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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Das Vedações e Comissões


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DAS VEDAÇÕES E COMISSÕES

RELEMBRANDO
Na aula passada, estudamos o favorecimento 1 (impossibilidade de usar a máquina pública
para atender interesse particular), a reputação, a solidariedade e a propina (é uma vedação 2).
Vimos também que o conhecimento agregado à tecnologia não pode ser negado no exercício
das atividades, sob pena de cometimento de falta ética.

SEÇÃO III – DAS VEDAÇÕES

XV – É vedado ao servidor público:


Alínea “h”: ALTERAR.
• É vedado alterar documentos públicos que deva encaminhar para providências.
– O Código de Ética também prever que é vedado ao servidor retirar livro, documento
ou bem da instituição sem prévia autorização. Além da infração ética, o servidor
também responderá criminalmente por sua conduta 3.
5m
• Imagine a seguinte assertiva: é vedado ao servidor público alterar documentos que
deva encaminhar para providências, exceto mediante prévia autorização. O item está
errado porque o servidor público não pode alterar documentos públicos em nenhuma
hipótese. Não confunda: o servidor tem autorização apenas para retirar documentos
com autorização.

Alínea “i”: ILUDIR.


• É vedado iludir ou tentar iludir atendimento ao cidadão.

Alínea “j”: DESVIAR.


• É vedado desviar servidor público para atendimento a interesse particular.
– Quando o servidor percebe esse desvio, ele deve denunciar o fato à autoridade hie-

1
O conflito de interesses também está relacionado com esse assunto.
2
Embora seja apenas uma vedação no âmbito do Código de Ética, a autoridade competente enviará o processo para o Ministério Público tomar as medidas
penais cabíveis.
3
Há conexão entre o ilícito penal, o ilícito civil, o ato de improbidade administrativa e a infração disciplinar.
ANOTAÇÕES

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rarquicamente superior para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Para tanto, é
essencial que o servidor esteja atualizado com a legislação do órgão ou entidade a
qual pertença.

Alínea “n”: EMBRIAGUEZ.


• É vedado apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente.
– A falta ética por embriaguez pode ser configurada em duas situações:
- Apresentar-se embriagado no serviço;
- Ficar habitualmente embriagado fora do serviço.
- A falta ética, fora do serviço, somente é configurada caso o servidor público fique
embriagado habitualmente.
– Imagine a seguinte assertiva: João, ébrio habitual, chega atrasado ao trabalho todos
os dias e, por isso, faz uma compensação de horários; em razão da compensação de
horários, não há que se falar em falta ética. O item está incorreto porque, como João
provavelmente chega atrasado ao trabalho em razão da ressaca, a falta ética está
10m configurada em razão da ausência ser injustificada e o fato dele compensar os horá-
rios não é capaz de justificar a ausência. Cuidado: a questão não afirma que João
chega embriagado ao trabalho habitualmente.

Alíneas “o” e “p”: VINCULAR NOME.


• É vedado contribuir com instituição que atente contra a dignidade da pessoa humana, a
ética e a legalidade.
– Imagine a seguinte assertiva: o servidor público pode ter seu nome vinculado a esta-
belecimento que explore trabalho infantil. O item está errado porque a empresa atenta
contra a dignidade da pessoa humana.
• É vedado exercer atividade profissional de cunho duvidoso.
– Se a atividade, embora seja legal, é imoral, ela não deve ser exercida pelos servido-
res públicos, para não denegrir a imagem da instituição na qual trabalhem.

DIRETO DO CONCURSO
1. (QUESTÃO INÉDITA/2020) O Decreto n. 1.171, de 22 de junho de 1994, aprova o Código
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e trata da con-
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duta do servidor público. Nesse sentido, indique a conduta que não é vedada ao servidor:
a. O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para
obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem.
b. Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço
público e dos jurisdicionados administrativos.
c. Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que de-
les dependam.
d. Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qual-
quer pessoa, causando-lhe dano moral ou material.

COMENTÁRIO
As prerrogativas inerentes ao cargo devem ser exercidas com estrita moderação. É o caso
de um policial, por exemplo, pois, embora tenha a prerrogativa de usar arma de fogo, não
pode utilizá-la da maneira que bem entender, pois precisa observar os critérios de utilização
previstos na legislação, de modo a utilizar tal prerrogativa a favor do bem comum. É, portanto,
um dever do servidor público exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais.
15m

2. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Sobre o Decreto n. 1.171/1994, é VEDADO ao servidor público:


a. utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister.
b. não permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses
de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrati-
vos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores.
c. retirar da repartição pública, estando legalmente autorizado qualquer documento, livro
ou bem pertencente ao patrimônio público.
d. pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratifi-
cação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares
ou qualquer pessoa.
e. dar o seu concurso a qualquer instituição que atente a favor da moral, honestidade ou
dignidade da pessoa humana.
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COMENTÁRIO
De fato, é vedado aos servidores públicos pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa.
A título de conhecimento, observe o erro das demais alternativas:
• Letra “a”: é vedado deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance
ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister.
• Letra “b”: é vedado permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, pai-
xões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
cionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores.
• Letra “c”: é vedado retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado,
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público.
• Letra “e”: é vedado dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral,
honestidade ou dignidade da pessoa humana.

3. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público


Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir (Adaptado).
1. É proibido ao servidor público utilizar de notícia obtida em razão do exercício de suas
funções em proveito próprio ou de terceiros.
2. É vedado ao servidor público civil do Poder Executivo federal atrapalhar ou impedir o
exercício regular de direito por qualquer pessoa.
3. É vedado ao servidor público exercer atividade incompatível com o interesse público,
ainda que tal atividade seja lícita.

