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Lei de Faraday
(a) Encontre uma expressão para a fem induzida no circuito em função de Bz (t) (sem núme-
ros!)?
Para encontrar uma expressão para a fem, o ponto de partida é a lei de Faraday:
Z
dΦB d
E =− =− B · n̂ dA
dt dt
O sentido anti-horário foi definido como o positivo, e portanto B · n̂ = +Bz . Com isso obtemos,
dB
E = −πr2
dt
onde, para referência, πr2 ' 0.79 m2 .
(b) Faça um gráfico da fem em função do tempo. Nomeie os eixos apropriadamente, com escala
e unidades. Muito cuidado com os sinais. Note que o sentido positivo da fem foi definido
como sendo o anti-horário.
De acordo com o gráfico de Bz em função do tempo, temos as seguintes situações para cada intervalo:
dB 5
0<t<2: = = 2, 5 T −→ E = −1, 96 V
dt 2
dB
2<t<4: = 0 −→ E =0
dt
dB 5
4<t<8: = − = − 1, 25 T −→ E = 0, 98 V
dt 4
O gráfico correspondente está ilustrado na figura abaixo.
EHVL
0.98
0 t HsL
2 4 6 8
-1.96
(c) Faça um gráfico da corrente I através do resistor R em função do tempo. Nomeie os eixos
apropriadamente, com escala e unidades. Para cada um dos três intervalos de tempo em que
o campo está mudando, faça um desenho do resistor com uma flecha indicando a direção
da corrente.
A corren está relacionada com a fem induzida de forma simples, através da relação
E
I=
R
onde R = 20 Ω. Note que ambas possuem o mesmo sinal. O gráfico correspondente está ilustrado
na figura abaixo (atenção: a escala de I está em mA).
IHmAL
49.1
0 t HsL
2 4 6 8
-98.2
O diagrama da figura abaixo ilustra o sentido da corrente nos diferentes intervalos de tempo rele-
vantes.
I I=0 I
(a) 0 < t < 2 (b) 2 < t < 4 (c) 4 < t < 8
P = EI
(Em geral nós escrevemos P = V I, mas neste caso a ddp é dada somente pela fem induzida E).
Esta definição é geral. No advento da lei de Ohm ser válida (o que é verdade em problemas na lista
de exercício, mas não necessariamente na vida real), então podemos usar que E = IR e rescrever
esta expressão como, por exemplo
P = RI 2
Note que a potência, independentemente do sinal de I (ou E), é sempre uma grandeza positiva. O
seu gráfico correspondente está ilustrado na figura abaixo.
PHmWL
193
48
0 t HsL
0 2 4 6 8
2. Bastão deslizando
Um bastão condutor de resistência desprezível e comprimento a desliza sem atrito sobre dois
fios condutores paralelos. Dois resistores, R1 e R2 , estão conectados nas extremidades dos fios
formando um circuito (vide figura). Nesta região há um campo magnético uniforme e constante
B, saindo da página. Nos cálculos do fluxo abaixo, tome a normal da superfície saindo da
página.
No enunciado foi definido que a normal n̂ deve ser tomada como saindo da página. Isso significa
que, como B também é saindo da página, B · n̂ = B. Além disso, B é homogêneo por toda a
extensão do circuito e por isso pode ser removido da integral, resultando em
ΦB = BA
Não confunda as coisas: o motivo pelo qual B sai ou não da integral tem a ver com o fato dele ser
(ou não) homogêneo no espaço; ou seja, nada importa se a área está mudando no tempo (como
ela de fato está neste caso).
Concluímos então que, como a área está aumentando, o fluxo através do circuito da direita está
aumentando.
(b) Qual a magnitude da taxa de variação do fluxo magnético através do circuito da direita?
é constante no tempo ao passo que a área aumenta de acordo com dA dt = av, onde v é a velocidade
do circuito. Portanto,
dΦB
dt = Bav, (circuito da direita)
(c) Qual a corrente fluindo pelo resistor R2 no circuito da direita? Faça um desenho de R2 com
uma flecha indicando sua direção.
Pela lei de Ohm a corrente será simplesmente
Edir
Idir =
R2
onde o subscrito “dir” serve para denotar grandezas referentes ao circuito da direita. Além disso,
pela lei de Faraday sabemos que
dΦB
Edir = − = −Bav
dt
Portanto, a corrente será
Bav
Idir = −
R2
Vejamos três formas distintas de extrair a direção da corrente.
