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Imunidade Tributária.

1- Noções Gerais.

Para a consecução do bem comum, o Estado precisa obter recursos, fazendo-o


por meio de receitas originárias e receitas derivadas. As receitas originárias são
provenientes do patrimônio estatal. As receitas derivadas são as que provém do
constrangimento sobre o patrimônio do particular. Os tributos constituem uma
modalidade de receita derivada.
Embora o contribuinte esteja legalmente compelido a pagar o tributo ao fisco, o
poder de tributar não é infinito. Se não for instituído meios eficazes para frear a atividade
estatal, os cidadãos ficam sujeitos a exações insuportáveis. As Limitações ao Poder de
Tributar são obstáculos estabelecidos para que o Ente Tributante não exceda o exercício
de suas atribuições.
A imunidade tributária consiste em uma dessas limitações. Ocorre quando a
Constituição, ao realizar a repartição de competência, coloca fora do campo tributário
certos bens, pessoas ou serviços. Como se trata de matéria constitucional, somente é
passível de alteração mediante EC, salvo se for cláusula pétrea.

Para fins de melhor compreensão, importante destacar a diferença entre


imunidade e isenção tributária. A imunidade é o impedimento constitucional para que o
ente tribute determinadas pessoas, situações ou bens. Se a constituição estabelece que
não se tribute uma pessoa ou um bem é imunidade.

A isenção é a dispensa legal do pagamento, não é veiculada a constituição,


somente por lei infraconstitucional. É uma forma de exclusão do crédito tributário. Em
outras palavras, há o fato gerador, mas o Ente Competente dispensa o sujeito passivo do
pagamento do tributo. Exemplo disso é a dispensa do pagamento do IPVA dada aos
taxistas por alguns Estados.

A Constituição Federal usa diversas terminologias para se referir às imunidades.


No entanto, se a limitação consta da própria Constituição, trata-se de uma
imunidade. Como exemplo curioso, o art. 195, § 7.0 , da CF/1988 estatui que são isentas
de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei. Apesar de o dispositivo prever que os
'requisitos para que as entidades mencionadas gozem do benefício serão estipulados em
lei e embora use a terminologia “isenta”, o caso é de imunidade e não de isenção, pois a
própria Constituição Federal de 1988 e não a lei que prevê a impossibilidade de cobrança
do tributo.

2- Classificação das imunidades.

a) Imunidade Excludente.
São aquelas cuja tributação é admitida para um único tipo de imposto, excluindo-
se todos os demais tributos. Ex.: O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF (CF, art. 153, §
5º), estando imune a outros tributos.
b) Imunidade incisiva.
A imunidade incisiva prevê determinada situação que só pode haver incidência
de alguns impostos específicos, excluindo os demais. O exemplo é o disposto no art. 155,
§ 3º, que diz que "à exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo
e o art. 153, I e II, nenhum outro tributo poderá incidir sobre telecomunicações, derivados
de petróleo, combustível e minerais dos país".
c) Imunidade Subjetiva.

Beneficia o sujeito. Um determinado sujeito/pessoa é imune à cobrança do


tributo. Ex.: A imunidade que recai sobre as pessoas políticas, que gozam da imunidade
recíproca (ainda iremos ver do que se trata a imunidade recíproca.

d) Imunidade Objetiva.
Está relacionada determinados fatos, bens ou situações. Imune é o objeto –
produto – e não o sujeito/pessoa. Ex.: a imunidade que recai sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão (CF, Art. 150, VI, d).

e) Imunidade mista.
As imunidades mistas são aquelas que alcançam as pessoas ao mesmo tempo em
que está relacionada a determinados fatos bens ou situações. Cita-se como exemplo o art.
153, § 4º, II da CF, ao preceituar que o “ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais,
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel”.
f) Imunidade Ontológica.
Mesmo não estando expressas explicitamente na CF, são fundamentais para o
atendimento de princípios constitucionais, a exemplo, princípio da isonomia em suas
variadas manifestações seja diante do princípio da capacidade contributiva ou do
princípio da autonomia das pessoas políticas. São consideradas ontológicas as imunidades
das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI, e).
seus escassos recursos- em face da ausência de capacidade contributiva- devem ser
destinados a sua atividade-fim (princípio da isonomia). Também é ontológica a
imunidade recíproca, por configurar cláusula protetiva do pacto federativo.

g) Imunidade explícita e implícita.


