O documento discute a evolução da alma através de milhares de organismos diferentes, dotando-a de forças para manipular a matéria de forma inconsciente e permitir que o Espírito opere livre dos limites terrestres. A natureza tem recursos inesgotáveis para a produção de novas formas de vida através das leis eternas da evolução, levando o princípio inteligente a destinos cada vez mais elevados. A ciência permitiu compreender a origem do homem e sua linha evolutiva ascendente a partir dos fósseis, sem necess
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Título original
Texto 24 - A evolução anímica - cap 2 - A alma animal - It. A evolução da alma - Gabriel Dellane
O documento discute a evolução da alma através de milhares de organismos diferentes, dotando-a de forças para manipular a matéria de forma inconsciente e permitir que o Espírito opere livre dos limites terrestres. A natureza tem recursos inesgotáveis para a produção de novas formas de vida através das leis eternas da evolução, levando o princípio inteligente a destinos cada vez mais elevados. A ciência permitiu compreender a origem do homem e sua linha evolutiva ascendente a partir dos fósseis, sem necess
O documento discute a evolução da alma através de milhares de organismos diferentes, dotando-a de forças para manipular a matéria de forma inconsciente e permitir que o Espírito opere livre dos limites terrestres. A natureza tem recursos inesgotáveis para a produção de novas formas de vida através das leis eternas da evolução, levando o princípio inteligente a destinos cada vez mais elevados. A ciência permitiu compreender a origem do homem e sua linha evolutiva ascendente a partir dos fósseis, sem necess
Texto 24: DELANNE, Gabriel. A evolução anímica. Trad. Manuel Quintão. 12. ed. 5. imp.
Brasília: FEB, 2010. cap. 2 - A alma animal, it. A evolução da alma.
MÓDULO IV – EXISTÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO.
ROT. 1 – Origem e natureza do Espírito.
A EVOLUÇÃO DA ALMA
Supondo que a alma se tenha individualizado lentamente por um processo
de elaboração das formas inferiores da natureza, a fim de atingir gradativamente a humanidade, quem se não sentirá maravilhado de tão grandiosa ascensão? Através de mil modelos inferiores, nos labirintos de uma escalada ininterrupta; através das mais bizarras formas; sob a pressão dos instintos e a sevícia de forças inverossímeis, a cega psique vai tendendo para a luz, para a consciência esclarecida, para a liberdade..., Esses inúmeros avatares, em milhares de organismos diferentes, devem dotar a alma de todas as forças que lhe hajam de servir mais tarde. Eles têm por objeto desenvolver o envoltório fluídico, dar-lhe a necessária plasticidade, fixando nele as leis cada vez mais complexas que regem as formas vivas, criando- lhes, assim, um tesouro, mediante o qual possam, um dia, manipular a matéria, de modo inconsciente, para que o Espírito possa operar sem o entrave dos liames terrestres. Quem recusará ver nos milhões de existências a palpitarem no Planeta a elaboração sublime da inteligência, prosseguindo incessante na extensão indefinita do tempo e do espaço? São as eternas leis da evolução que arrastam o princípio inteligente a destinos cada vez mais altanados, para um futuro sempre melhor, desdobrando- se em panorama de renovadas perspectivas, a partir da idade primária aos nossos dias. Para quem quer que se disponha a interrogar a natureza, admirar a obra da vida em seus aspectos cambiantes, o quadro é grandioso pela multiplicidade das manifestações. É um desfile mágico de meios imprevistos, de metamorfoses multifárias, de umas originalidades maravilhosas, capazes de confundir a mais rica imaginação. A natureza tem recursos tão inesgotáveis que o homem jamais poderia enumerá-los. Apesar das ativas investigações dos sábios, mal grado à legião de observadores debruçados para o mistério da criação, o mistério escapa-lhes pela infinidade da produção, ou pelo esplendor da fecundidade. Entretanto, os tesouros prodigalizados indiciam, demonstram uma tendência para o belo, para o melhor, para o progresso, enfim. É a marcha avante e através da matéria caliginosa - a rígida matriz que importa abrandar, moldar, dominar. É o impulso para a onipotência radiante, para a luz, para a consciência universal. Quem poderá pintar os meandros incontáveis desse painel eterno, as veredas múltiplas e tortuosas dessas existências que se desenrolam na profundeza do solo e dos mares, como nas camadas atmosféricas? Contudo, nesse caleidoscópio cintilante, e mal grado à infinita diversidade das formas, nota-se uma ideia geral, uma vontade definida, um plano assentado. Não foi o acaso que gerou essas