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TESE 13 2ª
COMISSÃO

A PROVA PERICIAL: AGILIZAÇÃO PROCESSUAL E

DIREITO DE DEFESA - UM CONFLITO DE INTERESSES


Henrique Luiz de Lucena Moura

Larissa Medeiros Santos

Procuradores do Estado de Pernambuco

I - INTRODUÇÃO

A demanda por justiça tem sido uma realidade cada vez mais presente e a resposta a essa
demanda, insatisfatória como se apresenta, termina comprometendo o próprio direito à jurisdição
de que nos fala, apaixonadamente, Cármen Lúcia Antunes Rocha, professora e Procuradora do
Estado e que a Constituição Federal procura assegurar aos cidadãos.

Entre nós, corrente é a crise do Poder Judiciário, um fenômeno que atinge proporções bastante
consideráveis e faz minar as esperanças dos que ainda acreditam na justiça como o repositório de
soluções para os seus problemas. A crise não é, entretanto, só nossa, como faz ver a professora e
pesquisadora Maria Tereza Sadek:

"Têm-se tornado cada vez


mais freqüentes as críticas ao
Poder Judiciário. Sua
morosidade, suas deficiências
na aplicação da justiça são
questões presentes nos
noticiários, impulsionam
movimentos populares e têm
até aberto espaço para o
surgimento de outros canais
para a solução dos
conflitos.(...) Mesmo nas
democracias mais antigas, ou
pelo menos mais consolidadas,
como a Inglaterra, a França, a
Itália, os Estados Unidos, para

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citar apenas alguns casos, o


descontentamento com a
instituição encarregada de
dirimir os conflitos e aplicar a
justiça tem se expressado na
constante criação de
comissões encarregadas de
buscar soluções, ou em
demandas por uma justiça
mais rápida e eficiente
encabeçadas por expressivos
setores da sociedade."

No intuito de minimizar a crise, que também tem causas estruturais, de solução muito complexa,
procura o legislador investir na alteração dos procedimentos, especialmente pela simplificação das
formas a permitir maior agilização do processo e a melhor qualidade da prestação jurisdicional.

Nesse contexto, destacam-se todas as alterações do Código de Processo Civil que vêm sendo
promovidas. Destacaremos a nova sistemática para a prova pericial, introduzida através da Lei nº
8.455, de 24 de agosto de 1992, tecendo, em relação a ela, uma abordagem crítica em relação
aos aspectos que, em nome da agilização processual, terminam por comprometer o exercício do
contraditório e o amplo direito de defesa, constitucionalmente tutelados.

II - A PROVA PERICIAL NA SISTEMÁTICA DA LEI Nº 8.455/92

Ganha a prova pericial relevado destaque quando há no processo fatos cuja percepção ou
apreciação dependam de conhecimentos técnicos especializados, não exigíveis do juiz nem das
partes. Sobre a função do exame pericial, assim manifesta-se Moacyr Amaral Santos, nos
Comentários ao Código de Processo Civil:

"Porque o juiz não seja


suficientemente apto para
proceder direta e
pessoalmente à verificação e
mesmo à apreciação de certos
fatos, suas causas ou
consequências, o trabalho

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visando tal objetivo se fará por


pessoas entendidas na
matéria, quer dizer, a
verificação e a apreciação se
operarão por meio de perícia.
Assenta-se esta, de
conseguinte, na conveniência
ou necessidade de se
fornecerem ao juiz
conhecimentos de fatos que
ele, pessoalmente, por falta de
aptidões pessoais, não
conseguiria obter ou, pelo
menos, não os obteria com a
clareza e segurança
requeridas para a formação da
convicção, ou, ainda, que ele
não poderia ou deveria
pessoalmente colher sem
sacrifício ou desprestígio das
funções judicantes."

Na tentativa de aperfeiçoar esse instrumento de prova é que surgiu a Lei nº 8.455/92. As


alterações introduzidas pelo novel diploma foram, em geral, no sentido de tornar mais célere a
produção da prova pericial, podendo-se destacar as que a seguir se pontuam:

1º) de acordo com a alteração


do art. 421, do CPC, agora, o
juiz, quando nomeia o perito já
fixa, de imediato, o prazo para
a entrega do laudo. Na
sistemática anterior, o prazo
somente era fixado depois de
indicados os assistentes
técnicos, formulados os
quesitos e prestado o
compromisso que também era
feito pelos assistentes;

2º) por força do § 2º, do art.


