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ARTIGOS

Conhecimento, inclusão social e


desenvolvimento local*

Sarita Albagli Os processos e estratégias de desenvolvimento e


Socióloga, doutora em geografia, pesquisadora do Ibict e professora inclusão social encontram-se hoje indissociáveis das
do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (UFF-
Ibict). dinâmicas e políticas de informação, conhecimento,
E-mail: sarita@ibict.br aprendizado e inovação. Esse conjunto de temas tem
norteado não apenas as agendas de pesquisa
acadêmica, nas várias disciplinas e áreas do
conhecimento, como também as agendas das políticas
públicas e estratégias organizacionais.
Resumo
O trabalho pontua as questões principais que têm
O artigo pontua as questões principais que têm norteado o norteado esse debate – o foco ainda predominante
debate em torno do papel da informação e do conhecimento na dimensão tecnológica e suas interfaces com o
nos processos de desenvolvimento – o foco inicial na
dimensão tecnológica e suas interfaces com o aprofundamento da globalização, passando pela
aprofundamento da globalização, passando pela atenção ao atenção ao papel do conhecimento tácito, da
papel do conhecimento tácito, da inovação e do aprendizado,
até a ênfase hoje conferida ao desenvolvimento local.
inovação e do aprendizado, até chegar à ênfase hoje
conferida ao desenvolvimento local.
Palavras-chave
INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E INOVA-
Informação. Conhecimento. Desenvolvimento. Inovação.
ÇÃO

Knowledge, social inclusion and local As transformações ocorridas desde as últimas duas
development décadas do século XX, capitaneadas pelo
extraordinário desenvolvimento e difusão das
Abstract
tecnologias de informação e comunicação (TIC),
This article analyzes the main issues which have guided the têm sido interpretadas como sinalizadoras da
debate concerning the role of information and knowledge in emergência de um novo padrão sociotécnico-
the development processes; the initial focus in technological
dimension and its interfaces as globalization keeps growing.
econômico.
Attention has been given to the role of tacit knowledge,
innovation and learning with emphasis today given to local O desenvolvimento e a difusão de um conjunto de
development.
tecnologias “genéricas” (particularmente as TIC),
Keywords tendo como núcleo central a maior capacidade de
tratamento da informação, possibilitam a transmissão,
Information. Knowledge. Development. Innovation.
o processamento e o armazenamento de grandes
quantidades de dados e informações a baixo custo e
a alta velocidade, viabilizando diversas aplicações.
A partir desses desenvolvimentos e de modo
associado a uma série de inovações de toda ordem,
transformam-se as estruturas e práticas de produção,
comercialização e consumo, de cooperação e
competição entre os agentes, ou seja, a própria cadeia
de geração de valor.

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A partir da convergência tecnológica e econômica acumulação do capital, em que a produção e a


