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A política externa canadense

Segundo Morgenthau (1962), considerado um dos principais autores do realismo


clássico, a política externa deve ser vista com intuitos analíticos de seis categorias: a
ajuda humanitária, a ajuda militar, a ajuda de subsistência, o suborno, o auxílio de
prestígio e o auxílio para desenvolvimento econômico (MORGENTHAU, 1962). Sendo
assim, após identificar qual a forma de ajuda analisada faz necessário entender a
quantidade e qualidade para a situação. A ajuda á outros países está dentro da política
externa, sendo necessário uma análise prévia a ação da ajuda.

Ajuda externa

A ajuda externa pode ser definida como o “fluxo de recursos concedido por
agencias oficiais com intenção da promoção do desenvolvimento econômico”
(APODACA, 2017). Sendo que esses recursos podem ser financeiros ou como
assistência técnica, commodities, entre outros. O auxílio humanitário e peacekeeping
também podem ser considerados ajuda externa. Esse auxílio normalmente é oferecido à
Estados com uma boa governança e economia, sendo que países que não estão em tais
condições recebem o auxílio pela assistência social. De forma internacional, o auxílio
pode ser visto como um instrumento de cooperação internacional, utilizado como uma
forma de promover interesses geoestratégicos, fortalecendo alianças, bases estratégicas,
relações amigáveis, entre outros (APODACA, 2017).
Os motivos para o auxílio podem ser vários, como geopolíticos para alocação de
recursos, fortalecimento no campo econômico, como uma forma de prevenir ações que
podem afetar negativamente o país auxiliador, entre outros. Entretanto, um motivo
importante para o presente trabalho é o de gerar prestígio para o país doador. Uma
forma de proteger a imagem estatal. Sendo assim, alguns países adotam uma identidade
e papel no sistema internacional, e podem buscar serem vistos como Estados generosos
(APODACA, 2017).

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A política externa canadense é recente, visto que o Estado foi uma colônia
britânica até 1931. Essa política funciona de uma forma a complementar a política de
países europeus e dos Estados Unidos. Se mostrando como um parceiro leal às alianças
ocidentais.
O governo canadense via como forma de política externa a cautela e o
pragmatismo, procurando fugir de ações que poderiam comprometer a reputação do
país, então eles tentavam manter uma visão canadense como um país calmo, conciliador
e amistoso (cara do fort murray)
O comportamento canadense em relação à assistência humanitária leva em
consideração que a principal responsabilidade em prover assistência é do governo do
país afetado. Quando a capacidade desse governo não condiz com os acontecimentos
que o afetam, o Canadá, em conjunto com outros países, dispõe um auxílio por meio da
cooperação internacional. Normalmente, o Canadá se dispõe a ajudar satisfazendo as
necessidades mais urgentes da população abalada. Basicamente, segundo o governo
canadense, a ajuda do país, tende a prover um auxílio financeiro e a ajuda e confiança
nas organizações multilaterais e órgãos não-governamentais especializados (CANADA,
2017).

Com mudanças no ambiente internacional em meados de 1980, tensões entre os


países levaram líderes canadenses a temerem a formação de blocos regionais no sistema
econômico mundial. Essa ameaça de criação de blocos, principalmente na Europa e
Ásia amedronta os canadenses, juntamente com o fracasso das negociações da Rodada
Uruguais pelo GATT em 1986. A possível criação de grupos voltados para dentro lança
uma insegurança sobre a sombra do futuro do Canadá. Além disso, o país se via cada
vez mais impotente com as políticas protecionistas norte americanas. Isso porque, havia
uma lata proporção de exportações canadenses destinadas aos Estados Unidos, fazendo
o Canadá ficar mais vulnerável às políticas restritivas de Reagan.
Esses fatores obrigaram o governo canadense a parar de depender
exclusivamente de relações comerciais multilaterais, como vinha sendo desde 1945. A
partir desse momento, o país não poderia mais ignorar questões de abordagem mais
regional. Portanto, economicamente, na década de 1980, o governo tinha poucas opções
senão abandonar a política centenária contra a integração continetal para começar a se
envolver em u processo que resultaria no Acordo de Livre Comércio Canadá-EUA
(FTA) e ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e,
eventualmente, a um projeto da Área de Livre Comércio das Americas (ALCA).
Sendo assim, a partir desse ponto, as relações do Canadá com as Americas se
transformaram, seguindo uma dinâmica mais regional, foi mais caracterizada pela
continuidade do que pelas mudanças. Para noção de importância, em 2007, o governo
canadense, conservador na época, classificou as Américas em segundo lugar em suas
prioridades de política externa (incluindo a América Latina), atrás apenas do
Afeganistão, mas afrente dos mercados emergentes. É importante ressaltar também que
além de pontos econômicos, fluxos de migração com outros Estados americanos tem um
grande significado, já que 11% dos imigrantes canadenses veem dessas áreas (canada
2009, procurar coisa mais recente)
Além disso, o Canadá se envolveu fortemente na criação de novas agendas
hemisféricas e em colocar em prática objetivos das cúpulas internacionais. Teve
esforços de política externa de promover a democracia e o livre comercio, sendo a
primeiro o campo onde o Canadá deixou sua marca. O país teve um papel fundamental
na criação da Unidade da OEA para a Promoção da Democracia em 1990, a intervenção
no Peru em 2001, a resolução da crise haitiana e a adoção do Protocolo Interamericano
da Carta Democrática. Com base na necessidade de diversificar a presença canadense
nas Américas, o governo da época atingiu um novo equilíbrio entre a diplomacia
multilateral e bilateral. Relações essas, que foram destacadas, por exemplo, com a
inauguração de novos escritórios comerciais no México e Brasil, além de negociações e
acordos com países de forma unitária.

