Você está na página 1de 87

Santo António de

Lisboa
santo franciscano nascido em Lisboa
Santo António de Lisboa ou
Santo António de Pádua [1]

Santo António com o Menino Jesus em


pintura de Stephan Kessler
Frade Franciscano e
Doutor da Igreja (Doctor Evangelicus)
Nascimento 15 de agosto de 1195? em
Lisboa, Portugal
Morte 13 de junho de
1231 (35 anos) em Pádua, Itália
Veneração Igreja Católica
por Religiões Afro-Brasileiras
Beatificação 1232, Roma por Papa Gregório
IX
Canonização 30 de maio de 1232, Catedral de
Espoleto por Papa Gregório IX
Principal Igreja de Santo António de
templo Lisboa, Lisboa, Portugal e
Basílica de Santo António de
Pádua, Pádua, Itália
Festa 13 de junho
litúrgica
Atribuições livro, pão, Menino Jesus e lírio
Padroeiro Portugal (padroeiro secundário),
Lisboa (padroeiro principal),
Pádua, pobres, mulheres
grávidas, casais, pessoas que
desejam encontrar objectos
perdidos, oprimidos
Portal dos Santos

Santo António (pt) ou Antônio (pt-BR) de


Lisboa, também conhecido como Santo
António (pt) ou Antônio (pt-BR) de Pádua,Ver
nota:[1] OFM (Lisboa, 15 de agosto de
1195? — Pádua, 13 de junho de 1231), de
sobrenome incerto mas batizado como
Fernando, foi um Doutor da Igreja que
viveu na viragem dos séculos XII e XIII[2].

Primeiramente pertenceu à Ordem dos


Cónegos Regulares da Santa Cruz, que
seguiam a Regra de Santo Agostinho, no
Convento de São Vicente de Fora, em
Lisboa, indo posteriormente para o
Convento de Santa Cruz, em Coimbra,
onde aprofundou os seus estudos
religiosos através da leitura da Bíblia e
da literatura patrística, científica e
clássica. Tornou-se franciscano em 1220
e viajou muito, vivendo inicialmente em
Portugal, depois na Itália e na França,
retornando posteriormente à Itália, onde
encerrou sua carreira. No ano de 1221
fez parte do Capítulo Geral da Ordem em
Assis, convocado pelo fundador,
Francisco de Assis. Posteriormente,
quando sua eloquência e cultura
teológica tornaram-se conhecidas, foi
nomeado mestre de Teologia em
Bolonha, tendo, a seguir, pregado contra
os albigenses e valdenses em diversas
cidades do norte da Itália e no sul
França. Em seguida foi para Pádua, onde
morreu aos 35 anos

A sua fama de santidade levou-o a ser


canonizado pela Igreja Católica pouco
depois de falecer, distinguindo-se como
teólogo, místico, asceta e sobretudo
como notável orador e grande
taumaturgo. António é também tido
como um dos intelectuais mais notáveis
de Portugal do período pré-universitário.
Tinha grande cultura, documentada pela
coletânea de sermões escritos que
deixou, onde fica evidente que estava
familiarizado tanto com a literatura
religiosa como com diversos aspetos
das ciências profanas, referenciando-se
em autoridades clássicas como Plínio, o
Velho, Cícero, Séneca, Boécio, Galeno e
Aristóteles, entre muitas outras. O seu
grande saber tornou-o uma das mais
respeitadas figuras da Igreja Católica do
seu tempo. Lecionou em universidades
italianas e francesas e foi o primeiro
Doutor da Igreja franciscano. São
Boaventura disse que ele possuía a
ciência dos anjos. Hoje é visto como um
dos grandes santos do Catolicismo,
recebendo larga veneração e sendo o
centro de rico folclore.[3]

Santo António é o padroeiro da cidade de


Lisboa (São Vicente é o padroeiro do
Patriarcado de Lisboa), sendo também o
padroeiro secundário de Portugal. É
igualmente padroeiro da cidade italiana
de Pádua.

Primeiros anos …

Local onde nasceu Santo António, em Lisboa,


situado na cripta da igreja a si dedicada.
Santo António de Lisboa nasceu em
Lisboa em data incerta, numa casa,
assim se pensa, próxima da Sé, às
portas da cidade, no local onde
posteriormente se ergueu a igreja que
lhe foi dedicada. A tradição indica 15 de
agosto de 1195, mas não há documento
fidedigno que confirme esta data.
Também foi proposto o ano de 1191,
mas, segundo um seu biógrafo, o padre
Fernando Lopes, as contradições em sua
cronologia só se resolveriam se ele
tivesse nascido em torno de 1188.
Tampouco se sabe quem foram seus
pais. Nenhuma das biografias primitivas
os nomeiam, e deles só se sabe, sem
uma segurança definitiva, que viviam em
boa condição econômica e eram
plebeus. Somente no século XIV, a partir
de tradições orais, é que se começou a
atribuir ao pai o nome de Martim ou
Martinho de Bulhões, e à mãe, o de Maria
Teresa Taveira.[2][4][5] Que seu pai se
chamasse Martinho ou Martim, parece
ser verdade, pois o obituário de São
Vicente de Fora recorda o falecimento de
uma irmã do taumaturgo que era freira e
que atendia pelo nome de Maria Martini
ou Martins, que de acordo com as regras
da onomástica da época deve ser
interpretado como "Maria filha de
Martinho".[6]
De qualquer forma, esses nomes se
fixaram na memória popular, e com a
crescente fama do santo, não custou a
biógrafos tardios atribuírem também aos
seus pais uma dignidade superior. Do pai
foi dito descender do celebrado
Godofredo de Bulhão, comandante da
I Cruzada, e da mãe, que descendia de
Fruela I, rei de Astúrias.[2][7][8] Tais
parentescos nunca puderam ser
comprovados e tudo indica que são
apenas lendas. No entanto, uma
abastada família Bulhão de Lisboa —
Bolhom, na grafia da época, que não
tinha nada a ver com Godofredo —
manteve por séculos uma forte tradição
de pertencimento do santo à sua
linhagem.[9]