421, do CPC, "quando a
natureza do fato o permitir, a
perícia poderá consistir apenas
na inquirição pelo juiz do perito
e dos assistentes, por ocasião
da audiência de instrução e
julgamento a respeito das
coisas que houverem

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informalmente examinado ou
avaliado";

3º) com a alteração do art. 422,


não mais é obrigatório que
firme o perito o termo de
compromisso. O encargo deve
ser cumprido
escrupulosamente,
independentemente de termo
de compromisso. Em relação
aos assistentes técnicos, que
são de confiança da parte, não
se sujeitam a impedimento
nem suspeição e também não
lhes é exigido firmar qualquer
compromisso, nos termos da
atual redação do art. 423.
Antes, o perito e os assistentes
eram intimados a prestar o
compromisso de cumprir
conscienciosamente o encargo
que lhes era cometido,
aplicando-se a todos as regras
do impedimento ou suspeição,
referidas no art. 138, inciso II,
que, na nova regra, só valem
para o perito. É preciso
esclarecer que a nova lei
procurou separar bem as
figuras do perito e dos
assistentes técnicos;

4º) o perito, segundo o art.


424, parágrafo único, que, sem
motivo legítimo, deixar de
cumprir o encargo no prazo
que foi assinado, poderá ter
comunicada tal ocorrência à
corporação profissional
respectiva e, ainda, sofrer
multa, a ser imposta tendo em
vista o valor da causa e o
possível prejuízo decorrente do
atraso do processo;

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5º) o art. 427 dispõe que "o juiz


poderá dispensar a prova
pericial quando as partes, na
inicial e na contestação,
apresentarem sobre as
questões de fato pareceres
técnicos ou documentos
elucidativos que considerar
suficientes". O dispositivo é
uma demonstração clara de
que a Lei nº 8.455/92 objetivou
simplificar a prova pericial,
dispensando-a quando
desnecessária, a critério do
Juiz;

6º) foram revogados os artigos


430 e 431, que tratavam do
laudo a ser oferecido em
conjunto pelo perito e pelos
assistentes técnicos ou laudos
separados, em caso de
divergência;

7º) atualmente, o perito deve


apresentar o seu laudo no
prazo fixado pelo juiz, pelo
menos vinte dias antes da
audiência de instrução e
julgamento. Anteriormente, o
prazo era de dez dias antes da
audiência e os assistentes
técnicos, nos termos do
parágrafo único, do art. 433, do
CPC, oferecerão seus
pareceres no prazo comum de
10 (dez) dias após a
apresentação do laudo,
independentemente de
intimação.

Estas as principais alterações advindas com a Lei nº 8.455/92.

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III - AS INCONGRUÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL FRENTE AO PRINCÍPIO DO


CONTRADITÓRIO E AO DIREITO DE DEFESA

Com a Lei nº 8.455/92, vários dispositivos da prova pericial foram alterados e outros
permaneceram sem mudança. Algumas incongruências surgiram.

Veja-se a manutenção do art. 425, do CPC. O dispositivo estabelece que as partes podem
apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares e da juntada dos quesitos aos autos, dará
o escrivão ciência à parte contrária.

Ocorre que, na prática, impossível é a aplicação do art. 425, do CPC. É que com a alteração dos
arts. 421, 422 e 427, sobretudo este último, as partes ficam sem a ciência do início da perícia.
Como então apresentar quesitos suplementares durante a diligência, consoante faculta o art. 425,
do CPC, já citado?

A apresentação de quesitos suplementares durante a diligência é justificada por Moacyr Amaral


Santos nos seguintes termos:

"Apresentados os quesitos (art.


421, § 1º, nº II), estes poderão
suscitar outros às partes ou ao
juiz, mesmo que seja para
dilatar o campo das
investigações. Por vezes,
esses novos quesitos só se
fazem úteis ou mesmo
necessários já no decorrer da
diligência, à vista do objeto
examinando ou do surgimento
de circunstâncias que às
partes ou ao juiz lícito era
ignorar anteriormente."

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Uma outra alteração que veio para prejudicar o direito das partes foi justamente a do parágrafo
único, do art. 433, do CPC. Preceituou-se que os assistentes técnicos devem oferecer seus
pareceres no prazo comum de dez dias após a apresentação do laudo, independentemente de
intimação.

