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DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
respaldado na ética e na moralidade.

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO


DA 2ª VARA INFRACIONAL DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
DA COMARCA DE CUIABÁ/MT

Processo nº 333/2007
Representado: Marcos Antonio Rodrigues dos Santos

MARCOS ANTONIO RODRIGUES DOS


SANTOS , já qualificado nos autos em epígrafe do Procedimento
de Apuração de Ato Infracional que lhe move o Ministério
Público Estadual, inconformado com a decisão de fls. 161/166
que lhe aplicou a medida sócio-educativa de INTERNAÇÃO, por
intermédio da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO
GROSSO, nomeada por esse digno Juízo para patrocinar a
defesa do representado, através da Defensora Pública que ao
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Defensoria Pública da Infância e Juventude – Complexo do POMERI – Avenida Dante Martins de Oliveira, s/n
Planalto Cuiabá/MT - Telefone: (65) 3653-4757 – Fax: (65) 3653-3422 - E-mail:
defensoria.infancia.mt@ibest.com.br
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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
respaldado na ética e na moralidade.

final assina, no uso de suas atribuições legais, com endereço na


Avenida Dante de Oliveira, s/n – POMERI, Defensoria Pública
da Infância e Juventude, Bairro Planalto – Cuiabá/MT, telefone
(65) 3653-4757, local que indica para o recebimento de
intimações pessoais, vem, mui respeitosamente perante Vossa
Excelência com fulcro no artigo 496 I, 513 CPC e artigo 198 da
Lei 8.069/90 interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso.

1. Outrossim, aduz a esse digno Juízo


a tempestividade do presente Recurso, em razão da prerrogativa
constante na Lei Complementar Federal 80/94 em seus artigos
40, inciso I, artigo 128, bem como a Lei da Assistência
Judiciária 1060/50, artigo 5º, parágrafo 5º, que conferem o
prazo em dobro aos membros da Defensoria Pública.

2. O Apelante por meio da Defensora


Pública que ao final assina, recebeu os presentes autos em
15.10.2007, sendo o presente recurso protocolado em
31.10.2007, portanto, tempestivo.

“Artigo 128 Lei 80/94 - São prerrogativas dos


membros da Defensoria Pública do Estado,
dentre outras que a lei local estabelecer: I -
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respaldado na ética e na moralidade.

receber intimação pessoal em qualquer


processo e grau de jurisdição, contando-se-lhe
em dobro todos os prazos”.

“Artigo 5º, parágrafo 5º Lei 1060/50 - Nos


Estados onde a Assistência Judiciária seja
organizada e por eles mantida, o Defensor
Público, ou quem exerça cargo equivalente,
será intimado pessoalmente de todos os atos do
processo, em ambas as instâncias, contando-se-
lhes em dobro todos os prazos”.

3. Assim, requere, seja a presente


Apelação recebida por esse digno Juízo e, na hipótese de Vossa
Excelência vir a manter a decisão guerreada, após cumpridas as
formalidades legais, sejam os autos remetidos àquela Egrégia
Corte.

Termos em que
Pede e Espera Deferimento

Cuiabá/MT, 26 outubro de 2007.

HÉLLENY ARAÚJO DOS SANTOS


Defensoria Pública

OSMAR PEREIRA DE SOUZA


Estagiário da Defensoria
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO


GROSSO

Autos nº 333/2007

RAZÕES DO APELANTE

2ª Vara Infracional da Infância e da Juventude da Comarca de Cuiabá/MT

Adolescente/Recorrente: Marcos Antonio Rodrigues dos Santos

Colenda Câmara Cível,

INICIALMENTE DO PRAZO EM DOBRO

Saliente-se, a prerrogativa constante


na Lei Complementar Federal 80/94 em seus artigos 40, inciso
I, artigo 128, bem como a Lei da Assistência Judiciária
1060/50, artigo 5º, parágrafo 5º, que conferem o prazo em
dobro aos membros da Defensoria Pública.

“In casu”, a Defensora foi intimada da


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sentença prolatada em 15.10.2007, o presente Recurso


protocolado em 26.10..2007, levando-se em conta o prazo em
dobro, portanto, tempestivo.

“Artigo 128 Lei 80/94 - São prerrogativas dos


membros da Defensoria Pública do Estado,
dentre outras que a lei local estabelecer: I -
receber intimação pessoal em qualquer
processo e grau de jurisdição, contando-se-lhe
em dobro todos os prazos”.