As imunidades expressas no texto são consideradas explícitas (ou expressas).
como é o caso da imunidade dos templos de qualquer culto e dos livros, jornais, periódicos
e do papel destinado à sua impressão. Imunidades implícitas são aquelas não estão
visivelmente expressas na CF, mas existem como decorrência dos princípios
constitucionalmente consagrados. A imunidade tributária recíproca é implícita, não está
diretamente expressas na CF, mas implicitamente é possível percebê-la como uma
decorrência do pacto federativo.

h) Imunidade condicionada.
A norma imunizante é classificada como de eficácia limitada, ficando a sua
aplicabilidade e o gozo do benefício a depender da edição de regulamentação
infraconstitucional. Ex: Como exemplos, têm-se as imunidades das instituições de
educação e assistência social sem fins lucrativos que somente gozam do benefício se
cumprirem os requisitos estabelecidos em lei complementar
i) Imunidade incondicionada.

A imunidade é considerada incondicionada quando a norma constitucional que


a prevê gera seus efeitos independentemente de regulamentação, possuindo eficácia
plena e aplicabilidade imediata. Como exemplos, podem ser citadas as imunidades
recíproca e cultural (CF, art. 150, VI, a e b)
J ) Imunidade genérica.

A Constituição Federal, ao estabelecer uma regra imunizante, pode fazê-lo de


forma geral, estabelecendo vedações a todos os entes tributantes, abrangendo diversos
tributos. Assim ocorre com o famoso art. 150, VI, da CF/1988, que impede que qualquer
ente político institua qualquer imposto sobre patrimônio, renda e serviços das
diversas entidades previstas nas alíneas a, b e e, bem como sobre os objetos constantes
na alínea d (livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão). São hipóteses
de imunidades genéricas (ou gerais)
k) Imunidade específica.

São aquelas que existem para uma pessoa política, ou ainda para um tributo
específico. Como exemplos, podem ser citadas as imunidades ao IPI e ao ICMS nas
operações de exportação e a imunidade ao ITBI que beneficia diversas operações
societárias.

3- Espécies de imunidades tributárias.


As mais importantes imunidades, são aquelas constantes do art. 150, VI, da
CF/1988, aplicáveis exclusivamente aos impostos.

a) Imunidade Tributária recíproca.


Trata-se de cláusula pétrea, por configurar importante regra protetiva do pacto
federativo. Somente se aplica aos impostos, não impedindo, a título de exemplo, que um
Município institua taxa pela coleta domiciliar de lixo, cobrando-a, também, pelo serviço
prestado nas repartições públicas federais e estaduais localizadas em seu território.
A imunidade tributária recíproca prevista é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados às finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Ao tratar especificamente das Autarquias e Fundações de direito público, o


constituinte quis, nitidamente, fazer uma distinção entre as entidades de direito público e
as entidades de direito privado. Contudo, existem entidades de direito privado integrantes
da Administração Indireta que se destinam a prestar serviços públicos, como ocorre nos
casos de delegação da execução da atividade estatal, o que as enquadra numa situação
muito mais próxima às autarquias e às fundações públicas. Nesse sentido, o STF tem
entendido pela possibilidade de extensão da norma a esses entes, desde que a empresa
estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro e o capital social seja
majoritariamente estatal.

A decisão inauguradora referente à matéria surgiu com a possibilidade de


extensão da imunidade recíproca à Empresa de Correios e Telégrafos. Entendeu o STF
que a ECT presta serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, que é o
serviço postal, distinguindo-se das empresas que exercem atividade econômica.

Em decisão mais recente o STF, pacificou o entendimento de que a imunidade


tributária aos correios é aplicável não somente no que diz respeito a prestação do serviço
público, mas também em relação a todas as demais atividades por ela empreendidos. Isso
porque, o exercício das atividades lucrativas não compreendidas no conceito de "serviços
postais e correio aéreo nacional" gera recursos que subsidiam a prestação e manutenção
destes serviços.

