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FÍSICA professor
Blaidi • Glorinha • Hugo • Spinelli
LEIS DE NEWTON
E FORÇA DE ATRITO
nasa
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CAPÍTULOs
1 • 2 • 3 • 4 • 5 • 6 • 7 • 8 • 9 • 10 • 11 • 12 • 13 • 14 • 15 • 16 • 17 • 18 • 19 • 20 • 21 • 22 • 23 • 24
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2 17
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A conquista da Lua
O ano de 1969 foi um marco na corrida pela conquista do espaço.
Nesse ano, em pleno período da Guerra Fria, que os Estados
Unidos travavam com os países do bloco socialista, comandados
pela Rússia, uma nave americana tripulada pousava na superfície
lunar. Durante a viagem, logo após a nave sair da órbita terrestre
e alinhar-se em direção à órbita da Lua, um dos astronautas
comunicou-se com a base, em Houston, no Texas:
“ Desligamos os equipamentos; Isaac Newton nos dirige agora”.
Daquele momento em diante, até que entrassem em órbita na
Lua, a Apolo 11 estava em movimento por inércia.
Neste módulo serão estudadas as leis que explicam as causas
dos movimentos, as leis de Newton, consideradas essenciais
para a compreensão dos fenômenos da física clássica, como, por
exemplo, a viagem do homem à Lua.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Edwin Audrin
caminhando pela
superfície lunar
Módulo lunar em direção à superfície da Lua. durante a missão
Observe o planeta Terra ao fundo. Apolo 11.
3
CAPÍTULO 1 1a lei de Newton:
inércia
1 A lei da inércia
Figura 1 • Ao pedalar, o Ou: por que é comum associarmos a inércia à preguiça?
ciclista aplica força nos
pedais.
Você está pedalando sua bicicleta e, cansado, resolve se deixar levar por ela, sem
Figura 2 • Deixando de
pedalar, o ciclista percebe fazer esforço. Essa sensação prazerosa, sabemos, não permanece durante muito tem
que a bicicleta irá desace- po. Logo você percebe que a bicicleta só se mantém em movimento se você conti
lerar até parar.
nuar a exercer força nos pedais, ou seja, se pedalar. À primeira vista, pode parecer
Figura 3 • Lubrificando as
engrenagens da bicicleta, que só existe movimento enquanto há força, isto é, que, se você não pedalar, o con
A retirada da força exercida nos pedais não desaceleraria a bicicleta caso não hou
vesse forças externas atuando sobre ela. São essas forças, as chamadas forças de atri
to, que trazem a bicicleta de volta ao repouso, e não a ausência de nosso esforço ao
pedalar. Se conseguirmos diminuir a intensidade dessas forças, lubrificando os eixos
das rodas, e se a estrada estiver bem lisa, aumentaremos a distância percorrida até
parar. Quanto mais e melhor conseguirmos eliminar as influências externas, maior
4
será a duração do movimento. Numa situação hipotética, se toda e qualquer força con
trária ao movimento fosse eliminada, este jamais cessaria, pois nada haveria para deter
a bicicleta; ela se deslocaria para sempre, com velocidade constante e em linha reta.
Para tirar a bicicleta de seu estado de repouso é necessária a ação de uma força exter
na aplicada nos pedais. Mas, uma vez em movimento, se forças contrárias não atuarem
sobre ela, o movimento continua perpetuamente, mesmo que o ciclista não pedale.
Figura 4 • Ao diminuir as
influências externas, os ci-
clistas conseguem aumen-
tar a distância percorrida
sem pedalar.
Figura 5 • As forças apli-
cadas aos pedais fazem,
F alternadamente, com que
a bicicleta seja retirada de
seu estado de repouso.
Dizemos que a bicicleta, ou outro corpo qualquer, possui uma tendência natu
ral de manter-se em repouso, quando está parada, e de manter-se em movimento
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retilíneo uniforme (MRU), quando possui velocidade não nula. A essa tendência
natural dá-se o nome de inércia. Sintetizando as ideias de Galileu sobre movimento,
Newton enunciou o que ficou conhecido como sua 1a lei ou lei da inércia:
Em uma freada brusca, o cinto de segurança protege a pessoa da ten- De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), crianças de até 10
dência de continuar em movimento, causada pela inércia. anos devem ocupar o banco traseiro do veículo e usar, individualmen-
te, cinto de segurança ou sistema de retenção equivalente.
gerard brown / alamy-other images
boeing-nasa-esa
O carro tende, por inércia, a manter seu movimento em linha reta. Em caso No espaço, praticamente não há nada que impeça o movimento. A son-
de diminuição do atrito, o efeito dessa tendência aparece mais claramente. da move-se naturalmente em movimento retilíneo e uniforme (MRU).
5
Deve ser ressaltado que uma experiência na qual todas as influências externas
são eliminadas só pode ser idealizada, não sendo possível realizá-la, nem mesmo
nos laboratórios mais sofisticados, pois não há como eliminar todo o atrito. Essa é a
beleza do pensamento científico: especular como seriam as condições ideais, se fosse
possível reproduzi-las, e deduzir uma lei consistente com a suposta observação.
A lei da inércia fala de uma tendência de permanência, de certa resistência em mudar de estado. Isso
explica a ideia de Garfield explicitada na tira pela sua permanência no estado de repouso.
EXERCíCIOs resolvidos
Explique, segundo a 1a
lei de Newton, por que
o passageiro no ônibus
se sentirá lançado para
a direita quando o mo-
torista fizer uma curva
para a esquerda. Por
que ele precisará se-
gurar-se firmemente,
no caso de uma freada
brusca?
6
■ Resolução
Ao fazer uma curva para a esquerda, o ônibus muda a direção de seu movimen-
to. O passageiro, por inércia, tende a manter a direção original do movimento
do ônibus, ou seja, o ônibus faz a curva, e o passageiro permanece na mesma
trajetória. Em relação ao chão do ônibus, ele mantém o movimento retilíneo,
sendo lançado em sentido oposto, para a direita. O mesmo princípio se aplica
no caso de uma freada brusca. A tendência do passageiro é se manter na ve-
locidade que possuía antes da freada. Isso quer dizer que o ônibus para e ele
continua em movimento por inércia; logo, em relação ao chão do ônibus, será
lançado para a frente.
a) Por que o movimento da bola cessa? Como explicamos, segundo a lei da inér-
cia, por que a bola para antes de atingir o último pino?
forças de atrito entre o chão e a bola, entre a bola e o ar etc. Pela lei da inércia,
b) Por que limpar o chão e lustrar a bola modificam a situação do primeiro lança-
mento?
veículo. Sendo assim, ao saltarem do ônibus, por inércia, tendem a manter a velocidade
7
3 Analise a afirmação verificando se ela é verdadeira ou falsa. Justifique.
Em determinado instante de uma viagem de carro, verifica-se que a resultante
de forças sobre o carro é nula. Necessariamente, nesse instante o carro estará em
repouso em algum ponto da estrada.
A afirmação é falsa, pois a resultante de forças nula é possível em dois casos:
4 Se uma força única, de módulo diferente de zero, atua sobre um corpo, podemos
concluir que ele não está em equilíbrio? Por quê?
Sim, porque o fato de o módulo da força resultante não ser nulo impede o estado
de equilíbrio.
situação em que duas forças de mesmo módulo são aplicadas, é necessário que elas
2 Massa e peso
ou: por que a baixa gravidade não emagrece?
Em estradas de nosso país vemos pla
iara venaNzi / kino
7
cas de sinalização como as representadas
na figura 7.
Um veículo em movimento tende a se
manter nesse estado e, para ser freado, é
necessário que atuem sobre ele forças ex
ternas de resistência ao movimento. No
caso de ônibus e caminhões, percebe-se
que a força externa que os trará ao repou
so é maior do que aquela necessária para
Glossário
frear um veículo de menor massa, como
Aquaplanagem.
Perda de controle ou
um carro, por exemplo.
de equilíbrio de um
Figura 7 • Por que é necessário que os limites de velocidade
veículo, causada pe-
nas estradas sejam diferentes para carros e veículos pesados
la falta de aderência como ônibus e caminhões? Por que há um perigo iminente
dos pneus à pista mo- quando percebemos um caminhão em velocidade acima do
lhada. permitido em uma rodovia? Em dias chuvosos, as velocidades
máximas são menores devido aos efeitos da aquaplanagem.
8
O caminhão, de maior massa, tem maior inércia em relação à inércia do carro,
isto é, quando em repouso, o caminhão tem maior tendência a permanecer assim
(é muito difícil conseguirmos empurrar um caminhão) e, quando em movimento,
manterá mais facilmente esse estado, ou seja, resistirá mais a parar.
Massa é uma grandeza escalar que fornece a medida da inércia de um corpo, por is-
so muitas vezes recebe o nome de massa inercial. A unidade de medida da massa no
Sistema Internacional de Unidades (SI) é o quilograma (kg).
