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MECÂNICA DOS SÓLIDOS

TENSÃO e FORÇAS AXIAIS

Por
Santiago Maya Johnson

Semestre 01-2020

Universidade Federal de São Carlos


SP - Brasil

“If a builder has built a house


for a man and his work is not
strong and the house falls in
and kills the householder, that
builder shall be slain.”

“Se um construtor construiu uma


casa para um homem e seu
trabalho não é forte e a casa cai e
mata o morador, esse construtor
será condenado à morte.”

The Code of Hammurabi 2


Tensão (Stress)

Como já sabemos, a força (FR) e momento (MRO) atuando em um ponto especifico O na


área seccionada do corpo, representa os efeitos resultantes da distribuição real do
carregamento atuando sobre a área seccionada. Vamos considerar a área (transversal)
seccionada a ser subdividida em pequenas áreas, como ΔA.

Hibbeler - Mechanics of Materials - 8th Ed 3

Tensão (Stress)

Embora a distribuição exata desta carga interna possa ser desconhecida, podemos usar as equações de
equilíbrio para relacionar as forças externas na parte inferior do corpo com a força (FR) e o momento
(MRO) resultantes da distribuição, e em qualquer ponto específico O na área seccionada. Será mostrado
que o ponto O é mais frequentemente escolhido no centroide da área seccionada.

Na figura da direita se mostra como o momento resultante (MRO) é equivalente às forças distribuídas
na área transversal, em pontos distantes ao ponto O. 4
Tensão (Stress)

À medida que reduzimos ΔA para um


tamanho menor e menor, devemos
fazer duas suposições sobre as
propriedades do material.

Consideraremos o material como


contínuo, isto é, consistindo em um
contínuo ou distribuição uniforme de
matéria sem espaços vazios. Além
disso, o material deve ser coeso, o
que significa que todas as partes dele
estão conectadas juntas, sem
quebras, rachaduras ou separações.

Tensão (Stress)

À medida que ΔA se aproxima de zero, o


mesmo acontece com ΔF e seus
componentes; no entanto, a divisão
entre força e área, em geral, se aproxima
de um limite finito. Esse quociente é
chamado de tensão (σ) e descreve a
intensidade da força interna que atua
sobre um plano específico (área)
passando por um ponto.

∆F
σ = lim
∆A→0 ∆A

6
Tensão (Stress)

Se o corpo for seccionado adicionalmente por planos paralelos ao plano x-z, Fig.(b), e o plano y-
z, Fig.(c), podemos então "cortar" um elemento de volume cúbico de material que representa o
estado de tensão agindo em torno do ponto escolhido no corpo. Esse estado de tensão é então
caracterizado por três componentes atuando em cada face do elemento.

Tensão (Stress)

Tensões normais: σ x ,σ y ,σ z
(perpendiculares à
área)

Tensões cortantes: τ xy ,τ yx ,τ xz ,τ zx ,τ zy ,τ yz
(tangente ao plano da
área)

Por condições de equilíbrio: τ xy = τ yx


τ xz = τ zx
τ zy = τ yz
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Tensão Normal

Tensão normal: A intensidade da força que age normal (perpendicular) a ΔA é definida como a
tensão normal, σ (sigma). Desde que ΔFz é normal (perpendicular) para a área, então:

∆Fz
σ z = lim
∆A→0 ∆A

Se a força ou tensão normal “puxa” em ΔA como mostrado na Fig.(a), ela é referida como
tensão de tração, ao passo que se “empurra” ela é chamada de tensão de compressão.

Tensão Cortante

Tensão cortante: A intensidade da força que age tangente a ΔA é chamada de tensão cortante,
τ (tau). Aqui nós temos componentes de tensão de cisalhamento:

∆Fx ∆Fy
τ zx = lim ; τ zy = lim
∆A→0 ∆A ∆A→0 ∆A
Note que nesta notação de subscrita z especifica a orientação da área ΔA, Fig. 1–11, e x - y
indicam os eixos ao longo dos quais cada tensão de cisalhamento atua. No caso τzx indica a
tensão cortante no plano perpendicular ao eixo Z, atuando no eixo X.

