Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Concreto Armado:
1 Introdução 1
2 Tipos de ruína 5
3 Efeito de arco 6
10 Referências bibliográficas 52
Fd
D B D B D
a)
T ir a n t e s
B ie la s
b)
- as fissuras e, portanto, as bielas que ficam entre elas, têm inclinação θ < 45o,
nos trechos mais solicitados pela força cortante.
bf
bw
(alm a espessa)
bw 1 a 1
=valores elevados
bf 5 2
θ 30 38
(alm a fina)
bw 1 a 1
=valores baixos
bf 12 6
θ 38 45
2 Tipos de ruína
a)
b)
c)
3 Efeito de arco
O efeito de arco ocorre nas regiões D próximas aos apoios, para onde as forças
(concentradas ou distribuídas) são conduzidas diretamente por um campo de tensões
de compressão em forma de arco (figura 5a). Simplificadamente pode-se substituir
esse arco por uma biela (diagonal comprimida) com ângulo de inclinação θ1 (figura 5b),
diferente da inclinação θ das outras bielas. Nas vigas usuais, o efeito de arco pode
absorver então uma parcela das ações atuantes. Essa parcela depende da esbeltez da
viga e do tipo e posição do carregamento. Leonhardt & Mönnig (1977) dizem que esse
efeito provoca um aumento da resistência ao cisalhamento em vigas compactas
2 ≤ l / h ≤ 8 e quando atua força próxima ao apoio (a/h < 2) , sendo “a” a distância do
centro teórico do apoio até o eixo que contem o centro da força. A transferência direta
de parte da ação para os apoios provoca um alívio nos montantes tracionados da
treliça, resultando em uma diminuição da área da armadura transversal necessária.
Contudo, ressalta-se que o arco precisa se apoiar em um banzo tracionado bastante
rígido (sem diminuição da área da armadura longitudinal). Schafer & Schlaich (1988)
sugerem a equação 1 para o cálculo da inclinação dessa biela inclinada:
a1 cotgθ
cotgθ1 = + [1]
2⋅z 2
sendo,
z = braço de alavanca.
José Samuel Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2010 7
Concreto armado: Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante
a1
a) b)
Para uma aplicação direta nos modelos, o Boletim CEB-198 (1990) apresenta
uma proposta para o equacionamento do problema. Uma força concentrada aplicada a
uma distância a ≤ l arco / 2 do apoio é totalmente absorvida pela biela do arco (figura
6a). Isso também ocorre para a ação distribuída posicionada no trecho de viga de
comprimento larco medido a partir do apoio (figura 6b). O comprimento larco pode ser
calculado pela equação 2:
Fd arco
a
a) b)
a1
Fd
a
R cc 2
R st
2
c)
Figura 6 - Parcela das ações absorvida pelo efeito de arco (MC-CEB-FIP, 1990)
⎛ a ⎞
R st 2 = ⎜⎜ 2 ⋅ − 1⎟⎟ ⋅ Fd e R cc 2 = Fd − R st 2 [3]
⎝ l arco ⎠
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 8
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
⎛ 2⋅a ⎞
R st 3 = 0,25 ⋅ ⎜⎜1 − ⎟⎟ ⋅ Fd [4]
⎝ l arco ⎠
Fd Fd
a a
R st3
tra ção
a) com pressão b)
Fd
a
Fd
R st3
c) d)
a)
b)
c)
d)
Figura 8 - Modelos para vigas com banzos paralelos (CM - CEB-FIP, 1990)
z d h
α θ
bw
a) a taxa mecânica de armadura transversal não pode ser menor que 0,2, isto é:
A sw f
ωsw = ⋅ yk ≥ 0,2 [5]
b w ⋅ s ⋅ sen α fctm
A sw f
= ρ sw ≥ 0,2 ⋅ ctm ⋅ senα [6]
bw ⋅ s f yk
⎛ f 2/3 ⎞
fctm = 1,4 ⋅ ⎜ ck ⎟ (em MPa) [7]
⎜ 10 ⎟
⎝ ⎠
b) a inclinação dos estribos (α) em relação ao eixo da peça deve ser no mínimo
45o e a inclinação das barras dobradas, no mínimo 30o;
VSd
R cw = [8]
sen θ
sendo que,
R cw
σ cw = [9]
b w ⋅ z ⋅ (cotg θ + cotg α) ⋅ sen θ
VSd
σ cw = [10]
b w ⋅ z ⋅ (cotg θ + cotg α) ⋅ sen 2 θ
z = 0,9 ⋅ d ; [13]
fck
αv 2 = 1− (em MPa); [14]
250
VSd = VRd2 ; e,
Vsw
senα = [17]
R sw
sendo,
Rsw a força resultante das tensões nas barras da armadura transversal no trecho
de medida z ⋅ (cotg θ + cotg α ) , conforme figuras 10a e 10b;
Vsw a componente, que atua na direção da força VSd, da força resultante das
tensões nas barras da armadura transversal no trecho de medida z ⋅ (cotg θ + cotg α ) ,
de acordo com as figuras 10a e 10b.