COMENTÁRIO
Item 1. O Código de Ética proíbe que o servidor público utilize de informações privilegiadas
em proveito próprio ou de terceiros.
Item 2. O servidor do Poder Executivo federal não pode procrastinar ou dificultar o exercício
20m regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material.
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Item 3. É vedado ao servidor público do Executivo federal exercer atividade incompatível com
o interesse público, ainda que tal atividade seja lícita. É o caso, por exemplo, de um servidor
que exerça cargo com dedicação exclusiva na administração pública: ele não poderá atuar
como professor, na iniciativa privada, ainda que a atividade de magistério seja lícita.

4. (QUESTÃO INÉDITA/2020) Segundo o Código de Ética Profissional do Servidor Público


Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor público:
I – Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento,
livro ou bem pertencente ao patrimônio público.
II – Usar do cargo para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem; deixar de
utilizar avanços técnicos ao seu alcance para atendimento de seu mister.
III – Prejudicar a reputação de outros servidores; pleitear ajuda financeira para o cumpri-
mento de sua missão.

São verdadeiras as seguintes afirmações:


a. I e II somente;
b. I e III somente;
c. I, II e III;
d. II e III somente.

COMENTÁRIO
Item 1. O servidor público somente pode retirar documento, livro ou qualquer outro bem,
quando estiver legalmente autorizado.
Item 2. Os servidores públicos do Poder Executivo Federal não podem usar do cargo para
obter qualquer favorecimento para si ou para outrem nem podem deixar de utilizar avanços
técnicos ao seu alcance para atendimento de seu mister.
Item 3. É vedado aos servidores prejudicar a reputação de outros servidores e pleitear ajuda
financeira para o cumprimento de sua missão.

25m
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CAPÍTULO II – DAS COMISSÕES DE ÉTICA (COMITÊS)

Atente-se para o fato de que algumas bancas utilizam a expressão “comitês” para se refe-
rir às comissões de ética.

XVI – Dever de constituir em todos os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal.


O Código de Ética, ao ser publicado em 1994, trouxe a necessidade de instituição de uma
Comissão de Ética em cada órgão e entidade do Poder Executivo federal.

ATENÇÃO

A instituição da Comissão de Ética não é uma faculdade, é uma obrigação para todos os
órgãos e entidades do Poder Executivo federal.

A Comissão de Ética serve para orientar os servidores a respeito do tratamento dispen-


sado ao cidadão que busca a Administração Pública e do cuidado que ele deve ter com o
patrimônio público. Além disso, a Comissão de Ética também deve conhecer concretamente
os procedimentos suscetíveis à penalidade de censura.
• Imagine a seguinte assertiva: uma falta ética pode gerar uma pena de advertência. O
item está certo porque, embora a Comissão de Ética somente possa aplicar a penali-
dade de censura, a penalidade de advertência pode ser aplicada pela autoridade que
receber cópia dos autos. Lembre-se de que a Comissão deve encaminhar cópia dos
autos à autoridade competente, todas as vezes que se deparar com um ilícito penal,
ilícito civil, ato de improbidade administrativa ou infração disciplinar
30m
– A penalidade de censura é aplicada mediante parecer assinado por todos os mem-
bros da Comissão, com ciência do servidor.

Composição
A Comissão de Ética é composta por 3 servidores efetivos ou 3 empregados permanen-
tes, e seus respectivos suplentes.
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Decreto n. 1.171/1994.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em
sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Adminis-
tração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e
suplentes.

Como o Poder Executivo federal é composto por diversos órgãos e entidades, os agen-
tes administrativos que lá atuam não se resumem apenas a servidores efetivos. O Banco
do Brasil, por exemplo, integra a Administração Indireta do Poder Executivo federal e possui
empregados, e não servidores efetivos. É por isso que a Comissão de Ética pode ser com-
posta por 3 servidores ou 3 empregados, a depender do órgão ou entidade.

XVIII – Competências
A maior parte dos incisos relacionados à competência foram revogados pelo Decreto n.
6.029, na tentativa de gerar a compatibilização de normas e de procedimentos técnicos bem
como garantir a transparência na gestão da ética no Poder Executivo Federal.
À Comissão de Ética incumbe prestar, aos organismos encarregados da execução do
quadro de carreira dos servidores, informações sobre sua conduta ética, para o efeito de ins-
truir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do
servidor público. Em outras palavras, o órgão de gestão de pessoas vai receber da Comissão
de Ética informações sobre a conduta ética do servidor, para instruir e fundamentar promo-
ções e demais atos decorrentes da carreira desse servidor.
• Cuidado em provas:
– A conduta ética dos servidores não é informada pelos gestores, mas pela Comis-
são de Ética;
– Nem sempre as informações prestadas pela Comissão de Ética ao órgão de gestão
de pessoas prejudicarão a promoção do servidor.

XXII – Penalidade
A única penalidade que a Comissão de Ética pode aplicar é a de censura.
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XXIV – Conceito de servidor


É servidor público qualquer pessoa que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurí-
dico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
remuneração.
A definição conferida ao servidor público é, portanto, bastante ampla, pois engloba todos
os agentes públicos em geral, e não somente os servidores que prestaram concurso público.
Assim, nada impede que os funcionários terceirizados que prestam serviço a algum órgão
ou entidade do Poder Executivo federal recebam a penalidade de censura por parte da Comis-
são de Ética.

GABARITO
1. b
2. d
3. C C C
4. C C C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Glauber Marinho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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