Ao lermos nas embalagens de alguns produtos que o “peso líquido é igual a 1,0 kg”,
podemos supor que massa e peso são, indistintamente, expressos em quilogramas, o
que não é verdade, pois se trata de grandezas de naturezas diferentes.
O peso de um corpo na Terra é a força com que esse corpo é atraído para o centro
da Terra.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sendo assim, peso de um corpo é uma força – portanto, uma grandeza vetorial
– cuja intensidade depende da ação gravitacional do planeta pelo qual o corpo
está sendo atraído e cuja direção é vertical, com sentido para baixo, como ilustra
a figura 9.
bipm
8 9
Figura 8 • O quilograma é
a massa equivalente a um
P
padrão composto por irídio
e platina, que está mantido
no Museu Internacional de
Pesos e Medidas na cidade
de Sèvres, França, desde
1889. Consiste em um ci-
lindro equilátero de 39 mm
de altura por 39 mm de
diâmetro. Observe que es-
C tá envolvido por três redo-
mas de vidro, cuja função
é protegê-lo de eventuais
contaminações, que pode-
riam alterar a sua massa.
Figura 9 • O peso é uma
força de direção vertical
e sentido dirigido para o
centro do planeta, repre-
sentado pelo ponto C.
9
fernando favoretto / criar imagem
eduardo santaliestra
Figura 10 • Observe a re- 10 11
lação incorreta associada
ao conceito de peso. Para
escrever corretamente, o
fabricante poderia usar:
massa líquida – 5 kg, ou
peso líquido – 5 kgf.
Figura 11 • Observe a re-
lação correta associada
ao conceito de peso. Para
descrever a capacidade ou
força que o elevador su-
porta, o fabricante utiliza a
unidade kgf.
Quase tudo em nosso cotidiano nos leva a relacionar, intuitivamente, massa com
peso. Essa relação não é de equivalência e se dá por meio da ação gravitacional. Na
Terra, na Lua ou em qualquer planeta, para a mecânica newtoniana, a massa e, portan
to, a medida da inércia são invariáveis. Isso quer dizer que uma eventual sensação de
leveza em local de “baixa gravidade” se dá porque os agentes da atração gravitacional
atuam com força menor. A medida da inércia, no entanto, não muda.
1 kgf 5 103 gf
Já sabe responder?
por que a baixa gravidade não emagrece?
Se houvesse uma maneira de nos pesar em uma
balança submetida à menor atração gravitacional, ela
acusaria um peso menor. Entretanto, não estaríamos,
de fato, mais magros, pois nossa inércia continuaria
a mesma, uma vez que ela não depende da atração
gravitacional.
EXERCíCIOs resolvidos
10
■ Resolução
O veículo, ao ser blindado, passa a ter maior massa e, portanto, tem também sua
inércia aumentada. Assim, no caso de uma freada, a sua tendência de permanecer
em movimento será maior do que aquela de um carro não blindado.
R3 Por que segundo o senso comum não há distinção entre massa e peso?
■ Resolução
Isso ocorre porque na Terra há equivalência entre o valor do peso em kgf e da
massa em kg. Como um corpo de massa 70 kg pesa 70 kgf na Terra, cotidiana-
mente se faz uso incorreto dessa igualdade adotando-se o quilograma como uni-
dade de medida da força peso.
fernando favoretto
6 Observe esta placa na parede de um elevador:
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a placa deveria apresentar a medida em kgf ou newton, que são unidades de força.
nasa / jpl
começou a enviar para a Terra dados sobre a su-
perfície marciana.
Na superfície da Terra, sua massa era de 11,5 kg.
Qual será sua massa em Marte? Seu peso em
Marte será diferente daquele medido na Terra?
Justifique sua resposta.
A massa é a medida da inércia de um corpo. Sendo assim, ela será a mesma aqui
ou em Marte. Lá a massa do robô continuará a ser 11,5 kg. Seu peso, no entanto,
2,5 vezes menor que na Terra. Assim, o robô será 2,5 vezes menos atraído e,
11
Professor: As resoluções destes exercícios estão dis-
poníveis no Plano de Aulas deste módulo. Consulte
1 (PUC-MG) A respeito do conceito de inércia, pode-se corresponde apenas ao seu conteúdo. Em um pote
dizer que: de mel pode-se ler a frase: “Peso líquido 500 g”. Nes-
se sentido, analise quanto à coerência com os siste-
a) inércia é uma força que mantém os objetos em re-
mas de unidades adotados na física, se as afirmativas
pouso ou em movimento com velocidade constante.
a seguir são falsas ou verdadeiras, uma vez que a fra-
b) inércia é uma força que leva todos os objetos ao se indicada na embalagem:
repouso.
c) um objeto de grande massa tem mais inércia que I. está errada, porque o peso é uma força e só pode
um de pequena massa. ser expresso em newtons (N).
II. estaria certa, se o peso líquido fosse expresso em
d) objetos que se movem rapidamente têm mais
gf (grama-força).
inércia que os que se movem lentamente.
III. está certa, porque g representa o campo gravita-
cional e o peso depende do planeta onde está o
2 (U. F. Lavras-MG) Você está no mastro de um barco corpo.
que está em movimento retilíneo uniforme. Você IV. está errada, porque o peso não pode ser expres-
deixa cair uma bola de ferro muito pesada. O que so em gramas.
você observa?
Considerando as afirmativas, a combinação correta é:
a) A bola cai alguns metros atrás do mastro, pois o a) I e II verdadeiras / III e IV falsas.
barco desloca-se durante a queda da bola. b) I e III falsas / II e IV verdadeiras.
A B
12
CAPÍTULO 2 3a lei de Newton:
ação e reação
1 Ação e reação
OU: por que não podemos tocar sem sermos tocados?
As interações entre dois ou mais corpos po-
2 3
Seja de campo ou de contato, uma força necessariamente determina a interação Figuras 2 e 3 • As interações
entre os corpos das figuras
entre dois ou mais corpos. A ideia de que na natureza nenhuma força existe isola- (alfinetes sendo atraídos pelo
ímã e a rocha em queda livre
damente, isto é, sem seu par, é expressa pela 3a lei de Newton. A mão do boxeador, sendo atraída pela Terra) não
por exemplo, exerce uma força no rosto do oponente, que, por sua vez, mesmo in- necessitam de contato entre
eles para que ocorram.
voluntariamente, exercerá uma força na mão do boxeador. Essas forças terão mesma
intensidade, mesma direção, porém sentidos opostos. Apesar de serem forças de
mesma intensidade, provocam efeitos distintos, já que uma delas está aplicada no
rosto (frágil e desprotegido) e a outra está sendo aplicada na mão (mais resistente
e coberta pela luva). Isso explica por que o rosto do boxeador que recebeu o soco
geralmente dói mais do que a mão daquele que desferiu o soco.
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Outro exemplo de aplicação da 3a lei de Newton ocorre no caso da brincadeira
chamada cabo de guerra. Na figura 4, existem pares de forças de contato. Os compo-
nentes das equipes exercem força sobre a corda, e a corda, por sua vez, exerce força
sobre esses componentes.
Toda força (ação) que surgir num corpo como resultado da interação com outro corpo
faz surgir nesse outro uma força, chamada de reação, cuja intensidade e direção são as
5 6
P’
Figuras 5 e 6 • A maçã é atraída pela Terra com a força peso P, que leva a maçã em direção ao centro do planeta. Pela 3a lei de Newton, a maçã reage a
essa força, atraindo a Terra com uma força Pe de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto, o que, porém, não causa sobre a Terra nenhum
efeito perceptível, devido à enorme massa do planeta (5,98 3 1024 kg).
7 8
Figura 7 • Para escalar a pedra, o homem precisa exercer uma Figura 8 • Ao empurrar a caixa, o homem recebe a mesma força de volta em suas mãos.
força sobre ela para baixo. Como reação, a pedra o empurrará No entanto, é a caixa que se move, e não o homem. As forças são iguais, porém os efei-
para cima. tos que elas causam não são os mesmos. Isto é, a força que provoca movimento na caixa
não é capaz de fazer o mesmo com o homem.
14
2 Três forças importantes na mecânica
2.1 Reação normal de uma superfície de apoio
a uma compressão (N)
A figura 9 representa uma mesma bolsa em repouso, em três situações distintas.
Na figura 9A, a bolsa exerce uma força sobre a mesa (decorrente de seu peso), mas
apesar disso se mantém parada. Isso ocorre porque a mesa exerce uma força sobre
a bolsa como reação à compressão que recebe dela. Essa reação da superfície à
compressão exercida sobre ela é denominada força normal (N), que neste caso tem
módulo igual ao módulo do peso da bolsa. Dessa maneira, a resultante sobre a bolsa
é nula, e ela permanece em repouso.
Nas figuras 9B e 9C, atua sobre a bolsa uma força F vertical para cima. Apesar de
o módulo do peso da bolsa não se alterar, a intensidade da força normal é menor na
figura 9B e nula na figura 9C.