A força resistente de um estribo é calculada por:
R sw,1estribo = A sw,1estribo ⋅ σsw [19]
z ⋅ (cotg θ + cotg α)
número de barras = nb = [20]
s
sendo que s é o espaçamento entre os estribos medido ao longo do eixo do
elemento estrutural linear.
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 14
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
1 2
E A G C
Rcc Rcc
I
z
Rcw Rsw
θ θ α
Rst Rst
F B H D
z ⋅ cotg θ z ⋅ cotg α
z ⋅ ( cotg θ + cotg α )
A
Rcc Rcc
z
NSd Estribos
zs
θ αα
Rst Rst
B s
z ⋅ ( cotg θ + cotg α )
θ
VSd
Rcw
F B H
Vsw Rsw
Rsw
α
Rst
Rst θ α
B H
z
⋅ ( cotg θ + cotg α )
2
A sw,1estribo
Vsw = ⋅ fywd ⋅ 0,9 ⋅ d ⋅ (cotg θ + cotg α) ⋅ sen α [22]
s
que é a equação indicada na ABNT NBR 6118:2003 para cálculo da área das
barras da armadura transversal quando se adota o Modelo II de dimensionamento
sendo que, neste modelo, o ângulo de inclinação das diagonais comprimidas (θ) e das
barras (α) podem ser escolhidos livremente.
No caso do Modelo I no qual se adota θ = 450 a equação 22 pode ser escrita
como:
A sw,1estribo
Vsw = ⋅ fywd ⋅ 0,9 ⋅ d ⋅ (sen α + cos α) [23]
s
Analisando a parte da viga indicada na figura 10a, entre as seções 1-1 e 2-2, há
uma tensão de tração σct que atua perpendicularmente a diagonal comprimida AB, em
toda a extensão, conforme figura 11. A tensão de tração é causada pela força Vcw,
considerada vertical, como a força cortante solicitante de cálculo VSd, e, sendo Rct a
resultante das tensões de tração, pode-se escrever a equação 25, deduzida tendo em
vista o equilíbrio destas forças indicado no polígono de forças da figura 11.
Vcw
cos θ = [25]
R ct
z 0,9 ⋅ d
AB = = [26]
sen θ sen θ
1 2
Borda comprimida A
Rcc Rcc
Asw d h z θ V
cw
σct Rct
θ
Rst Rst
B
Borda tracionada
Ast
bw
R ct
σct = [27]
b w ⋅ AB
sendo,
fctk,inf
fctd = [30]
γc
Vc = Vc 0 ⋅ (1 + M0 / MSd,máx ) ≤ 2 ⋅ Vc 0 na flexo-compressão;
sendo que,
M0 é o momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da
seção (tracionada por ação de Md,máx), provocada pelas forças normais de diversas
origens concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com valores de γ f e γ p
iguais a 1,0 e 0,9 respectivamente; os momentos correspondentes a essas forças
normais não devem ser considerados no cálculo dessa tensão pois são considerados
em MSd; são considerados apenas os momentos isostáticos de protensão;
MSd,máx é o momento fletor de cálculo, máximo no trecho em análise, que pode
ser tomado como o de maior valor no semitramo considerado (para esse cálculo não
se consideram os momentos isostáticos de protensão, apenas os hiperestáticos);
Para o Modelo II de cálculo da armadura transversal (300 ≤ θ ≤ 450) o valor de Vc
é determinado como a seguir se expõe:
Vc = 0 em elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa
fora da seção;
Vc = Vc1 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a
seção;
Vc = Vc1 ⋅ (1 + M0 / MSd,máx ) ≤ 2 ⋅ Vc1 na flexo-compressão; com,
O equilíbrio das forças verticais indica que a força cortante solicitante de cálculo
VSd na seção 1-1 é igual à força resultante das tensões de tração nos estribos
inclinados (Rsw), no trecho de medida 2 ⋅ ( z / 2) ⋅ (cot gα + cot gθ) ⋅ senα , projetada na
vertical segundo o ângulo α, conforme figura 10d, obtendo-se:
Vsw
cotg θ = − cotg α [39]
A sw,1estribo
⋅ f ywd ⋅ 0,9 ⋅ d ⋅ sen α
s
A equação 39 pode ser escrita como indicado na equação 40, pois se multiplicou
e se dividiu a primeira parcela do segundo membro por sen α + cos α .