10
James M Gere - Mechanics of Materials 6th Ed 11

Norton – Machine design

12
Norton – Machine design

13

Norton – Machine design

14
Unidades

F N lb
σ avg = ∴ = Pa ; = psi
A m2 in 2
Como a tensão representa uma força por unidade de área, na normal
internacional ou sistema SI, as magnitudes de tensão normal e de
cisalhamento são especificadas nas unidades básicas de newtons por metro
quadrado (N/m2). Essa unidade, chamada de pascal (1Pa = 1 N/m2) é
bastante pequena e em engenharia prefixos como kilo- (103) simbolizado
por k, mega- (106) simbolizado por M, ou giga- (109) simbolizado por G, são
usados para representar valores maiores e mais realistas de tensão. Da
mesma forma, no sistema de unidades Foot-Pound-Second, engenheiros
geralmente expressar tensão em libras por polegada quadrada (psi - pounds
per square inch) ou kilopounds por polegada quadrada (ksi), em que 1
kilopound (kip) = 1000 lb
15

Distribuição Média de Tensão Normal

Devido à deformação uniforme do


material, é necessário que a seção
transversal seja submetida a uma
distribuição de tensão normal constante

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Distribuição Média de Tensão Normal

Cada pequena área ΔA na seção transversal é submetida a uma força ΔF= σΔA, e a soma dessas
forças atuando sobre toda a área da seção transversal deve ser equivalente à força resultante
interna P na seção. Se deixarmos ΔA -> dA e, portanto ΔF -> dF, então, reconhecermos que σ é
constante

∆F = σ∆A   dF =  σ ⋅ dA
A

P
P =σ ⋅ A  σ =
A
Onde:
σ = tensão normal média em qualquer ponto da área da seção transversal
P = força normal interna resultante, que atua através do centróide da área da
seção transversal.
A = área da seção transversal da barra onde σ é determinado
17

Equilíbrio

↑ ΣFz = 0; σ (∆A) − σ ′(∆A) = 0


σ =σ′

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Exemplo – Tensão Normal

A barra na Fig. tem uma largura constante de 35 mm e uma espessura de 10 mm.


Determine a tensão normal média máxima na barra quando esta é submetida ao
carregamento mostrado

Solução:

→ ΣFx = 0; N − 12kN = 0
N = 12kN
19

Exemplo – Tensão Normal

→ ΣFx = 0; N − 12kN − 9kN − 9kN = 0


N = 30kN

→ ΣFx = 0; − N + 22kN = 0
N = 22kN
20
F
σ avg =
A

A B C D

PBC 30kN 30 x103 N


σ BC = =
A (35mm)(10mm) (0.035m)(0.01m)
= 85 714 285 Pa = 85.7 MPa

21

Exemplo – Tensão Normal

PBC 30kN 30 x103 N


σ BC = =
A (35mm)(10mm) (0.035m)(0.01m)
= 85 714 285 Pa = 85.7 MPa

20 mm
3
PBC 30kN 30 x10 N
σ BC = =
4 ⋅ A (70mm)(20mm) (0.07 m)(0.02m)
= 21 428 571Pa = 21.4 MPa
70 mm 21.4 MPa

22
Exemplo – Tensão Normal

F
σ avg = = 85.7 MPa
A

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Tensão Cortante Média

A tensão de cisalhamento (cortante) foi definida como o componente de tensão que atua no plano
da área seccionada. Considere o efeito da aplicação de uma força F à barra da Figura. Se os
suportes forem considerados rígidos e F for suficientemente grande, fará com que o material da
barra se deforme e falhe ao longo dos planos identificados por AB e CD. Um diagrama de corpo
livre do segmento central não suportado da barra, indica que a força cortante V = F/2 deve ser
aplicada em cada seção para manter o segmento em equilíbrio.

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Tensão Cortante Média

A tensão cortante média distribuída sobre cada área seccionada que desenvolve essa
força de cisalhamento é definida por:

V
τ=
A

Onde:
τ = tensão cortante média na seção, assumindo que é a mesma em cada ponto localizado na
seção
V = força cortante resultante interna na seção determinada a partir das equações de equilíbrio
A = área na seção
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Equilíbrio:

força

tensão área

→ ΣFy = 0; τ zy (∆x∆y ) − τ ′zy (∆x∆y ) = 0


τ zy = τ ′zy

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momento
Equilíbrio:

força

tensão área alavanca

ΣM x = 0; − τ zy (∆x∆y )∆z + τ yz (∆x∆z )∆y = 0


τ zy = τ yz

τ zy = τ ′zy = τ yz = τ ′yz = τ
Em outras palavras, todas as quatro tensões cortantes devem ter igual magnitude e ser
direcionadas para ou afastadas uma da outra em bordas opostas do elemento.
27

Exemplo – Tensão Cortante

Determine a tensão cortante média no pino de 20 mm de diâmetro em A e o pino de 30 mm de


diâmetro em B que suporta a viga na Fig.