“Artigo 5º, parágrafo 5º Lei 1060/50 - Nos


Estados onde a Assistência Judiciária seja
organizada e por eles mantida, o Defensor
Público, ou quem exerça cargo equivalente,
será intimado pessoalmente de todos os atos do
processo, em ambas as instâncias, contando-se-
lhes em dobro todos os prazos”.

A Jurisprudência dos Tribunais


Pátrios, no mesmo sentido:

REPRESENTAÇÃO. HOMICÍDIO
PRATICADO
POR ADOLESCENTE. RECURSO
OFERTADO PELA DEFENSORIA PÚBLICA.
ARGUIÇÃO DE INTEMPESTIVIDADE.
IMPROCEDÊNCIA. Segundo legislação
vigente, a Defensoria Pública esta assegurada
a contagem dos prazos em dobro, motivo pelo
qual, não tendo se esgotado este, o recurso
ofertado no curso do lapso temporal previsto,
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considera-se tempestivo.( Tribunal de Justiça


de MS - Ano do Processo: 96 Número do
Processo 507339 - Data do Julgamento:
04/03/97 - Decisão Por maioria)”.

DAS RAZÕES DO APELANTE

O Apelante foi representado pelo


ilustre representante do Ministério Público Estadual em
20.08..2007, como incurso nas sanções do artigo 157, § 3º, do
Código Penal Pátrio, tendo o Douto “Parquet” pugnado pela
aplicação da medida sócio-educativa de internação.

Encerrada a instrução processual,


verifica-se que juízo ‘’a quo’’ não agiu de costumeiro acerto,
aplicando ao adolescente uma medida drástica de internação
conforme consta as fls. 161/166.

Compulsando-se analiticamente os
autos verifica-se que não restou comprovada a autoria do ato
infracional, senão vejamos:

Conforme se evidencia nos autos,


constata-se que houve disparos de arma de foto de um
policial que mora na frente da lan house, como segue:

Fernando Oliveira dos Santos, ouvido na


Delegacia, asseverou: Que em seguida, ouviu
tiros do lado de fora da Lan House...Que o
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policial civil que trocou tiros do lado de fora da


Lan House reside em frente a mesma...

Vejamos outros testemunhos sobre disparos de


tiros efetuados de fora para dentro da Lan House:

Bruno da Silva Santos- Que o declarante


esclarece que estava dentro da lan House
quando ouviu vários tiros do lado de fora da
Lan House...fls 41

Lucas de Oliveira Silva- ... Que o declarante


não viu ninguém baleado lá dentro...Que o
declarante não viu grito algum quando
Marquinhos disparou sua arma...’’

Desse modo, conforme se extrai do


depoimento do adolescente Marcos mencionado alhures as
fls,93, bem como de Bruno às fls.92, depreende-se que a
AUTORIA DO LATROCÍNIO NÃO RESTOU PLENAMENTE
CONFIGURADA, POIS O TIRO QUE ATINGIU A VÍTIMA
PODERIA SER DISPARADO POR ESTE POLICIAL.

De qualquer modo, o exame de balística


não foi realizado nos autos.

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Por corolário, trata-se de ato infracional


que deixa vestígios (DELITO TRANSEUNTE), sendo
imprescindível a existência do exame de corpo delito e no caso
em tela, não pode ser substituído pelo exame de corpo delito
indireto.

A respeito, encontramos no Código de


Processo Penal Interpretado, de Julio Fabbrini Mirabete, 10ª
edição, Editora Atlas/2003, página 479, o seguinte
entendimento:

“Deixando o crime vestígios materiais (delicta


facti permanentis), é indispensável o exame de
corpo de delito direto, elaborado por peritos
para se comprovar a materialidade do crime,
sob pena de nulidade. O exame destina-se à
comprovação, por perícia, dos elementos
subjetivos do tipo, que diz respeito,
principalmente, ao evento produzido pela
conduta delituosa, ou seja, do resultado, de que
depende a existência do delito. A perícia é o
exame realizado por pessoa que tem
determinados conhecimentos técnicos,
científicos, artísticos ou práticos acerca dos
fatos, circunstâncias objetivas ou condições
pessoais inerentes ao fato punível a fim de
comprová-los (TOURINHO FILHO,
Fernando da Costa. Ob. cit. p.220)”

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Impera-se, assim, em observância ao


principio IN DUBIO PRO REO, a decretação da absolvição do
representado para o ato infracional análogo ao latrocínio
consumado. Mister se faz aqui transcrever, entendimento
jurisprudencial a respeito:
“PENAL E PROCESSO PENAL – PROVA –
AUTORIA E MATERIALIDADE –
FRAGILIDADE – DÚVIDA – “IN DUBIO
PRO REO” – APLICAÇÃO – SENTENÇA
ABSOLUTÓRIA – MANUTENÇÃO