(1) De acordo com a convenção de fluxo magnético, quando n̂ está saindo da página (como neste
problema), então valores positivos correspondem a uma circulação no sentido anti-horário. Como
os valores que obtivemos são negativos, concluímos que a corrente circulará no sentido horário; ou
seja, de cima para baixo em R2 e de baixo para cima no bastão (vide figura (a) abaixo)
(2) Usando a lei de Lenz vemos que uma corrente induzida no sentido horário produz um campo
Bind para baixo, que vai contra o campo original; ou seja, cuja tendência é diminuir quaisquer
mudanças no fluxo magnético através do circuito. Caso a corrente fosse no sentido anti-horário, ela
criaria um Bind na mesma direção do campo aplicado, aumentando o fluxo magnético.
(3) Quando a corrente é no sentido horário, ela atravessa o bastão de baixo para cima. Consequen-
temente, a direção da força magnética que o campo aplicado exerce na corrente induzida (sim, ele
exerce uma força na corrente que ele mesmo produz!) será
F̂M = Iˆ × B̂
O diagrama com as forças relevantes está ilustrado na figura (b) abaixo. Como é razoável esperar,
a força é na direção contrária ao movimento; ou seja, ela tende a frear a barra ao invés de acelerá-la
(ufa!). Esta é outra forma de interpretarmos a lei de Lenz e corrobora o nosso resultado de que a
corrente é no sentido horário.
R2 Idir R1 Iesq
FM
(a) Direção da corrente no (b) Direção da força magnética na (c) Direção da corrente no cir-
circuito da direita (que passa barra em movimento. cuito da esquerda (que passa
por R2 ). por R1 ).
No caso do circuito da direita, o fluxo está claramente diminuindo pois a situação é idêntica a do
item (a), exceto pelo fato que a área agora está diminuindo.
(e) Qual a magnitude da taxa de variação do fluxo magnético através do circuito da esquerda?
Em analogia direta com o item (b), teremos também para o circuito da esquerda que:
dΦB
dt = Bav, (circuito da esquerda)
(f) Qual a corrente fluindo pelo resistor R1 no circuito da esquerda? Faça um desenho de R1
com uma flecha indicando sua direção.
Eesq Bav
Iesq = =
R1 R1
e, consequentemente, Iesq > 0. A conclusão é que a corrente pelo circuito da esquerda circula no
sentido anti-horário (vide a figura (c) acima).
Este resultado também está de acordo com a lei de Lenz: uma corrente no sentido anti-horário
produz um campo para cima resultando em um aumento do fluxo magnético (cujo intuito é se opor
à diminuição ocasionada pela redução da área). Note que uma corrente no sentido anti-horário
circulando no circuito da esquerda também equivale a uma corrente de baixo para cima no bastão.
Ou seja, os sentidos das correntes são tais que produzem exatamente o mesmo efeito no bastão (que
é o protagonista da história): freá-lo por meio de uma força magnética no sentido oposto ao da
velocidade (assim como a força de atrito).
A direção da força já foi análisada no item (c). A força magnética corresponde à força que o campo
magnético gera na corrente que atravessa o bastão. Pela lei de Lenz (ou pela análise vetorial feita
no item (c)), a força será no sentido oposto ao da velocidade. Neste caso há duas contribuições
para a corrente no bastão: do circuito da esquerda e do circuito da direita. Ambas são na mesma
direção e portanto se somam. Note também que se mudássemos a direção da velocidade, toda a
análise feita até aqui se inverteria e chegaríamos a conclusão de que a força magnética seria para a
esquerda, ainda na direção oposta a velocidade (não existe almoço grátis!).
Com relação a magnitude, teremos o seguinte: se e somente se o campo B for homogêneo, então1
FM = IaB
Portanto,
2 2 1 1
FM = B a v +
R1 R2
1
Caso contrário temos que pensar em cada pequeno pedaço do circuito onde a força magnética é dada por dFM =
I dl × B, onde dl é um pequeno vetor na direção pela qual a corrente flui. A força total é obtida integrando essa relação
ao longo do circuito.
3. Integrador de corrente: medindo o campo magnético da terra
Um integrador de corrente é um dispositivo que integra (soma) a corrente passando por um
dq
R total que passou por ele. Como I = dt ,
circuito ao longo do tempo, a fim de fornecer a carga
o integrador de corrente medirá uma carga Q = I dt. Considere uma bobina circular com
300 voltas e raio r = 5 cm, conectada ao integrador. Tome a resistência total do sistema como
sendo 20 Ω. Suponha que, inicialmente, a normal da bobina está paralela ao campo da terra.