Igreja de Santo António, em Lisboa, erguida sobre a


casa onde segundo a tradição nasceu o santo
português

Fez os primeiros estudos na Igreja de


Santa Maria Maior (hoje Sé de Lisboa),
sob a direção dos cónegos da Ordem
dos Regrantes de Santo Agostinho.
Como era a prática da ordem, deve ter
recebido instrução nas artes liberais do
trivium e do quadrivium, o que
certamente plasmou seu caráter
intelectual. Ingressando ainda um
adolescente como noviço da mesma
Ordem, no Mosteiro de São Vicente de
Fora, iniciou os estudos para sua
formação religiosa. A biblioteca de São
Vicente de Fora era afamada pela sua
rica coleção de manuscritos sobre as
ciências naturais, em especial a
medicina, o que pode explicar as
constantes referências científicas em
seus sermões.[10][11]
Poucos anos depois pediu permissão
para ser transferido para o Mosteiro de
Santa Cruz de Coimbra, a fim de
aperfeiçoar sua formação e evitar
distrações profanas, já que era
constantemente visitado por amigos e
parentes. Coimbra era na época o centro
intelectual de Portugal, e ali deve ter-se
envolvido profundamente no estudo da
Bíblia e nos textos dos Padres da Igreja.
Nesta época entrou em contato com os
primeiros missionários franciscanos que
haviam chegado a Portugal em 1217, e
que estavam a caminho do Marrocos
para evangelizar os mouros. Sua
pregação do Evangelho no espírito de
simplicidade, idealismo e fraternidade
franciscana, e sua determinação
missionária, devem ter tocado o
sentimento de Fernando. Entretanto, uma
impressão ainda mais forte ocorreu
quando os corpos desses frades, mortos
em sua missão, voltaram a Coimbra,
onde foram honrados como mártires.
Autorizado a juntar-se a outros
franciscanos que tinham um eremitério
nos Olivais, sob a invocação de Santo
António do Deserto, mudou seu nome
para António e iniciou sua própria
missão em busca do martírio.[12]

A sua missão …
Aparição do Menino Jesus ao santo

Por essa altura, decidiu deslocar-se ele


também a Marrocos, mas, lá chegando,
foi acometido por grave doença, sendo
persuadido a retornar. Fê-lo desalentado,
já que não havia proferido um único
sermão, não convertera nenhum mouro,
nem alcançara a glória do martírio pela
fé. No regresso, uma forte tempestade
arrastou o barco para as costas da
Sicília, onde encontrou antigos
companheiros. Ali se quedou até a
primavera de 1221, dirigindo-se com eles
então para Assis a fim de participarem
do Capítulo da Ordem — o último que
seria feito com a presença do
fundador.[13] Em Assis encontrou-se com
São Francisco de Assis e os seus
primeiros seguidores, um evento de
grande importância em sua carreira.
Sendo designado para um eremitério em
Montepaolo, na província da Romagna,
ali passou cerca de quinze meses em
intensas meditações e árduas
disciplinas.[14]

Pouco depois aconteceu uma ordenação


de frades em Forlì, quando deixou o
isolamento e para lá se dirigiu. Até então
os franciscanos não sabiam de sua
sólida formação, mas faltando o
pregador para a cerimónia, e não
havendo nenhum frade preparado para
tal, o provincial solicitou a António que
falasse o que quer que o Espírito Santo
inspirasse. Protestou, mas obedeceu, e
dissertando para os franciscanos e
dominicanos lá reunidos de forma
fluente e admirável, para a surpresa de
todos, foi de imediato destinado pelo
provincial à evangelização e difusão da
doutrina pela Lombardia. Entretanto, a
prática franciscana desencorajava o
estudo erudito, mas em novembro de
1223 o papa Honório III sancionou a
forma final da Regra da Ordem
Franciscana, autorizando uma formação
mais aprimorada, desde que submissa
ao trabalho manual, à prece e à vida
espiritual. Recebendo a aprovação para a
tarefa pastoral do próprio Francisco,
fixou-se então em Bolonha, onde se
dedicou ao ensino da teologia na
universidade e à pregação. Deslocando-
se em seguida para a França, ensinou
nas universidades de Toulouse e
Montpellier, passando também por
Limoges.[15][16]

Em 1226 assistiu ao Capítulo de Arles, e


em outubro do mesmo ano, após a
morte de Francisco, serviu como enviado
da Ordem ao papa Gregório IX, para
apresentar-lhe a Regra da Ordem.[17] Em
1227 foi indicado ministro provincial da
Romanha, e passou os três anos
seguintes pregando na região, incluindo
Pádua, para audiências cada vez
maiores. Nesse período colocou por
escrito diversos sermões. Participou do
Capítulo Geral em Assis, em 1230, onde
também assistiu no translado dos restos
mortais de São Francisco de Assis da
Igreja de São Jorge para a nova
basílica.[18]

Neste mesmo ano de 1230, solicitou ao


papa dispensa de suas funções como
provincial para dedicar-se à pregação,
reservando algum tempo para a
contemplação e prece no mosteiro que
havia fundado em Pádua. Sempre
trabalhando pelos necessitados,
envolveu-se também em questões
políticas, a exemplo de sua viagem a
Verona para pedir a libertação de
prisioneiros guelfos feitos pelo tirano
gibelino Ezzelino, e em 1231 persuadiu a
municipalidade de Pádua a elaborar uma
lei que impedia a prisão por dívidas se
houvesse a possibilidade de
compensação de outras formas.[17]

