evolui, transformando-se no que vemos na criação hoje?
2. Por que a teologia cristã é contra qualquer forma de dualismo?
3. Quando Deus diz que tudo o que ele fez era “muito bom”, ele quis
dizer:
a) que tudo que foi feito era completo em si.
b) que tudo era perfeito e capaz de ser expressão do próprio Deus.
c) que nada poderia destruir a criação de Deus.
d) que a autonomia do ser humano tinha endereço certo: as outras
criaturas.
Respostas:
3) a, b, c e d.
5) a, b, c e d.
Criação e evolução
Introdução
Há uma aparente contradição em dois discursos que seguidamente ouvimos
em nosso meio.
No contexto teológico e eclesiástico, os cristãos confessam com o Credo
Apostólico: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra”.
Esta confissão cristã reproduz o testemunho bíblico: “porque em seis dias fez o
Senhor os céus e a terra, e o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo descansou”,
registrado em Êxodo 20.11. Assim, confessando a criação como obra de Deus,
caracterizando-o como todo-poderoso, como faz o Credo, a Igreja Cristã expressa
sua fé sobre a veracidade do relato da criação conforme o Gênesis.
Já nos meios de comunicação, ouvimos que o mundo está caminhando
para um fim através da contínua e implacável devastação da natureza em todo
o mundo na forma de eliminação de florestas e ecossistemas, poluição da água
e do ar, chuva ácida, destruição da camada de ozônio, aquecimento global e
outras agressões ao meio ambiente. Recentemente, a gravidade do problema
ficou ilustrada de modo dramático quando foram divulgadas fotos do monte
Kilimanjaro, o mais alto da África, sem a sua milenar cobertura de neve. É certo
que o meio ambiente sempre sofreu violências ao longo da história do planeta
Terra, mas quase todas foram resultantes de causas naturais, espontâneas. A
diferença é que nos últimos séculos são os próprios seres humanos que têm
agredido de maneira crescente o seu precioso e frágil habitat. Este iminente fim
162 Criação e evolução
causado pelo ser humano faz com que cientistas estimem um fim próximo para
o nosso ecossistema. Esta visão de um fim é fruto de uma reflexão que podemos
denominar de naturalismo.
Contrário ao pensamento teológico da criação do mundo através da
intervenção de Deus, o naturalismo defende a tese da progressividade que
evoluiu e que agora chega a ponto tal que o próprio homem pode gerar o fim
do mundo criado ao longo de milênios.
O presente capítulo irá descrever as duas abordagens, ampliando o capítulo
anterior que tratou da doutrina cristã da criação.
ex nihilo”, ou seja, Deus criou todas as coisas a partir do nada, sem utilizar
qualquer material preexistente. A criação é, portanto, boa e valiosa. Essa verdade
é a primeira declaração da Escritura – “No princípio criou Deus os céus e a
terra” –, e do Credo Apostólico – Creio em Deus Pai, todo-poderoso, criador
do céu e da terra” –, e por isso o assunto deve ter importância crucial para o
teólogo cristão.
Nossa primeira preocupação deve começar com uma consciência ecológica.
De acordo com Gênesis 1, o universo como um todo, e em especial a Terra,
agraciada com o maravilhoso dom da vida, é obra das sábias e poderosas mãos
de Deus (ver Sl 136.3-9; Pv 8.22-31). A natureza, em toda a sua complexidade e
beleza, testifica sobre a grandeza e a bondade do Criador (Dt 33.13-16; Sl 104.10-
24, 27-30). São muitas as passagens bíblicas, algumas de grande sublimidade
poética, que visam inculcar nas pessoas uma atitude de respeito e admiração
pelos encantos do mundo natural (Jó 40.15-19; Sl 65.9-13; 147.7-9,15-18; 148.1-
10; Ct 2.11-13; At 14.17). Nos seus ensinos, Jesus fez muitas referências à natureza
para exemplificar o cuidado providente de Deus (Mt 6.26,28; 13.31-32; Lc 12.6).
Nos anúncios proféticos do novo tempo que Deus irá criar, a natureza ocupa
um lugar de destaque (Is 11.6-8; Ez 47.7,12; Ap 22.1-2).
Ainda que Deus tenha feito o ser humano como o coroamento da sua obra
criadora, ele não lhe conferiu o direito de abusar da terra e de seus recursos.
Fica implícita em toda a Escritura a responsabilidade humana de cuidar e de
guardar do “jardim do Senhor” (Gn 2.15). O conceito de mordomia se aplica
de modo especial nessa área à Terra, e suas riquezas pertencem a Deus, que as
confia ao homem para que as administre com cuidado e sabedoria. O pecado
humano gerou alienação em relação a Deus e à natureza. Por isso agora a criação
“geme e suporta angústias” até que seja “redimida do cativeiro da corrupção”
(Rm 8.21-22). Os cristãos têm o dever inescapável de usar criteriosamente as
coisas que Deus criou, visando dar-lhes vida, sustento e alegria.
Aqui poderíamos ampliar nossa responsabilidade através de uma educação
consciente para que todos possam usar dos recursos naturais dados por Deus de
forma criteriosa, responsável, levando em conta as atuais necessidades bem como
as das futuras gerações. Os cristãos conscientes irão propor um desenvolvimento
sustentável para que a natureza criada por Deus continue sendo uma bênção.
Criação e evolução 169
Referências comentadas
LONGMAN III, Tremper. Como ler Gênesis. São Paulo: Vida Nova, 2009.
Nesta obra o autor pretende nos mostrar a importância de uma reflexão
profunda sobre a natureza literária, teológica e histórica de Gênesis, para que
possamos entender sua mensagem e aplicá-la para os dias de hoje. Como afirma
o próprio autor: “um dos maiores erros que podemos cometer na interpretação é
ler o texto como se tivesse sido escrito para nós hoje”. Para resolver este problema,
o autor sugere quatro princípios para a leitura do texto: reconhecer a natureza do
livro de Gênesis; examinar o seu contexto histórico; refletir sobre sua teologia;
e refletir sobre a condição do leitor, da sociedade e do mundo de hoje.
Referências
COLLINS, Francis. A linguagem de Deus. Um cientista apresenta evidências
de que ele existe. São Paulo: Editora Gente, 2007.
LONGMAN III, Tremper. Como ler Gênesis. São Paulo: Vida Nova, 2009.
MACARTHUR, John. Criação ou evolução. A luta pela verdade sobre o
princípio do Universo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
MORELAND, J. P. e REYNOLDS, John Mark. Criação e evolução. Três
pontos de vista. São Paulo: Editora Vida, 2006.
Criação e evolução 171
Atividades
1. Descreva como a filosofia moderna influencia na interpretação do texto
bíblico da criação.
2. Como Hegel pode ser considerado o pai do evolucionismo desenvolvido
por Darwin?
3. Analise a forma como teólogos pós-modernos tentam coadunar o
pensamento bíblico com a teoria evolucionista.
4. Como podemos relacionar a doutrina da criação com a doutrina da obra
de Cristo?
5. Em que aspectos o relato da criação nos ajuda na interpretação da nova
criação a partir da ação de Deus em Cristo Jesus?
6. Qual é o papel dos cristãos em meio à criação de Deus?
7. Considerando a teologia da criação como obra de Deus, podemos crer que
o fim do mundo está nas mãos de Deus ou dos homens?
8. Por que é importante distinguirmos os dias da criação como sendo dias
de 24 horas?