Uma sentença condenatória não pode ser


baseada única e exclusivamente em indícios. A
prova nebulosa e geradora de dúvida quanto à
autoria do delito não tem o condão de autorizar
a condenação do ré u não confesso, vez que ela
conduz a um juízo de certeza.Estado que
reprime o delito é o mesmo que garante a
liberdade. O Estado de Direito é incompatível
com a fórmula totalitária. Nele prevalece o
império do direito que assegura a aplicação da
máxima “in dubio pro reo”.
Recurso a que se nega provimento.” 1

Por outro lado, atentos ao


princípio da eventualidade, na eventual hipótese

1
TJMG – APCR 000.258.896-0/00 – J. 05.03.02 – fonte: Informa Jurídico, 28ª ed.
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de não ser aceito tal fundamento esposado, no


mérito, a presente sentença merece ser reformada.

Compulsando analiticamente os autos


em epígrafe, verifica-se que o Membro Ministerial fundamenta
seu pedido para a aplicação da medida sócio-educativa de
internação, alegando que o representado é contumaz na prática
de atos infracionais.

Contudo, Nobres julgadores, as


certidões de fls.32 não atestam se os procedimentos ali
indicados tiveram sentença prolatada, qual a medida sócio-
educativa aplicada, não informando também se houve trânsito
em julgado.

Destarte, as certidões de fls. 32 estão


eivadas de vícios, sendo imprópria para embasar uma
condenação.

Importa salientar que o Estado priorize


as medida sócio-educativas em meio aberto, as quais têm
efeitos mais positivos para o autor de ato infracional e a família.

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Por corolário, o juízo “a quo” proferiu


sentença aplicando ao Apelante a medida sócio-educativa de
internação, com reavaliação a cada seis meses, no que discorda
a defesa.
Vislumbra-se que o art. 121, parágrafo
2º, ECA, dispõe que: “A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.” (grifo
nosso)
Todavia, a exegese do dispositivo supra
autoriza que os relatórios psicossociais sejam elaborados em
menos tempo, o que vai de encontro com a política de proteção
integral que perfilha o ECA, o que é salutar e eficaz no processo
de ressocialização do autor de ato infracional.

Além do mais, as medidas sócio-


educativas apresentam caráter pedagógico, destinadas a
reeducar os autores de ato infracional, parâmetros de onde os
operadores do direito que militam na área não podem afastar-se

Ressalte-se que, a medida sócio-


educativa de internação não pode ser aplicada como um castigo

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ao jovem em tela, de acordo com sua excepcionalidade,


entendimento que vem sendo esposado pelos nossos Tribunais,
vejamos:

“A internação da criança e do adolescente é


medida extrema, recomendável somente quando
desaconselhadas as medidas menos rigorosas.”
Grifou-se. 2

“A internação, no âmbito do procedimento


especializado para a apuração de atos
infracionais cometidos por adolescentes, é a
medida sócio-educativa mais grave e, por isso
mesmo, apresenta-se como exceção, onde a
regra geral é o mínimo afastamento do infrator
do convívio familiar (art. 121, caput, da Lei
8.069/90)” 3

“Apelação. Ato infracional análogo ao crime


capitulado no artigo 157,§2º, inciso I. Medida
sócio-educativa de liberdade assistida.
A gravidade do fato, por si só, não impede a
concessão da medida sócio-educativa de
liberdade assistida a adolescente que, além de
se envolver pela primeira vez em ato anti-
social, tem histórico familiar e referências
sobre a conduta social favoráveis, tendo ainda
a possibilidade de participar de programa de
ressocialização e curso profissionalizante.

2
STJ – 6a T. – RHC 7447 – Rel. Luiz Vicente Chernicchiaro – j. 28.05.1998 – DJU 29.06.1998, p. 323
3
STJ – 6a T. – HC 8499 – Rel. Fernando Gonçalves – j. 16.04.1999 – DJU 17.05.1999, p. 243
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4
Recurso a que se dá provimento.”
Grifou-se.