VSd 1
cotg θ = ⋅ (sen α + cos α ) ⋅ − cotg α [42]
VSd − Vc sen α
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 20
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
A expressão entre parêntesis multiplicada por ( 1 / sen α ) pode ser escrita como
( 1 + cotg α ) resultando:
VSd
cotg θ = ⋅ (1 + cotg α ) − cotg α [43]
VSd − Vc
1 ⎡ VSd ⎤
al = ⋅d⋅ ⎢ ⋅ (1 + cotg α ) − cotg α⎥ − cotg α [44]
2 ⎣ VSd − Vc ⎦
⎡ VSd,máx ⎤
al = d ⋅ ⎢ ⋅ (1 + cotg α) − cotg α⎥ ≤ d [45]
⎣ 2 ⋅ ( VSd,máx − Vc ) ⎦
sendo:
A sw f
ρsw = ≥ 0,2 ⋅ ctm [46]
b w ⋅ s ⋅ senα fywk
bw
5mm ≤ φt ≤ (bw em milímetros) [47]
10
Quando a barra que compõe o estribo for lisa o diâmetro não pode ser superior a
12 mm.
No caso de estribos formados por telas soldadas, o diâmetro mínimo pode ser
reduzido para 4,2 mm, desde que sejam tomadas precauções contra a corrosão dessa
armadura.
O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do
elemento estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador,
garantindo um bom adensamento da massa. O espaçamento máximo deve atender às
seguintes condições:
se VSd > 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,3 ⋅ d ≤ 200mm = 20cm [49]
se VSd > 0,20 ⋅ VRd2 então s t,máx = 0,6 ⋅ d ≤ 350mm = 35cm [51]
6.3.1 Ancoragem
A sw f
ρsw = ≥ 0,2 ⋅ ctm (equação 46)
s ⋅ b w ⋅ senα fywk
sendo:
Considerado que se quer determinar uma equação para cálculo da força cortante
resistente de cálculo relativa à área de armadura transversal mínima, pode-se fazer
VRd3=VRd,min e, portanto, Vsw,min, ou seja a força resistida pela armadura também é a
mínima.
Assim:
A sw,1estribo
Vsw = ⋅ fywk ⋅ 0,9 ⋅ d ⋅ (sen α + cos α) (equação 23)
s
A sw,mín
Vsw,mín = ⋅ 0,9 ⋅ fywk ⋅ 0,1⋅ b w ⋅ d (em kN) [56]
bw ⋅ s
ou, ainda:
resultando:
resultando:
VRd,mín = [τc + 45,0 ⋅ ρsw,mín ]⋅ b w ⋅ d (em kN e para barras de aço CA-50) [64]
VRd,mín = [τc + 54,0 ⋅ ρsw,mín ]⋅ b w ⋅ d (em kN e para fios de aço CA-60) [65]
José Samuel Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2010 25
Concreto armado: Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante
ou seja:
A sw,mín b 100
= ρsw,mín ⋅ w ⋅ (em cm2/m) [67]
s ⋅n n 1
sendo,
bw é a espessura da viga;
⎡ ⎛ f ⎞ f ⎤
VRd,u = VRd2 = ⎢0,27 ⋅ ⎜1 − ck ⎟ ⋅ ck ⋅ 0,1⎥ ⋅ b w ⋅ d (em kN) [69]
⎣ ⎝ 250 ⎠ 1,4 ⎦
7.4 Equação para cálculo da área da armadura transversal relativa à força cortante de
cálculo no caso de VRd,mín < VSd ≤ VRd,u .
