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Podemos observar que, dentre os 22 artigos selecionados pelo artigo base, que 23% dos

trabalhos são artigos elaborados a partir de pesquisas realizadas em indústrias produtoras de


alimentos de origem vegetal, seguida das indústrias de bebidas (18%), biscoitarias (14%),
produtos cárneos (9%) e, por último, produtos lácteos, panificação, pastifício e doçaria, todos
com 5%.
Observamos também que, 18% dos artigos analisados não mencionaram em que tipo de
indústria de alimentos, a pesquisa foi analisada, assim exemplificamos esses dados no gráfico
1, para uma melhor percepção e análise.

Após a análise dos artigos, conseguimos observar quais ferramentas de qualidade foram
utilizadas nesse artigo de estudo (tabela 1). Analisando percebemos que 63% dos artigos usam
não só uma ferramenta, eles utilizavam mais de uma para complementar. Sabemos que
podemos usar um conjunto de ferramentas para ajudar na elaboração e implementação das
soluções para os problemas ocorridos, pois algumas até se complementam, sendo mais eficaz
usadas com outras em conjunto.
Após identificar e destacar os seguimentos industriais envolvidos nos artigos estudados
percebeu-se que a maioria das pesquisas (41%) abordaram a ferramenta de qualidade
diagrama de Ishikawa sendo a primeira ferramenta mais utilizada, conforme apresentado no
gráfico 2.
O Diagrama de Ishikawa foi proposto na década de 60 pelo japonês Kaoru Ishikawa, um
engenheiro de controle de qualidade, teórico da administração em companhias japonesas, que
viveu entre os anos de 1915 e 1989.

O diagrama de Ishikawa é uma ferramenta também conhecida como diagrama de causa e


efeito ou espinha de peixe é uma das ferramentas mais utilizadas e eficientes de qualidade,
que permite identificar a possível causa raiz encontrada para a ocorrência de não
conformidades, permitindo assim a solução dessa causa e, consequentemente, apresentando
a melhoria de processo da atividade (FREITAS et al., 2014). De acordo com Lucinda (2010), as
etapas de elaboração do diagrama são: 1. Definição do problema; 2. Identificação das causas
geradoras do problema; 3. Definição dos objetivos para solução e 4. Seleção dos objetivos.
Para cada problema o diagrama mostra a relação entre uma característica da qualidade
(efeito) e os seus fatores (causas).

Segundo Corrêa e Corrêa (2008) o problema é colocado no lugar onde ficaria a cabeça do
peixe. A partir daquilo que seria sua espinha dorsal, vão sendo acrescidas ramificações onde
são inseridas as causas possíveis para o problema (uma em cada ramo), partindo das mais
gerais e ramificando para as causas das causas e assim por adiante, até que chegue às
possíveis causas-raízes do problema.

Do total de artigos que abordaram a espinha de peixe (diagrama de Ishikawa), apenas um


estudo utilizou exclusivamente o diagrama para identificar as causas de um problema,
conforme pesquisa conduzida por Monteiro, Carneiro e Moreira (2012) que foi realizado em
uma biscoitaria. Apesar deste trabalho não ter conseguido alcançar o objetivo principal de
diminuir a variabilidade dos biscoitos, ele comprovou que uma rede neural pode aprender o
padrão do processo. Os autores utilizaram um diagrama de Ishikawa para apontar quais as
possíveis causas do problema estudado, e identificaram que as constantes trocas no ajuste do
maquinário causavam problemas que acarretavam na variabilidade dos biscoitos, como
presença de outlayers e informações contraditórias na coleta de dados. Em contrapartida,
alguns desses artigos utilizaram o diagrama de Ishikawa juntamente com outra ferramenta da
qualidade, como brainstorming, lista de verificação, plano de ação, Ciclo PDCA, diagramas de
Pareto, Cinco porquês e 6 sigmas. (Tabela 1).

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