F
9A 9B 9C
N F
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P
P P F=P
N=P N+F=P N=0
10 11
em fios (T ) Fio
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Alguns tipos de fio também apresentam elasticidade. Um barbante de fios de algo-
dão, usado para fazer pacotes, ou uma linha de nylon usada para pescar se apresentam
Figura 13 • Esquema de
uma mola em seu compri-
deformados após a aplicação de uma força. Dependendo da intensidade da força apli-
mento natural x0, ou seja, cada, voltam a ter o tamanho original. Uma mola tem a característica de se comportar
sem deformação, e a mes-
ma mola sujeita à força pe- do mesmo modo. Em 1650, Robert Hooke (1635-1703), cientista inglês, verificou que,
so, com deformação xn. O mantendo presa uma das extremidades de uma mola e aplicando-lhe uma força na outra
gráfico mostra a força elás-
tica versus a deformação da extremidade, ela se deformava, aumentando ou diminuindo de tamanho. Observou ain-
mola (a força elástica tem a da que a variação no comprimento da mola era proporcional à intensidade da força apli-
mesma intensidade que o
peso aplicado à mola). cada até o chamado limite elástico, que ocorre quando a mola perde sua elasticidade.
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Gráfico de força elástica # deformação
Fel.
Mola k P4
Mola k P3
x0 x0
P2
P0
0 x0 x1 x2 x3 x4 x
P
Figura 14 • Na figura A, a
mola está no seu estado
original. Na figura B, a for-
ça aplicada provoca o que
chamamos de compressão. C Mola distendida
Perceba que a força elástica Fel. F
atua tentando restituir à
mola o seu comprimento
natural. O mesmo ocorre na
figura C, com a diferença de
que a força aplicada provo-
ca uma distensão na mola.
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A constante de proporcionalidade (k) é denominada constante elástica da mola e
mede a resistência da mola à deformação, ou seja, mede a sua capacidade de restituição.
A lei de Hooke sugere uma forma de medir forças: calibra-se uma mola para que
o aumento de seu comprimento sirva de medida de intensidade da força aplicada.
Chama-se dinamômetro uma mola calibrada para medir forças.
15
newton (N)
0 1 2 3 4
newton (N) 5
4
F = 1N 3 Figura 15 • Em um dina-
2
1 mômetro, o aumento no
0 1 2 3 4 comprimento da mola
provocado pela aplicação
de uma força é usado para
determinar a sua medida
em newtons (N) ou em
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quilogramas-força (kgf).
EXERCíCIOs resolvidos
■ Resolução Fio 2
T1 B
T2
A B
PA T2 PB
17
b) Determine a intensidade da tração no fio que liga os dois corpos e no fio que
liga o corpo A ao teto, em kgf.
■ Resolução
Sabemos que, se o sistema está em equilíbrio, a resultante de forças nos blo-
cos A e B é nula. Logo:
■ No bloco B, a equação é:
■ PB 5 T2, então T2 5 1,5 kgf.
■ No bloco A, a equação é:
■ T2 1 PA 5 T1. Sendo assim, substituindo na equação, vem:
■ 1,5 kgf 1 0,5 kgf 5 T1.
■ Então:
■ T1 5 2,0 kgf.
Assim, os valores das trações nos fios são, respectivamente:
T2 5 1,5 kgf e T1 5 2,0 kgf
■ Resolução
O fio se rompe onde a força de tração é maior, ou seja, entre o bloco A e
o teto.
A
R2 Os pacotes A e B da figura têm peso respectivamente igual a 50 N e 20 N.
a) Represente as forças que atuam em cada um deles isoladamente.
B
■ Resolução
FB, A
Como se lê
F A, B: Força que o A B
corpo A aplica no
corpo B.
F B, A: Força que o PA PB FA, B
corpo B aplica no
corpo A.
■ Resolução
Como o sistema de pacotes está em repouso, sabemos que a resultante será
nula tanto no pacote A quanto no pacote B. Logo,
■ No pacote A, a equação é: PA 5 FB, A 5 50 N (note que, como A não está em
contato com o apoio do sistema, não convém chamar FB, A de reação normal
da superfície de apoio).
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■ No pacote B, lembrando que FB, A 5 FA, B porque constituem um par ação-
-reação, vem: FA, B 1 PB 5 N (reação normal da superfície de apoio).
■ Então: N 5 50 N 1 20 N 5 70 N
Note que, apesar de PA e FA, B terem mesma intensidade, não é correto di-
zermos que em B está também PA. O peso de A, como o nome diz, é pro-
priedade do pacote A e, portanto, só pode ser representado como estando
em A. No pacote B está a força que A aplica em B. Nesse caso, elas têm
mesma intensidade.
■ Resolução
As reações ao peso de A e ao peso de B estão no centro da Terra. A reação
a FA, B está em B e a reação a FB, A, em A. A reação à normal está na superfície
de apoio.
■ Resolução
O esquema de forças no corpo é:
N
Fel.
■ Resolução
Na situação de equilíbrio, temos que a força resultante é nula (FR 5 0).
Logo: Fel. 1 N 5 P
Como N 5 15 gf, então:
Fel. 5 P 2 N ] Fel. 5 45 2 15 ] Fel. 5 30 gf
Pela lei de Hooke, vem:
Fel. 5 k 3 x ] 30 5 7,5 3 x ] x 5 4 cm
Portanto, a medida da deformação sofrida pela mola é de 4 cm.
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Exercícios dos conceitos
1 Explique por que não seria possível viajar da Terra à Lua com um avião a hélice.
Nesse tipo de avião, a hélice exerce uma força sobre o ar, empurrando-o para
trás, e, como reação, o ar exerce uma força sobre a hélice (presa ao avião),
uma interação com o ar que gera o movimento, mas sim a força de reação
forças não se anularão porque estão aplicadas em corpos diferentes. A força que
o boi aplica na carroça só poderia ser anulada por outra força de mesma direção e
20
4 As tabelas abaixo representam os dados obtidos na calibração de duas molas
que serão utilizadas em dinamômetros.
Força (N) 0 10 20 30 40 50 60 70 80
Mola 1
Deformação (m) 0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2
Força (N) 0 20 40 60 80 100 120 140 160
Mola 2
Deformação (m) 0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40
Força (N)
160 Mola 2
150
140
130
120
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110
100
90
Mola 1
80
70
60
50
40
30
20
10
0 0,2 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 Deformação (m)
equivale ao peso de uma massa de 2,5 kg, provoca na mola 1 uma deformação
21
5 Uma criança brinca com blocos de madeira.
Os blocos marcados com os números 9, 7 e 3 têm massa res-
pectivamente igual a 200 g, 100 g e 50 g e encontram-se em
equilíbrio, um sobre o outro.
a) Represente as forças que estão atuando em cada bloco
separadamente e encontre os pares ação-reação.
N
F9, 7
9
7 F7, 3
3
F7, 9 F3, 7
P3
P7
P9
1 (U. F. Viçosa-MG) Em 13 de janeiro de 1920, o jornal The Sabendo que a massa do animal é 400 kg e que a tra-
New York Times publicou um editorial atacando o cien- ção no cabo que o liga à carroça é de 1.000 N, podemos
tista Robert Goddard por propor que foguetes pode- afirmar que a resultante de forças sobre a carroça é
riam ser usados em viagens espaciais. O editorial dizia: a) 100 N c) nula e) 400 N
b) 4.000 N d) 1.000 N
“É de se estranhar que o prof. Goddard, apesar de
sua reputação científica internacional, não conheça 3
1991 Paws, inc. all rights reserved / dist. by
atlantic syndication/universal press syndicate
22
4 (Mackenzie-SP) Uma mola helicoidal de compri- 8 (UFF-RJ) Um fazendeiro possui dois cavalos igual-
mento natural 20 cm pende verticalmente quando mente fortes. Ao prender qualquer um dos cavalos
é presa pela extremidade superior. Suspendendo-se com uma corda a um muro (figura 1), observa que
um corpo de massa 200 g pela extremidade inferior, o animal, por mais que se esforce, não consegue
seu comprimento passa a ser 25 cm. A constante arrebentá-la. Ele prende, em seguida, um cavalo ao
elástica da mola é: outro, com a mesma corda. A partir de então, os dois
a) 4,0 N/m. d) 4,0 3 102 N/m. cavalos passam a puxar a corda (figura 2) tão esforça-
damente quanto antes.
b) 8,0 N/m. e) 5,0 3 102 N/m.
c) 4,0 3 101 N/m.
figura 1 figura 2
30
A respeito da situação ilustrada pela figura 2, é corre-
20 to afirmar que:
a) a corda pode arrebentar, pois os dois cavalos po-
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
@ #
6
c) F 5 ___
x
30
9 (Uerj) É frequente observarmos, em espetáculos ao
ar livre, pessoas sentarem nos ombros de outras para
tentar ver melhor o palco. Suponha que Maria esteja
sentada nos ombros de João, que, por sua vez, está
6 Pedro é um bom aluno, mas às vezes se distrai um em pé sobre um banquinho colocado no chão.
pouco durante as aulas. Depois de apresentar o con-
ceito de peso, o professor perguntou a Pedro: “Qual é Com relação à terceira lei de Newton, a reação ao
o seu peso?” Pedro prontamente respondeu: “60 qui- peso de Maria está localizada no:
los”. O professor comentou, então, que Pedro havia a) centro da Terra c) chão
cometido dois erros ao dar a resposta. Explique quais b) ombro de João d) banquinho
foram eles.