Últimos dias …
Tumba e altar do santo na sua basílica de Pádua

Pouco depois da Páscoa de 1231 sentiu-


se mal, declarou-se hidropisia e ele
deixou Pádua para dirigir-se ao
eremitério de Camposanpiero, nos
arredores da cidade.[19] Outras versões
dizem que terá sido hospedado pelo
conde Tiso, devido ao estado de saúde
precário,[18] ou que seus companheiros
ergueram-lhe uma cabana no alto de
uma árvore, onde teria permanecido
alguns dias.[19]
Percebendo que a morte estava próxima,
pediu para ser levado de volta a Pádua,
mas apenas tendo alcançado o convento
das clarissas de Arcella, subúrbio de
Pádua, ali morreu, a 13 de junho de 1231.
As clarissas reclamaram seu corpo, mas
a multidão acabou sabendo de seu
passamento, tomou-o e o levou para ser
sepultado na Igreja de Nossa Senhora.
Sua fama de santidade era tamanha que
foi canonizado logo no ano seguinte, em
30 de maio, pelo papa Gregório IX. Os
seus restos mortais repousam desde
1263 na Basílica de Santo António de
Pádua, construída em sua memória logo
após sua canonização. Quando sua
tumba foi aberta para iniciar o processo
de translado, sua língua foi encontrada
incorrupta, e São Boaventura, presente
no ato, disse que o milagre era prova de
que sua pregação era inspirada por
Deus. Foi proclamado Doutor da Igreja
pelo papa Pio XII em 16 de janeiro de
1946 e é comemorado no dia 13 de
junho.[19]

Sua pregação, seus escritos e


a presença contemporânea
de sua obra
Santo António em pintura de Alvise Vivarini

Entre suas várias qualidades, chamou a


atenção de seus contemporâneos seu
admirável dom como pregador, com uma
eficácia tanta que lhe foi dado o apelido
de malleus hereticorum (o martelo dos
heréticos). Muitas descrições de época
referem o fascínio que sua fala exercia
sobre as multidões de pessoas simples e
também sobre clérigos doutos, e embora
o efeito de sua oração a viva voz não
possa mais ser recuperado, seu estilo e
os conteúdos que abordava podem ser
conhecidos em parte através dos 77
sermões que sobreviveram e constam
em sua obra publicada em edição crítica,
Sermões Dominicais e Festivos, e que são
considerados autênticos, conforme disse
José Geraldes Freire. São textos
eloquentes, persuasivos, cheios de zelo
messiânico, sendo frequentes a defesa
do pobre e a reprimenda do rico, e o
combate às heresias de seu tempo,
como as dos albigenses e
valdenses.[2][17]

A tradição atribui seu dom à inspiração


divina, entretanto é impossível deixar de
considerar o importante papel que sua
formação erudita desempenhou neste
aspecto de sua vida e obra. A análise das
referências que fez em seus escritos,
junto com o levantamento das fontes
literárias presentes em seu tempo nas
bibliotecas que frequentou,
especialmente a de Santa Cruz, atestam
sem sombra para dúvidas que sua
preparação intelectual foi ampla e
profunda.[20] Além de um conhecimento
detalhado da Bíblia, dos escritos dos
Padres da Igreja e outros escritores
cristãos, são encontradas citações de
clássicos como Aristóteles, Cícero,
Catão, Sócrates, Dioscórides, Donato,
Eliano, Escribónio, Euquério de Lião,
Festo Solino, Filão de Alexandria, Tibulo,
Sérvio, Públio Siro, Juvenal, Plínio, o
Velho, Varrão, Sêneca, Flávio Josefo,
Horácio, Ovídio, Lucano e Terêncio. Seu
conhecimento das ciências naturais
ultrapassa em muito o currículo regular
das artes liberais medievais,
aprofundando-se em áreas como a
medicina, a física, a história natural, a
cosmografia, mineralogia, zoologia,
botânica, astronomia e óptica.[3][21] Nas
palavras de José Antunes,

"Santo António de Lisboa, embora


muito festejado e venerado como
santo pelo povo, é menos conhecido
como um homem de cultura literária
invulgar e como um verdadeiro
intelectual da Idade Média.
Reveladora dessa cultura ímpar, é a
sua obra escrita, cheia de beleza e
densidade de pensamento, como
nos testemunham os seus Sermões,
autênticos tesouros da literatura e
da história. Vasta, profunda,
extraordinária, a respeito da Bíblia.
Ampla, variada e bem apropriada
nas transcrições dos Padres da
Igreja e dos autores clássicos.
Impressionante, para o tempo, não
apenas pelo conhecimento que
revela das ciências naturais e das
humanidades, mas igualmente pelo
erudito discurso sobre noções
jurídicas, como Poder, Direito e
Justiça".[22]
Santo António pregando aos peixes em pintura de
azulejos em Guimarães, Portugal

Naturalmente, era fiel à ortodoxia cristã.


