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Histórico
Senado Projeto 166/2010
Substitutivo do Senado Pelo Senador Valter Pereira
Câmara : Projeto Lei 8.046/2010 (Projeto Barradas)
Senado: Relatório Final (Senador Vital do Rego)
Texto final com aprovação de 12 destaques (modificações de últimas horas)
Sanção Presidencial com veto em alguns artigos
Ministro Luiz Fux (um dos principais idealizadores do projeto): Analisou os obstáculos à
celeridade encontrados no CPC/73, os quais atribuiu a três grandes causas: excesso de
formalidades, expressivo volume de demandas e grande número de recursos no sistema
processual em vigor.
O objetivo central do NCPC é no sentido de reafirmar a determinação constitucional da razoável
duração dos processos, a igualdade nas decisões em casos idênticos e a valorização da busca de
soluções de conflitos por meio da mediação e da conciliação.
· Exclusão da nomeação a autoria (o artigo 338 traz um procedimento mais simples onde
ao ser mencionado na defesa que o réu não é o responsável pelo prejuízo causado ao
autor, o juiz facultará ao autor no prazo de 15 dias, alterar a petição inicial, na ocasião o
autor deverá pagar as custas e honorários do réu que saiu do processo e emendar a inicial
fazendo constar aquele indicado . Entretanto, o autor também poderá ao invés de encerrar
o processo contra o primeiro réu, poderá apenas acrescentar a lide o novo réu como
litisconsórcio passivo, mantendo o réu originário.
No CPC/73 as regras quanto a nomeação a autora seguiam os artigos 62 e seguintes vejamos:
Art. 62 – Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio,
deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
Art 63 – Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização, intentada pelo
proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos
alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro.
Art 65 Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o ficará sem
efeito a nomeação.
Art. 66 – Se o nomeado reconhecer a qualidade que lhe é atribuída, contra ele correrá o processo;
se a negar, o processo continuará contra o nomeante. (ou seja, para prosseguir o processo em
relação ao nomeado este deveria reconhecer a nomeação, senão o processo continuaria apenas
contra o primeiro reú).
· Mudanças na denunciação a lide per saltum que era permitida pelo artigo 456 do
Código Civil que agora foi revogado pelo CPC/15, ou seja, dá-se maior rendimento
ao processo não precisava ter uma sucessão de denunciações a lide e ainda veda a
denunciação per saltum. (art. 125, §2º)
Atualmente o CPC admite uma única denunciação a lide, o denunciado se perder depois deverá
ingressar com um novo processo para cobrar de quem vendeu para ele e assim sucessivamente
até chegar aquele que realmente deu causa ao prejuízo. Sem dúvida alguma nesta parte o Novo
Processo tornou-se muito mais demorado para se fazer realmente justiça, contudo, a ideia é que o
processo em si torne-se mais célere.
ex. Numa ação de divórcio c/c alimentos e partilha as partes compõem acordo em relação aos
alimentos o que é homologado pelo juiz (sentença de mérito), entretanto, o processo prosseguia
em relação a partilha dos bens.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de
obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na
decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que
haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será
definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito
poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a
critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento. (principio da fungibilidade recursal).
Tal fatiamento do mérito pode ocorrer em relação a um ou alguns dos vários pedidos
formulados na ação, na reconvenção ou em outras demandas incidentais (como é o caso
da denunciação da lide). Por exemplo: o autor formula três pedidos na inicial – e dois deles,
por ocasião do julgamento conforme o estado do processo, não apresentam nenhuma
controvérsia quanto aos fatos que os embasam, havendo necessidade de provas apenas
relativamente ao terceiro pedido. Outro exemplo: as provas documentais reunidas nos
autos já são suficientes para elucidar os fatos relevantes para o julgamento do pedido feito
pelo autor, sendo necessária somente instrução probatória relativamente ao suporte fático
da reconvenção que o réu formulou.
Mas o fatiamento pode ainda incidir sobre uma única pretensão formulada, na medida em que ela
seja fracionável, decomponível. Por exemplo: o autor pede a condenação do réu ao pagamento de
um milhão de reais, e o réu desde logo reconhece a procedência de duzentos mil reais,
defendendo-se quanto ao resto.
· A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da
lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário (art. 517)
A ideia é forçar o cumprimento da ordem judicial. O Protesto (registro em cartório) visa
impingir ao devedor pagar o valor devido para ter seu nome limpo na praça comercial.
Observações:
Sentença – sentimento do juiz, aquilo que o juiz sentia para os Romanos
A ideia do NCPC surgiu através da análise se o processo estava atingindo os fins para o
qual foi criado, a partir da década de 90 o processo sofreu inúmeras alterações, e mesmo
assim não estava realizando a contento a sua missão fundamental, entregar à sociedade a
resolução dos conflitos dentro de um prazo razoável e com as observações do direito
material propriamente dito, notadamente porque os juízes passaram a adotar muito o
direito processual, o que culminou em muitos processos sem uma efetiva solução.
Em decorrência da previsão constitucional de que nenhuma lesão a direito poderá escapar
do apreciação do poder judiciário, fomentou-se um aumento desenfreado da interposição
de litígios (prejudicando o princípio da duração razoável do processo).
Em 2009 foi realizado um congresso chamado de Congresso Panamericano de Direito
Processual, ocasião se observou a imperiosa necessidade de um novo código para
reorganizar as modificações anteriormente sofridas bem como para tentar trazer de forma
mais simples e objetiva a solução dos conflitos.