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DIREITO AMBIENTAL
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A natureza era, primeiramente, considerada como res nullius, sem valor econômico e
infinita. Ademais, a natureza era vista como uma fonte de produto - fonte de matéria
prima apenas. Existem dois momentos cruciais na historia da humanidade, que são os
momentos entre guerras, nos quais houve grande perda socioambiental, assim como
houve grandes inovações. A humanidade se via dissociada da natureza e era acreditado
que o humano teria grande poder. Os primeiros movimentos de proteção ambiental
nascem no momento posterior à WWII.
ANTROPOCENO
“Nunca, em toda a história da vida na Terra, uma espécie alterou tanto o planeta, e
em uma escala tão rápida, quanto a humanidade. Mudamos os cursos de rios, alteramos a
composição química da atmosfera e dos oceanos, domesticamos plantas e animais a ponto
de sermos considerados uma força tectônica do planeta. Esse impacto é tão forte que
alguns cientistas estão propondo mudar a época geológica - deixaríamos o holoceno, que
começou com o fim da era do gelo, e passaríamos a um antropoceno”.
• Escassez de agua
• Perda de áreas aráveis
• Proliferação de doenças
• Perda da biodiversidade
• Ameaça às fronteiras e soberanias nacionais {internacionalização da Amazônia}
• Grande desperdício e produção de resíduos que viram “lixo”
• Aquecimento global e mudanças climáticas
• Tragédias ambientais {cidade de Mariana}
• Aumento do nível do mar
I. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) - “toda pessoa tem direito a
um nível de vida próprio a garantia a saude seu bem estar e de sua família”
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II. Conferencia de Estocolmo - Princípios de Estocolmo - grande marco do Direito
Socioambiental mundial, foi a primeira conferencia internacional sobre o meio
ambiente. A postura do Brasil nessa conferencia foi a de “desenvolver primeiro e
depois pensar em pagar o meio ambiente. Pior poluição é a pobreza e para superá-la é
necessário o desenvolvimento”.
III. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): criação de órgãos
ambientais em uma série de países, como no Brasil, que em 1973 instituiu a SEMA.
IV. Clube de Roma (1972): especialistas do MIT que concluíram que a Terra tem limites
invisíveis através de projeções matemáticas — não vingou.
VI. Rio 92 ou ECO 92 {20 anos depois de Estocolmo e a referencia sempre será essa
conferencia} - Cúpula da Terra: a comunidade política internacional admitiu
claramente que era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a
utilização dos recursos da natureza. Advém diversos documentos, tais quais:
1. Repensar
2. Recusar
3. Reduzir
4. Reutilizar
5. Reciclar
IX. Rio + 10 ou Cúpula da Terra 2 {2002}: a ideia era de se tentar reduzir a pobreza
X. Rio + 20 {2012}:
XI. Acordo de Paris para as mudanças climáticas de 2015 - Conferência de Paris {COP-21}
RESILIÊNCIA x RETROCESSOS
Os recursos naturais são vistos como coisas apropriáveis e o meio ambiente é visto
como res nullius. Entretanto, o mundo não existe apenas para o homem, sendo relevante o
pensamento ocidental {Keith Thomas}.
• Terra de Gaia
• Declaração universal dos Direitos dos Animais
• Direito dos animais no Brasil
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direitos e obrigações, a conservação e a preservação de sua integridade “assiste à
generalidade das pessoas”.
Os direitos coletivos e difusos são aqueles que remetem inclusive às pessoas que
ainda não nasceram e remetem aos direitos fundamentais de 3ª geração.
Os direitos difusos são transindividuais, indivisaveis e atingem um grupo
indeterminável. Eles perpassam a figura do individuo, indo além. Há, inclusive uma
aplicação da Teoria de Gaia, eis que o Planeta é somente um. Ademais, eles estão
previstos na Lei 8078/90 e no art. 81, I, II e III do CDC.
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DIREITO SOCIOAMBIENTAL
O MEIO AMBIENTE
III – meio ambiente natural, ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a
flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca
entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam;
•Degradação da qualidade ambiental (art. 3º, inciso II): a alteração adversa das
características do meio ambiente.
*Utiliza-se o conceito legal de degradação (art. 3º, inciso II da Lei n.º 6.938/1981).