28
Exemplo – Tensão Cortante
Solução: Calculo das Reações
FB

FBy

θ
FBx

4 FBy 4
sin θ = =  FBy = FB
5 FB 5
3 FBx 3
cos θ = =  FBx = FB
5 FB 5
29

Exemplo – Tensão Cortante


Equações de equilíbrio

ΣM A = 0; − 30kN ⋅ 2m + ( FB ⋅ 54 ) ⋅ 6m = 0
FB = 12.5kN

→ ΣFx = 0; 12.5kN ⋅ ( 53 ) − Ax = 0  Ax = 7.5kN


↑ ΣFy = 0; Ay − 30kN + 12.5kN ⋅ ( 54 ) = 0  Ay = 20kN

Assim, a força resultante atuando no pino A é:

FA = Ax + Ay = (7.5kN ) 2 + (20kN ) 2 = 21.36kN


2 2

30
Exemplo – Tensão Cortante
O pino em A é suportado por duas “folhas” fixas e, portanto, o diagrama de corpo livre do
segmento central do pino mostrado na Figura tem duas superfícies de corte entre a viga e cada
folha.
FA 21.36kN
VA = =
2 2
= 10.68kN

observe que o pino B está sujeito a um único cortante, que ocorre na seção entre o cabo e a viga

VB = FB = 12.5kN

31

Exemplo – Tensão Cortante

Tensão cortante media:

VA 10.68kN 10.68 x103 N


τA = = = π
AA π ( 20 mm
2)
2
4 (0.02 m)
2

= 33995495 Pa = 34 MPa

VB 12.5kN 12.5 x103 N


τB = = =
AB π (30 mm 2 ) 2 π4 (0.03m) 2
= 17683882 Pa = 17.68MPa

32
Deformação

Sempre que uma força é aplicada a um corpo, ela tenderá a mudar a forma e o
tamanho do corpo. Essas alterações são chamadas de deformação e podem
ser altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis. A deformação de um
corpo também pode ocorrer quando a temperatura do corpo é alterada.

Em um sentido geral, a deformação de um corpo não será uniforme em todo o


seu volume, e assim a mudança na geometria de qualquer segmento de linha
dentro do corpo pode variar substancialmente ao longo de seu comprimento.
Assim, para estudar mudanças deformacionais de maneira mais uniforme,
consideraremos segmentos de linhas muito curtos e localizados na vizinhança
de um ponto. Perceba, no entanto, que essas mudanças também dependerão
da orientação do segmento de linha no ponto.

33

Deformação

O termo geral deformação inclui tanto mudanças de


comprimentos quanto mudanças de ângulos. Por
exemplo, considere a deformação axial de uma barra.
Para ilustrar como a barra se deforma localmente
quando é esticada, dois quadrados são desenhados
na superfície da barra não deformada; um quadrado é
alinhado com o eixo da barra e um quadrado é
orientado em 45 para o eixo da barra. Mudanças
locais no comprimento, como a do segmento de linha
BC quando se alonga para se tornar o segmento B * C
*, são descritas por deformação extensional. Os
sobrescritos do asterisco denotam “após a
deformação ter ocorrido”. Mudanças no ângulo local,
como a mudança do ângulo direito DEF para se tornar
o ângulo agudo D * E * F * são descritas por
deformação de cisalhamento.

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Deformação específica (Strain)

A deformação específica extensional, ou deformação específica normal, é designada pela letra


grega minúscula epsilon (ε). A deformação específica média é definida como a relação entre o
alongamento total ΔL e o comprimento original L, ou seja:

∆L L* − L
ε avg = =
L L

Se a barra se estender (ou seja, L *> L), a deformação específica (ε) é positiva e é chamada de
deformação específica de tração. Um encurtamento da barra resulta em um valor negativo e é
referido como deformação específica de compressão. Embora a deformação específica seja uma
quantidade adimensional, é prática comum reportar valores de deformação em unidades de
mm/mm ou in/in
35

Deformação específica (Strain)

Consideraremos apenas o caso em que a deformação específica normal é uniforme ao longo do


comprimento de um membro. Esse tipo de deformação uniforme também é chamado de
deformação específica axial ou deformação específica longitudinal.