10 (UEL-PR) Uma pessoa apoia-se em um bastão sobre
uma balança, conforme a figura.
7 (UFMG) Todas as alternativas contêm um par de for-
ças ação e reação, exceto: A balança assinala 70 kg. Se
a pessoa pressiona o bastão,
a) A força com que a Terra atrai um tijolo e a força progressivamente, contra a
com que o tijolo atrai a Terra. balança, a nova leitura:
b) A força com que uma pessoa, andando, empurra o a) Dependerá da força exerci-
chão para trás e a força com que o chão empurra a da sobre o bastão.
pessoa para a frente. b) Indicará um valor menor
c) A força com que um avião empurra o ar para trás que 70 kg.
e a força com que o ar empurra o avião para a c) Dependerá do ponto em
frente. que o bastão é apoiado na
d) A força com que um cavalo puxa uma carroça e a balança.
força com que a carroça puxa o cavalo. d) Indicará um valor maior que
e) O peso de um corpo colocado sobre uma mesa 70 kg.
horizontal e a força normal da mesa sobre ele. e) Indicará os mesmos 70 kg.
23
CAPÍTULO 3 Força de atrito
1 Atrito
ou: Por que o piso das pistas de atletismo é feito de
material emborrachado?
O atrito é um tipo de força muito presente no dia a dia das pessoas. Em dias frios,
por exemplo, é comum esfregarmos uma mão na outra buscando aquecimento, en-
quanto nos dias de calor queremos sentir o frescor do atrito do nosso corpo com o
ar remexido pelo ventilador. É o atrito que nos obriga a pedalar a bicicleta sem parar
se quisermos que ela continue em movimento e é o atrito que nos permite andar
para frente quando nossos pés empurram o chão para trás. Esses e outros exemplos
mostram que algumas vezes o atrito é o elemento responsável pela existência do mo-
24
PARA SABER MAIS
Natureza do atrito
A origem da força de atrito é de natureza eletro-
magnética e deve-se à interação entre as nuvens
eletrônicas dos átomos localizados nas zonas de
contato entre os corpos. As “superfícies” aparente-
mente planas de materiais não o são de fato: estão
cheias de irregularidades, com “picos” que podem
Representação esquemática da superfície microscópica de um objeto polido.
atingir vários milhares de raios atômicos.
Quando duas “superfícies” de dois sólidos são postas em contato, há de fato apenas uma pequena superfície de con-
tato entre eles. Nessas pequenas regiões de contato, os materiais ficam como se estivessem “soldados”: os picos ade-
rem uns aos outros em virtude das forças de coesão intermoleculares. Mas, quando os materiais são empurrados um
em relação ao outro, esses inúmeros porém minúsculos “pontos de soldagem” se rompem, dando lugar a outros à
medida que novos contatos acontecem.
Disponível em: <http://profs.ccems.pt> Acesso em: 30 abr. 2008.
nesse caso.
Iminente (na imi-
6 7
nência). Que amea
ça se concretizar,
que está a ponto de
acontecer; próximo,
imediato.
Figuras 6 e 7 • Observe as
duas caixas de mesmo ma-
terial sobre um certo piso.
A caixa de maior massa
(a da direita) exigirá mais
esforço para ser arrastada
horizontalmente.
25
8 Percebemos que uma caixa de maior massa parece resis-
tir mais a movimentar-se do que uma caixa de massa menor.
Além disso, percebemos que caixas de mesma massa podem
resistir mais ou menos ao movimento, dependendo do tipo
de piso em que se apoiam.
O maior ou menor valor da força de atrito estático máxi-
mo depende do tipo de material das superfícies em contato.
Superfícies notadamente mais lisas, como o gelo ou a ma-
deira encerada, são aquelas que permitem menor valor para
9 a força de atrito estático, enquanto os pisos de asfalto ou
cimento rústico conduzem a valores mais elevados. Outro
fator que interfere na intensidade da força de atrito estático
máxima é o valor da força de compressão que o corpo exerce
no apoio, cuja reação é denominada força normal (N). De
fato, o módulo da força de atrito estático máxima é direta-
mente proporcional ao módulo da força que o corpo exerce
no apoio, isto é:
Fat.(e) ∙ N
26
Retomando a situação do corpo apoiado sobre um piso horizontal e sendo empurrado
por uma força F, aprendemos que haverá movimento assim que o módulo dessa força
ultrapassar o valor do módulo da força de atrito estático máximo, Fat.(e). Quando o
corpo entra em movimento, o valor da força necessária para mantê-lo nesse estado
é menor do que a força necessária para tirá-lo do repouso. Quer dizer, é mais difícil
começar o movimento do que mantê-lo. Por que será que isso ocorre? O que acon-
tece com a força de atrito depois de iniciado o movimento?
A partir do instante em que se inicia o movimento, a força de atrito continua
a atuar sobre o corpo, no sentido contrário ao do movimento, porém com valor
menor do que o anterior, isto é, menor do que o valor máximo. O módulo da força
de atrito, a partir daí, é praticamente constante, independentemente da velocidade
do corpo, e essa força é denominada força de atrito cinético, ou dinâmico, Fat.(c).
Seu módulo, todavia, continua diretamente proporcional ao módulo da força de
compressão no apoio, a força normal:
Fat.(c) ∙ N
A constante de proporcionalidade, nesse caso, é o coeficiente de atrito cinético
(ou dinâmico), jc, menor do que coeficiente de atrito estático, je. Assim:
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fat.(c) 5 jc 3 N
Já sabe responder?
por que o piso das pistas de atletismo é feito de
material emborrachado?
Pisos de borracha permitem maior aderência com os tênis
27
BISBILHOTANDO
Experimento: coeficientes de atrito estático e cinético
Esta figura representa o Força (N)
gráfico, em tempo real, da 4,75
variação da força de atri-
to em função do tempo
para o par de superfícies 4,0
lâmina de madeira–blo-
co com base de carpete.
Nele, podemos observar 2,0
inicialmente uma reta cuja
equação tem coeficiente
angular positivo (função 0
crescente). 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Tempo (s)
Gráfico da força de atrito em função do tempo, obtido para o par lâmina de
madeira–bloco de carpete.
Nota-se que a função cresce até um valor máximo, correspondente ao valor máximo da força
de atrito estático (Fat.(e) 5 4,75 N). Nessa etapa não houve movimento relativo entre as superfí-
cies, e a força de atrito foi igual à força aplicada. Após esse pico, a força aplicada é menor, mas
15,0
10,0
Gráfico da força de atri-
5,0 to estático em função
da força normal (lâmina
de madeira–bloco com
base de borracha).
0 5,0 10,0 15,0
Força normal (N)
Força de atrito cinético (N)
15,0
10,0
Gráfico da força de atri-
5,0 to cinético em função
da força normal (lâmina
de madeira–bloco com
base de borracha).
0 5,0 10,0 15,0
Força normal (N)
MOSSMANN, Vera Lúcia da Fonseca; CATELLI, Kelen Berra de Mello Francisco; LIBARDI, Helena;
DAMO, Igino Santo. In: Revista Brasileira de ensino de física, Sociedade Brasileira de Física,
São Paulo, n. 2, jun. 2002. v. 24. (Texto adaptado para fins didáticos.)
De acordo com as informações do texto, qual é o valor da força de atrito estático máxima que
atua sobre um bloco de madeira de 10 kg apoiado sobre uma lâmina horizontal de borracha? 84 N
Percentualmente, quanto essa força é maior do que a força de atrito cinético que atuaria
sobre o corpo no caso de ele estar em movimento? 27,3%
28
EXERCíCIOs resolvidos
N 5 P ] N 5 200 N
■ Resolução
A direção da força de atrito é a mesma da força que puxa o corpo, isto é, hori-
zontal. O sentido da força de atrito é contrário ao da força aplicada, isto é, da
direita para a esquerda, conforme a figura a seguir.
Fat. F
Como o corpo ainda não se move, o módulo da força de atrito é igual ao mó-
dulo da força aplicada (F). Assim:
Fat. 5 80 N
N 5 200 N
Fat.(e) 5 120 N
29
c) o valor do coeficiente de atrito estático entre as duas superfícies em contato?
■ Resolução
Como Fat.(e) 5 120 N e N 5 200 N, fazemos:
Fat.(e) 5 je 3 N
120 5 je 3 200 ] je 5 0,6
■ Resolução
O módulo da força de atrito máximo pode ser calculada por:
Fat.(e) 5 je 3 N
Como o módulo da força normal N é igual ao peso do corpo neste caso, teremos:
b) Para o corpo em movimento, qual o valor da força de atrito cinético que atua
sobre ele?