Apesar de sua extensa cultura profana,
considerava a Escritura sagrada a fonte
da ciência superior, da verdadeira
ciência, da qual todas as outras eram
meras servas e simples coadjutoras no
trabalho da Salvação. Por isso deu
grande importância a uma boa exegese
do texto sagrado, privilegiando a
extração do seu sentido moral. Nota-se
ainda em sua obra alguns dos primeiros
sinais de um progressivo abandono do
pensamento medieval, que apresentava
o homem e o mundo como desprezíveis
e fontes do pecado, abrindo-se a uma
apreciação mais positiva da vida
concreta e do relacionamento humano,
entendendo o ser humano como uma
maravilhosa obra divina.[23] Na análise de
Pedro Calafate:

"Santo António não olvidará a


excelência da contemplação, mas
sublinhará não obstante a
circunstância terrena do homem
como corpo e alma, sem deixar de
considerar que a abertura à
exterioridade não transforma o amor
aos outros e às criaturas no apego à
posse das coisas, estando neste
caso o culto da pobreza,
nomeadamente as críticas severas
que dirigiu aos prelados e
dignatários eclesiásticos, por se
comprazerem nos luxos do século.
Tratando-se de uma espiritualidade
que não olvidou a dimensão prática
e vivencial, equacionou também a
relação entre a ação e a
contemplação no quadro da mística.
Filha da vontade e do amor, numa
alienatio mentis que supera o plano
estritamente racional para que a
alma, inteiramente conduzida pela
graça, contemple Deus como em
espelho ou em enigma, a mística
tampouco representará uma
renúncia à vida ativa, nem às
exigências da vertente racional do
homem, porque a alma volta e
regressa à vida ativa para a realizar
com maior perfeição, numa
confluência entre o entender e o
contemplar, o saber e a
sabedoria".[23]

Contudo, é de dizer que na forma como


chegaram, os ditos sermões são antes
um manual didático para os noviços do
que transcrições de sermões
verdadeiramente proferidos. Foram
produzidos para seus alunos, para
instruí-los na arte predicatória, a fim de
que depois eles pudessem converter
com sucesso os pecadores e infiéis à fé
cristã. Apesar disso, eles possuem em
seu conjunto pouca ordem
sistemática.[24]

Os sermões são ainda um precioso


documento de época, muitas vezes
fazendo alusões às transformações
sociais e econômicas que ocorriam
durante aquele período, atestando o
crescimento das cidades, o
florescimento das atividades artesanais
e do comércio, o surgimento das
corporações de ofícios, as diferenças de
classes. Além dos conteúdos sacros,
que ainda preservam seu caráter
inspirador, tais alusões — onde surge
aguda crítica social na condenação da
avareza, da usura, da inveja, do egoísmo,
da falta de ética na administração
pública, dos falsos moralistas e
hipócritas, dos maus pastores de almas,
do orgulho dos eruditos, dos ricos
ensimesmados em sua opulência que
oprimem e excluem os pobres do tecido
social — são responsáveis pelo valor
perene e atual de seus escritos, sendo
passíveis de imediata identificação com
muitas circunstâncias e contradições da
vida contemporânea.[25]

Tradição taumatúrgica
O milagre da mula, 1627, Musée des Augustins,
Toulouse
Ticiano: O milagre da cura do pé amputado, 1511,
Scuola del Santo, Pádua

Diz a tradição que em sua curta vida


operou muitos milagres, como seguem
alguns exemplos.[8][17]

Certa feita, meditando à beira-mar


sobre a frequente presença da
imagem do peixe nas Sagradas
Escrituras, os peixes ter-se-iam
reunido a seus pés para escutar uma
das suas pregações.
Teria restaurado um campo de trigo
maduro para colheita que fora
estropiado por uma multidão que o
seguia; teria protegido
milagrosamente seus ouvintes da
chuva que caía durante um sermão, e
uma mulher impedida pelo marido de
ir ouvi-lo pôde escutar suas palavras a
quilómetros de distância.
Quando em disputa com um herege
albigense sobre a presença ou não do
Deus vivo na hóstia consagrada, o
herege, chamado Bonvillo, disse que
se uma mula, tendo passado três dias
sem comer, honrasse uma hóstia em
detrimento de uma ração de aveia, ele
acreditaria no santo. Segundo a
história, assim que a mula foi liberta
de seu cercado, faminta, desviou-se da
ração e ajoelhou-se diante da hóstia
que António lhe mostrava.
Restaurou o pé amputado de um
jovem.
Soprou na boca de um noviço para
expulsar as tentações que sofria,
confirmando-o em sua vocação.
Quando alguns hereges colocaram
veneno em sua comida para verificar
sua santidade, o santo fez o sinal da
cruz sobre o alimento, comeu-o e nada
sofreu, para o vexame dos seus
tentadores.
Outro milagre famoso trata-se da
aparição do Menino Jesus ao santo
durante uma de suas orações, uma
cena multiplicada abundantemente em
sua iconografia.
Um certa mulher em Ferrara, Itália, deu
a luz em meio de uma situação
familiar complicada, pois seu marido
estava desconfiando que o filho não
era dele. Quando Santo António soube
da situação, visitou o casal por altura
do nascimento, tomou a criança em
seus braços e ordenou energicamente
ao recém-nascido que dissesse quem
era o pai. Ele apesar da idade dele ser
de apenas de horas ou de dias
apontou ao referido homem e falou
sem titubear que era ele de facto.
Durante sua pregação num consistório
diante do papa, vários cardeais e
clérigos, e gentes de várias nações,
discorrendo com sutilíssimo
discernimento sobre intrincadas
questões teológicas, cada um dos
presentes teria ouvido a pregação na
sua própria língua materna. Na
ocasião, diante de tão assombroso
fenómeno, que parecia uma reedição
do Pentecostes bíblico, o papa o teria
chamado de "a arca do Testamento, o
arsenal da Sagrada Escritura".