∆L
ε = ε avg =
L

Associado ao alongamento de um membro


em tensão axial, há contração transversal

∆L ∆W
ε long = ; ε trans =
L W
36
Coeficiente de Poisson
Siméon-Denis Poisson. (1781-1840) No início dos anos 1800, o cientista francês S.D.
Matemático e estudante de Laplace
Poisson percebeu que dentro da faixa elástica a
razão dessas deformações é uma constante, já que
as deformações ΔL e ΔW são proporcionais. Esta
constante é conhecida como coeficiente de
Poisson, ν (nu), e tem um valor numérico que é
único para um material particular que é ambos
homogêneo e isotrópico.

ε trans
ν =−
ε long
O sinal negativo é incluído aqui, pois o alongamento longitudinal (deformação positiva) causa
contração lateral (deformação negativa) e vice-versa.
37

Ensaio de Tração Uniaxial

Universal Testing Machine

https://www.youtube.com/watch?v=D8U4G5kcpcM

38
Ensaio de Tração Uniaxial

Roy R. Craig - Mechanics of Materials 3rd Ed 39

Ensaio de Tração Uniaxial

40
Diagrama de Tensão vs Deformação

P δ
σ= ε=
A0 L0

41

Diagrama de Tensão vs Deformação

Hibbeler - Mechanics of
Materials 8th Ed 42
Diagrama de Tensão vs Deformação

43

Diagrama de Tensão vs Deformação

44
Lei de Hooke

Os diagramas de tensão-deformação para a maioria dos materiais de engenharia exibem uma


relação linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. Consequentemente, um
aumento na tensão provoca um aumento proporcional na deformação. Este fato foi descoberto
por Robert Hooke em 1676 usando molas e é conhecido como a lei de Hooke. Pode ser expresso
matematicamente como:

σ = E ⋅ε
Aqui, E representa a constante de proporcionalidade, que é chamada de módulo de elasticidade ou
módulo de Young, em homenagem a Thomas Young, que publicou um relato em 1807.

45

Módulo de Elasticidade

Robert L. Mott, Joseph A.


Untener - Applied Strength of
Materials 6th ED 46
Lei de Hooke

As propriedades do material em cisalhamento, tais como tensão de escoamento em cisalhamento,


módulo de elasticidade de cisalhamento, e assim por diante, podem ser obtidas a partir de um
teste de torção. O comportamento linearmente elástico no cisalhamento é descrito pela lei de
Hooke para cisalhamento, onde:

τ = G ⋅γ
A constante de proporcionalidade, G, é chamada de módulo de elasticidade de cisalhamento, ou,
simplesmente, o módulo de cisalhamento. Como E, o módulo de cisalhamento G é geralmente
expresso em unidades de ksi ou GPa. As propriedades de cisalhamento estão intimamente
relacionadas às propriedades de extensão através de equações de equilíbrio e geometria de
deformação.

E
G=
2(1 +ν )
47

Princípio de Saint-Venant

Adhémar Jean Claude Barré de


Saint-Venant

Quando uma carga é aplicada em um ponto sobre


um corpo, ela tendência a criar uma distribuição
de esforços que se torna mais uniforme em
(1797-1886) Mecânico e matemático
regiões afastadas do ponto de aplicação.
francês
48
Princípio de Saint-Venant

Roy R. Craig - Mechanics of Materials 3rd Ed 49

Princípio de Saint-Venant

coefs.uncc.edu 50
Princípio de Saint-Venant (Fotoelasticidade)

http://classes.mst.edu 51

Tensão admissível (Fator de Segurança)

Para projetar (desing) adequadamente um elemento estrutural ou elemento mecânico, é


necessário restringir a tensão no material a um nível que seja seguro. Para garantir essa segurança,
é necessário escolher uma tensão admissível que restrinja a carga aplicada a uma carga inferior à
carga que o membro pode suportar totalmente.

Um método para especificar a carga admissível para um membro é usar um número chamado fator
de segurança. O fator de segurança (F.S.) é uma razão entre a tensão de falha e a tensão
admissível.

σ fail τ fail
FS = or FS =
σ allow τ allow

52
Tensão admissível (Fator de Segurança)

FIGURE 3–9 Stress


distribution near a
change in geometry.

Robert L. Mott, Joseph A.


