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Direito Penal

Crimes contra a pessoa: Periclitação


da vida e da saúde (130 - 136)
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Direito Penal
Crimes contra a pessoa - Periclitação da vida e da saúde
(130 - 136)

Apresentação
Olá aluno,

Sou o Professor Thiago Pacheco. Delegado de Polícia em Minas Gerais, Professor


da ACADEPOL/MG e cursos preparatórios, Coordenados do Plano de Aprovação - Coaching e
Mentoria para Concursos Públicos.

Sumário

Periclitação da vida e da saúde.................................................................................................................... 3

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Direito Penal
Crimes contra a pessoa - Periclitação da vida e da saúde (130 - 136)

Periclitação da vida e da saúde

Perigo de contágio venéreo


Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea,
de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pune-se a mera exposição (não há necessidade de passar a moléstia).
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Obs: dolo direito ou eventual.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.   
Sujeito ativo: portador de moléstia venérea (crime próprio).
Sujeito passivo: qualquer um (crime comum), desde que não portador da doença.
Conduta: manter relação sexual ou praticar qualquer ato libidinoso com a vítima, expondo a
vítima a contágio de moléstia venérea de que sabe ou devia saber ser portador (crime de perigo
concreto – precisa ser comprovado no caso concreto.).
Perigo de contágio moléstia grave
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de pro-
duzir o contágio:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Sujeito ativo: deve ser qualquer pessoa portadora de moléstia grave contagiosa (crime próprio).
Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa (crime comum), desde que não portador da moléstia
grave.
Conduta: pune-se aquele que, contaminado de moléstia grave (curável ou não) e contagiosa
(ex: tuberculose, febre amarela, lepra, poliomielite, etc.), pratica qualquer ato capaz de transmiti-la
a outrem.
Perigo para a vida ou a saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza,
em desacordo com as normas legais.
Conduta: pune-se aquele que, de qualquer forma, coloca pessoa certa e determinada em perigo
de dano direto, efetivo e iminente (perigo concreto).
Pode ser comissiva (ação) ou omissiva, a exemplo do caso do patrão que deixa de fornecer apa-
relhos para a proteção de funcionários, sendo imprescindível a criação de uma situação concreta e
efetiva de perigo, já que o simples não cumprimento das normas de segurança, sem criação de uma
situação periclitante, caracteriza somente a contravenção penal do art. 19, §2º, da Lei nº 8.213/91.

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Crimes contra a pessoa - Periclitação da vida e da saúde (130 - 136)

Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Crime de perigo concreto (necessário comprovar o perigo).
Vale ainda diferenciar de outros crimes:
a. se entre agente e vítima não há qualquer relação de dependência, o crime poderá ser o de omissão de
socorro (art. 135 do CP);
b. tratando-se de abandono de recém-nascido, cujo motivo seja ocultar desonra própria, estaremos diante
do crime de exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134 CP);
c. dependendo do local do abandono (absolutamente deserto, sendo praticamente certo a falta de socorro),
pode o caso espelhar dolo eventual de homicídio, aceitando o agente o resultado fatal;
d. tratando-se de abandono moral (não físico), pode se caracterizar crime contra a assistência familiar
(arts. 244 a 247 do CP).
Consumação: consuma-se o crime quando, em razão do abandono, a vítima sofre concreta
situação de risco (crime de perigo concreto).
Na forma comissiva, tentativa é perfeitamente admissível.
Qualificadoras
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I. se o abandono ocorre em lugar ermo;
II. se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III. se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Consumação: consuma-se o crime quando, em razão do abandono, o recém-nascido sofre con-
creta situação de risco (crime de perigo concreto).
Na forma comissiva, tentativa é perfeitamente admissível.
Qualificadoras
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

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Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento médico hospitalar emergencial
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza
grave, e até o triplo se resulta a morte.
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Conduta: tratar pessoa com violência, maltratar, privar de alimentos ou de cuidados indispensá-
veis, sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado, bem como abusar de meio corretivo ou disciplinar.
Consumação: ocorre no momento em que o agente cria o perigo real à vítima.
Admite tentativa.
Qualificadoras
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena -reclusão, de quatro a doze anos
Causa de aumento de pena
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.

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