Você está na página 1de 3

Paulo Cosmo Jr. - paulocosmojr - bit.

ly/CosmoBenedicti

Títulos de Crédito

Direito Empresarial
O direito empresarial encontra sua justificação não na tutela do
comerciante, mas na tutela do crédito e da circulação de bens ou serviços, bem
como a fim de permitir o bom desenvolvimento das relações de crédito e das
atividades econômicas.
A teoria geral dos títulos é uma obra de generalização da doutrina, que
permitiu uma disciplina uniforme para documentos que, embora diversos
entre si, apresentem características comuns. Embora haja um grande número
de títulos de crédito, não há como negar a existência de características comuns
entre eles.
Conforme conceito clássico de Cesare Vivante, o título de crédito é o
documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele
mencionado, adotado no artigo 887 do Código Civil de 2002.
São elementos essenciais de um título de crédito: a autonomia das
obrigações; a literalidade; cartularidade ou incorporação.
Um título de crédito tem como função precípua provar a existência da
obrigação e, eventualmente, serve até para constituir a obrigação em si.

1
Assim sendo, os títulos de crédito podem exercer o papel de meio técnico
para o exercício de direitos de crédito, isto é, eles simplificam o exercício
desses direitos, dando mais certeza e segurança aos credores.
Os títulos de crédito permitem que a simples transferência do documento
transfira o direito ali representado, assegurando à circulação dos direitos de
crédito o máximo de simplicidade e segurança.
A função primordial dos títulos de crédito é a de facilitar e agilizar a
circulação de riquezas, permitindo o melhor desempenho das atividades
econômicas. Os títulos de crédito se destinam a tornar mais simples, rápida e
segura a movimentação de bens e direitos. Há três exigências para essa
circulação de riquezas na economia moderna: a simplificação das
formalidades; a certeza dos direitos que se adquire; a segurança na circulação.
Neste interregno, os títulos de crédito assumem papel primordial, porque
simplificam a circulação e dão segurança aos eventuais adquirentes do crédito,
que terão interesse nessa circulação.
A cartularidade ou incorporação, a literalidade, a autonomia, a abstração e
a independência representam princípios dos títulos de crédito, os quais podem
ser cumpridos em graus diferentes.
Além disso, quando houver um conflito desses princípios com outros
princípios, como o da boa-fé, a solução do conflito não afastará a validade do
princípio não aplicado.
Comporta ainda, uma melhor conceituação de tais princípios:

Cartularidade: a existência do título de crédito necessita da formalização em


documento, devidamente preenchido para ser considerado juridicamente
perfeito.
Literalidade: o título devidamente preenchido somente produz efeitos
jurídicos pelo teor daquilo constante do documento.

2
Autonomia: o título de crédito é autônomo, logo circulável. Depreende-se da
relação originária.
Abstração: o título não fica vinculado à obrigação principal.
Independência: significa a autonomia do título, há o comprometimento do
título com a obrigação. O título de crédito pro soluto extingue a obrigação que
lhe dá causa, enquanto que o título pro solvendo somente será extinto com o
efetivo pagamento do título.

Você também pode gostar