Ora, não se concebe, nem na moderna doutrina processualística, que se possa praticar ato
independentemente de intimação.

O que independe de intimação no Código de Processo Civil? Exemplifica-se com a prova


testemunhal. As testemunhas são intimadas a comparecer à audiência de instrução e julgamento,
mas excepciona o CPC com o § 1º, do art. 412, in verbis:

"§ 1º. A parte pode


comprometer-se a levar à
audiência a testemunha,
independentemente de
intimação; presumindo-se,
caso não compareça, que
desistiu de ouví-la.

A simples leitura do artigo revela que o Código de Processo Civil erigiu uma faculdade da parte de
apresentar sua testemunha, independentemente de intimação. Repita-se: faculdade ("a parte
pode..."). A avaliação da conveniência ou não de dispensar a intimação fica a critério da parte e se
ocorre é para atender, provavelmente, a maior celeridade que a dispensa da intimação importa,
até em face do acúmulo de serviço relacionado ao cumprimento, pelos oficiais de justiça, dos
mandados.

No caso do citado parágrafo único, do art. 433, do CPC, não se tem faculdade alguma, mas
simples imposição. Os assistentes técnicos devem apresentar seus pareceres independentemente
de intimação.

O prejuízo, com o dispositivo, é manifesto. Não se tem o que se denominava de audiência de


instalação de perícia, não se sabe quando a perícia tem o seu início, não se possibilita o seu
acompanhamento através dos assistentes técnicos e, enfim, não se tem mais a garantia do
exercício do contraditório e da ampla defesa.

Quem convive diuturnamente com a atividade forense, sabe de suas dificuldades. Seria crível
exigir-se que os advogados, públicos ou privados, ficassem obrigados a, diariamente, visitar os
Cartórios para saber se o perito concluiu o seu trabalho e se entregou o seu laudo, a fim de

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possibilitar o oferecimento do parecer, pelo assistente técnico? Seria razoável exigir desse último
tal encargo?

Em vez de avançarmos em nome da agilização processual, houve verdadeiro retrocesso.

Interessante registrar que a falta de indicação do início da perícia era falha presente no Código de
Processo Civil de 1939, foi suplementada com a vigência do Código de 1973 e mereceu de
Moacyr Amaral Santos o seguinte comentário, expedido antes do advento da Lei nº 8.455/92:

"Mesmo porque a perícia se


desenvolverá sob a direção e
autoridade do juiz, de quem os
peritos e assistentes técnicos
são meros auxiliares, caber-
lhe-á fixar por despacho o seu
início e a sua duração.

Sobre o início da diligência,


omisso era o Código de 1939.
Reinava, assim, nesse regime,
a maior anarquia na prática
forense. Entendendo suficiente
assinar aos louvados o prazo
dentro do qual deveriam
concluir os trabalhos e oferecer
o respectivo laudo, os juízes,
em sua unanimidade,
deixavam-lhes a mais ampla
liberdade quanto ao início das
operações propriamente
periciais. Dessa excessiva
liberdade redundavam não
pequenos transtornos à
marcha regular da perícia e
não pequenos prejuízos aos
seus resultados.
Sustentávamos então que, não
obstante a omissão da lei,
cumpria fixar-se a data e o
lugar do início da diligência. E
acrescentávamos que o início
dos trabalhos deveriam ser
notificados as partes e os
peritos, bem como que do seu

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prosseguimento, quando não


se encerrasse a diligência no
mesmo dia, estes deveriam
verbalmente comunicar
àquelas os dias em que teria
andamento.

O novo Código corrigiu a falha,


dispondo expressamente que o
juiz fixará por despacho ‘o dia,
hora e lugar em que terá início
a diligência’(art.427, nº I). Tal
despacho se dará logo após o
ato de compromisso do perito
e dos assistentes técnicos (art.
422), e do mesmo serão
intimados as partes e os
compromissados."

Atente-se, pois, que a manutenção do regime anterior, no particular, seria bem mais aconselhável.
Se o Código de Processo Civil de 1973 corrigiu a falha que existia no diploma processual anterior,
a Lei nº 8.455/92, introduzindo modificações no regime da prova pericial, implicou em verdadeiro
retrocesso, fazendo restaurar as falhas que o legislador processual já tinha tido o cuidado de
extirpar do sistema.