■ Resolução
Fat.(c) 5 jc 3 N ] Fat.(c) 5 0,5 3 400 ] Fat.(c) 5 200 N
■ Resolução
Para que o corpo se mantenha em MRU, é preciso que a resultante das forças que
atuam sobre ele seja nula. Portanto, nesse caso, devemos ter F 5 Fat.(c) 5 200 N.
F
Fat. (c)
d) Para uma força de módulo 300 N, qual o valor da força de atrito cinético?
■ Resolução
O módulo de Fat.(c) não se altera caso o módulo da força F seja aumentado.
Assim, Fat.(c) 5 200 N para qualquer velocidade diferente de zero.
30
PARA SABER MAIS
Decomposição vetorial
Um vetor pode ser decomposto em dois outros vetores, perpendiculares. O efeito causado pelo vetor inicial so-
bre o ponto em que atua é o mesmo efeito causado pelos dois vetores nos quais ele foi decomposto. Para que is-
so possa ser feito, é preciso conhecer o ângulo que o vetor forma com uma direção tomada como referência. No
caso da referência horizontal, temos:
Vx y
cos d 5 __
] Vx 5 V 3 cos d
V
Vy
sen d 5 __
] Vy 5 V 3 sen d
V
Vy V
Os vetores Vx e Vy, nesse caso, são as componentes
do vetor V. Isso mostra que a soma vetorial de Vx e Vy
resulta V:
d
V 5 Vx 1 Vy Vx x
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Resolução
Como a força F não está sendo aplicada na direção do movimento, é preciso
determinar a componente de F responsável pelo movimento do caixote. Para
isso, é preciso decompor a força F em Fx e Fy :
Fx d ll 3
cos 30w 5 __ 5 ___ Fy
F
F 2
Fx 5 300d ll
3 N
F 30°
y 1
sen 30w 5 __
5 __ Fx
F 2
Fy 5 300 N
3 N
Fat.(c) 5 Fx 5 300dll
31
b) do coeficiente de atrito cinético, jc?
■ Resolução
Já sabemos que Fat.(c) 5 300dll
3 N e que Fat.(c) 5 jc 3 N. Para obter jc, precisamos
calcular, primeiro, o módulo da força normal, que, nesse caso, não é igual ao
peso do caixote.
300dll3 ll
d 3
jc 5 ______
] jc 5 ___
] jc & 0,58
900 3
P
N = 40 N
Fat.(c) = 8 N
c) Além da força de atrito cinético, existe outra força horizontal atuando sobre o
bloco? Por quê?
jc 5 0,4
b) Qual seria, nesse caso, o módulo da força de atrito cinético atuante sobre o
corpo se a massa do objeto fosse igual a 40 kg?
Fat.(c) 5 160 N
32
3 Uma pessoa puxa uma caixa de madeira
de 20 kg usando uma corda, conforme re-
presentado na figura.
Se o módulo da força de tração na corda é
α
igual a 100 N, e a caixa move-se com velo-
cidade constante, calcule o valor do coe-
ficiente de atrito cinético entre a caixa e o
piso. Dados: sen a 5 0,6 e cos a 5 0,8.
jc 7 0,57
TAB 5 40 N
Fat.(c) 5 40 N
je 5 0,5
N 5 30 N
F3 5 49 N
F3 5 34 N
F3 5 46 N
33
Professor: As resoluções destes exercícios estão dis-
poníveis no Plano de Aulas deste módulo. Consulte
1 Uma caixa de massa 4 kg está apoiada sobre um piso 5 Uma pessoa aperta um corpo de massa 2 kg contra
horizontal. Uma força horizontal de 20 N empurra uma parede vertical, exercendo sobre ele uma força
essa caixa sem que, no entanto, ela se mova. Nessas F de módulo 40 N perpendicular à parede, conforme
condições, em relação a essa caixa, qual é o módulo: representado na figura. Se o corpo está em repouso,
a) da força peso? qual é o valor:
b) da força normal?
c) da força de atrito?
F
2 O módulo da força de atrito estático máximo que
atua sobre um corpo de massa 5 kg, em repouso so-
bre uma superfície horizontal, é igual a 40 N. Qual é,
nesse caso, o valor:
a) do peso do corpo?
b) do coeficiente de atrito estático?
c) da força horizontal capaz de colocar o corpo em
movimento?
80
v
4 3
Dados sen d 5 __ e cos d 5 __ , calcule: 0 100 Força aplicada (N)
5 5
a) O módulo da força aplicada que atua na direção a) a força de atrito estático máxima que o plano faz
do movimento do corpo. sobre o corpo é 80 N.
b) O módulo da força normal que atua sobre o b) o peso do corpo é 100 N.
corpo. c) o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e o
c) O módulo da força de atrito cinético que atua so- plano é 0,32.
bre o corpo. d) a intensidade da força de atrito cinético varia li-
d) O valor do coeficiente de atrito cinético entre o nearmente com a intensidade da força aplicada
piso e o apoio do corpo. ao corpo.
34
CAPÍTULO 4 2a lei de Newton:
corpos acelerados
1 Corpos acelerados
OU: Por que os carros de Fórmula 1 têm
massa cada vez menor?
Em um jogo de futebol, você foi chamado para bater um pênalti a
Quanto maior o módulo da força exercida sobre a bola de futebol, maior será a
variação de velocidade e, consequentemente, maior será a chance de o gol ocorrer.
Para um corpo de massa constante, quanto maior o módulo da força resultante que atua
sobre ele, maior será a aceleração produzida.
F 2F ___ 3F nF
Observe que __ 5 ___
5 5 ___
5 k (constante). Neste caso, o módulo da força re-
a 2a 3a na FR ∙ a
sultante (FR) e o módulo da aceleração (a) são grandezas diretamente proporcionais.
A constante k, que representa a relação entre os valores de força resultante e aceleração, é a massa m do
corpo. A massa inercial representa o valor constante da razão entre a força resultante aplicada sobre um corpo e
sua aceleração.
35
Uma revista especializada em automóveis publicou testes que avaliam o desem-
penho de uma picape. Foram feitos testes de aceleração com a picape vazia e, de-
pois, carregada com massa de meia tonelada (500 kg) em sua caçamba. Tais testes
reafirmam a dependência entre as grandezas massa e aceleração quando sujeitas a
um mesmo conjunto de forças.
Na tabela apresentada na figura 2 podemos verificar que o tempo necessário para
que a picape, partindo do repouso, alcance a velocidade de 100 km/h é maior com
o veículo carregado. Considerando a força resultante constante sobre o utilitário, a
aceleração dele é menor quando a caçamba está carregada com a carga de 500 kg.
Você se lembra?
Fresistência
Fmotora
36
A 2a lei de Newton, também denominada princípio fundamental da dinâmica,
trata dos corpos acelerados e representa uma síntese das relações entre grandezas
fundamentais – força, aceleração e massa – no estudo do movimento dos corpos.
Podemos, então, enunciar a 2a lei de Newton do seguinte modo:
A força resultante (FR) que atua sobre um corpo de massa (m) produz uma aceleração (a)
A aceleração e a força resultante têm mesma direção e sentido, e o módulo da força re-
Os vetores força resultante (FR) e aceleração (a) têm a mesma direção e sentido. Você se lembra?
F3 F1
a F2 Algumas
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FR F1 a FR unidades do
a Sistema
m Internacional (si)
F4 F2
Tempo:
Para uma mesma força resultante, Para uma mesma aceleração, segundo (s)
corpos de menor massa (menor inércia) corpos de maior massa (maior inércia) Comprimento:
adquirem maior aceleração. exigem maior força resultante. metro (m)
a1 a Velocidade:
FR FR1 metro por
segundo (m/s)
a2 a Massa:
FR FR2 quilograma (kg)
Aceleração: metro
a3 a por segundo ao
FR FR3 quadrado (m/s2)
Força:
newton (N)
EXERCíCIOs resolvidos
R1 Sobre uma caixa de massa 20 kg atuam duas forças de módulos constantes, tais
que F1 5 15 N e F2 5 20 N. Em cada uma das situações apresentadas, as forças
atuam na caixa na direção e sentido indicados. Calcule as acelerações da caixa
representada em cada uma das situações abaixo.
a) F1 F2
■ Resolução
FR 5 F2 2 F1 ] FR 5 20 2 15 ] FR 5 5 N FR
F1 F2
2
FR 5 m 3 a ] 5 5 20 3 a ] a 5 0,25 m/s
37
b) F1
F2
■ Resolução
c)
60°
F2
■ Resolução
Usando a regra do paralelogramo, o módulo F1
da força resultante pode ser calculado a par-
FR
tir da lei dos cossenos: 60°
■ Resolução
Dados: m 5 1.200 kg; v0 5 20 m/s (72 km/h $ 3,6 5 20 m/s) e St 5 2,5 s
Velocidade final: v 5 0 (repouso)
Cálculo do módulo da desaceleração (a):
v 5 v0 1 at ] 0 5 20 1 a 3 2,5 ] a 5 28 m/s2
(o sinal negativo indica desaceleração do automóvel)
38
Cálculo do módulo do deslocamento durante a frenagem (Ss):
v2 5 v02 1 2aSs
02 5 202 1 2 3 (28) 3 Ss ] 2400 5 216Ss ] Ss 5 25 m
FIGURA II
Velocidade Aceleração
P
A
Q
v0 B 0
Tempo
C R
0 Tempo
Para cada uma das três situações representadas na figura I, indique o gráfico de
velocidade (A, B ou C) correspondente e o de aceleração (P, Q ou R) da partícula.