das diversas mídias, permitida pela digitalização da circulação de bens (particularmente os intangíveis)
informação em suas diferentes formas – dados, e a circulação do próprio capital baseiam-se cada
imagem/vídeo, texto e voz – e sua crescente vez mais na expansão do uso das redes telemáticas.
interatividade, tornam-se possíveis a provisão e o Tal processo ocorre sob o comando e o controle dos
acesso a uma cada vez mais variada gama de serviços grandes grupos econômicos, ampliando a hegemonia
e conteúdos – novas formas e canais de participação, dos países de economia e tecnologia avançadas.
mobilização e ativismo político, de ampliação da A maior velocidade conferida à circulação do capital
cidadania, de reorganização, transparência e financeiro aprofunda o movimento de
accountability do Estado e do aparato governamental; “financeirização” – e, deste modo, a vulnerabilidade
novas ferramentas de ensino, acesso a informações e das economias mais frágeis no sistema mundial.
aprendizado (presencial e à distância); mudanças
nas esferas do lazer e do trabalho, entre muitos outros. Na chamada “sociedade em rede” (CASTELLS,
1996), o acesso e o controle das redes e fluxos finan-
Em cada país, o novo padrão se constrói em meio a ceiros, mercantis e de informação são estratégicos
diferentes condições, objetivos e projetos sociais, na vantagem competitiva e política em todas as es-
exigindo respostas e estratégias mais adequadas a calas geográficas (BECKER, 1991). Mas as redes são
cada contexto. Do mesmo modo, regiões, segmentos seletivas e excludentes; nas palavras de Santos
sociais e setores econômicos, organizações e (1997), as redes são “parte do espaço e o espaço de
indivíduos são afetados de maneiras distintas. alguns”, diferenciando-se do que o autor chama
“espaço banal”, ou seja, “o espaço de todos, todo o
A partir da década de 1990, boa parte dos países espaço”. As redes promovem a unificação técnico-
passou a elaborar estratégias, implementar políticas econômica do planeta, mas não sua união (idem).
e estruturar iniciativas com o objetivo de estabelecer
condições para promover e extrair benefícios da Outros reflexos devem ser também considerados. Por
chamada sociedade e economia da informação e do exemplo, a “flexibilização” do trabalho, facilitada
conhecimento. Em grande medida, o foco dessas pelos novos meios técnicos, tem levado à sua
políticas e programas recaiu na ampliação da infra- “precarização”, com relações e condições mais
estrutura de informação e comunicação, abrangendo instáveis do ponto de vista do trabalhador. Acresce-
as indústrias de comunicação (transmissão por redes se o problema do deslocamento e perda de postos de
a cabo, por satélite e radiodifusão), de computação trabalho, a partir das mudanças da base técnico-
(hardwares e softwares), de conteúdos (bancos de econômica, que vem agravando as situações de
dados, indústrias cinematográfica e fonográfica, entre desemprego e subemprego e, deste modo,
outras) e suas várias interfaces multimídias. contribuindo para adensar as situações de exclusão
e de tensão social. Do mesmo modo, ampliam-se as
A ampliação da infra-estrutura de informação e desigualdades de rendas (também nos países
comunicação, embora condição fundamental para centrais), particularmente em razão das disparidades
difundir e viabilizar o aproveitamento do potencial salariais entre trabalhadores mais e menos
que as TIC têm a oferecer, demonstrou não ser qualificados a lidarem com o novo aparato
condição suficiente para garantir benefícios ao tecnológico. Além disso, a possibilidade de acesso, a
conjunto dos segmentos sociais, países e regiões. partir de qualquer ponto, a conteúdos e serviços
Abriram-se novas possibilidades de inclusão social, diversos, através dos meios eletrônicos, diminui as
mas também se estabeleceram condições para o fronteiras entre os espaços (e os tempos) domésticos,
agravamento das desigualdades sociais e territoriais. do trabalho e do lazer.

O desenvolvimento de meios mais eficientes e O combate à chamada “cisão digital” (digital divide)
rápidos para o transporte de bens materiais e e os esforços para a universalização do acesso às TIC
imateriais forneceu a base técnica para o demonstram ter alcance parcial; tão ou mais
aprofundamento do processo de globalização, importante é a democratização e a possibilidade de
respondendo às novas exigências dos padrões de diversidade de conteúdos, línguas e linguagens que