Para entender por completo a política externa canadense é necessária ter uma
visão geral das relações do país com as Américas, mais especificamente com os Estados
Unidos.

Introdução a análise de política externa

Uma que aconteça uma melhor visualização da política externa canadense, é


necessária uma retomada teórica e analítica para o delineamento do conteúdo e para seu
aprofundamento. Sendo assim, será realizada uma breve recapitulação das principais
teorias de política externa, para que forneçam bases para o entendimento completo das
questões canadenses.
Segundo Ariane Figueira (2011), o século XX, cercado por mudanças políticas,
econômicas e sociais, foi de grande importância para o surgimento de teóricas analíticas
sobre o comportamento dos Estados, fazendo estudiosos questionarem a formação da
tomada de decisão dos governos. Sendo assim, o estudo da subdisciplina de Análise de
Política Externa teve início. Obras literárias foram expostas no meio acadêmico
questionando as ações estatais e analisando padrões de comportamento. Então, a partir
desse marco, teorias do campo das Relações Internacionais ganharam destaque no
estudo da política externa (FIGUEIRA, 2011).
As duas principais teorias – o realismo e o idealismo – implantaram um debate
dentro da APE (Análise de Política Externa) entre o debate tradicionalista e pluralista.
Brevemente contextualizando, para a perspectiva tradicionalista (realista) a política
externa é feita de forma racional, homogênea e unitária, desconsiderando, quase
completamente, agentes domésticos. Por outro lado, a corrente pluralista (idealista) leva
em consideração a multiplicidade dos atores que interagem e influenciam decisões
estatais, e formam uma grande rede de relações transnacionais (FIGUEIRA, 2011).
Sendo assim, segundo Figueira
Um dos objetivos da Análise de Política Externa é incorporar um novo nível de
análise a questões de natureza internacional, uma vez que se parte da premissa de
que, antes da ocorrência, o ato internacional passa por um processo de decisão
política a, permeado por regras, instituições, indivíduos, correlação de forças que
definem a trajetória do resultado.
(pag 19)
(vamos usar a ideia pluralista)
Entender a importância de diferentes fatores e contextos para a formação da
politica externa
CANADA (Org.). About Humanitarian Assistance. 2017. Disponível em:
<http://international.gc.ca/world-monde/issues_development-
enjeux_developpement/response_ conflictreponse_conflits/about_humanitarian-
a_propos_humanitaire.aspx?lang=eng>. Acesso em: 19 set. 2017.
APODACA, Clair. Foreign Aid as Foreign Policy Tool. Blacksburg, Virginia: Oxford
Research Encyclopedias, 2017. Disponível em: <http://politics.oxfordre.com/view/1
0.1093/acrefore/9780190228637.001.0001/acrefore-9780190228637-e-332>. Acesso
em: 09 nov. 2017.
Colocar for muray
THÉRIEN, Jean-Philippe; MACE, Gordon. Identity and Foreign Policy: Canada as a
Nation of the Americas. Latin American Politics & Society. V. 55. Cambridge, 2013.
BERTELLA, Ana Clara Santos. Política externa canadense: uma analise da influencia
dos Estados Unidos da América. Universidade federal de santa catarina. Tcc
florianopolis 2019
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