No intervalo de 3
2
0 a 2 s, F 5 6 N.
1
No intervalo de
2 s a 6 s, F 5 3 N. 0 2 4 6 8 t (s)
39
2 Peso e gravidade
Qualquer corpo nas proximidades da Terra é atraído por uma força de campo
denominada peso (figuras 3 e 4).
Figuras 3 e 4 • Os pinos
voltam às mãos do ma-
labarista devido à força
peso, a mesma força que
atrai aquele que salta no
Dirigido para o centro da Terra, o peso é uma força que atua sobre todos os cor-
pos próximos ao nosso planeta (figura 5).
Na figura 6, uma bola de futebol está próxima à Terra. Desprezando a resistência
do ar, o peso (P) é a única força que atua sobre esse objeto: ele está em queda livre.
5 6
Assim, o peso é a força resultante que atua sobre a bola. Pela 2a lei de Newton
(princípio fundamental da dinâmica), temos:
FR 5 m 3 a
Mas, como, nesse caso, FR 5 P e a 5 g, temos:
P5m3g
A força peso (P) e a aceleração da gravidade (g ) têm mesma direção e sentido, e
o módulo da força peso pode ser calculado pela equação:
P5m3g
40
Você se lembra?
Queda livre é o nome dado à queda de qualquer corpo no vácuo ou quando é possível
desprezar forças de resistência. Você deve se lembrar que corpos de massas diferentes
abandonados da mesma altura em queda livre atingem o solo no mesmo instante e com
a mesma velocidade.
Corpos em queda livre nas proximidades da superfície da Terra descrevem movimentos re-
tilíneos uniformemente variados. A aceleração da queda livre é a da gravidade (g), cujo mó-
dulo vale aproximadamente 9,8 m/s2.
Júpiter
26,0 m/s2
Netuno
Mercúrio 11,5 m/s2
3,7 m/s2 Vênus
9,0 m/s2
Terra
9,8 m/s2
Sol
274,0 m/s2
Marte
3,7 m/s2
Saturno
11,0 m/s2
Urano
10,5 m/s2
41
Professor: No quadri- Qual(is) dos planetas do Sistema Solar deveria(m) ser escolhido(s) por Garfield
nho, Garfield pensa para conseguir diminuir seu peso? Em qual(is) planeta(s) do Sistema Solar Gar-
em atender ao dese-
jo de seu dono, Jon,
field teria menor massa?
mudando-se para um
planeta com gravida- Considerando que Garfield quer diminuir a força peso sobre ele, os planetas
de menor. Dessa for-
ma, a ação do planeta do Sistema Solar mais indicados para tal redução seriam Mercúrio e Marte, por
sobre ele seria menor
e, consequentemente, apresentarem os menores valores para a aceleração da gravidade. Porém, a
a força peso sobre ele
também seria menor.
massa dos corpos é invariável. Sendo assim, de nada adiantaria a mudança para
pessoas teriam uma sensação de menor peso nos planetas de menor gravidade.
4 Na Terra, uma caixa tem peso igual a 49 N. Considere os valores aproximados das
acelerações da gravidade apresentados no exercício anterior.
A resistência do fio não muda, embora ele esteja sujeito a uma aceleração da
b) Qual a maior massa de um corpo suspenso por esse fio, na Lua (onde,
g 5 1,5 m/s2), sem que ele se rompa? Justifique.
42
3 Sistemas de corpos acelerados
Existem situações em que carros param de funcionar por causa de problemas
elétricos e/ou mecânicos. Nessas situações, é necessário que o carro seja removido
para ser consertado. Os caminhões-guincho, em geral, são utilizados nesse tipo
de transporte. Glossário
Na falta de um caminhão-guincho para o transporte do carro quebrado, há Sisal. Planta da qual
motoristas que utilizam cordas, geralmente feitas de sisal, para interligar o au- se extrai uma fibra
áspera, resistente e
tomóvel quebrado a outro que esteja funcionando normalmente. No entanto, tal de excelente quali-
procedimento nem sempre termina em sucesso. Algumas cordas arrebentam ao dade, com a qual se
longo do trajeto. fazem cordas, bar-
bantes, tapetes etc.
O sistema constituído por dois carros interligados por uma corda pode ser repre-
sentado esquematicamente como na figura 7.
7
Carro B Carro A
Na figura 7 a força F representa a força motora que atua sobre o carro A. O carro
A, por sua vez, traciona o carro B, que precisa ser removido para conserto. O carro
B reage tracionando A. O módulo da aceleração do sistema (veículos A e B e corda
que os une) será representado por a. Aplicando a 2a lei de Newton ao sistema, temos
uma força resultante FR, que atua sobre um conjunto de duas massas, mA e mB.
Assim, o módulo de FR poderá ser calculado por: FR 5 m 3 a.
43
8
Carro B Carro A
TAB TBA F
Figura 8 • Representação
esquemática da figura 7, Fat. (B) Fat. (A)
considerando as forças de
atrito entre os pisos e cada
um dos automóveis.
Reflita
Cordas
As cordas têm inúmeras aplicações no meio industrial.
Para trabalhos realizados por uma empresa especializada em limpeza de fachadas de edi-
fícios, a maior massa esperada de cada servidor que utiliza andaimes é de 90 kg. Durante a
prestação de determinado serviço, três trabalhadores ficam presos ao prédio por cordas de
segurança. Qual deve ser a força mínima de resistência à ruptura do cabo a ser utilizado pe-
la empresa para cada um de seus funcionários?
O texto indica o fator 15 4 1 como referência para a confecção de cabos de segurança
para pessoas que o utilizam. Para uma pessoa em queda livre, não se pode considerar
apenas o seu peso para a avaliação da resistência do equipamento de proteção.
Sendo assim, para cada trabalhador de 90 kg, a força mínima de resistência à ruptura
do cabo deve ser da ordem de 15 vezes o seu peso: 15 # 900 N 5 13.500 N. Observe
que não é necessário multiplicar esse valor por três, pois os cabos de segurança são
utilizados individualmente pelos trabalhadores para se ligarem ao prédio.
44
bertrand guay / afp-getty images
Já sabe responder?
por que os carros de Fórmula 1 têm massa
cadaavez menor?
Pela 2 lei de Newton, se for mantida a força
resultante sobre dois corpos de diferentes massas,
quanto maior a massa, menor a aceleração do móvel.
Assim, os automóveis da Fórmula 1 têm massa cada
vez menor, pois podem submeter-se a acelerações
maiores e, consequentemente, atingir velocidades
EXERCíCIOs resolvidos
R3 Duas caixas, A e B, são empurradas por uma pessoa que arruma uma sala. A in-
tensidade da força aplicada na caixa A é de 60 N. As massas das caixas são, res-
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
B
F A
■ Resolução
As caixas A e B se deslocam conjuntamente. Sendo assim, o sistema (caixas A
e B) submete-se a uma aceleração a comum. A resultante das forças externas
que atuam sobre o sistema é a força F. Aplicando a 2a lei de Newton para o
sistema, temos:
NB
a
NA B
a
A
F FBA FAB
PA PB
FR = F - FBA FR = FAB
A B
60 5 15 3 a ] a 5 4 m/s2
45
Para o cálculo da força de interação entre as caixas, devemos analisar as forças
internas do sistema. Nesse caso existem forças de interação entre as caixas A e B
(representadas pelo par de forças de ação e reação, FA,B e FB,A). Aplicando a 2a lei de
Newton para cada um dos corpos separadamente, temos:
Caixa A: F 2 FB,A 5 mA 3 a (I) Caixa B: FA,B 5 mB 3 a (II)
Podemos utilizar qualquer uma das equações para a obtenção do módulo da
força de interação FA,B 5 FB,A.
R4 Sobre um plano horizontal repousa um bloco A de massa 3,5 kg e, preso a ele por
meio de uma corda inextensível e de massa desprezível, encontra-se um bloco B,
de massa 1,5 kg.
Em determinado instante, o sistema é abandonado. A
Considere que a polia pode girar sem atrito com seu
eixo e que há atrito entre o plano horizontal e o blo-
co A de coeficiente igual a 0,2. Considere g 5 10 m/s2
B
■ Resolução
Os blocos A e B se deslocam conjuntamente. A resultante das forças externas que
atuam sobre o sistema é a resultante entre a força PB que atua sobre o bloco B e a
força de atrito, Fat.(A), que atua sobre o bloco A.