IV - ALGUMAS DECISÕES JURISPRUDENCIAIS A PROPÓSITO DA PROVA PERICIAL

Toda a matéria que ora é submetida a exame não foi, ainda, devidamente apreciada pela
jurisprudência.

Talvez não tenham os advogados se apercebido dos problemas gerados pelas mudanças na prova
pericial no que diz respeito à efetividade do direito de defesa e exercício do contraditório.

Algumas decisões dos Tribunais, de forma isolada, e ainda que não diretamente relacionadas ao
tema posto, merecem, entretanto, apreciação.

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Confiram-se:

"Desapropriação. Art. 14,


parágrafo único, do DL
3.365/41. Perícia. Inválida é
quando não facultada às
partes não só a indicação de
assistente técnico, mas
também a formulação de
quesitos. "(Recurso Especial nº
0010139-MG, STJ, Relator
Ministro Américo Luz, 2ª
Turma, DJU, de 06/02/95, p.
1336).

A decisão refere-se à falta de oportunidade que se deu à parte de indicar seu assistente técnico e
de formular quesitos. Tal omissão, entenda-se, configura vício insanável ou inconvalidável e
importa em violação frontal e direta ao disposto no § 1º, do art. 421, do CPC.

Se analisarmos que se nega à parte a oportunidade de formular quesitos suplementares,


considerando o fato de que ela não tem ciência, na sistemática vigente, de quando a perícia se
inicia, não se teria o mesmo motivo de nulidade, por se caracterizar o cerceamento do direito de
defesa? A nós, parece que sim, sem dúvida.

Os quesitos suplementares, na forma do art. 425, do CPC, podem ser apresentados durante a
realização da perícia. Assim a jurisprudência:

"Processo Civil. Quesitos


suplementares. Oportunidade.
CPC. Art. 425.

Os quesitos
suplementares
devem ser
formulados antes
ou durante a
perícia.

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Agravo improvido."
(AG nº
95.01.02703-DF,
Juiz Tourinho Neto,
Tribunal Regional
da 1ª Região, DJ,
de 30.03.95, p.
17132).

Ainda antes do advento da Lei nº 8.455/92, proferiu o Superior Tribunal de Justiça a seguinte
decisão, cujo acórdão apresenta a ementa a seguir transcrita:

"Processo Civil. Prova.


Admissão de laudo de
assistente por ocasião do
julgamento do agravo retido.
Imprescindibilidade do
contraditório. Devido processo
legal. Erro na indicação da
norma. Irrelevância. –Ofende o
devido processo legal a
decisão que, após prover
agravo retido para admitir
laudo de assistente técnico,
não enseja a parte contrária
oportunidade para debatê-lo e
impugná-lo. – O princípio do
contraditório, com assento
constitucional, vincula-se
diretamente ao princípio
maior da igualdade
substancial, sendo certo que
essa igualdade, tão
essencial ao processo
dialético, não ocorre quando
uma das partes se vê
cerceada em seu direito de
produzir prova ou debater a
que se produziu. – O simples
equívoco na indicação de
norma legal vulnerada não
deve servir de obstáculo a
apreciação do recurso especial
quando nítico o teor da

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impugnação, mesmo porque


ele se destina a preservar a
autoridade e unidade do direito
federal e não apenas da lei
federal."(STJ, Resp nº 998-PA,
4ª Turma, decisão, em
24.10.89). (destacou-se)

É, de fato, sob o manto da ofensa ao princípio constitucional do contraditório e do correlato direito


de defesa que se antepõem todos os questionamentos a respeito da prova pericial.

Não se pode conceber que se assegure às partes um direito que fique sem efetivação.

A persistir a sistemática vigente, terá pouco sentido a indicação do assistente técnico, será inútil a
norma que faculta a apresentação de quesitos suplementares durante a perícia e de pouca
eficácia o dispositivo que faculta o oferecimento de parecer do assistente técnico dez dias após a
entrega do laudo pericial, independentemente de intimação.

A propósito do oferecimento do parecer do assistente técnico, tão irrazoável é a disposição legal


que a jurisprudência já ignora o prazo de dez dias, conforme fixado legalmente, para entender que
o parecer pode ser ofertado fora desse prazo, desde que ainda não proferida a sentença. Veja-se:

"EMENTA – PROCESSO
CIVIL. PERÍCIA. ASSISTENTE
TÉCNICO.