VSd ≤ VRd3 = τ c ⋅ b w ⋅ d +
A sw,1estribo
bw ⋅ s
[ ]
⋅ f ywd ⋅ 0,9 ⋅ 0,1 ⋅ b w ⋅ d [70]
A sw b 100
= ρ sw ⋅ w ⋅ (em cm2/m) [72]
s⋅n n 1
7.5 Cálculo dos espaçamentos entre os estribos considerando a área da barra (ou fio)
Sendo as,cal (ou as,mín) a área dos estribos calculada pela equação 72, a s,1φ a
área de uma barra ou fio de aço, e 100/s o número de estribos em 1m, pode-se
escrever a equação 73.
⎡100 ⎤
as,cal = ⎢ ⎥ ⋅ a s,1φ [73]
⎣ scal ⎦
a s,1φ
scal = 100 ⋅ [74]
a s,cal
100
número de estribos = [75]
sado
100
a s,efe = ⋅a s,1φ (cm2/m) [76]
s efe
8.1.1 Preâmbulo
b w ⋅ d2 20 ⋅ 452
MRd,lim = = = 27.000kNcm = 270kNm
k c,lim 1,5
com:
Assim, a área das barras da armadura longitudinal de tração será calculada com
a rotina de armadura simples.
⎡ 0,0965 ⎤
VRd,mín = ⎢0,0869 + 54,0 ⋅ ⋅ 20 ⋅ 45 = 125,1kN (equação 65)
⎣ 100 ⎥⎦
De acordo com o diagrama de força cortante, junto aos apoios têm-se regiões
com estribos calculados para a força VSd reduzida (item 8.1.4), e, na outra região os
estribos têm a área mínima de armadura transversal.
⎡ ⎛ f ⎞ f ⎤
VRd,u = VRd2 = ⎢0,27 ⋅ ⎜1 − ck ⎟ ⋅ ck ⋅ 0,1⎥ ⋅ b w ⋅ d = τcu ⋅ b w ⋅ d (equação 69)
⎣ ⎝ 250 ⎠ 1,4 ⎦
b w ⋅ d2 20 ⋅ 45 2
kc = = = 1,84
MSd 22.050
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 30
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
consultando a Tabela A-1 [Giongo (2009)], para concreto C30 e barras de aço
CA-50 obtém-se:
β x = 0,45 e k s = 0,028
x = β x ⋅ d = 0,45 ⋅ 45 = 20,3 cm
V01 (20x50)
10
50
P01 P02
40
2
20 580 20
20
600
45 (43,25)
R 105 105
k
5 Ø t > 5cm
g+q 35kN/m
15 (13,25)
M 157,5
Sk 33 Ø 5,0 (130)
V Sk 105 105
M Sd 220,5
131,1
147
V = 125,1kN
Rd,mín
10 10
V = 125,1kN
267,5 Rd,mín
22,5
300
35 255 255 35
MSd 22.050
A st = k s ⋅ = 0,028 ⋅ = 13,72 cm 2
d 45
Adotando barras de 16,0mm, com área de cada barra igual a 2,01cm2, obtem-se
o número de barras necessárias na seção de meio de vão:
13,72
→ 7 φ 16,0 mm
2,01
147 125,1
=
300 x VRd,mín
e, portanto:
x VRd,mín = 255,3cm
147 VSd,d / 2
=
300 ⎡ 45 ⎤
⎢300 − 10 − 2 ⎥
⎣ ⎦
ou seja,
VSd,d / 2 = 131,1kN
ρ sw = 0,15%
A sw b
= ρ sw ⋅ w ⋅ 100 (equação 72)
( s ⋅ n) n
obtendo-se:
0,15 20
A sw = ⋅ ⋅ 100 = 1,5cm 2 / m
100 2
José Samuel Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2010 33
Concreto armado: Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante
A sw,mín 0,0965 20
= ⋅ ⋅ 100 = 0,97cm2 / m (equação 67)
s ⋅n 100 2
b w 200
5mm ≤ φt ≤ = = 20,0mm (expressão 47)
10 10
ou seja:
5,0mm ≤ φt ≤ 20,0mm
se VSd ≤ 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,6 ⋅ d ≤ 300mm = 30cm (expressão 48)
se VSd > 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,3 ⋅ d ≤ 200mm = 20cm (expressão 49)
Assim:
Portanto,
Para a área de armadura transversal calculada para força cortante na seção d/2
igual a 131,1kN resultou a área de 1,5cm2/m e a área de armadura transversal mínima
é igual a 0,97cm2/m. Adotando diâmetro dos fios de 5,0mm (CA-60) os espaçamentos
podem ser calculados com a equação 74 resultando:
0,20
s cal = 100 ⋅ = 13,33cm (equação 74)
1,50
É conveniente adotar número inteiro (ou número com decimal igual a 0,5cm)
para facilitar o trabalho na obra. Portanto, adotando-se espaçamento igual a 13cm o
número de estribos, de acordo com a equação 75 resulta:
100
número de estribos em 1 metro = = 7,69
13
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 34
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
100
a s,efe = ⋅ 0,20 = 1,54cm 2 / m
13
1 1 1 1
l est = 2 ⋅ 12,5 + 2 ⋅ 42,5 + 5 ⋅ ⋅ 2 ⋅ π ⋅ ( ⋅ 3 ⋅ 0,5) + 2 ⋅ ⋅ 2 ⋅ π ⋅ ( ⋅ 3 ⋅ 0,5) + 2 ⋅ 5 = 127,1cm
4 2 8 2
Os estribos têm cinco dobras e na quina onde estão os ganchos têm-se dois
comprimentos adicionais de medidas iguais a 1/8 de circunferência.