Iconografia e veneração
A sua representação iconográfica de
longe mais frequente é a de um jovem
tonsurado envergando o hábito dos
frades franciscanos, segurando o
Menino Jesus sobre um livro ou entre os
braços, a quem contempla com
expressão terna, e tendo uma cruz, ou
um ramo de açucenas, na outra mão.
Esses atributos podem ser substituídos
por um saco de pão, que distribui entre
pobres ou idosos.[26]
Reconstrução facial do santo a partir do seu crânio
preservado; por Cícero Moraes

Estatueta popular de Santo António e o Menino,


Museu Municipal de Caxias do Sul

Em 2014 um grupo de investigadores,


em colaboração com o Museu
Antropológico da Universidade de Pádua,
realizou um estudo, utilizando técnicas
forenses, para reconstruir a aparência
real da sua face a partir do seu crânio,
que foi preservado. Os resultados foram
sintetizados por Luca Bezzi numa
imagem digital, ilustrada ao lado.[27]

O seu esqueleto também foi preservado,


bem como sua famosa língua e suas
cordas vocais, além de uma túnica que
usava e um manto. Essas relíquias estão
depositadas na basílica do santo em
Pádua. Algumas são expostas em
caráter permanente, como sua língua,
instalada em um precioso relicário no
principal altar da suntuosa Capela das
Relíquias, projetada por Felipe Parodi em
1691, junto com seu queixo e outros
objetos, mas o esqueleto completo só
raramente é exposto; nos últimos quatro
séculos o público só o viu oito vezes,
quando formaram-se grandes romarias
de devotos para vê-lo. A última
exposição ocorreu em 2010, quando a
Capela da Arca foi reformada e voltou a
receber seus restos mortais. A ocasião
anterior foi em 1981, para a
comemoração dos 750 anos de sua
morte.[28]

A língua foi objeto de especial veneração


desde o início. Diz a tradição que, ao ser
encontrada incorrupta, parecendo a de
uma pessoa viva, o Ministro Geral da
Ordem, São Boaventura, pegando-a na
mão, com toda reverência e em lágrimas,
começou a louvá-la dizendo: "Ó língua
bendita, que sempre bendisseste o
Senhor e fizeste que também os outros o
bendissessem sempre; pela tua
conservação se compreende bem qual o
teu mérito diante de Deus". E cobrindo-a
de beijos, pediu que fosse colocada
separadamente num relicário. Em 1351,
o Capítulo Geral instituiu a festa da
Transladação das Relíquias, fixando a
sua data em 15 de fevereiro.[29] Hoje a
língua está seca e escura.[30]

É considerado padroeiro dos amputados,


dos animais, dos estéreis, dos
barqueiros, dos idosos, das grávidas, dos
pescadores, agricultores, viajantes e
marinheiros; dos cavalos e burros; dos
pobres e dos oprimidos; é invocado para
achar coisas perdidas, para conceber
filhos, para evitar naufrágios e para
conseguir casamento.[17]

A devoção popular colocou-o entre os


santos mais amados do cristianismo,
cercou-o de riquíssimo folclore e atribui-
lhe até aos dias de hoje muitos milagres
e graças. Igrejas a ele consagradas
multiplicam-se pelo mundo, tem vasta
iconografia erudita e popular, a
bibliografia devocional que ele inspira é
volumosa e em sua homenagem uma
quantidade incontável de pessoas
recebeu o nome António, além de
numerosas cidades, bairros e outros
logradouros públicos, empresas e
mesmo produtos comerciais em todo o
mundo também terem seu nome.[31]

Na tradição lusófona Santo António está


acima de todos em prestígio. A sua
veneração foi levada de Portugal para o
Brasil, onde se enraizou rapidamente e
também dominou o coração do povo. Era
tanta a familiaridade que o santo
inspirava, que passou a ser uma espécie
de "propriedade privada" de todos. Como
relatou Grillot de Givry, "não há casa que
o não venere no seu oratório e não
satisfeita ainda com isso a comum
devoção dos fiéis, cada um quer ter só
para si o seu Santo António". Estava em
toda parte: "nos nichos de pedra, pintado
em azulejos, a guardar as casas, em
caixilhos de seda à cabeceira da cama a
vigiar-nos o sono, nos escapulários e
bentinhos junto ao peito, a acautelar-nos
os passos, esculpido e pintado para
preservar dos perigos, pintados nas
caixas de esmola, nos santuários e
oratórios". Também era invocado pelos
senhores para recuperar escravos
fugidos.[32]

A mesma familiaridade criou práticas


esdrúxulas no culto popular. Se um
pedido não era atendido, a imagem do
santo podia ser submetida a torturas e
castigos. Deitavam-na de barriga para o
chão e punham-lhe uma pedra em cima;
escondiam-na num poço escuro,
retiravam-lhe o Menino Jesus dos
braços, ou arrancavam-lhe o resplendor.
Acreditava-se que o castigo acelerava a
concessão da graça, e explicavam a
violência dizendo que em sua juventude
o santo desejara morrer martirizado em
nome da fé.[32] Luminares do clero, como
o padre Vieira, também de certa forma
reforçavam essas crenças. Num sermão
disse:
"Não haveis de pedir a Santo
António como aos outros, nem
como quem pede graça e favor,
senão como quem pede justiça. E
assim haveis de pedir a Santo
António: não só como a quem tem
por ofício deparar tudo o perdido e
demandado como a quem deve e
está obrigado a o deparar. E senão
dizei-me: por que atais e prendei
esse santo, quando parece que tarde
em vos deparar o que lhe pedis?
Porque deparar o pedido em Santo
António não só é graça, mas dívida.
E assim como prendei a quem vos
não paga o que vos deve, assim o
prendeis a ele. Eu não me atrevo
nem a aprovar esta violência, nem a
condená-la de todo, pelo que tem de
piedade".[33]