Untener - Applied Strength of
Materials 6th Ed 53

Tensão admissível (Fator de Segurança)

Hibbeler - Mechanics of Materials 8th Ed 54


Case Study: Edifício Space

Depois

Antes

55

Case Study: Edifício Space

Informe Final (Edificio Space) - UNIANDES 56


Case Study: Edifício Space
Análise sem patologias --- Carga atuante
--- Carga resistente

Informe Final (Edificio Space) - UNIANDES 57

Case Study: Edifício Space


Análise de terremotos --- Carga atuante
--- Carga resistente

Informe Final (Edificio Space) - UNIANDES 58


Forças Axiais
Flambagem

59

Forças Axiais

60
Deformação Elástica de um Membro Carregado
Axialmente
Usando a lei de Hooke e as definições de tensão e deformação (especifica), desenvolveremos agora
uma equação que pode ser usada para determinar o deslocamento elástico de um membro
submetido a cargas axiais. Para generalizar o desenvolvimento, considere a barra mostrada na Fig.,
que tem uma área de seção transversal que varia gradualmente ao longo de seu comprimento L. A
barra é submetida a cargas concentradas em suas extremidades e uma carga externa variável
distribuída ao longo de seu comprimento. Ignorando deformações locais e assumindo distribuição
uniforme de tensões sobre a seção transversal.

61

Deformação Elástica de um Membro Carregado


Axialmente
A força axial interna resultante será uma função de x, uma vez que o carregamento distribuído
externo fará com que ele varie ao longo do comprimento da barra. Essa carga, P (x), deformará o
elemento e, portanto, o deslocamento de uma extremidade do elemento em relação à outra
extremidade será dδ. O estresse e tensão no elemento são:

P( x) dδ
σ= and ε=
A( x) dx
Desde que o estresse não exceda o limite proporcional, podemos aplicar a lei de Hooke:

σ = E ⋅ε
P ( x) dδ P( x)dx
= E⋅  dδ =
A( x) dx A( x) E
62
Deformação Elástica de um Membro Carregado
Axialmente
Para todo o comprimento L da barra, devemos integrar essa expressão para encontrar δ :

L P ( x)
δ = dx
0 A( x) E
Onde:
δ = deslocamento de um ponto na barra em relação ao outro ponto.
L = comprimento original da barra.
P(x) = força axial interna na seção, localizada a uma distância x de uma extremidade.
A(x) = área da seção transversal da barra, expressa em função de x
E = módulo de elasticidade para o material

Carga axial e Área Transversal Constante:

P⋅L
δ=
A⋅ E
63

Deformação Elástica de um Membro Carregado


Axialmente
Se a barra for submetida a várias forças axiais diferentes ao longo do seu comprimento, ou a área
da seção transversal ou o módulo de elasticidade mudar abruptamente de uma região da barra
para a seguinte, a equação acima pode ser aplicada a cada segmento da barra onde quantidades
permanecem constantes. O deslocamento de uma extremidade da barra em relação à outra é
então encontrado a partir da adição algébrica dos deslocamentos relativos das extremidades de
cada segmento.

P1 P2

P⋅L
δ =
A⋅ E

64
Deformação Elástica de um Membro Carregado
Axialmente
Se a barra for submetida a várias forças axiais diferentes ao longo do seu comprimento, ou a área
da seção transversal ou o módulo de elasticidade mudar abruptamente de uma região da barra
para a seguinte, a equação acima pode ser aplicada a cada segmento da barra onde quantidades
permanecem constantes. O deslocamento de uma extremidade da barra em relação à outra é
então encontrado a partir da adição algébrica dos deslocamentos relativos das extremidades de
cada segmento.

P⋅L
δ =
A⋅ E
P1 P2 P2
A1 A1 A2
65

Deformação Elástica de um Membro Carregado


Axialmente
Consideraremos a força e o deslocamento como positivos se causarem tração e alongamento,
respectivamente; enquanto negativo, se causar compressão e contração.

P⋅L
δ =
A⋅ E

66
Exemplo 1: Deformação Elástica Carga Axial
Determine o deslocamento entre os pontos A e D.

Solução: Método das seções para calcular as forças internas.