I – O pedido de juntada do
parecer (laudo) do assistente
técnico não deve ser indeferido
se apresentado fora do prazo
de dez dias após a
apresentação do laudo, por se
tratar de mero parecer de um
assessor da parte.

II – Agravo provido." (Agravo


de Instrumento nº
94.01.26555-0-AC, Terceira
Turma, Tribunal Regional da 1ª

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Região, Relator Juiz Tourinho


Neto, DJU, de 13.10.1994,
LEX 67/395)

Apesar de, na fundamentação do voto, ter entendido o seu Relator que o assistente técnico é mero
assessor da parte e a entrega do laudo fora do prazo em nada prejudicaria o andamento do
processo, sabe-se que, na realidade, a participação do assistente técnico garante que seja a
produção da prova fiscalizada, dando-lhe maior segurança. Para a parte que indica o assistente
técnico, garantir a sua participação na perícia significa não somente defender os seus interesses
de que a prova seja produzida de maneira imparcial mas, principalmente, garantir o exercício do
contraditório e da ampla defesa.

V - A PERÍCIA NO DIREITO COMPARADO

A análise de duas legislações processuais estrangeiras, a italiana e a portuguesa, revela que


também no Direito Comparado existe a preocupação em se defender, na produção da prova
pericial, o interesse das partes e o exercício amplo do direito de defesa.

O Código de Processo Civil da Itália prevê, no seu art. 201, que as partes podem indicar seus
próprios assistentes técnicos, chamados "consulentes técnicos" os quais participam da audiência
de esclarecimento da perícia e podem indagar do perito do juízo sobre as questões técnicas objeto
da prova. Há uma audiência de instalação de perícia, na qual presta o consulente o juramento de
bem se desincumbir do seu encargo e têm as partes a faculdade de acompanhar a produção da
prova, formular perguntas ao consulente técnico e de lhes pedir esclarecimentos.

No direito português, o Código de Processo Civil é, ainda, mais explícito no que tange à
participação das partes na prova pericial.

De acordo com o art. 568, do Código de Processo Civil Português, "as partes são ouvidas sobre a
nomeação do perito, podendo sugerir quem deve realizar a diligência; havendo acordo das partes
sobre a identidade do perito a designar, deve o juiz nomeá-lo, salvo se fundamentadamente tiver
razões para por em causa a sua idoneidade ou competência."

Prevê o direito português a figura da perícia colegial, que é realizada por até três peritos e desde
que o caso se revista de especial complexidade ou exija o conhecimento de matérias distintas.

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Ainda no interesse das partes, dispöe a lei que, no caso de as partes não acordarem sobre a
nomeação dos peritos para a perícia colegial, cada parte escolhe um dos peritos e o juiz nomeia o
terceiro.

Alguns dispositivos do Código de Processo Civil Português merecem destaque:

Art. 580. 1- – No próprio


despacho em que ordene a
realização da perícia e nomeie
os peritos, o juiz designa a
data e local para o começo da
diligência, notificando as
partes.

Art. 582. 3 – As partes podem


assistir à diligência e fazer-se
assistir por assessor técnico,
nos termos previstos no art.
42º , salvo se a perícia for
susceptível de ofender o pudor
ou implicar quebra de qualquer
sigilo que o tribunal entenda
merecer protecçáo.

4 – As partes podem fazer ao


perito as observações que
entendam e devem prestar os
esclarecimentos que o perito
julgue necessários; se o juiz
estiver presente, podem
também requerer o que
entendam conveniente em
relação ao objecto da
diligência.

Art. 585. 1 – Quando a perícia


não possa logo encerrar-se
com a imediata apresentação
do relatório pericial, o juiz fixa
o prazo dentro do qual a
diligência há-de ficar
concluída, que não excederá
30 dias.

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2 – Os peritos indicam às
partes o dia e hora em que
prosseguirão com os actos de
inspeção, sempre que lhes
seja lícito assistir à
continuidade da diligência.

Art. 587. 1 – A apresentação


do relatório pericial é notificada
às partes.

2 – Se as partes entenderem
que há qualquer deficiência,
obscuridade ou contradição no
relatório pericial, ou que as
conclusões não se mostram
devidamente fundamentadas,
podem formular suas
reclamações.

3 – Se as reclamações forem
atendidas, o juiz ordena que o
perito complete, esclareça ou
fundamente, por escrito, o
relatório apresentado.