espécies animais e vegetais. No seu desfile, a consequente possui sempre algo mais que a antecedente e, quando a Ciência nos desvenda os quadros sucessivos dessas transmutações, é que vemos a inapreciável riqueza nelas contida, a ampliar-se sempre. Quanta majestade nessas fases de transição! Que grandeza nessa marcha lenta, porém firme, para chegar ao homem, florescência da força criadora joia que resume e sintetiza todo o progresso, elo de todas as formas, colônia viva, hierarquizada de todas formas de vida, pois que nele concorrem, e se prestam auxilio todos os reinos. A estrutura óssea é o mundo mineral melhorado, vitalizado! Os sais, inertes in natura estão vivos, mutáveis e permutáveis, mas conservando em seu trânsito, o caráter essencial - a solidez! Depois, é o mundo vegetal nas células que apresentam variedade e opulência incapazes de serem ultrapassadas por planta. Em seguida, é o reino animal que fornece sucessivamente os melhores órgãos, nos quais encontramos o esboço de aperfeiçoamento, de espécie em espécie, até atingir o tipo definitivo da humanidade. O sistema nervoso é que tomou a direção do todo orgânico, disciplinou elementos dispares, hierarquizou-os em função de sua utilidade, estimulando ou sustando-lhes a ação. Sempre variável na sua atividade, ele vela por todos os pormenores e mantém ordem e harmonia no concerto tão complexo de todas as forças vitais. Por fim, radia na cimeira a inteligência que tanto lutou para desprender- se de suas formas inferiores. Ainda entorpecida pela viagem através das formas subalternas, guarda em aí as impressões do instinto que foi, por tão longo tempo, a sua única manifestação exterior. Os tesouros do intelecto, esses abrolham mais demoradamente, através da crosta dos apetites. O egoísmo, o pensamento do ego engendrado pela lei de conservação, cuja suserania predominara até então, vai diminuir pouco a pouco, pois que no reino animal a maternidade já implantou na alma o sentimento de amor, embora sob as mais rudimentares. Entretanto, esses tênues lampejos, que mal estriam o sonho animal, irão aumentando de intensidade e mais irradiando, até que se tornem nas almas evoluídas a luz rutilante, o farol tutelar que nos guie em meio às trevas da ignorância. Como foi que se completou essa gênese da alma? Por quais metamorfoses terá passado o princípio inteligente antes de atingir a humanidade eis o que o transformismo nos ensina. Graças ao gênio de Lamarck, de Wallace, de Haeckel e de todo um exército de sábios naturalistas, nosso passado foi exumado das entranhas do solo. Os Arquivos da terra conservaram ossaturas de raças extintas, e a Ciência reconstituiu a nossa linha ascendente, a partir da atualidade, em sentido regressivo, até os períodos multimilenares que presenciaram a eclosão da vida no Planeta. Uma vez liberto das peias de uma religião feita de ignorâncias, o espírito humano senhoreou-se do seu tesouro. Desprendido dos temores que travaram as pesquisas dos antepassados, o homem ousou abordar o problema da própria origem e lhe encontrou solução. É um fato capital, de consequências morais e filosóficas incalculáveis. A Terra deixou de ser aquele mundo misterioso que a varinha de um mágico fez explodir urre dia, equipado de animais e plantas, pronto para receber o seu suserano - o homem. Hoje, a razão esclarecida faz-nos compreender o quanto essas fábulas atestam de ignorância e de orgulho! O homem não é um anjo decaído, a lamentar a perda de um paraíso imaginário, não deve submeter-se à férula dos representantes de um Deus parcial, caprichoso e vingativo, nem carrega pecado original algum que o estigmatize do berço. Tampouco de outrem depende a sua sorte. Chegou o dia da libertação intelectual, a hora da renovação soou para todos os que ainda se curvam sob o guante do terror dogmático. O Espiritismo aclarou o nosso futuro a desdobrar-se pelos céus infinitos. Graças a ele, sentimos palpitar a alma de nossos irmãos, entrevemos outras humanidades celestes. Remontamos às espessas trevas do passado para estudar a nossa juventude espiritual e não encontramos, em parte alguma, esse fantástico tirano que a Bíblia tão tetricamente descreve. Em toda a criação nada existe de ilógico, de arbitrário, que venha destruir a grandiosa harmonia das leis eternas. Não há necessidade de apelo ao milagre para explicar a criação: é bastante observar as forças universais em sua constante atividade. As formas, tão diversificadas, dos seres vivos, animais ou vegetais, são, todas elas, devidas a duas causas permanente, que jamais deixaram de atuar e continua a manifestar o seu poder: - a influência do meio e a lei de seleção, o que vale dizer - a luta pela vida.