CONCEITO DE POLUIÇÃO
{art. 3º, III Lei 6.398/81}
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“São protegidos o homem e a comunidade, o patrimônio público e privado, o lazer e o
desenvolvimento econômico através das diferentes atividades (alínea “b”), a flora e a
fauna (biota), a paisagem e os monumentos naturais, inclusive os arredores naturais
desses momuntos – que encontram também proteção constitucional” (art. 216 e 225)
(MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 23. ed. rev., ampl. e
atual. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 605).
CONCEITO DE POLUIDOR
Art. 3º, IV Lei n.º 6.938/81
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I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais. [Diferença em relação ao conceito de poluição!]
I. Impacto ambiental regional: afeta uma área de abrangência maior, além do local.
A responsabilidade civil objetiva é uma obrigação propter rem, tendo natureza real e
sendo transmitias ao sucessor. Ou seja, o novo proprietário, possuidor ou detentor a
qualquer título de imóvel com passivo ambiental, ele adquire com ônus e bônus. Aquele
que vem a ser penalizado, pode entrar, com a ideia de solidariedade, com uma ação
regressiva contra quem efetivamente poluiu.
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em função do art. 225 da CF — ou seja, todos devem agir. Para que exista essa ação, vão
ser utilizados instrumentos próprios para tanto.
A partir de 1985:
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necessidade de cumprimento do disposto no art. 2o da Lei no 10.267, de 28 de
agosto de 2001.
§ 3o A inscrição no CAR será obrigatória para todas as propriedades e posses
rurais, devendo ser requerida até 31 de dezembro de 2017, prorrogável por
mais 1 (um) ano por ato do Chefe do Poder Executivo. (Redação dada
pela Lei nº 13.295, de 2016) (Vide Decreto nº 9.257, de 2017)
Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na
matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o perímetro e a
localização da reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao órgão
ambiental as informações relativas à Reserva Legal previstas no inciso III do §
1o do art. 29.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos do caput,
deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certidão de registro de
imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso já
firmado nos casos de posse.
ANTOPOCENTRISMO PROTECIONISTA
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Art.6°
“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
ENTE DA
LEGISLATIVA MATERIAL
FEDERAÇĀO
Competência Administrativa/
Competência Legislativa
Material (art. 23, III, IV, VI, VII e
(art. 24, VI e VII; art. 30, I e II)
XI)
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Para efeito de concurso público, importante deixar claro que há questões que
consideram que os Estados, os Municípios e o Distrito Federal poderiam, no âmbito de
sua competência suplementar, ir além da legislação federal, desde que seja para adotar
medidas mais protetivas ao meio ambiente! Para efeito de concurso público, importante
frisar alguns aspectos que comumente são utilizados pelas bancas organizadoras para
confundir candidatos:
•Pela literalidade do art. 24, caput, os Municípios não detêm competência legislativa
concorrente, conquanto também possuam competência para suplementar a legislação
federal e estadual no que couber (CF, art. 30, II);
•Art. 225. - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
•Os Municípios não podem exercer a competência legislativa plena na falta de norma
geral emanada da União: o §3º do art. 24 fala apenas em Estados!
•A superveniência de norma federal não revoga a lei estadual: o §4º do art. 24 fala que
aquela SUSPENDE a eficácia desta. São fenômenos distintos!
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§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais,
desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial
integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 96, 06/06/2017)
Princípio do usuário-pagador – cobrança pelo uso dos recursos naturais, muitas vezes
escassos (água).
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que a obrigação. Mas esse principio vem como uma premiação a quem beneficia o meio
ambiente, sendo um “protetor”.
Internalização das externalidades negativas: são todas aquelas diminuições da qualidade ambiental,
escassez, rejeitos, resíduos, refugos. O Poluidor deve internalizar no seu processo produtivo todas
aquelas externalidades que podem vir a prejudicar o meio ambiente. O poluidor-pagador não é somente
pagar depois de uma consolidação de uma poluição —- essa reparação deve ser previa {prevenção!}. É o
poluidor que deve arcar com todas essa medidas, par arcar que o dano ocorra.
*Princípio da precaução*: surgiu um fato na sociedade e não temos como saber, por hora,
se ele é prejudicial à saúde ou não. “In dúbio pro salute” ou “In dúbio pro natura”! Ocorre
no lapso temporal entre a ausência de conhecimento cientifico sobre determinada coisa e
a construção dele — visa a gerir a espera da informação. Um exemplo são os OGM.
Princípio 15 da Declaração do Rio – Eco/92. Inversão do ônus da prova!
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Princípio da reparação
integral:
1º - Restauração
2º - Recuperação
3º - Indenização
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