Para que o sistema acelere é necessário saber se o módulo de PB é diferente do
módulo da Fat.(A).
Temos, então:
PB 5 15 N e Fat.(A) 5 j 3 N ] Fat.(A) 5 0,2 # 35 ] Fat.(A) 5 7 N
Como o módulo da força de atrito em A é menor do que o módulo do peso de B,
o bloco B desce verticalmente, e o bloco A se desloca horizontalmente para a di-
reita, ambos com a mesma aceleração a. Observe que, embora a massa de A seja
maior que a massa do bloco B, o atrito sobre o sistema não consegue impedir o
seu movimento. Aplicando a 2a lei de Newton para o sistema, temos:
FR 5 m 3 a ] PB 2 Fat.(A) 5 (mA 1 mB) 3 a ]
15 2 7 5 5 3 a ] 8 5 5 3 a ] a 5 1,6 m/s2
Para o cálculo da força de interação entre os blocos, devemos analisar as for-
ças internas do sistema. Nesse caso, existe força de tração no fio que une os
blocos A e B. Aplicando a 2a lei de Newton para cada um dos corpos separada-
mente, vêm:
NA
Bloco A: TBA 2 Fat.(A) 5 mA 3 a (I)
Fat. (A) TBA
Bloco B: PB 2 TAB 5 mB 3 a (II) A
46
R5 O motorista de um carro de massa 1,5 tonelada,
inicialmente a 126 km/h, pretende parar ao avis-
tar um obstáculo à sua frente. No processo de fre-
v
nagem, as rodas são travadas até parar. Considere
g 5 10 m/s2 e o coeficiente de atrito entre o piso e
os pneus igual a 0,8.
a) Represente graficamente as forças que atuam no
carro durante a frenagem.
■ Resolução
Fat.
P
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observação
Note que, apesar de o movimento do carro continuar no sentido do vetor velocida-
de, há somente a força de atrito atuando sobre ele. A inércia é a responsável pela
continuidade do movimento para frente, apesar de a resultante (Fat.) estar no sen-
tido oposto.
■ Resolução
FR 5 Fat. ] FR 5 j 3 N
FR 5 0,8 3 1,5 3 1.000 3 10
FR 5 12.000 N
■ Resolução
FR 5 m 3 a ] 12.000 5 1.500 3 a ] a 5 8 m/s2
47
■ Resolução
A situação considerada constitui um bom N
exemplo de referencial não inercial. Neste
caso, o elevador é um móvel que acelera em
relação a um referencial fixo na Terra, por isso
considerado um referencial não inercial, pois
o elevador não está em equilíbrio estático (re-
pouso) nem em equilíbrio dinâmico (MRU) em
P
relação ao referencial fixo na Terra. Podemos
aplicar a 2a lei de Newton para o carro, consi-
derando as forças que atuam sobre ele: a força
peso (P) e a força normal (N), força de reação à
compressão que o corpo exerce sobre o apoio
(o piso do elevador).
Assim, FR 5 N 2 P ] m 3 a 5 N 2 m 3 g ]
3.600 N
7 A figura mostra três blocos sobre uma mesa lisa, horizontal e plana. As massas
dos blocos são mA 5 3 kg, mB 5 5 kg e mC 5 2 kg. A força F indicada na figura tem
direção horizontal, sentido da esquerda para a direita e módulo igual a 40 N. Qual
a intensidade da força de contato entre os blocos A e B e entre os blocos B e C?
Despreze a força de atrito entre os blocos e a superfície.
F B
A C
FA,B 5 28 N e FB,C 5 8 N.
A B
B A
Situação I Situação II
48
a) A aceleração do sistema representado na situação I é maior, menor ou igual à
aceleração do sistema representado na situação II? Justifique sua resposta.
A aceleração do sistema na situação II é maior, pois a força resultante que atua sobre
esse sistema é maior do que a força resultante que atua sobre o sistema na situação I.
b) Calcule o módulo da tração no fio que liga os blocos A e B nas situações I e II.
4,5 N.
9 Em uma aula de física o professor explica que nos elevadores as marcações das
balanças de molas variam de acordo com a natureza do movimento executado
pelo elevador. Intrigada, uma estudante de 50 kg se coloca em cima de uma
balança dentro de um elevador que sobe e desce, ora acelerando, ora retar-
dando o movimento. Considere o módulo da aceleração da gravidade igual a
10 m/s2 e determine a leitura da balança (o módulo da força normal), quando
o elevador:
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
540 N
460 N
460 N
540 N
500 N
49
10 (PUC-SP) Um garoto corre com veloci-
dade de 5 m/s em uma superfície ho-
rizontal. Ao atingir o ponto A, passa a
deslizar pelo piso encerado até atingir 5 m/s
o ponto B, como mostra a figura. 5 m/s
v=0
Considerando a aceleração da gravida- A B
v=0
Eixo de referência
de g 5 10 m/s2, o coeficiente de atrito Eixo de referência A B
10 m
cinético entre suas meias e o piso en- 10 m
cerado é de:
a) 0,050 c) 0,150 e) 0,250 Eixo de referência
b) 0,125 d) 0,200 Eixo de referência
F
B A
a 5 2 m/s2
TAB 5 42 N
1 (UPF-RS) Uma caixa de 2 kg é arrastada por um estu- 2 (Unesp) Uma das modalidades esportivas em que
dante que a movimenta num plano horizontal, por nossos atletas têm sido premiados em competições
uma força constante e paralela a esse plano, de 7 N, olímpicas é a de barco a vela. Considere uma situa-
cujo atrito ele despreza para efeitos de cálculo. No ção em que um barco de 100 kg conduzido por um
instante inicial, a caixa está em repouso e, no instan- velejador com massa de 60 kg, partindo do repou-
te final, ela está com velocidade de 21 m/s. O inter- so, se desloca sob a ação do vento em movimento
valo de tempo, obtido pelo estudante, para que essa uniformemente acelerado, até atingir a velocidade
variação de velocidade ocorra é, em segundos, de: de 18 km/h. A partir desse instante, passa a navegar
com velocidade constante. Se o barco navegou 25 m
a) 5 c) 12 e) 21 em movimento uniformemente acelerado, qual é o
b) 6 d) 16 valor da força aplicada sobre o barco? Despreze re-
sistências ao movimento do barco.
50
3 (Fuvest-SP – adaptado) Um Motor
6 (Fuvest-SP) Uma esfera de massa m0 está pendurada
elevador de carga, com massa por um fio, ligado em sua outra extremidade a um cai-
M 5 5.000 kg, é suspenso por xote, de massa M 5 3m0 , sobre uma mesa horizontal.
um cabo na parte externa de um Quando o fio entre eles permanece não esticado e a es-
edifício em construção. fera é largada, após percorrer uma distância H0 , ela atin-
a) Determine o módulo da força girá uma velocidade v0 , sem que o caixote se mova.
F1, em N, que o cabo exerce
sobre o elevador, quando ele
M
é puxado com velocidade g
constante.
b) Determine o módulo da força
m
F2, em N, que o cabo exerce
sobre o elevador, no instan-
te em que ele está subindo m0
com uma aceleração para
cima de módulo a 5 5 m/s2. H0
g
4 (UEL-PR) Os três blocos, A, B e C, representados na
figura, têm massas iguais a 3,0 kg:
v0
A B
Na situação em que o fio entre eles estiver esticado,
a esfera, puxando o caixote, após percorrer a mesma
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7 (UFRGS-RS – adaptado)
O plano horizontal, onde se apoiam A e B, não for- A figura ao lado repre- Fio 1
nece atrito, a roldana tem massa desprezível e a senta dois objetos, P e
aceleração local da gravidade pode ser considerada Q, cujos pesos, medidos P
g 5 10 m/s2. A tração no fio que une os blocos A e B com um dinamômetro
tem módulo: por um observador iner-
Fio 2
a) 10 N b) 15 N c) 20 N d) 25 N e) 30 N cial, são 6 N e 10 N, res-
pectivamente.
5 (UFPel-RS) Num porta-aviões, em virtude da cur- Por meio de dois fios de
ta distância para a pista de voo, o lançamento de massas desprezíveis, os Q
aviões e atrelagem também são realizados mediante objetos P e Q acham-se
dois sistemas de propulsão: um, por meio das turbi- suspensos, em repouso,
nas do avião e o outro, por uma espécie de catapulta ao teto de um elevador
com cabos de aço. Considere um porta-aviões cuja que, para o referido observador, se encontra parado.
pista mede 100 metros de comprimento e um avião- Para o mesmo observador, quando o elevador acele-
-caça com massa de 1 tonelada, que necessita de rar verticalmente para cima à razão de 1 m/s2, qual
uma velocidade de 80 m/s em relação ao ar para de- será o módulo da tensão no fio 2? (Considere o mó-
colar, sendo que as duas turbinas juntas contribuem dulo da aceleração da gravidade igual a 10 m/s2.)
para o seu movimento com uma força de 1,5 # 104 N. a) 17, 6 N c) 11,0 N e) 9,0 N
Desprezando as forças de atrito e a resistência do ar, b) 16,0 N d) 10,0 N
faça o que se pede.