Ex-votos dedicados ao santo em Antuérpia

É um dos santos honrados nas


popularíssimas Festas Juninas e
diversos costumes folclóricos estão
ligados a ele. A título de exemplo, no
Brasil moças casadoiras retiram o
Menino Jesus das estátuas e só o
devolvem quando arranjam casamento;
uma prece especial, os "responsos", são
feitas para que ele ajude a encontrar
objetos perdidos; no dia da sua festa
muitas igrejas distribuem pães
especialmente abençoados, os
"pãezinhos de Santo António", que devem
ser guardados numa lata de
mantimentos para que não falte alimento
na casa.[34] Ele teve inclusive uma
brilhante carreira militar póstuma.
Numerosas cidades da Espanha,
Portugal e Brasil conferiram-lhe títulos
militares, condecorações, insígnias e
outras honrarias, iniciando-se o curioso
hábito quando o regente Dom Pedro
ordenou em 1668 que ele fosse
recrutado e assentasse praça como
soldado raso no II Regimento de
Infantaria em Lagos, sendo promovido
sucessivamente a capitão e coronel.
Com o posto de tenente-coronel, a sua
imagem foi levada pelo
Regimento de Infantaria N.º 19 em
Cascais à frente dos combates da Guerra
Peninsular, recebendo depois uma
condecoração. D. João VI, após o feliz
desembarque no Brasil na sua fuga da
invasão napoleónica, nomeou-o
sargento-mor, promovendo-o depois a
tenente-coronel. No Brasil foi onde
recebeu mais títulos, recebendo inclusive
soldo em vários locais até depois de
proclamada a república. Em Igarassu, foi
nomeado oficialmente Protetor da
Câmara de Vereadores.[35]

Ele foi declarado padroeiro das cidades


de Prudente de Morais,[36] Santo Antônio
do Monte,[37] Campo Grande,[38]
Miracema, Porciúncula,[39] Juiz de
Fora,[40] Santo Antônio de Pádua,[41]
Bento Gonçalves,[42] Barbalha,[43]
Curvelo,[44] Volta Redonda[45] e Santo
Antônio de Jesus, entre muitas outras.

Foi impressa uma nota de 20$00 Chapa


7 de Portugal, a qual ficou famosa, com
a sua imagem.
Festividades …

Um trono para o santo montado na janela de uma


casa em sua festa em Lisboa.

Devido à sua enorme popularidade, o seu


onomástico é comemorado com grandes
festas em todos os locais do mundo
onde a devoção se enraizou,
movimentando romeiros, instituições
sacras e profanas e também o comércio,
e nas cidades onde os festejos são
tradicionais e importantes enchem-se os
hotéis, pousadas e restaurantes e as
lojas oferecem recordações de variados
tipos, que são vendidas aos milhares.[46]
Em Portugal, se destaca a festa em
Lisboa, sua cidade natal. Conceição
Lopes descreveu o cenário:

"A festa de Santo António. De novo a


Avenida da Liberdade enche-se e
desfila com as marchas dos bairros.
A festa cheira a sardinha e a
mangericão.Ver nota: [47] Pela noite
dentro come-se sardinha, brinda-se
ao santo António e aos amigos da
casa, com vinho tinto. Saboreia-se a
broa de milho, o pão com chouriço e
o quente caldo verde e tudo num
intervalar de danças, de conversas e
outras brincadeiras no arraial do
bairro. Fazem-se promessas,
acertam-se namoros. O Santo
António tem a devoção das noivas,
Se o bendito Santo António / este ano
me casar / cá voltarei para o ano /
pôr flores no seu altar, e celebram-se
casamentos na Sé. O manjericão
enfeita o trono do Santo existente
em cada bairro. Algumas fogueiras
ainda se veem, resquícios das
velhas festas dos solstícios que
celebravam o sol. Cortejos,
procissões, quermesses, romarias,
bandas de música, teatro, animação
de rua, carrossel, gastronomia,
barraquinhas do sai sempre, os
bairros de Lisboa vestem-se de um
imenso colorido a condizer com os
comportamentos festivos em honra
de Santo António. A iconografia da
festa do Santo António ocupa as
montras dos comerciantes da
cidade e faz aumentar o negócio ao
qual o jogo da Lotaria de Santo
António também rende homenagem
e fiéis do jogo. Tudo bate certo, se
conjuga e harmoniza até o
apadrinhamento do santo que
desfila na procissão pela cidade, ou
do altar, assiste ao sermão na Igreja,
parecendo dar a bênção à
respeitabilidade e seriedade da festa
que o santo reconhece e as
instituições aproveitam".[46]

Festa de Santo António em Itatiba, estado de São


Paulo, em 1946.

No Brasil, o santo é comemorado com


entusiasmo semelhante. Na região
Nordeste, uma das maiores festas se dá
em Barbalha, no estado do Ceará,
durando vários dias. Inicia com a busca
na mata de um pau que possa servir de
mastro para a bandeira do santo,
ocasião já cercada de ritualidade. Antes
do corte, é feita uma oração que pede
permissão à mata para a retirada e faz
homenagem ao santo padroeiro, pedindo
sua bênção para que o percurso
aconteça sem acidentes. Quinze dias
depois, abrem-se os festejos com a
celebração de uma missa onde os
devotos oferecem votos e presentes
entre a cantoria dos repentistas,
agradecendo as boas colheitas e a
prosperidade, seguida de uma grande
procissão onde se carrega o pau da
bandeira até a frente da igreja matriz,
quando a bandeira é hasteada entre
fogos de artifício. Diz a tradição que as
moças que tocarem no pau da bandeira
casarão dentro de um ano. Em seguida,
as ruas da cidade se enchem com um
cortejo de manifestações folclóricas
regionais, como o Reisado de Couro e de
Bailes, a Lapinha, os Penitentes e o
Reisado do Congo, com suas lutas de
espadas, acompanhados de vaqueiros,
quadrilhas, música de forró e danças de
capoeira, maculelê, maneiro pau e pau de
fitas. A festa encerra no dia 13 de junho
com outra procissão com a imagem do
santo carregada em um carro decorado,
que inclui o cortejo de vários outros
santos venerados na região. Pela sua
importância, a festa em Barbalha foi
inscrita no registro de bens do
patrimônio imaterial mantida pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.[48]

A bênção dos pães de Santo António na cidade de


Santo Antônio de Lisboa, no Piauí.