A< x< B
5kN P →  Fx = 0; − 5kN + P = 0
P = 5kN
B< x<C
5kN 8kN P →  Fx = 0; − 5kN + 8kN + P = 0
P = −3kN
67

Exemplo 1: Deformação Elástica Carga Axial


C>x>D
→  Fx = 0; − P − 7kN = 0
P 7kN
P = −7kN

Diagrama de força normal:

A B C D

P ⋅ L (5kN ) ⋅ LAB (−3kN ) ⋅ LBC (−7kN ) ⋅ LCD


δA D =  = + +
A⋅ E A⋅ E A⋅ E A⋅ E
68
Exemplo 2: Deformação Elástica Carga Axial
A montagem mostrada na Fig. consiste de um tubo de alumínio AB tendo uma área de seção
transversal de 400 mm2. Uma barra de aço com um diâmetro de 10 mm está presa a um colar
rígido e passa através do tubo. Se uma carga de tração de 80 kN é aplicada à barra, determine o
deslocamento da extremidade C da barra. Tome EFe = 200 GPa, EAl = 70 GPa.

69

Exemplo 2: Deformação Elástica Carga Axial

Solução: Separar os componentes para calcular os deslocamentos individuais, ao separar


aparecem as reações; calcular Reações e forças internas.

RA 80kN →  Fx = 0; − RA + 80kN = 0
RA = 80kN
RA RB →  Fx = 0; RA − RB = 0
RB = RA = 80kN

P
80kN →  Fx = 0; − P + 80kN = 0
P = 80kN + Tração

80kN P →  Fx = 0; 80kN + P = 0
P = −80kN - Compressão

70
Exemplo 2: Deformação Elástica Carga Axial

Primeiro determinaremos o deslocamento da extremidade C em relação ao ponto B da


barra de aço.
P⋅L (80 x103 N ) ⋅ (0.6m)
δC B = = = 0.003056m
[ ]
A ⋅ E π (0.005m) 2 ⋅ (200 x109 N m 2 ) + barra alonga

O deslocamento da extremidade B em relação à extremidade fixa A do tubo de alumínio.

P⋅L (−80 x103 N ) ⋅ (0.4m)


δB = = = −0.001143m
A ⋅ E (400 x10 −6 m 2 ) ⋅ (70 x109 N m 2 )
- tubo encurta

Como ambos os deslocamentos são para a direita, o deslocamento de C em relação à extremidade


fixa A é, portanto:
δ C = δ B + δ C B = 0.001143m + 0.003056m
= 0.0042m = 4.2mm
71

Exemplo 3: Deformação Elástica Carga Axial

A viga rígida mostrada na Figura é fixada na


parte superior dois postes (dext = 40mm),
um de aço AISI 4340 e outro de alumínio
6063-T6. Os postes têm 500 mm de 400 kN/m
comprimento quando nenhuma carga é
aplicada à viga. Calcule os deslocamentos
longitudinais (δAl , e δFe) e as tensões meia 40mm
(σAl , e σFe) nos postes. Determine o ângulo
500 mm

de inclinação da viga (em graus) quando é Al Fe


aplicada uma carga homogeneamente
distribuída de 400 kN/m. Calcule os fatores
de segurança.
A 0.5 m B 0.5 m C
Use EFe = 200 GPa ,e Eal = 70 GPa. Limite
elástico AISI 4340 (Sy = 786 MPa), e
AA6063-T6 (Sy = 214 MPa)

72
Exemplo 3: Deformação Elástica Carga Axial

Solução: Calculando a forças de reação na viga podemos encontrar as forças nos postes
(que atuariam no sentido oposto).

400 kN
M A = 0; (400kN )(0.5m) − FFe (1m) = 0
FFe = 200kN
FAl FFe
↑  Fy = 0; FAl + FFe − 400kN = 0
0.5 m 0.5 m
FAl = 400kN − FFe = 200kN

Antes 1m
δAl δFe
Depois
δAl- δFe
 δ − δ Fe 
tan(θ ) =  Al 
 1000mm 
73

Exemplo 3: Deformação Elástica Carga Axial

FAl
− FAl ⋅ L − 200'000 N ⋅ (500mm)
δ Al = = = −1.14mm
(
AAl ⋅ E Al π (0.02m) 2 ⋅ 70 x109 mN2 )
Al
− FFe ⋅ L − 200'000 N ⋅ (500mm)
δ Fe = = −0.40mm
(
AFe ⋅ EFe π (0.02m) 2 ⋅ 200 x109 mN2 )

 δ − δ Fe  −1  0.74mm 
tan(θ ) =  Al   θ = tan   ≈ 0.04°
 1000 mm   1000 mm 

74
Exemplo 3: Deformação Elástica Carga Axial

Como os comprimentos, as áreas e forças são iguais, portanto:

− 200000 N
FAl = FFe ; σ Al = σ Fe = = −159MPa
π (0.02m) 2

Os fatores de segurança:
Sy Al 214
FS Al = = ≈ 1.3
σ Al 159

Sy Fe 786
FS Fe = = ≈ 4.9
σ Fe 159

75

Tensões Térmicas

Uma mudança de temperatura pode fazer com que um corpo altere suas dimensões. Geralmente, se a
temperatura aumentar, o corpo se expandirá, enquanto que se a temperatura diminuir, ele se contrairá.
Normalmente, essa expansão ou contração está linearmente relacionada ao aumento ou diminuição da
temperatura que ocorre. Se este for o caso, e o material for homogêneo e isotrópico, verificou-se, por
experimento, que o deslocamento de um membro com um comprimento L pode ser calculado usando a
fórmula:

ε T = α ⋅ ∆T δ T = ε T ⋅ L = α ⋅ ∆T ⋅ L
Onde:
α = uma propriedade do material, conhecida como o coeficiente de dilatação térmica lineal. As unidades
medem deformação especifica (strain) por grau de temperatura. Elas são 1/°F (Fahrenheit) no sistema FPS e
1/°C (Celsius) ou 1/°K (Kelvin) no sistema SI. Os valores típicos se encontram em tabuas nos livros

ΔT = a mudança algébrica de temperatura do componente


L = o comprimento original do componente
δT = a alteração algébrica no comprimento do componente
76
Tensões Térmicas
Lembrando que:


ε=  dδ = ε ( x ) ⋅ dx
dx
L
δ =  ε ( x ) ⋅ dx
0

No caso de deformações devido a mudanças na temperatura:

L
δ T =  α ( x ) ⋅ ∆T( x ) dx
0

James M Gere - Mechanics of Quando o coeficiente (α) e a variação da temperatura (ΔT)


Materials 6th Ed são constante ao longo do comprimento obtemos a
equação:

δ T = α ⋅ ∆T ⋅ L
77

Tensões Térmicas

Hibbeler - Mechanics of Materials - 8th Ed 78


Exemplo 4: Tensões Térmicas

A barra de aço A-36 mostrada na Figura é restrita a


encaixar apenas entre dois suportes fixos (A e B)
quando T1 = 60°F. Se a temperatura é elevada para T2 =
120°F determinar a tensão térmica normal media
desenvolvida na barra.

α A36 ≈ 6.6 x10 −6 [1 / ° F ]


≈ 12 x10 −6 [1 / °C ]

E A36 = 29000ksi
= 200GPa

60° F = 15.56°C ; 120° F = 48.89°C


0.5in = 1.27cm = 0.0127m
79

Exemplo 4: Tensões Térmicas

Solução: Como não há carga


externa, a força em A é igual, mas oposta
à força em B; isso é:

+ ↑  Fy = 0 ;
FA = FB = F

Como não pode existir deslocamento


devido as restrições nos suportes, δA/B =
0.
Então, o deslocamento térmico δT que
ocorre, é neutralizado pela força F
necessária para empurrar a barra δF de
volta à sua posição original.

80
Exemplo 4: Tensões Térmicas

FL
δ A/ B = 0 = δT − δ F  0 = α ⋅ ∆T ⋅ L −
AE

F = α ⋅ ∆T ⋅ AE
[ ] [
= 6.60 x(10 −6 ) / ° F (120° F − 60° F )(0.5in) 2 29000kip / in 2 ]
= 2.87kip
Como F também representa a força axial interna dentro da barra, a tensão
compressiva normal média é:

F 2.87kip
σ= = = 11.5ksi
A (0.5in) 2
81

Sistema Internacional de Unidades (S.I.)

FL
δ A/ B = 0 = δT − δ F  0 = α ⋅ ∆T ⋅ L −
AE

F = α ⋅ ∆T ⋅ AE
[ ] [
= 12 x (10 −6 ) / °C (48.89°C − 15.56°C )(0.0127 m) 2 200 x109 N / m 2 ]
= 12902 N = 12.9kN

Como F também representa a força axial interna dentro da barra, a tensão


compressiva normal média é:

F 12902 N
σ= = 2
= 79'992000 Pa = 80 MPa
A (0.0127 m)
82
Exemplo 5: Tensões Térmicas
O tubo é feito de aço A-36 e é conectado aos colares em A e B. Quando a temperatura é de 60°F ,
não há carga axial no tubo. Se o gás quente que atravessa o tubo faz com que sua temperatura
aumente ΔT = (40 + 15x) °F , onde x está em pés (ft), determine a tensão normal media no tubo. O
diâmetro interno é 2 polegadas (in) e a espessura da parede do tubo é 0.15 in.