(a) Obtenha uma expressão para a carga medida no integrador se rotacionarmos a bobina em
90◦ (sem números!).
Pela lei de Ohm I = E/R; usando a lei de Faraday podemos escrever a fem em termos da taxa da
variação do fluxo:
1 dΦB
I=−
R dt
Portanto a corrente será simplesmente
Z Z Z
1 dΦB 1
Q = I dt = − dt = − dΦB
R dt R
(os dt’s se “cancelam”). Esta integral será simplesmente
1
Q=− [ΦB (final) − ΦB (inicial)]
R
Já o fluxo lê-se
ΦB = N BA cos θ
No inicio do processo θ = 0 e no final, θ = π/2. Portanto,
N BA N BA
Q=− [cos(π/2) − cos(0)] −→ Q=
R R
(b) Suponha que no final do processo mediu-se uma carga Q = 9, 4 µC. Calcule o campo mag-
nético da terra neste local.
BT ' 0, 798 G
4. Indução eletromagnética
Uma espira de cobre está acima de um imã permanente cujo norte aponta na mesma direção
(vide figura da esquerda). Com relação a correntes, tome o sentido anti-horário, quando visto
de cima, como positivo. Para o fluxo, tome para cima como positivo. Para obter créditos neste
problema você deverá deixar bem claro seu raciocínio e seus cálculos.
Suponha que você move a espira à uma velocidade constante, de uma região bem acima do imã,
até uma região bem abaixo dele. Qual dos gráficos abaixo melhor representa
Nós definimos a normal à espira como sendo para cima. Por essa razão, B · n̂ é um número positivo
(as linhas de campo do imã “saem” do pólo norte e “entram” no pólo sul). Conforme nos aproxima-
mos do imã (de cima para baixo), a densidade de linhas de campo aumentam e, consequentemente,
o fluxo também. Portanto, o fluxo magnético é positivo e está aumentando. Após cruzarmos o imã
e começarmos a nos afastar dele, note como as linhas de campo continuam sendo para cima (pois
v
N N
S S
elas entram no pólo sul). Portanto, o fluxo permanece positivo, mas agora ele passa a diminuir de
intensidade já que estamos nos afastando do imã.
E 1 dΦB
I= =−
R R dt
Isso mostra que a corrente é proporcional ao negativo da taxa de variação do fluxo. Para entender
melhor o significado disso, veja a figura abaixo.
8
HaL
6
0
-4 -2 0 2 4
t
Em cada instante de tempo dΦ dt representa a taxa de inclinação do fluxo. Note que para t nega-
B
tivo ela começa próxima de zero e passa, em seguida, a aumentar gradativamente. Em torno de
t = −1 a taxa de inclinação atinge um máximo, a partir do qual ela passa a diminuir rapidamente,
anulando-se em t = 0. Daí em diante ela se torna negativa, tendo um mínimo em torno de t = 1
e tendendo a zero conforme o tempo passa. Este comportamento é análogo ao do gráfico (c), mas
cuidado: I ∝ − dΦ
dt . A corrente é tudo isso que eu falei, multiplicado por (-1).
B
Quando a espira estiver abaixo do imã, a corrente induzida será no sentido anti-horário; ou seja,
ela irá produzir um campo para cima cuja tendência é aumentar o fluxo total (que agora está dimi-
nuindo já que estamos nos afastando do imã). Novamente, este resultado está de acordo com nossa
outra análise já que uma corrente no sentido anti-horário significa um número positivo, assim como
observado no gráfico (d) na região onde t > 0.
(3) (Essa é a minha forma favorita de analisar o problema) Comecemos pela situação onde a espira
está acima do imã. Se a corrente induzida fosse no sentido anti-horário, então o campo produzido
pela espira seria para cima. Veja a figura abaixo:
N
I S
O meu ponto é que o campo produzido se assemelha ao de um imã, com o norte apontando para cima.
Agora se colocarmos este imã sobre o nosso imã original teremos a seguinte situação (rotacionada
de 90◦ para não ocupar tanto espaço):
cio
Imã fictí
N
N
S
Note: essa situação acarretaria em uma atração dos imãs, que vai contra a lei de Lenz. Portanto,
certamente, essa não deve ser a resposta correta; ou seja, a corrente deve circular no sentido horário.
Uma análise semelhante mostra que quando a espira tiver abaixo do imã, a corrente deverá ser no
sentido anti-horário para produzir uma situação como esta:
cio
Imã fictí
N
N
S
Agora há uma atração entre os imãs. Por um lado isso reflete a inércia do sistema ao lutar contra
mudanças. Por outro, isso reflete o fato que esse tipo de dispositivo não pode ser usado como um
estilingue de espiras: se a situação correta fosse a oposta, o imã aceleraria a espira para longe!