Partindo dos mesmos pressupostos utilizados para a decisão que entendeu que
as empresas públicas prestadoras de serviços púbicos obrigatório e exclusiva do Estado
estariam abrangidas pela imunidade tributária recíproca, o STF entendeu que também são
destinatárias da proteção constitucional as sociedades de economia mista que atendam
aos mesmos requisitos. O caso concreto referia-se à Companhi1 de Águas e Esgotos de
Rondônia – CAERD.

Em decisão posterior relativa Companhia Docas do Estado de São Paulo a


Suprema Corte analisou se presença de particulares dentre os acionistas de uma sociedade
de economia mista poderia prejudicar a configuração de imunidade. O Tribunal
considerou que se a participação privada for considerada ínfima, a imunidade não restará
prejudicada, o que se verificou no caso concreto da CODESP, em que a quase totalidade
das ações (99,97%) pertencia à União.

De maneira semelhante, o Supremo Tribunal Federal também aplicou a


imunidade recíproca a um hospital constituído sob a forma de sociedade de economia
mista cujas ações pertenciam quase que integralmente à União Federal (99,99%). O fato
de o hospital atender exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto,
receber somente recursos públicos levou o Tribunal a não enxergar finalidade lucrativa
na instituição, nem possibilidade de concorrência desleal com a iniciativa privada.
b) Imunidade religiosa.

Impede que o Estado se utilize do poder de tributar como meio de embaraçar o


funcionamento das entidades religiosas.

Características gerais:

• É Cláusula pétrea.
• É subjetiva.
• Aplicável exclusivamente aos impostos. Abrange os IMPOSTOS que
incidam sobre o patrimônio: IGF, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, ITCMD; que incidam sobre
a renda: IR; e que incidam sobre serviços: ISS.
• Relacionadas as atividades essenciais das entidades religiosas. Relativo a
isso, o Supremo Tribunal Federal entende que se um imóvel que pertence a ente imune é
alugado, e os rendimentos do aluguel estiverem vinculado às finalidades essenciais do
ente, sendo revertidos para atividades da instituição tanto o imóvel permanece imune ao
IPTU quanto os rendimentos advindos do aluguel são imunes ao IR.
c) A imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de
trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos.

O legislador constituinte quis proteger a liberdade de associação sindical


estatuída no art. 80 da Magna Carta.

A) Partido Político – além dos requisitos do artigo 14, devem possuir maia
dois: estar devidamente registrados no TSE; não atentar contra os costumes e
princípios do Estado brasileiro.
B) Entidades sindicais dos trabalhadores – Devem proteger as relações dos
trabalhadores com suas respectivas categorias econômicas.
C) Entidades sem fins lucrativos de educação e assistência social – Se
destinam à efetivar direitos sociais.
OBS.: Caso a entidade tenha algum tipo de lucro e reverta todo o ganho para
alguma das finalidades essenciais do estado, ela tem direito a Imunidade.
Quanto as entidades de Assistência Social são aquelas que auxiliam o Estado no
atendimento dos direitos sociais, tais como saúde, segurança, maternidade, trabalho etc.
Por essa razão, afirma-se que cumprir assistência social é respeitar o artigo 203 da Lei
Maior.
Requisitos infraconstitucionais previstos no artigo 14 do CTN:

a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a


qualquer título;
b) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus
objetivos institucionais;
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
Em relação a inaplicabilidade dessa imunidade, o STF entende ser presumível o
cumprimento dos requisitos. Sendo assim, para afasta-la e lançar os tributos devidos,
a autoridade competente deverá afastar a presunção, constituindo prova que
demonstre inequivocamente o desvio de finalidade (RE 470520/SP, RE 470520/SP).

d) Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua


impressão.

Sobre esses objetos não irá incidir ICMS, quando saem do estabelecimento
comercial; IPI, assim que saem da indústria; II, se houver importação.

Características Gerais:

• Consiste em exemplo de imunidade objetiva porque recai sobre objeto.