E A36 = 29000ksi α A36 ≈ 6.5 x10−6 [1 / ° F ]


= 200GPa ≈ 11.7 x10 −6 [1 / °C ]

83

Exemplo 5: Tensões Térmicas

Solução: Calculando a forças de reação na parede para encontrar as forças internas no tubo.

RA F
→  Fx = 0 ; RA + F = 0
; F = − RA
Força normal interna negativa, que dizer que é compressão.
Como não pode existir deslocamento devido as restrições nos suportes (colares), δA/B = 0. Então, o
deslocamento térmico δT que ocorre, é neutralizado pela força F necessária para empurrar a barra δF
de volta à sua posição original.
δ A/ B = 0 = δT + δ F

L F( x )
δF = 
L
dx δ T =  α ( x ) ⋅ ∆T( x ) ⋅ dx
0 A( x ) E 0

84
Exemplo 5: Tensões Térmicas

Como as forças internas (N) foram calculadas e são constantes ao longo do eixo X, e a área (A) e a
coeficiente de dilatação térmica lineal (α) são constantes:

L L F( x )
δ A / B = 0 = δ T + δ F =  α ( x ) ⋅ ∆T( x ) ⋅ dx +  dx
0 0 A( x ) E
L F ⋅L
δ A / B = 0 = α  ∆T( x ) ⋅ dx +
0 A⋅ E

− A ⋅ E ⋅α L
F=
L  0
∆T( x ) ⋅ dx
85

Exemplo 5: Tensões Térmicas


Resolvendo de maneira genérica para qualquer variação lineal de temperatura:

Equação de línea reta: y = b + m⋅ x

∆T( x ) = ∆TA +
(∆TB − ∆TA ) x
L

∆TA ; x =0 = (40 + 15 ⋅ 0)° F = 40° F Em nosso caso particular, ΔTA = 40°F , e ΔTB = 160°F :

∆TB ; x =8 = (40 + 15 ⋅ 8)° F = 160° F

∆T( x ) = 40 +
(160 − 40) x = 40 + 15 x
8 86
Exemplo 5: Tensões Térmicas
Então:
− A ⋅ E ⋅α L  (∆TB − ∆TA ) x  ⋅ dx
F=
L 0


 AT +
L 

(∆TB − ∆TA )x 2 
L
− A ⋅ E ⋅α   ∆T + ∆TB 
F=  ∆TA x +  = − A ⋅ E ⋅ α  A 
L  2L 0  2 
 40° F + 160° F 
(
= − A(29000ksi ) 6.5 x10 −6 / ° F  ) 
 2 
F = − A ⋅ (18.85ksi )

F − A ⋅ (18.85ksi ) Lembrando que são


σ= = = −18.85ksi tensões de compressão.
A A
87

Tarefa:

Tente resolver, usando o Sistema Internacional de Unidades (S.I.)

Resposta:
 ∆T + ∆TB 
F = − A ⋅ E ⋅α  A 
 2 
σ = −130 MPa

18.85ksi = 18850 psi  129.97 MPa

88
T0− A = 60° F ≈ 15.56°C
T f − A = 100° F ≈ 37.78°C

Conversão de delta incorreta Conversão de delta Correta

5
(∆T )°C = [(∆T )° F − 32]⋅  
5 (∆T )°C = [( ∆T )° F ]⋅  
9 9
(∆TA )°C = [40 − 32]⋅ ( 95 ) = 4.44 (∆TA )°C = [40]⋅ ( 59 ) = 22.22

89

Tarefa 2:

Imagine que o mesmo problema fosse feito com um tubo de liga de Alumínio AA6063-T1,
determine a tensão normal media. Discuta os resultados encontrados; sabendo que o limite
elástico (Sy) e a resistência máxima a tração (Su) dessa liga de Alumínio são:
Sy = 62 MPa ( 9000 psi = 9 ksi )
Su = 120 MPa ( 17000 psi = 17 ksi )

E AA6063 = 10000ksi α AA6063 ≈ 13.1x10 −6 [1 / ° F ]


= 68.9GPa ≈ 70GPa ≈ 23.6 x10 −6 [1 / °C ]

Resposta:
σ AA6063 = −90.3MPa

90

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