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Retirada de metais pesados da água utilizando materiais orgânicos

Retirada de metais pesados da água utilizando materiais orgânicos


Rodrigo Vecchi, Erick Soares, Felipe de Lima Kelemen, Fernando Gomes, Charbel El Ramy,
Ronaldo Galdino, Alexandre Prates, William Oyadomari, Alexandre Prates, Rafael Kleiner.

Professor: Anderson Orzari Ribeiro, CCNH, UFABC, Santo André, 2011.

Resumo

Diante das preocupações ambientais que nos rodeia diariamente, nosso grupo comparou o
rendimento do uso de diferentes cascas de frutas na absorção de materiais tóxicos que contaminam a
água de rios e lagos. O desenvolvimento de biossorventes é uma alternativa considerável já que as
cascas de frutas normalmente são descartadas.

Introdução solução e sua respectiva absorção na região


de 800 nm. Nesta etapa, preparou-se uma
Durante anos a indústria e o uso solução de 50 mL de água destilada e 1,0 g
demasiado dos agrotóxicos vêm contaminado de sulfato de cobre. Uma amostra foi
rios e córregos com materiais pesados. Estudos colocada em uma cubeta e então foi
mostram que materiais vegetais têm a capacidade analisada pelo espectrofotômetro UV/VIS.
de remover alguns metais em solução aquosa. O Em seguida, preparou-se quatro soluções a
Brasil possui uma gama muito grande de partir da diluição da amostra inicial. Os
materiais vegetais que podem ser explorados no dados de absorção das cinco amostras foram
processo de absorção de poluentes em meio utilizados para elaborar um gráfico que
aquoso. relaciona o espectro de absorção com a
concentração de cobre na solução.
Para testar a eficácia do pó das
Objetivo
cascas de fruta, dissolvemos sulfato de
cobre em água destilada (aproximadamente
O objetivo do nosso experimento é testar
10 g para 500 mL de água). A solução
a possibilidade de retirar metais pesados da água,
adquiriu uma coloração azul clara,
como o cobre, utilizando pó de cascas de frutas
mostrando que a absorção do sulfato de
(como a banana, abacate e a tangerina)
cobre se encontra no espectro visível.
dissolvido na solução.
Trituramos, peneiramos e pesamos as
cascas secas de frutas. Então, preparamos
Metodologia seis amostras (duas com cada tipo de casca
de fruta) contendo 3 g de pó de casca para
A determinação da quantidade de cada 50 mL de solução de CuSO4. Com o
metal cobre em solução foi determinada por auxilio de um agitador magnético,
espectrometria de absorção no UV-vis. Para misturamos as cascas de frutas com a
isso, uma curva padrão foi obtida para solução durante trinta minutos. Deixamos a
relacionar a concentração de cobre na solução decantar durante uma semana. Após

IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011
Retirada de metais pesados da água utilizando materiais orgânicos

a decantação, filtramos a solução em um Gráfico 2

Concentração de CuSO nas amostras

filtro comum. Preenchemos uma cubeta 1200

com a amostra e levamos a um 1000


Solução Inicial CuSO
Tangerina A1

espectrofotômetro UV/VIS. Obtivemos 800


Tangerina A2
Abacate A1
Abacate A2
Banana

como resultado, gráficos (comprimento de


600 Soluçao 100%

Abs
Soluçao Diluída 50%
Soluçao Diluída70%
400 Soluçao Diluída 30%

onda x Abs) do espectro de absorção, 200


Soluçao Diluída 20%

analisado nos comprimentos de onda entre 0


992 976 960 944 928 912 896 880 864 848 832 816 800 784 768 752 736 720 704 688 672 656 640 624 608 592 576 560 544 528 512

500 nm e 1000 nm. Para a determinação da 1000 984 968 952 936 920 904 888 872 856 840 824 808 792 776 760 744 728 712 696 680 664 648 632 616 600 584 568 552 536 520 504

λ (nm)

quantidade de cobre absorvida, utilizamos a (Gráfico 2)


diferença da absorção da solução inical e da
solução final. Pode-se inferir que houve absorção de
cobre pelas cascas de frutas, pois as linhas de
Resultados e Discussão absorção de luz pela solução com as cascas mais
o sulfato de cobre estão abaixo da linha da
A figura 1 apresenta os espectros de solução com apenas o sulfato de cobre.
absorção do sulfato de cobre em concentrações Para averiguar o real percentual de cobre
conhecidas e diferentes. que foi retirado de cada amostra seria necessária
uma análise separada da banda de absorção de
Gráfico 1

1,2
Concentração de CuSO nas Soluções Diluídas
luz de cada casca de fruta e então comparada
1
com a das amostras, assim seria possível analisar
0,8 a concentração de cobre antes e depois dos
0,6
Solução 1
Solução 2
Soulção 3
Solução 4
procedimentos. Porém não foi possível tal
Abs

Solução 5
0,4
análise mais apurada.
0,2

0
992 976 960 944 928 912 896 880 864 848 832 816 800 784 768 752 736 720 704 688 672 656 640 624 608 592 576 560 544 528 512
1000 984 968 952 936 920 904 888 872 856 840 824 808 792 776 760 744 728 712 696 680 664 648 632 616 600 584 568 552 536 520 504

-0,2
Conclusão
λ (nm)

Figura 1: espectros de absorção do sulfato de


Conseguimos retirar certa quantidade
cobre em concentrações conhecidas e diferentes
sulfato de cobre das soluções com as cascas de
banana, tangerina e abacate. O processo de
A partir deste gráfico, pode-se relacionar
remoção com esse método em escalas grandes
as concentrações de sulfato de cobre em cada
como em rios e represas não deve ser vantajoso
amostra antes e após passarem pelo processo de
pela grande quantidade de cascas a serem
mistura com casca e decantação. Porém, durante
utilizadas e pelo acréscimo de substâncias das
o processo, descobrimos que as cascas de frutas
cascas à água, das quais não sabemos as
deixavam uma substância dissolvida na água e
consequências, e pela não determinação de um
que ao fazer a medição das soluções havia uma
método eficiente de remoção das cascas do rio.
interferência no processo. As soluções foram,
então, filtradas em um filtro de 45 m antes da
obtenção do espectro de absorção. Referências Bibliográficas
Obtivemos então o gráfico seguinte
(Figuira 2) onde são mostradas as taxas de [1]http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
absorção dos comprimentos de onda pelas S0100-40422010000300010&lng=en&nrm=iso, Acessado
substâncias das cascas. em 06/08/2011.
[2]http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/878427,
Acessado em 06/08/2011.

IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011

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