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circulam nas redes multimídias; e ainda a capacidade e regiões. O conhecimento tácito é aquele que não
de desenvolver esses equipamentos e softwares, e de foi documentado e tornado explícito por quem o usa
prover e fazer uso dos conteúdos que circulam pelas ou detém; e deriva fundamentalmente da
novas mídia, ou seja, a capacidade de gerar e aplicar experimentação e da difusão de novas práticas pela
conhecimentos. interação local (GERTLER, 2001). O conhecimento
tácito reside e desenvolve-se em crenças, valores,
Tornou-se assim evidente a necessidade de uma know-how e habilidades de cada indivíduo e
agenda de maior amplitude política, econômica, organização, e provém do aprender fazendo, usando
social e cultural (LEGEY; ALBAGLI, 2000), e interagindo (JOHNSON; LUNDVALL, 2000). Ele
considerando que o modo de inserção no novo padrão se encontra associado a contextos organizacionais e
depende da base de conhecimentos, assim como da territoriais específicos.
capacidade de aprender e de inovar. Estes se
constituem hoje, mais do que nunca e de modo O conhecimento codificado é mais facilmente
distinto do passado, em fatores primordiais de descrito e disseminado de um lugar a outro,
produtividade, competitividade, diferenciação – e particularmente por meio das TIC; mas para
também desigualdade – de trabalhadores, empresas, assimilação e uso de toda informação/conhecimento
segmentos econômicos, países e regiões. São também codificado são necessários conhecimentos tácitos.
pré-requisitos para suas possibilidades de O conhecimento tácito passa então a ser considerado
desenvolvimento. um diferencial básico de desenvolvimento e
competitividade.
A capacidade de aprendizado é considerada
estratégica diante da velocidade das mudanças e INCLUSÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO
da crescente importância da inovação como fator LOCAL
de sobrevivência e competitividade individual,
organizacional e territorial. Diminuem os ciclos de Assim, tão importante quanto a capacidade de
vida dos produtos e processos, assim como se produzir novo conhecimento é a capacidade de
intensifica a “descartabilidade” não só de bens, mas processar, adaptar e converter conhecimento em
também de conhecimentos e ideários. Aumentam inovação, de acordo com as necessidades e
assim as pressões para a permanente renovação das especificidades de cada organização, país e
competências dos indivíduos, em seus papéis de localidade. Isto é particularmente relevante no caso
trabalhadores, consumidores e cidadãos, assim como dos países em desenvolvimento.
das organizações públicas e privadas, de localidades
e regiões. A promoção da inovação é freqüentemente vista
como algo desvinculado da promoção do
O aprendizado envolve a aquisição e a construção desenvolvimento local e da inclusão social. Contudo,
de diferentes tipos de conhecimentos, experiências, tais objetivos não são excludentes, e tratá-los de
competências e habilidades, não se limitando a ter forma conjunta para o desenvolvimento de um dado
acesso a informações. Ou seja, não se trata de território tende a gerar resultados mais consistentes
“transferir” informação e conhecimento, mas de um e de mais longo prazo. Sem o estabelecimento de
processo de interação e comunicação, o qual resulta ambientes propícios à geração, à incorporação e à
na construção de novos conhecimentos e disseminação de conhecimentos, não se pode
informações. garantir a sobrevivência, a manutenção ou o
crescimento consistente dos agentes produtivos,
Há hoje crescente reconhecimento da importância nem, muito menos, o desenvolvimento
do chamado conhecimento implícito e tácito 1, socioeconômico dos ambientes em que se inserem.
valorizando - se não apenas o conhecimento O desafio é associar tais estratégias à inclusão dos
formalizado e dito avançado (conhecimento segmentos sociais marginalizados e ao respeito à
científico-tecnológico), mas também o conhecimento diversidade cultural.
não-formalizado e não-estruturado, construído nas
práticas dos indivíduos, organizações, comunidades

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Até recentemente, predominou uma perspectiva 1980, como via de acesso das economias em desen-
atomística que explicava a atitude inovadora a partir volvimento ao mercado globalizado. O desenvol-
de decisões motivadas por uma racionalidade vimento local é também considerado endógeno se a
estritamente econômica e individual, bem como de comunidade é capaz de dispor de uma estratégia
atributos individuais do inovador (pessoa ou própria e de exercer controle sobre a dinâmica de
organização). Privilegiavam-se, portanto, políticas e transformação local, garantindo que o território não
estratégias de promoção da inovação no nível do seja um mero receptor passivo das estratégias e
indivíduo ou empresa. Tal abordagem demonstrou- interesses de organizações externas.
se insuficiente por supor a existência de um conjunto
de características comuns ao inovador, No sistema de relações que configuram o ambiente
independentemente do contexto em que o mesmo local, a dimensão cognitiva dos atores – expressa em
se situa; e por não explicar, de modo consistente, por sua capacidade de tomar decisões estratégicas e em
que a inovação ocorre diferentemente no tempo e seu potencial de aprendizado e inovação – é
no espaço. determinante de sua capacidade de capitanear os
processos de crescimento e mudança estrutural.
Tende-se hoje a considerar que a atitude inovadora Desse ponto de vista, o conhecimento gestado a partir
e o grau de inovação explicam-se fundamentalmente da realidade e das necessidades locais é relevante
pelas condições e influências sistêmicas que o tanto para se obter vantagem competitiva,
entorno social exerce. A produção, a socialização e transformando as características e atributos
o uso de conhecimentos e informações, assim como específicos de cada território em valorização
a conversão destes em inovações constituem econômica, como também para promover padrões de
processos sociais cujos contornos são definidos pela desenvolvimento mais sustentáveis, em termos
história e pela cultura em cada território. Importa sociopolíticos, econômicos e ambientais.
sobretudo compreender e conhecer “os mecanismos
endógenos de criação de ‘competências’ e de O foco de análise e das políticas desloca-se dos atores
transformação de conhecimentos genéricos em individuais de inovação – empresas e outras
específicos” (YOGUEL, 1998, p.4), residindo aí o organizações –, para centrar-se no ambiente social,
cerne de suas possibilidade de desenvolvimento e econômico e cultural onde as inovações ocorrem,
inclusão social. “tentando detectar a possível existência de algumas
chaves externas a empresas, mas internas aos lugares
Desse modo, contrariamente à noção de que as novas onde ocorrem os processos de inovação” (MENDEZ,
TIC representam o declínio da importância da 2002, p. 2). Valorizam-se então as condições locais
dimensão territorial, as atuais mudanças técnico- que propiciam a dinâmica de inovações, a partir da
econômicas, ditas “globalizantes”, têm sido percepção de que os agentes econômicos e de
acompanhadas da afirmação e da maior visibilidade inovação não são átomos isolados, mas estão
das diferenças socioespaciais, inclusive como fontes embutidos, enraizados, imersos, imbricados
de diferenciação inovativa, projetando a importância (embedded)2 nas relações, redes e estruturas sociais.
do desenvolvimento local. Cada local ou região
dispõe de diferentes combinações de características Os vários tipos de interações, em âmbito local,
e bens coletivos – físicos, sociais, econômicos, geralmente resultam, ainda que freqüentemente de
culturais, políticos, institucionais – que influenciam modo não-intencional, na geração e circulação de
em sua capacidade de aprendizado e inovação. bens intangíveis – informações, conhecimentos,
valores, práticas –, assim como em aprendizado.
Estratégias de desenvolvimento local começaram a O complexo de instituições, costumes e relações de
ganhar expressão, desde o final da década de 1970, confiança locais conducentes à cooperação assume
em contraposição às teses sobre modernização e um papel crítico para a inovação, assim como as
desenvolvimento exógeno, vigentes nos anos 1950 e relações – pessoais e sociais – que constituem os
1960. Tais estratégias colocaram-se também como principais veículos ou canais por meio dos quais o
alternativas ao modelo de inserção competitiva no aprendizado e a inovação têm lugar.
mercado mundial que se difundiu desde os anos de