Logo, não recai sobre a indústria de papel, livraria e editora por aqui se tratam de pessoas.
• É cláusula pétrea.
• Visa baratear o acesso à cultura e a liberdade de atividade intelectual,
artística e cientifica.

Importante ressaltar que O Supremo Tribunal Federal já reconheceu a


imunidade dos álbuns de figurinhas e das apostilas. Com relação aos periódicos e
jornais, somente perderão a imunidade se apresentarem cunho eminentemente
publicitário, sem qualquer destinação à cultura e à educação, como os encartes e
catálogos. A lista telefônica tem imunidade tributária por ter utilidade pública.
Ademais, De acordo com o parecer do STF, a imunidade objetiva alcança também os
filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos (Súmula
nº 657).

e) Imunidade fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no


Brasil.

Requisitos gerais:

• Exigências de serem produzidos no Brasil


• A obra deve ser de autoria de autor brasileiro ou interpretada por artista
brasileiro.
• Abrange todos os impostos. No entanto não abrange os demais tributos.

Ressalva:

O processo de replicação permanece alvo da norma tributária.

4- Imunidades específicas de tributos.


Pessoas, objetos ou
Fundamento Tributos cuja incidência é
operações
constitucional. proibida.
beneficiados
Obtenção de certidões,
Art 5º, XXXIV exercício do direito de Taxas em gera\
petição
Custas judiciais
Ação popular, salvo
Art. 5º , LXXIII (consideradas taxas
comprovada má-fé.
pelo STF)
Exportação de produtos
Art. 153, § 3, IlI IPI
Industrializados
Pequenas glebas rurais,
definidas em lei,
Art.153,§4 , II exploradas por ITR
proprietário que não
possua outro imóvel.
Exportações de
mercadorias e serviços;
Operações que
destinem a outros
Estados petróleo,
inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados,
Art. 155, §2º, X lCMS
e energia elétrica;
Prestações de serviço
de comunicação nas
modalidades de
radiodifusão sonora e
de sons e imagens de
recepção livre e
gratuita.
Operações
relativas a energia
elétrica, serviços de
Impostos em geral,
Art.155, § 3º telecomunicações,
exceto II, IE e ICMS
derivados de petróleo,
combustíveis e
minerais do País.
Transmissão de bens ou
direitos incorporados
Art. 156, § 2, I ITBI
ao patrimônio de
pessoa
jurídica em realização
de capital;

Transmissão de bens ou
direitos decorrente de
fusão, incorporação,
cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo
se, nesses cesos, a
atividade
preponderante do
adquirente for a compra
e venda desses bens ou
direitos, locação de
bens imóveis ou
arrendamento
mercantil.

Operações de
transferência de
Art, 184, § 5 imóveis desapropriados Impostos em geral
para fins de reforma
agrária
Rendimentos de
aposentadoria e pensão
Contribuição
Art.195, II concedidas pelo regime
previdenciária
geral de previdência
social
Entidades beneficentes
de assistência social Contribuições para
Art. 195, § 7
que atendam às financiamento da
º
exigências seguridade social
estabelecidas em lei
·

1- Impostos estaduais e distritais:


a) IPVA
É um tributo fiscal, por meio do qual o Estado busca arrecadar receita. Também
exerce função extrafiscal, quando o Estado o arrecada objetivando preservar o meio
ambiente.

Sujeito ativo: O estado ou DF onde estiver licenciado o veículo automotor.


Sujeito passivo: o proprietário do veículo. Hipóteses de responsabilidade: o
adquirente do veículo, pelo imposto e acréscimos legais anteriormente devidos e não
pagos; o alienante de veículo automotor que não comunicar a alienação do veículo ao
órgão executivo de trânsito no prazo e condições estabelecidos na legislação específica;
o leiloeiro ou a empresa contratada pela realização do leilão público; o arrendatário, em
relação ao veículo objeto de arrendamento mercantil.

Fato gerador: a propriedade do respectivo veículo automotor.