(c) Qual a direção da força magnética que o imã exerce na espira quando ela está (i) acima do
imã e (ii) abaixo dele?
Esta pergunta já foi respondida no item anterior. Quando a espira estiver acima do imã a força
será repulsiva; ou seja, para cima. Já abaixo do imã, a força será atrativa; ou seja, novamente para
cima.
Suponha agora que você move a espira à uma velocidade constante, de uma região bem abaixo
do imã, até uma região bem acima dele. Qual dos gráficos abaixo melhor representa
Assim como no item (a) o fluxo magnético é positivo ao longo de toda a trajetória, pois a normal
aponta na mesma direção do campo. Além disso, o fluxo começa pequeno e aumenta gradati-
vamente conforme a espira se aproxima do imã. Quando a espira estiver acima do imã o fluxo
continua sendo positivo, mas agora diminui em magnitude com o passar do tempo.
Portanto, o gráfico que melhor representa o fluxo continua sendo o da figura (a).
O fluxo magnético é o mesmo e, portanto, o mesmo deve ser verdade sobre a corrente. Portanto,
continua sendo a resposta (d).
(e) Qual a direção da força magnética que o imã exerce na espira quando ela está (i) abaixo
do imã e (ii) acima dele?
Esperamos, intuitivamente (há um pouco da lei de Lenz em todos nós!) que abaixo do imã a força
seja repulsiva (para baixo), evitando que os objetos se aproximem. Por outro lado, acima do imã,
esperamos uma força atrativa (novamente para baixo).
8 0
HaL HbL
6 -2
4 -4
2 -6
0 -8
-4 -2 0 2 4 -4 -2 0 2 4
t t
2 2
HcL HdL
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
-4 -2 0 2 4 -4 -2 0 2 4
t t
5. Solenóide
Um solenóide (que assumimos ideal) tem 30 cm de comprimento e 1 cm de raio, possui 500
voltas e carrega uma corrente de 2 A.
µ0 N I
B= = 4, 2 × 10−3 T = 42 G
L
(b) Calcule o fluxo magnético através do solenóide (assumindo que o campo seja uniforme).
ΦB
ΦB = L ∴ L= ' 0, 33 mH
I
1 2
UB = LI ' 0, 66 mJ
2
(e) Divida o seu resultado do item anterior pelo volume do solenóide a fim de obter a densidade
de energia magnética, uB .
UB UB
uB = = 2 ' 7 J/m3
vol πr L
B2
(f) Calcule a densidade de energia através da relação uB = 2µ0 , e verifique se o seu resultado
concorda com o item anterior.
B2 (4, 2 × 10−3 )2
uB = = ' 7 J/m3
2µ0 2 × 4π × 10−7
(g) Suponha que passamos a aumentar a corrente numa taxa de 100 A/s. Qual será a fem
induzida no solenóide (em módulo)?
dΦB dI
|E| = =L ' 33 mV
dt dt
6. Circuito RL
Considere o circuito da figura abaixo, onde a chave S, inicialmente aberta, é fechada em t = 0.
Tome E = 12 V, R = 3 Ω e L = 0, 6 H.
(a) Qual a constante de tempo do sistema e o valor final da corrente? Esboce um gráfico de
I vs. t, indicando o valor final da corrente. Não se esqueça de colocar escala e unidades.
A corrente em função do tempo é descrita por2
E L
I(t) = Im 1 − e−t/τ , Im = e τ=
R R
A constante de tempo será
L 0, 6
τ= = = 0, 2 s
R 3
e a corrente final será
E 12
Im == =4A
R 3
Um gráfico de I(t) está ilustrado na figura abaixo.
IHtL
t
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
(b) Calcule quantas constantes de tempo são necessárias para a corrente atingir 90%, 99% e
99,9% do seu valor final. Dica: desenvolva uma fórmula para o número de constantes de
tempo em função de uma fração f da corrente final; depois basta aplicar esta fórmula para
diferentes valores.
f = 1 − e−t/τ
2
Esta fórmula é a solução da equação diferencial
dI
L + RI = E
dt
provida da condição inicial I(t = 0) = 0. Esta equação, por sua vez, é obtida aplicando ao circuito a lei de Faraday
(que alguns livros infelizmente chamam de lei de Kirchhoff, que é válida somente para campos conservativos — o que
não é o caso no presente problema).