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Nessas interações locais, desenvolve -se um de maneira sinérgica e confluem para projetar a
conhecimento coletivo, que não corresponde importância da informação e do conhecimento.
simplesmente à soma de conhecimentos de
indivíduos e organizações; resulta das sinergias Informação e conhecimento são socialmente molda-
geradas a partir dos vários tipos de interação. Assim dos e constituem elementos importantes no binômio
é que a comunicação entre os atores, no território, inclusão-exclusão social. O desenvolvimento de
estabelecendo um processo dinâmico de troca de novos meios técnicos de tratamento e comunicação
experiências, percepções e conhecimentos, é um da informação viabiliza conexões em tempo real e
elemento central na produção da cultura e da própria em escala planetária, estabelecendo redes de inte-
territorialidade, como atributo social, entendendo- gração, mas também de exclusão. Ao mesmo tempo
se que a cultura – incluindo conhecimentos, em que novos meios técnicos, a partir das modernas
capacidades, crenças, arte, moral, leis, hábitos e tecnologias de informação e comunicação, permi-
costumes – é construída no tempo (história) e no tem um maior e mais ágil intercâmbio de informa-
espaço (território). ções, também se impõem novas barreiras políticas,
econômicas e institucionais à integração de segmen-
Essa dimensão cognitiva do desenvolvimento local tos sociais e regiões marginalizados, no novo padrão.
coloca importantes desafios conceituais,
metodológicos e políticos, particularmente no caso Políticas destinadas a ampliar a capacidade de
do Brasil. É fundamental reconhecer e capitalizar os inovação, proteger a diversidade cultural e estimular
conhecimentos específicos de cada território. No caso o desenvolvimento local constituem requisitos
do Brasil, trata-se de valorizar a diversidade cultural fundamentais para promover não apenas a inclusão,
expressa na sua diversidade regional, reconhecendo- mas sobretudo a afirmação social dos diferentes
nos como uma sociedade multicultural. Dessa extratos e territórios no cenário em transformação.
perspectiva, as políticas de informação, ciência,
tecnologia e inovação devem considerar as variáveis
REFERÊNCIAS
territoriais e regionais. Isto porque cada território é
continente de conhecimento específico e estratégico, ALBAGLI, S. Novos espaços de regulação na era da informação e
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Sarita Albagli

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