Art. 588. Quando alguma das


partes o requeira ou o juiz o
ordene, os peritos
comparecerão na audiência
final, a fim de prestarem, sob
juramento, os esclarecimentos
que lhes sejam pedidos.

Vê-se, assim, que o processo civil português, no que se refere à produção da prova pericial guarda
a preocupação, digna de encômios, de preservar o interesse das partes que participam da prova
desde à nomeação do perito e podem, efetivamente, acompanhar sua produção, uma vez que são
notificadas do início da perícia e, até mesmo, do seu prosseguimento, caso o perito não conclua o
seu trabalho no prazo previamente estabelecido.

O estudo do direito português, em especial, e as diferenças que apresenta em relação ao nosso


próprio sistema processual, nos pontos aqui destacados, faz com que tendamos a criticar o nosso
modelo por ser ele plenamente ofensivo de uma das garantias básicas das partes: o já tão falado

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amplo direito de defesa.

VI - A PROVA PERICIAL NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO

Na ação de desapropriação, sabe-se, tudo gira em torno da indenização a ser paga pela entidade
pública ao proprietário que teve o seu direito de propriedade sacrificado em nome do interesse
público.

A ação de desapropriação apresenta peculiaridades. Nos termos do Decreto Lei nº 3.365/41, que
regula o procedimento judicial da desapropriação, estipula-se que a contestação da ação somente
poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço, sendo que qualquer outra
questão deverá ser decidida por ação direta (art. 20).

Muitos doutrinadores têm argüido a inconstitucionalidade de dispositivos do Decreto Lei nº


3.365/41, especialmente do art. 20, retro citado, na medida em que restrigem o amplo direito de
defesa constitucionalmente assegurado.

Realmente, na ação de desapropriação vêem-se manietados não somente os proprietários, que


têm que fazer defesa restrita a vício do processo judicial ou ao preço que lhes é ofertado, mas
também o próprio Poder Judiciário, a quem não é dado decidir se se verificaram ou não os casos
de utilidade pública, segundo reza o art. 9º, do DL 3.365/41.

Profusas são as discussões que se travam a propósito da constitucionalidade de dispositivos


legais mencionados, mas não se sabe da notícia de nenhuma declaração, por parte do Supremo
Tribunal Federal, sobre sua inconstitucionalidade, de forma que, a despeito das críticas,
permanecem eles em vigor.

Desta forma, a ação de desapropriação presta-se a dois objetivos básicos: a) legitimar a


intervenção do Estado na propriedade, em sua forma mais drástica; b) fixar o justo preço que deve
ser pago, a título de indenização, ao proprietário que teve o seu direito sacrificado.

Na fixação do justo preço da indenização, vale-se o juiz da prova pericial, esta sim objeto de
nossas preocupações. Logo ao despachar a inicial, dispõe o art. 14, do DL 3.365/41, deve o juiz
designar um perito de sua livre escolha, sempre que possível técnico, para proceder à avaliação

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dos bens.

Embora seja o perito apenas um auxiliar do juiz, é inegável que o seu laudo, em se tratando de
ação de desapropriação, exerce papel fundamental na convicção do julgador.

Na sentença proferida na ação de desapropriação, o juiz, ex vi do art. 27, do DL 3.365/41, deve


fixar o valor da indenização, atendendo, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais;
ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de
conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à
valorização ou depreciação da área remanescente pertencente ao réu.

Por sua vez, o art. 23, § 1º, do DL 3.365/41, estipula que o perito, na elaboração do laudo, deve
indicar, entre outras circunstâncias atendíveis para fixação da indenização, justamente as
enumeradas no art. 27, do citado DL 3.365/41, que correspondem à matéria que,
obrigatoriamente, deve ser objeto da sentença.

Inegável, pois, a importância, para o caso em tela, da prova pericial.

É verdade que nem todas as alterações do Código de Processo Civil, referentes à prova pericial,
podem ser estendidas à perícia na ação de desapropriação, até pelas peculiaridades que este tipo
de ação apresenta. A aplicação do Código de Processo Civil ao feito expropriatório se faz de forma
subsidiária.

Não se entende, por exemplo, razoável a dispensa da prova pericial na ação de desapropriação,
se, como já se disse, tudo na ação de desapropriação orbita em torno da fixação do preço a ser
pago a título de indenização.