Alíquotas: Nos termos do artigo 155, § 6º, da CF, IPVA terá suas alíquotas
mínimas fixadas pelo Senado Federal, podendo, ainda, possuir alíquotas diferenciadas
em razão do tipo e da utilização do veículo.
Imunidade tributária - O IPVA não incide sobre os veículos de propriedade:
I – da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, estendendo-se aos
veículos de propriedade das autarquias e das fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, utilizados na consecução de suas finalidades essenciais ou delas decorrentes; II
– dos templos de qualquer culto; III – dos partidos políticos e suas fundações; IV – das
entidades sindicais dos trabalhadores; V – das instituições de educação e de assistência
social sem fins lucrativos.

b) ICMS
Constitui um imposto fiscal, sendo uma das principais fontes de receita para os
Estados e para o Distrito Federal.

Sujeito ativo: quando se tratar de transmissão de bem imóvel ou de direito a ele


relativo, o imposto compete ao Estado (e o DF) da situação do imóvel; II) quando se tratar
de bens móveis, títulos (ações) e créditos, o imposto compete ao Estado onde se
processar o inventário (causa mortis), ou, ainda, ao Estado do domicílio do doador
(doação).

Sujeito passivo: segundo o Art. 42 do CTN, o contribuinte do imposto é qualquer


das partes na operação tributada, como dispuser a lei estadual que criar o imposto. Assim,
podem ser pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias,
importadores de bens de qualquer natureza, prestadores de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e, finalmente, prestadores de serviço de comunicação.

O fato gerador do ICMS pode ser simplificadamente dividido em três grupos:


a) circulação de mercadorias; b) prestação de serviços de transporte interestaduais
e intermunicipais; c) prestação de serviços de comunicação
Em relação às alíquotas, fixará as mínimas e as máximas Resolução do Senado
Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos senadores, aprovada
pela maioria absoluta dos seus membros, consoante expressa disposição constitucional
(artigo 155, § 2º, incisos IV e V, da CF).
Por sua vez, o § 2º do art. 155 da Constituição prevê que o ICMS atenderá aos
seguintes princípios:
i- não cumulatividade: compensando-se o que for devido em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal, e a isenção ou não
incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não implicará crédito para
compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes, acarretando
a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
ii- seletividade: em que a lei poderá fixar alíquotas diferenciadas para certos produtos ou
serviços em função da sua essencialidade;

iii- imunidades: sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, bem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior; sobre operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados,
e energia elétrica; sobre o ouro como ativo financeiro; e sobre as prestações de serviço de
comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção
livre e gratuita.

c) ITCMD
Este imposto é popularmente conhecido por “Imposto de Herança e de Doação”,
incidindo em duas hipóteses:

i- nos casos de transferência de patrimônio em razão de morte;


ii- em consequência de cessão por ato de liberalidade e generosidade para os casos de
transferência de patrimônio em razão de doação pura e simples.

Sujeito ativo: quando se tratar de transmissão de bem imóvel ou de direito a ele


relativo, o imposto compete ao Estado (e o DF) da situação do imóvel; quando se tratar
de bens móveis, títulos (ações) e créditos, o imposto compete ao Estado onde se processar
o inventário (causa mortis), ou, ainda, ao Estado do domicílio do doador (doação).

Sujeito passivo: O Art. 42 do CTN estabelece que o contribuinte do imposto é


qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei estadual que criar o
imposto.
Fato gerador: O fato gerador do ITCMD é a transmissão de forma não
onerosa – por sucessão ou por doação – de bens imóveis, móveis, títulos de crédito e
qualquer outro direito. Considera-se sucessão o ato – determinado por lei ou por vontade
– pelo qual a herança se transmite aos herdeiros legítimos e testamentários (art. 1.794,
Código Civil). Já a doação é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra (art. 538, Código Civil).
A alíquota máxima do imposto será fixada pelo Senado Federal (Resolução
nº 9/92 - 8%)

2- Impostos Municipais:
a) IPTU
O Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana tem sua fonte na
Constituição, no artigo 156, inciso I e nos artigos 32 a 34 do CTN.
Sujeito ativo: o município onde o imóvel está localizado

Sujeito passivo: o proprietário de imóvel urbano. Entende-se que incidirá esse


imposto apenas quando for exercida a posse e o domínio útil com animus domini
(intenção de agir como dono).
Fato gerador: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza
ou por acessão física.