Também pode ser citada como


importante a festa em Campo Grande, a
maior da cidade, da qual António é
padroeiro, subsidiada pela Prefeitura e
contando com a participação de cerca
de cem entidades beneficentes, atraindo
cinquenta mil pessoas de toda a região
que fazem suas devoções e ao mesmo
tempo se divertem com shows, danças e
jogos.[49] Em Borba, a festa de Santo
António é a maior do interior do
Amazonas, já tem mais de dois séculos
de tradição e a basílica da cidade é a
única da região Norte a possuir uma
relíquia do santo.[50][51] Em Salvador, na
Bahia, o santo é reverenciado em
praticamente todas as paróquias com a
celebração da trezena, procissões e
carreata, culminando com a missa
festiva no dia 13 de junho, havendo duas
igrejas com seu nome em que as
festividades são bem mais intensas,
quais sejam, Santo Antônio Além do
Carmo, no centro histórico de Salvador e
em Santo Antônio da Barra, sem
esquecer a tradicional distribuição do
pão bento.[52] A festa de Osasco, no
estado de São Paulo, foi incluída no
Calendário Turístico do Estado de São
Paulo.[53] Boqueirão, no estado de Minas
Gerais, comemora sua festa há 267 anos,
atraindo romeiros de várias regiões de
Minas, Goiás e Brasília ao longo de dez
dias de festejos.[54]

Sincretismo
No sincretismo religioso, Santo António é
relacionado no candomblé como Exu, o
orixá da comunicação.[55] Também é
identificado com Ogum, deus da guerra,
também capaz de abrir os caminhos.[56]
Museu Antoniano em Lisboa
Situado perto da Sé Patriarcal de Lisboa,
o Museu de Santo António (antigo Museu
Antoniano) é um museu monográfico
dedicado à vida e veneração do santo,
exibindo, em exposição permanente,
objetos litúrgicos, gravuras, pinturas,
cerâmicas e objetos de devoção que
evocam a vida e o culto ao santo. O
museu fica anexo à igreja, local onde, de
acordo com a tradição, nasceu o
santo.[57][58]

Ver também
Igreja de Santo António de Lisboa
Basílica de Santo Antônio de Pádua
Referências
1. Santo Santo
António é António de
reverenciado Pádua, por
pelos povos ter vivido e
de língua falecido
portuguesa nessa cidade
quase italiana
apenas como porque, regra
Santo geral, os
António de santos
Lisboa. É católicos são
mais conhecidos
conhecido pelo nome da
em outros cidade onde
países como falecem,
onde Humanístico
geralmente s da
permanecem Universidade
as suas de Coimbra,
relíquias, e s/d. s/p.
não onde Acedido a 15
nascem, de abril de
como é o 2010
caso. 3. Bernardo,
2. Freire, José Luís Miguel.
Geraldes. Histórias da
Santo Luz e das
António de Cores,
Lisboa [ligação volume 1, 2ª
inativa]. Centro ed.
de Estudos Universidade
Clássicos e do Porto,
2009, pp. 5. Purcell, Mary.
153-155 Saint
4. Lopes, Anthony and
Fernando His Times.
Félix. Santo Garden City:
António de Hanover
Lisboa, House, 1960,
Doutor pp. 19; 275-6
Evangélico. . Lopes,
Braga: Fernando
Editorial Félix. Santo
Franciscana, António de
1980, Lisboa,
3,ª edição, Doutor
pp. 23-25 Evangélico.
Braga:
Editorial
Franciscana, Company,
1946, 1907
1.ª edição, 9. Lopes, pp.
pp. 19 318-339
7. Lopes, pp. 10. Armstrong,
25-27 Regis J.;
. Dal-Gal, Peterson,
Niccolò. "St. Ingrid J. &
Anthony of Zagano,
Padua" . In: Phyllis. The
The Catholic Franciscan
Encyclopedia Tradition.
. New York: Liturgical
Robert Press, 2010,
Appleton p. 17
11. Lopes, pp. Zagano, pp.
30-33 18-19
12. Armstrong, 1 . Guiley,
Peterson & Rosemary.
Zagano, pp. The
17-18 encyclopedia
13. José Manuel of saints.
Azevedo Infobase
Silva (2011), Publishing,
p.1 2001, pp. 29-
30
14. Armstrong,
Peterson & 17. Guilley, pp.
Zagano, p. 18 30-31

15. Armstrong, 1 . Beato Lucas


Peterson & Belludi,
religioso,
presbítero, do
+1285 . Património /
evangelhoqu Departament
otidiano.org o de História
19. Guilley, p. 31 e de Estudos
Políticos
20. Antunes,
Internacionai
José. "A
s (org).
Invulgar
Estudos em
cultura
homenagem
literária de
ao Professor
Frei António
Doutor José
de Lisboa".
Marques, vol.
In:
2. Faculdade
Departament
de Letras da
o de Ciências
Universidade
e Técnicas
de Coimbra,
2006, pp. Instituto
389-390 Camões.
21. Antunes, pp. 24. Souza, José
389-390 Antônio de C.
22. Antunes, p. R. de.
387 "Críticas de
Santo
23. Calafate,
Antônio à
Pedro. "Sto.
situação
António de
socioeconôm
Lisboa" . In:
ica de sua
Filosofia
época". In:
Portuguesa.
Ullmann,
Centro
Reinholdo
Virtual
Aloysio.
Camões,
Consecratio
Mundi:
festschrift face of St.
em Anthony" .
homenagem Catholic
a Urbano News
Zilles. Agency,
EDIPUCRS, 13/06/2014
1998. pp. 2 . Aquino,
459-560 Guilherme.
25. Souza, pp. "Restos de
461-474 Santo
2 . Souza, pp. Antônio
11-12 expostos em
Pádua" .
27. "Forensic
Swiss
experts
Info,19/02/2
attempt to
010
reconstruct
29. Pescante, 32. Mott, Luís.
Alfredo. O "Cotidiano e
Santo . Vivência
Província Religiosa:
Franciscana entre a
da Imaculada capela e o
Conceição do calundu". In:
Brasil, 2003 Novais,
30. "Santos Fernando
incorruptos". (org).
Reflexões e História da
Estudos Vida Privada
Católicos, no Brasil:
18/04/2012 cotidiano e
vida privada
31. Souza, pp.
na América
11-13
portuguesa.
São Paulo: Machine..
Companhia Biblioteca
das Letras, Virtual do
1997, pp. Governo do
186-188 Estado de
33. Mott, p. 188 São Paulo