Confiram-se contestações e sentenças em ações de desapropriação. Passam ao largo as


questões eminentemente jurídicas. A própria sentença quase que se limita à análise do laudo
pericial e, por isso mesmo, ganha a prova pericial, nesse tipo de ação, uma envergadura própria
que merece atenção.

Justamente em face da importância da prova pericial no feito expropriatório é que ganha maior
dimensão a problemática suscitada com a sistemática introduzida pela Lei nº 8.455/92 e que se
aplica subsidiariamente ao processo judicial da desapropriação.

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Considerando-se a essencialidade da perícia no feito expropriatório, não garantir a participação do


assistente técnico na produção da prova, uma vez que o mesmo não tem ciência do início da
produção da prova, é violar, inquestionavelmente, o interesse tanto da entidade pública que
promove a desapropriação quanto do proprietário.

Se a perícia é realizada e o vistor procede ao levantamento de toda a situação do bem


desapropriado, como, posteriormente, contestar o seu laudo, se, por exemplo, a situação do bem
já sofreu alterações? Serão suficientes os esclarecimentos de perícia, de que nos fala o art. 435,
do Código de Processo Civil?

E se agir o perito de má-fé? Como podem as partes proceder à fiscalização dessa atividade?
Adivinhando quando o perito começará os seus trabalhos? Espionando-o, subrepticiamente?

E os quesitos suplementares, que podem ser oferecidos durante a diligência? Como saber de sua
oportunidade ou conveniência se não se sabe quando a perícia teve o seu início?

Em alguns casos, o zelo profissional tem ensejado verdadeiros malabarismos. Na Procuradoria do


Estado de Pernambuco, em algumas situações, os procuradores do contencioso vão aos autos,
descobrem endereço e telefone do perito oficial, fornecem tais dados ao assistente técnico e
procuram fazer com que este entre em contato com aquele. Nem sempre as tentativas surtem
bons efeitos e quando se trata de contagem do prazo para oferecimento do parecer do assistente
técnico, independentemente de intimação, a situação fica realmente complicada porque nem em
um escritório que desempenhe suas funções de forma absolutamente modelar há garantia de se
acompanhe, com eficiência, prazos que começam a correr sem intimação.

Enquanto tudo acontece no reino do caos, o interesse público fica vilipendiado e o direito público
subjetivo ao devido processo legal padece.

VII - CONCLUSÃO

A análise, ainda que superficial, dos dispositivos do Código de Processo Civil relativos à prova
pericial, traz algumas conclusões:

A mudança na legislação processual, motivada pela necessidade de agilizar a prestação

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jurisdicional, no que pertine à produção da prova pericial, merece, sob alguns aspectos, críticas;

A extinção da audiëncia de instalação de perícia, quando peritos e assistentes técnicos tinham


exata ciência de quando se iniciaria a produção da prova e qual o prazo para concluí-la, fez com
que restasse praticamente inútil a indicação, pelas partes, de seus assistentes técnicos;

A manutenção do dispositivo que possibilita a formulação de quesitos suplementares durante a


realização da prova pericial, e que se justifica porque com a prova iniciada é que pode surgir a
necessidade de novos esclarecimentos, na prática, não se efetiva na medida em que as partes ou
os seus assistentes técnicos não têm conhecimento de quando se inicia a perícia e, dessa forma,
não podem acompanhá-la;

A fixação do prazo de dez dias para que os assistentes técnicos ofereçam seus pareceres, agora
que não mais assinam o laudo pericial (ou apresentam laudo em separado), resta inócua se os
assistentes ou mesmo as partes ficam obrigados a adivinhar que dia o laudo foi entregue em
cartório, uma vez que corre o prazo de dez dias para apresentação do parecer sem que haja a
necessária intimação, consoante o disposto no parágrafo único do art. 333, do CPC. A contagem
de prazo independentemente de intimação revela-se inconstitucional por restringir o direito de
defesa e o contraditório, constitucionalmente assegurados;

A constatação da inconstitucionalidade apontadas leva a que se proceda alteração na legislação


processual em vigor para que: a) em primeiro lugar, seja fixada a data exata de início da perícia
(tal como ocorre no direito português) e dela sejam cientificados os assistentes técnicos a fim de
poderem acompanhar a produção da prova e propor, inclusive, que as partes apresentem quesitos
suplementares; b) em segundo lugar, que se intimem as partes ou os assistentes técnicos quando
for entregue o laudo pericial em cartório a fim de que seja efetivamente respeitado o prazo de dez
dias para que os assistentes possam oferecer seus pareceres.