l est = 2 ⋅ 15 + 2 ⋅ 45 + 2 ⋅ 5 = 130cm
35
= 3 + 1 = 4 estribos
13
8.2.1 Preâmbulo
⎛ 0,0965 ⎞
VRd,mín = ⎜ 0,0869 + 54,0 ⋅ ⎟ ⋅ 25 ⋅ 71 = 246,7kN
⎝ 100 ⎠
Para o cálculo da área mínima de barras dos estribos utiliza-se a equação 67,
com o valor da taxa mínima de armadura transversal (tabela 2), em função das
resistências do concreto C30 e de fios de aço CA-60, igual a 0,0965, resultando:
A sw,mín 0,0965 25
= ρsw,mín ⋅ (b w / n) ⋅ 100 = ⋅ ⋅ 100 = 1,21cm2 / m
(s ⋅ n) 100 2
b w 250
5mm ≤ φt ≤ = = 25,0mm (expressão 47)
10 10
se VSd ≤ 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,6 ⋅ d ≤ 300mm = 30cm (expressão 48)
se VSd > 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,3 ⋅ d ≤ 200mm = 20cm (expressão 49)
Assim:
Portanto,
Então;
smáx = 30cm
0,20
s cal = 100 ⋅ = 16,53cm
1,21
José Samuel Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2010 37
Concreto armado: Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante
V02 (25x75)
V05
10
75
P03 P04
20 380 20 280 20
R v2 = 150 kN 25
g + q = 20kN/m
k k
70,0 70,0
64,3 85,7
VSk 134,3 155,7
x
M+ 400
Sk
+
MSk 377,2
V = 246,7kN
188 Rd,mín
76
VSd
134
218
V = 246,7kN
Rd,mín
10 10
100
as,efe = ⋅ 0,20 = 1,25cm2 / m
16
Adotando espaçamentos de 16,5cm a área efetiva resulta igual a 1,21cm2/m,
portanto, igual a área mínima de estribos que é de 1,21cm2/m. Esta solução também é
adequada, ficando a decisão de adotar 16cm ou 16,5cm de espaçamento por conta do
projetista.
As distribuições dos estribos são mostradas na figura 13 que ilustra a memória
de cálculo. Os detalhamentos são feitos de modo semelhante ao exemplo 1.
8.3 Exemplo 3 - Viga biapoiada com ações uniformemente distribuída e concentrada
8.3.1 Preâmbulo
A figura 14 apresenta a vista lateral e o corte transversal de uma viga de
concreto armado submetida a uma ação uniformemente distribuída com intensidade de
25kN/m e com uma ação concentrada de 250kN atuando a 300cm do centro
geométrico do pilar 6, reação da viga V06.
O objetivo desta fase do projeto da viga é calcular as áreas das armaduras
transversais (estribos) considerando concreto da classe C30 e aço da categoria CA-50
e CA-60 (diâmetros de 5,0mm).
A largura da viga (bw) e altura (h) são iguais a 20cm e 80cm, respectivamente.
Em função do alojamento das barras da armadura longitudinal de tração, dos
estribos e dos cobrimentos considerados no dimensionamento a altura útil (d) é
adotada igual a 74cm, sendo que depois do detalhamento das barras da armadura
longitudinal de tração precisa ser calculada a altura útil efetiva.