34. Festas 35. "Saiba que..."


Juninas: In: A Alcaxa,
Cultura, Revista da
Religiosidade Associação
e Tradição de Praças da
Arquivado Armada. Nº
em 24 de 3, ano I, nov.
maio de 2005, p. 1
2011, no 3 . Prefeitura
Wayback Municipal de
Prudente de Wayback
Morais. Festa Machine..
de Santo 3 . "Por que
Antônio – Santo
Padroeiro da Antônio é
Cidade padroeiro de
13/06 Campo
37. Prefeitura Grande?
Municipal de Conheça a
Santo história" .
Antônio do Campo
Monte. Grande
Festividades News,
Arquivado 13/06/2013
em 8 de 39. "Datas
julho de Comemorati
2015, no
vas" . Antonio de
Itaperuna Pádua"
Online Arquivado
40. Catedral em 5 de
Metropolitan março de
a de Juiz de 2016, no
Fora. "Santo Wayback
Antônio: Machine..
padroeiro de Uruaru.com,
Juiz de 13/06/2012
Fora" . 42. "Santuário de
41. "Dia de Santo Santo
Antonio, o Antônio, de
padroeiro da Bento
cidade de Gonçalves,
Santo recebe
relíquia do
padroeiro Antônio
vinda da Padroeiro da
Itália" . Cidade de
ClicRBS, Curvelo" .
03/01/2015 Curvelo
43. "Festa do pau Online.
da bandeira 45. "Dia de Santo
inicia as Antônio é
homenagens celebrado em
a Santo Volta
Antônio no Redonda" .
CE" . O Diário do
Globo, Vale,
02/06/2014 13/06/2016
44. "Festa de 4 . Lopes,
Santo Conceição.
"A festa provavelment
como ea
manifestação manjericão.
privilegiada No entanto, a
da ludicidade planta mais
humana" . In: comum
Revista associada à
Internacional festa de
de Santo
Folkcomunic António é o
ação, 2006; 4 manjerico
(7) (Ocimum
47. A autora do minimum L.).
artigo citado Cf. "Porquê:
menciona Santos
"mangericão", Populares
referindo-se não só em
Portugal" . Almeida.
Diário de "Festa de
Notícias, Santo
13/06/2010; Antônio, de
Veloso, Barbalha –
Tiago. CE –
"Manjerico, a Patrimônio
planta dos Imaterial" .
Santos In: Conhecer
Populares" . — Debate
Revista entre o
Jardins, Público e o
12/06/2017 Privado,
4 . Sá, Susanne 2011; 1
Xavier de & (3):464-513
Barbalho, 49. Lima-Filho,
Alexandre Dario de
Oliveira et al. 2013; 28
"A (4):21-36
homogeneiza 50. "Devotos
ção mundial celebram Dia
dos hábitos de Santo
alimentares: Antônio com
um estudo da festa em
venda de Borba, no
alimentos na AM" . O
festa do Globo,
Arraial de 13/06/2013
Santo
51. "Município de
Antônio" . In:
Borba, no
Revista
Amazonas,
Pensamento
celebra Festa
& Realidade,
de Santo
Antônio" Bahia,
Arquivado 31/05/2013
em 21 de 53. "A festa de
maio de Santo
2015, no Antônio, o
Wayback padroeiro da
Machine.. cidade de
D24 AM, Osasco" .
12/06/2013 Visão Oeste,
52. "Santo 14/06/2013
Antônio é 54. Ribas,
homenagead Ricardo.
o com muita "Festa de
festa em Santo
Salvador e no Antônio do
interior" . Boqueirão:
Tribuna da
Prefeito Pedro" .
entrega Brasil
comendas e Cultura,
promete 25/05/2010
energia 5 . Ruiz,
trifásica para Roberto. "O
o distrito no culto
ano que universal ao
vem" . Santo de
Prefeitura Lisboa e de
Municipal de Pádua –
Unaí, presença no
18//06/2013 sincretismo
55. "Santos de afro-
Junho: Santo brasileiro" .
Antônio, São Convento
João e São Santo
Antônio — Público,
Largo da 26/06/2014
Carioca, 5 . Moura,
18/07/2013 Catarina.
57. Cerejo, José "Santo
António. António, o
"Obras na santo
fachada do popular que
Museu mereceu um
Antoniano museu
causam novo" .
polémica na Público,
zona da Sé 19/07/2014
de Lisboa" .

Ligações externas
Igreja de Santo António de Lisboa –
Site oficial
Igreja convento de Santo António dos
Olivais
Basílica de Santo António de Pádua –
Site oficial
Revista O Mensageiro de Santo
António – Edição de Portugal
Revista O Mensageiro de Santo
António – Edição do Brasil
Revista O Mensageiro de Santo
António – Edição de Itália

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Santo_António_de_Lisboa&oldid=58498238"
Última modificação há 1 dia por 2001:8A0:F377:4600:4425:1F05:A188:D802

Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-


SA 3.0 , salvo indicação em contrário.

Você também pode gostar