A Lei Magna determina que as alíquotas do IPTU podem ser progressivas por
duas razões. A primeira para cumprir a função social do imóvel urbano. A segunda
possibilidade de progressividade das alíquotas do IPTU é em razão do valor do
imóvel, consoante prevê o artigo 156, § 1º, 1, da Lei Maior, após a EC nº 29/2000. Quanto
maior for o valor do imóvel, maior será a alíquota desse imposto. O artigo 156, § 1°, li,
da Carta Magna determina, ainda, que as alíquotas do IPTU podem ser diferentes segundo
a localização e o uso do imóvel.
B) ITBI

Não podemos confundir com o ITCMD, este é um imposto estadual sobre


transmissão Causa Mortis e Doação. O ITBI é o imposto sobre a transmissão de bens
imóveis e de direitos a eles relativos.
Sujeito ativo: segundo o art. 42 do CTN, a lei é livre para fixar o contribuinte,
mas, em regra, este será o adquirente do imóvel, conforme estabelece o Código Civil ao
impor ao comprador as despesas da escritura (salvo cláusula contratual em contrário).
Porém, a legislação poderá instituir como responsável solidário pelo pagamento do
imposto devido, nas transmissões que se efetuarem sem esse pagamento, o adquirente e
o transmitente, o cessionário e o cedente, conforme o caso.
Sujeito passivo: O contribuinte é qualquer das partes na operação tributada,
como dispuser a lei (art. 42 do CTN). Pode ser o transmitente ou o adquirente.

O fato gerador dar-se-á com a transmissão inter vivos, a qualquer título, por
ato oneroso, de bens imóveis (“por natureza” ou por “acessão física”).
A base de cálculo é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou direitos
reais cedidos. Com relação às alíquotas, insta mencionar que deverão ser
proporcionais, e não progressivas, uma vez que é vedada a progressividade para tal
gravame, em função de se tratar de imposto real (vide Súmula 656 do STF) e da ausência
de previsão de progressividade no texto constitucional.

Há importante imunidade para o ITBI no art. 156, § 2º, I, CF, segundo a qual
não incidirá o imposto nas transmissões de bens ou direitos nas realizações de
capital, fusões, incorporações, cisões ou extinções de pessoas jurídicas. Essa regra
será excepcionada, isto é, haverá a incidência do imposto se a atividade preponderante
do ‘adquirente’ for o arrendamento mercantil, a locação ou a compra e venda desses
bens imóveis.
C) ISSQN
Impostos sobre serviços de qualquer natureza, é um imposto eminentemente
fiscal.
Sujeito ativo: Em regra, é o município do local do estabelecimento prestador
do serviço ou, na falta do estabelecimento, do local do domicílio do prestador.
EXCEÇÕES: previstas pelo artigo 3º, inciso I a XXII, da LC nº 116/03, quando
o imposto será devido ao município do local da prestação do serviço.
Sujeito passivo: O sujeito passivo é o prestador dos serviços constantes da lista
anexa à LC 116/2003, excetuados aqueles que prestam serviços em relação de
emprego, os trabalhadores avulsos e os diretores e membros de Conselhos
Consultivo e Fiscal de Sociedades (Art. 2º, II, da LC 116/2003)
Fato gerador: dar-se-á com a prestação de serviços constantes da Lista
mencionada, que conta com cerca de 230 serviços, divididos em 40 itens.
Base de cálculo: é o preço do serviço (Art. 7º, LC 116/2003). Na
impossibilidade de aferição do valor correspondente, é possível calcular o imposto a
partir de um valor recolhido periodicamente – é o “ISS FIXO”, comum aos profissionais
liberais.
Alíquota – O art. 156, § 3º, I e III, da CF/88 aduz caber a LC fixar as alíquotas
máximas e mínimas desse imposto. Com efeito, a LC 116/03 fixou alíquota máxima de
5%.

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