8 (UFU-MG) Um elevador tem
kristi earl / u.s. navy-
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51
Julgue os itens abaixo. 10 Um menino lança uma caixa de 3 kg sobre uma mesa,
I. Se o elevador subir acelerado com aceleração cons- com atrito, imprimindo-lhe certa velocidade inicial. A
tante de 2 m/s2, a leitura da balança será 840 N. caixa percorre 0,5 m sobre o tampo da mesa até pa-
II. Se o elevador descer com velocidade constante, rar. Se a massa da caixa fosse igual a 6 kg e o menino
a balança indicará 700 N. lançasse a caixa sobre a mesma mesa com a mesma
III. Se o elevador descer retardado com aceleração cons- velocidade inicial, ela percorreria, até parar, uma dis-
tante de 2 m/s2, a leitura da balança será 840 N. tância em metros igual a:
IV. Rompendo-se o cabo do elevador e ele caindo a) 0,25 d) 1,0
com aceleração igual à da gravidade, a balança b) 0,5 e) 2,0
indicará zero.
c) 0,75
V. Se o elevador descer acelerado com aceleração
constante de 2 m/s2, a leitura da balança será 560 N.
São corretos: 11 Na situação representada a seguir, considere os fios
ideais e despreze os atritos nas roldanas. Dado que o co-
a) apenas I, II e III. d) apenas I, II, IV e V. eficiente de atrito cinético entre o corpo B e a superfície
b) apenas I, II e IV. e) I, II, III, IV e V. é igual a 0,2 e que as massas dos corpos são mA 5 2,5 kg
c) apenas I, III e IV. e mB 5 1,5 kg, calcule o módulo da aceleração do siste-
ma e o valor do módulo da força de tração no fio que
9 Duas forças horizontais de intensidades 40 N e 5 N es- une os corpos. Considere g 5 10 m/s2.
tão agindo sobre dois corpos A e B, conforme a figura.
5N
1 (FGV-SP) Usado para missões suborbitais de explo- IV. Se o automóvel partir do repouso, após 2 segun-
ração do espaço, o VS-30, foguete de sondagem bra- dos, terá percorrido um espaço igual a 1,5 metro.
sileiro, possui massa total de decolagem de, aproxi- V. Se quisermos reduzir a aceleração à metade,
madamente, 1.500 kg e seu propulsor lhe imprime basta dividirmos por dois a intensidade da força
uma força de 95 # 103 N. Supondo que um desses aplicada.
foguetes seja lançado verticalmente em um local Estão corretas:
onde a aceleração da gravidade tem valor 10 m/s2, a) apenas I e II. d) I, II, IV.
desconsiderando a gradual perda de massa devido à b) apenas I e III. e) II, III e V.
combustão, a aceleração imprimida ao conjunto nos c) I, III e V.
instantes iniciais de sua ascensão, relativamente ao
solo, é, aproximadamente: 3 (UFC-CE) Um pequeno automóvel colide frontalmen-
a) 15 m/s2 d) 42 m/s2 te com um caminhão cuja massa é cinco vezes maior
b) 24 m/s 2
e) 53 m/s2 que a massa do automóvel. Em relação a essa situação,
c) 36 m/s2 marque a alternativa que contém a afirmativa correta.
a) Ambos experimentam desaceleração de mesma
2 (PUC-PR) A aceleração adquirida por um automóvel intensidade.
é de 1,5 m/s2 e a força resultante que age sobre ele é b) Ambos experimentam força de impacto de mes-
3.000 N. ma intensidade.
c) O caminhão experimenta desaceleração cinco ve-
Com base nessas informações, analise as proposições:
zes mais intensa que a do automóvel.
I. A massa do automóvel é igual a 2.000 kg. d) O automóvel experimenta força de impacto cinco
II. A massa do automóvel é igual a 4.500 N. vezes mais intensa que a do caminhão.
III. Se o automóvel partir do repouso, após 4 segun- e) O caminhão experimenta força de impacto cinco
dos, sua velocidade será igual a 6 m/s. vezes mais intensa que a do automóvel.
52
4 (UFPel-RS) Analise a afirmativa a seguir: Fat. (N)
moto seja maior que a do carro, após a colisão, já de massas iguais, está apoiada sobre o tampo hori-
que a moto possui menor massa. zontal de uma mesa totalmente sem atrito. Um dos
d) a força de ação é menor do que a força de reação, elos é puxado para fora da mesa, e o sistema é aban-
porém a aceleração da moto, após a colisão, de- donado, adquirindo, então, movimento acelerado.
pende das velocidades do carro e da moto ime- No instante em que o quarto elo perde contato com
diatamente anteriores à colisão. a mesa, a aceleração do sistema é:
e) exercerá maior força sobre o outro aquele que ti- 2 3 2 1
a) g b) __ g c) __ g d) __ g e) ___
g
ver maior massa e, portanto, irá adquirir menor 3 5 5 10
aceleração após a colisão.
8 (Unifesp) Na representação da figura, o bloco A des-
5 (PUC-PR) A figura representa um corpo de mas- ce verticalmente e traciona o bloco B, que se movi-
sa 10 kg apoiado em uma superfície horizontal. O menta em um plano horizontal por meio de um fio
coeficiente de atrito entre as superfícies em contato inextensível.
é 0,4. Em determinado instante, é aplicada ao corpo
uma força horizontal de 10 N. B
10 N
A
53
9 (FGV-SP – adaptado) Uma caixa encontra-se sobre 11 (PUC-Minas) Considere um corpo na Lua, colocado
um plano horizontal e sobre ela uma força constante em uma superfície plana e que, sobre ele, atue uma
de intensidade F atua horizontalmente da esquerda força horizontal conforme ilustrado a seguir. Consi-
para a direita, garantindo-lhe um movimento retilí- dere glunar 7 1,6 m/s2.
neo e uniforme.
F
2 kg F = 1,34 N
F
Os coeficientes de atrito estático e cinético entre o
objeto e a superfície sobre a qual ele está apoiado
valem respectivamente je 5 0,2 e jc 5 0,1.
Assinale a afirmação correta sobre o objeto.
Com base nas leis de Newton, analise: a) Irá adquirir uma aceleração de aproximadamente
0,5 m/s2.
I. Uma pessoa, dentro da caixa e impedida de ver o ex-
b) Não entrará em movimento, pois a força externa é
terior, teria dificuldade em afirmar que a caixa possui
menor que a força de atrito estático máxima.
movimento relativamente ao plano horizontal.
c) Irá adquirir uma aceleração de 1,67 m/s2.
II. A força resultante sobre a caixa é um vetor ho-
d) Irá deslocar-se em movimento retilíneo uniforme.
rizontal, que possui sentido da esquerda para a
direita e intensidade igual a F.
III. O componente do par ação/reação corresponden-
12 (OBF) Usando um dinamômetro, um aluno está ten-
tando suspender uma caixa de massa 6,0 kg que está
54
Afirma-se que as seguintes forças formam pares de f
Calcule a razão __ entre o módulo f da força de atrito
ação e reação: F
I. F1 e F2 V. F4 e F5 e o módulo F da força horizontal que puxa o bloco.
II. F1 e F4 VI. F5 e F6
III. F2 e F3 VII. F3 e F6 15 (Ufpe – adaptado) Um pequeno bloco de 0,50 kg
IV. F3 e F4 VIII. F2 e F5 desliza sobre um plano horizontal sem atrito, sendo
Está correto o que se afirma em: puxado por uma força constante de módulo F 5 10,0 N
a) I, IV e VI. d) I, V e VI. aplicada a um fio inextensível que passa por uma rolda-
b) II, III e VII. e) II, IV, VII e VIII. na, conforme a figura a seguir.
c) III, V e VIII.
Considere √ 3 = 1,73.
Figura 1 Figura 2
a) 12,4
Suponha que, em ambos os casos, a única outra for- b) 14,5
ça horizontal que age sobre o bloco seja a força de c) 15,2
atrito – de módulo invariável f – que a mesa exerce d) 17,3
sobre ele. e) 18,1
55
Navegando no módulo
Leis de Newton
Primeira lei
de Newton
Segunda lei
de Newton Lei da inércia Massa e peso
boeing-nasa-esa
bipm
Sistemas de corpos
corpos acelerados
acelerados
Terceira lei de
Newton
–P
Forças importantes
Ação e reação
na mecânica
Força de
Força elástica
reação normal
N Estado original Forças de atrito FÍSICA
Hugo Carneiro Reis
Blaidi Sant’Anna
Walter Spinelli
Gloria Martini
Tensão ou tração F
Fat.(e)
Mola distendida
T –T F
Fel. F
atrito cinético
ou dinâmico
gero breloer /
dpaphotos-newscom
56