Embora as proposições que aqui se façam sejam todas contra o direito vigente e, assim, apenas
de lege ferenda, é preciso dizer que revelam a preocupação dos operadores do direito,
especialmente advogados públicos, que, no exercício do seu mister, constantemente se deparam
com o problema da ineficácia da assistência técnica na prova pericial, problema agravado quando
se trata da perícia nas desapropriações, que tem natureza essencial na formação do
convencimento do juiz para a fixação do valor da indenização.

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BIBLIOGRAFIA

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Neves, Iëdo Batista. O processo civil na doutrina e na prática dos Tribunais. 8ª edição. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1995.

Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O direito constitucional à jurisdição. In As garantias do cidadão na


justiça. Coordenador Sálvio de Figueiredo Teixeira. São Paulo, Saraiva, 1993.

Sadek, Maria Tereza e Arantes, Rogério Bastos. A crise do Poder Judiciário e a visão dos juízes.
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Salles, José Carlos de Moraes. A desapropriação à luz da doutrina e da jurisprudência. 3 ed. atual.
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Santos, Moacir Amaral. Comentários ao Código de Processo Civil, Lei nº 5.869, de 11 de janeiro
de 1973, vol. IV: arts.332-475. Rio de Janeiro, Forense, 1988, p.306.

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LEGISLAÇÃO

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Antonio Milani, 1989.

CODIGO DE PROCESSO CIVIL. Coimbra, Livraria da Universidade, 1996.

CODIGO DE PROCESSO CIVIL. 13ª ed. São Paulo, Saraiva, 1998.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

__________:
1. Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O direito constitucional à jurisdição. In As garantias do cidadão na justiça. Coordenador Sálvio de Figueiredo Teixeira.
São Paulo, Saraiva, 1993.

2. Sadek, Maria Tereza e Arantes, Rogério Bastos. A crise do Poder Judiciário e a visão dos juízes. Revista USP, número 21, março/abril/maio de 1994.
Dossiê Judiciário. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1994, p. 35 e sgs.

3. Santos, Moacir Amaral. Comentários ao Código de Processo Civil, Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, vol. IV: arts.332-475. Rio de Janeiro,
Forense, 1988, p.306.

4. O art. 422, do CPC, na sua redação originária estabelecia que o perito e os assistentes técnicos seriam intimados a prestar, em dia e hora designados pelo
juiz, o compromisso de cumprir conscienciosamente o encargo que lhes fosse cometido. Reunindo a audiência o perito e os assistentes, fácil ficava o
contato entre estes. Ademais, de acordo com o art. 427, o juiz fixava dia, hora e lugar para ter início a diligência e o prazo para a entrega do laudo. As
partes, em conseqüência, tinha exata ciência de quando seria o início da perícia e qual o seu termo final, ressalvados os casos de pedido de prorrogação
do prazo. Assim, era possível apresentar quesitos complementares, cuja conveniência somente poderia ser sentida com o início dos trabalhos periciais.

5. Ob. Cit., pág. 327.


6. Ob. Cit., págs. 329/330
7. O § 1º, do art. 421, do CPC, dispõe, textualmente: "Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do
perito: I – indicar o assistente técnico; II – apresentar quesitos."

8. O Código de Processo Civil Italiano dispõe, no seu art. 201, sobre o consulente técnico da parte: "Il giudice instruttore, com l’ordinanza di nomima del
consulente (191), assegna alle parti un termine entro il quale possono nominare, com dichiarazione ricevuta dal cancelliere, un loro consulente tecnico
(97, att.145). Il consulente della parte, oltre ad assistere a norma dell’articolo 194 alle operazioni del consulente del giudice, partecipa all’udienza e
alla camera di consiglio ogni volta che vi interviene il consulente del giudice, per chiarire e svolgere, com l’autorizazione del presidente, le sue
osservazioni sui risultati delle indagini techiche (att.91)"

9. O art. 42, do Código de Processo Civil Português, estabelece que: "Quando no processo se suscitem questões de natureza
técnica para as quais não tenha a necessária preparação, poderá o advogado fazer-se assistir, durante a produção da prova e
a discussão da causa, de pessoa dotada de competência especial para se ocupar das questões suscitadas."

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