Neste exemplo é feito o dimensionamento das armaduras transversais (estribos).
Considerando as ações atuantes na viga, foi verificada a segurança com relação
às tensões normais, para o momento fletor de cálculo de maior intensidade, na seção
em que atua a força concentrada, obtendo-se para área das barras da armadura
longitudinal de tração 34,6cm2 e área das barras longitudinais de compressão igual a
2,74cm2, portanto, com solução em armadura dupla, pois MSd > MRd,lim.
a.- Cálculo da força cortante mínima
A força cortante mínima resistente é calculada pela equação 65, considerando
concreto C30 e fios de aço CA-60, resultando:
⎛ 0,0965 ⎞
VRd,mín = ( τc + 54,0 ⋅ ρsw,mín ) ⋅ b w ⋅ d = ⎜ 0,0869 + 54,0 ⋅ ⎟ ⋅ 20 ⋅ 74 = 205,7kN
⎝ 100 ⎠
e, portanto:
x VRd,mín,P 05 = 190,9cm
Com essa taxa calcula-se a área das barras da armadura transversal (estribos
adotados com dois ramos) com a equação 72, resultando:
USP - EESC - SET - Disciplina SET 410 - Estruturas de Concreto Armado II 40
Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante - E. L. Último
A sw b 0,25 20
= ρ sw ⋅ w ⋅ 100 = ⋅ ⋅ 100 = 2,5cm 2 / m
( s ⋅ n) n 100 2
V03 (20x80)
V 06
10
80
P 05 P 06
20 380 20 280 20
R VT03 = 250 kN
20
400 300
P03 P04
Rk
C30
CA -50 e CA-60
g+q 25 kN/m 25 kN/m
d = 74cm
b = 300cm > 2d = 148cm
87,50 87,50
107,14 142,86
V 194,64 94,64 155,36 230,36
Sk
x +
M Sk 400
M+
Sk 578,60
272,5
10 V = 205,7kN
Rd,mín
132,5
V Sd
10
217,5 V = 205,7kN
Rd,mín
322,5
Ø 8,0 c/15
Ø 8,0 c/20 Ø 5,0 c/20 Ø 8,0 c/15
200 150 30 280
10 10
A sw b 0,33 20
= ρ sw ⋅ w ⋅ 100 = ⋅ ⋅ 100 = 3,3cm 2 / m
( s ⋅ n) n 100 2
se VSd > 0,67 ⋅ VRd2 então smáx = 0,3 ⋅ d ≤ 200mm = 20cm (expressão 49)
Assim:
VSd = 322,5kN < 0,67 ⋅ 753,5kN
Portanto,
smáx = 0,6 ⋅ 74 = 44,4cm ≤ 30cm
(VSd = 362,0kN), portanto é com esta força que se calcula a área de estribos que serão
dispostos no trecho entre a ação da força centrada e o pilar P08.
A força cortante solicitante de cálculo, para cálculo da área da armadura
transversal, junto ao pilar P07 resulta:
VSd,P07 = 106,1 + 1,4 ⋅ 46,4 = 171,1kN < VRd,mín = 205,7kN
V04 (20x80)
VT07
10
80
P07 P08
20 550 20 110 20
250 kN
20
570 130
P07 P08
x
M+
Sk
5,36 m
+
MSk 358,60 kNm
187,5 V = 205,7kN
34,3 10 Rd,mín
VSd
12,0
10
V = 205,7kN
Rd,mín
362,0 407,5
A sw b
= ρ sw ⋅ w ⋅ 100
( s ⋅ n) n
obtendo-se:
0,40 20
A sw = ⋅ ⋅ 100 = 4,0cm2 / m
100 2
aI γ f ⋅ R SIk
A s,susp = . [77]
aII f ywd
Viga de
Apoio (II) h/2
h
Viga
Apoiada ( I ) h/2
a) Apoio indireto b wI
h/2
Viga ( I )
Viga (II)
R st = R VI b wII
hI
h I = h II
hI
a) II I b) II I c) II I
hI
aI = hI aI
aI
a I = h II hI h II
d) II I e) II I f) II I
γ f ⋅ R SIk
A s,sus,I = [78]
f ywd
γ f ⋅ R SIk
A s,sus,II = 0,5 ⋅ [79]
f ywd
b wII
b
wI
I
hI /2 > b wII /2
Viga de
h
Apoio (II) II
b wI
b) Região de distribuição
h
I
Viga 0,70 A s,susp
Apoiada (I)
b wI
0,30 A s,susp
a) Intersecção entre as vigas
h I /2 > bwII /2
b wII
h I /2 > bwII /2
Viga de b
w II
Apoio (II)
h
b wI
II
b) Região de distribuição
0,70 A s,susp
hI
Viga
I
Apoiada (I) bw
0,15 A s,susp