Rearranjando e tirando o log (na base e) de ambos os lados eu obtenho
t
= − log(1 − f )
τ
Este é o número desejado; ou seja, eu não quero saber o tempo (em segundos, etc.) mas o número
de constantes de tempo, que é precisamente a razão t/τ ; se t/τ = 20 então foram necessárias 20
constantes de tempo, etc. Com isso eu obtenho os seguintes resultados:
(c) Qual a taxa de variação inicial da corrente? Qual a taxa de variação da corrente quando
ela corresponde à 50% do seu valor final?
(1) Diretamente da solução, I(t) = Im (1 − e−t/τ ). A taxa de variação da corrente (y) será
Quando t = 0 eu obtenho y(0) = E/L = 20 A/s. Quando I(t) é 50% do valor final, eu posso utilizar
o mesmo método do item anterior para obter
1 1
e−t1/2 /τ = 1 − f = 1 − =
2 2
Assim
E1
y(t1/2 ) =
= 10 A/s
L2
Ou seja, quando a corrente atinge 50% do seu máximo, sua taxa de variação já se reduziu pela
metade.
dI E − IR
y(t) := =
dt L
Em t = 0 temos que I = 0 e portanto y(0) = E/L = 20 A/s, assim como antes. Em t1/2 , por
definição, I = Im /2 = 2A. Substituindo valores chegamos a y(t1/2 ) = 10 A/s. Essa rota é muito
mais simples: não foi necessário calcular nenhuma derivada e nenhum tempo característico.
(d) No instante onde a corrente corresponde à 50% do seu valor final, encontre a taxa com que
a bateria fornece energia ao sistema (PB ), a taxa com que energia é dissipada na forma de
calor no resistor (PR ), e a taxa com que energia é armazenada no indutor (PL ). Analise os
seus resultados em termos da conservação de energia no sistema.
PE = EI1/2 = 24 W
A “taxa com que energia é armazenada no indutor” requer uma atenção um pouco maior. Em
primeiro lugar, note que com o passar do tempo estamos armazenando energia no indutor já que
1
UL = L[I(t)]2
2
3
Obrigado ao Bruno Pires pela dica.
Como I(t) começa em zero e tende ao valor máximo (Im ), UL também deve necessariamente fazer
algo semelhante. A taxa com que armazenamos energia é simplesmente a derivada da energia:
dUL 1 d
PL = = L [I(t)]2
dt 2 dt
Aqui devemos tomar um pouco de cuidado: estamos derivando [I(t)]2 com relação ao tempo; preci-
samos usar a regra da cadeia:
d dI
[I(t)]2 = 2I
dt dt
No item anterior calculamos dI/ dt em t1/2 . Substituindo os valores obtemos
" #
1
PL = (0, 6) 2(2)(10) = 12 W
2
B = Bext + µ0 M
Aqui Bext se refere ao campo produzido por um agente externo, neste caso o campo do solenóide,
produzido pela corrente I = 4 A (não confunda com o campo externo ao solenóide, que além de
ser aproximadamente nulo, não tem utilidade nenhuma no presente contexto!). Na ausência de
qualquer material, B e Bext se igualam e podem ser calculados através da fórmula usual para o
campo de um solenóide:
µ0 N I
B = Bext = ' 0, 0100531 T
L
O Cromo é paramagnético (o que pode ser visto do fato que sua susceptibilidade é positiva). A
definição de susceptibilidade é
µ0 M = χBext
Portanto, o campo total se torna
B = Bext (1 + χ)
O campo externo é o mesmo, pois depende exclusivamente da corrente no solenóide. Substituindo
valores, obtemos para o campo total,
Mais uma vez: o campo externo permanece o mesmo. O campo total é obtido novamente da mesma
relação:
B = Bext + µ0 M
Da magnetização do ferro teremos que
µ0 M = 1, 50796 T
Portanto,
B = 1, 5180 T
Ao contrário do Cr, agora o campo é dominado quase que exclusivamente pela contribuição do
material.
(d) Suponha agora que preenchemos o solenóide com um líquido. No processo, mediu-se que
o campo magnético dentro do solenóide diminuiu por 0,004%. Encontre a susceptibilidade
do líquido. Ele é diamagnético ou paramagnético?
Partimos da relação
B = Bext (1 + χ)
Isolando χ obtemos
B − Bext
χ=
Bext
Lembrando que 0, 004% = 4 × 10−5 obtemos
χ = −4 × 10−5
O material é portanto diamagnético; ele diminui o campo externo e portanto tem susceptibilidade
negativa.