0,15 A s,susp
a) Intersecção entre as vigas
b wI
Viga de
Apoio (II)
Viga
Apoiada (I)
Viga de
Apoio (II) Viga
Viga Apoiada (I)
Apoiada (I)
Viga de
Apoio (II)
a) b)
b wII
II
h
Estribos E2 Estribos E2
h
II Viga
Apoiada ( I )
Viga b wI
Apoiada ( I )
b wI
a) Corte b) Planta
Estribos E2 Estribos E2
Viga de
Apoio (II)
Estribos E2
Viga
Apoiada ( I ) E1
b WI Estribos E1
~15cm ~15cm
Viga II
Viga I
Viga II Viga I
A
a) Esquema Estático
Tração
Compressão
R st = R vI
c) Treliça
b) Detalhe A
b wI
Viga II
0,70 A s,susp
Viga I
h II /2 = b wI /2
b wII
h I /2 = b wII /2 h I /2 = b wII /2
e) Porcentagem da Armadura
d) Região de distribuição
Viga I
Viga II
Viga I Viga II
Não há necessidade de
armadura de suspensão
a) Esquema b) Mecanismo Resistente
Como foi estudado no item 9.1, na viga V03, na região de ligação entre as vigas
V03 e V06, é preponderante a área de armadura transversal de maior valor, ou seja,
calculam-se as áreas de estribos e de armadura de suspensão, adotando-se a maior.
Analisando a figura 14 pode-se observar que na região da ligação entre as vigas
têm-se as seguintes armaduras:
à esquerda da ligação entre as vigas V03 e V06:
VSd = 132,5kN < VRd,mín = 205,7kN → a sw,mín,efe = 1,0cm2 /m → φ 5, 0 c/ 20,0cm
sendo:
A sw b
a sw = = ρ sw ⋅ w ⋅ 100 [cm2/m]
s⋅n n
A sw,mín b
a sw,mín = = ρsw,mín ⋅ w ⋅ 100 [cm2/m]
s ⋅n n
bw
5mm ≤ φt ≤ [mm]
10
9) Cálculo do espaçamento entre os estribos considerando a área da barra (ou fio) por
unidade de largura
a s,1φ
scal = 100 ⋅ [cm]
a s,cal
100
número de estribos = [sado em cm]
s ado
as,cal = asw = área de barras ou fios aço calculada pela expressão do item 4 desta
rotina;
José Samuel Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2009 3
Concreto armado: Dimensionamento de elementos estruturais fletidos submetidos à força cortante
Tabela 2
Cálculo da área de armadura transversal em vigas
Força cortante resistente mínima
Classe de Taxa mínima de armadura Força cortante
resistência do Contribuição do transversal resistente última
concreto concreto τcu (kN/cm2)
τc (kN/cm2) ρsw,mín (%)
CA-50 CA-60
C20 0,0663 0,0884 0,0737 0,3549
C25 0,0769 0,1026 0,0855 0,4339
C30 0,0869 0,1159 0,0965 0,5091
Grupo I
Observações:
1.- As tabelas 3 e 4 apresentam as propriedades geométricas das barras e fios
padronizados pela ABNT NBR 7480:2007 e com diâmetros maiores ou iguais a 5,0mm,
que são especificados pela ABNT NBR 6118:2003 como valores mínimos para estribos
de vigas.
2.- Nos casos de vigas de edifícios usuais são adotados como diâmetros de estribos
fios de 5,0mm (CA-60) e barras de 6,3mm ou de 8,0mm (CA-50), conforme a área da
armadura transversal. Os fios de aço CA-60 com diâmetros até 8,0mm também podem
ser utilizados nas vigas usuais de edifícios.
3.- As barras e fios com diâmetros maiores que 8,0mm e menores ou iguais a 10,0mm
(CA-60) ou menores ou iguais a 12,5mm (CA-50) são adotadas para os estribos de
vigas de pontes ou vigas de equilíbrio em fundações de edifícios, onde os valores das
forças cortantes são mais intensas.