“Apelação – Estatuto da Criança e do


Adolescente – Ato Infracional – Fato Análogo
ao Roubo Qualificado – Internação –
Inconformismo – Condições Favoráveis –
Provimento – Concessão de Liberdade
Assistida.
A gravidade do ato infracional, por si só, não
justifica a aplicação de medida sócio educativa
de internação.
O direcionamento para a aplicação da medida
deverá ser aquele que melhor resultado se
obterá para o desenvolvimento do adolescente
como pessoa útil para a sociedade.
Assim, SE ELE SE MOSTRA ARREPENDIDO,
RECONHECENDO O ERRO COMETIDO,
ENCONTRANDO APOIO DE SEUS FAMILIARES, COM
QUEM MANTÉM BOM RELACIONAMENTO, A
MEDIDA DEVERÁ SER MENOS GRAVOSA .” 5
Grifou-se.

“NO CASO SUB JUDICE SÓ O QUE SE TEM É A


GRAVIDADE DO ATO INFRACIONAL, O QUE NÃO
BASTA, como vimos, para a decretação da
internação provisória. Importante ver que o
relatório de assistente social encarregado de
entrevistar o agravado diz que ele mora com a
avó e dois irmãos, porque a mãe é falecida e o
4
TJRJ, apelação nº 99.100.00008, 5ª Câmara Criminal
5
TJRJ, apelação nº 2000.10000071, 1ª Câmara Criminal
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pai é desconhecido. Cursou até a 6a série do 1o


grau e abandonou os estudos porque não podia
conciliar estudo e trabalho (trabalhou como
Office boy). O irmão disse que ele sempre se
portou adequadamente, que não há conflito
entre ele com a família e não há envolvimento
com drogas. Os autos não falam mesmo em
antecedentes infracionais. DESTARTE, NÃO
HAVIA MESMO NECESSIDADE IMPERIOSA DE SER
DECRETADA A MEDIDA .” 6
(grifos nossos)

“Ato infracional – ROUBO DUPLAMENTE


QUALIFICADO – Sentença que impõe medida
sócio-educativa consistente em LIBERDADE
ASSISTIDA por 12 meses – Recurso do Ministério
Público, objetivando aplicação da medida de
internação – AUSÊNCIA DE ANTECEDENTES E
RESPALDO SÓCIOFAMILIAR ALIADOS AO
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORAL QUE INDICAM
ACERTO DA DECISÃO APELADA – Recurso não
provido.” 7

Mister se faz, a aplicação da


Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), ratificada pelo
Brasil em 20 de setembro de 1.990, instrumento internacional
recepcionado pela Carta Magna de 1988, art. 5º, parágrafo 1º e

6
TJSP – AI 262.202-0/2 – Rel. Oliveira Passos
7
TJSP – Câm. Esp. – Acv 43.269-0 – Rel. Álvaro Lazzarini – j. 25.06.1998
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2º, dispondo que a internação do adolescente deve ser usada


como último recurso, e por período breve, vejamos:

ARTIGO 37 – OS ESTADOS-PARTES
ASSEGURARÃO QUE:
...
 NENHUMA
CRIANÇA SEJA PRIVADA
DE SUA LIBERDADE DE FORMA ILEGAL OU
ARBITRÁRIA. A DETENÇÃO, A RECLUSÃO OU
A PRISÃO DE UMA CRIANÇA, SERÁ
EFETUADA EM CONFORMIDADE COM A LEI E
APENAS COMO ÚLTIMO RECURSO, E
DURANTE O MAIS BREVE PERÍODO DE
TEMPO QUE FOR APROPRIADO.

 TODA CRIANÇA PRIVADA DA


LIBERDADE SEJA TRATADA COM HUMILDADE
E O RESPEITO QUE MERECE A DIGNIDADE
INERENTE À PESSOA HUMANA, E LEVANDO-
SE EM CONSIDERAÇÃO AS NECESSIDADES
DE UMA PESSOA DE SUA IDADE. EM
ESPECIAL, TODA CRIANÇA PRIVADA DE SUA
LIBERDADE FICARÁ SEPARADA DE ADULTOS,
A NÃO SER QUE TAL FATO SEJA
CONSIDERADO CONTRÁRIO AOS MELHORES
INTERESSES DA CRIANÇA, E TERÁ DIREITO A
MANTER CONTATO COM SUA FAMÍLIA POR
MEIO DE CORRESPONDÊNCIA OU DE
VISITAS, SALVO EM CIRCUNSTÂNCIAS
EXCEPCIONAIS.

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 TODACRIANÇA PRIVADA SUA


LIBERDADE TENHA DIREITO A RÁPIDO
ACESSO A ASSISTÊNCIA JURÍDICA E A
QUALQUER OUTRA ASSISTÊNCIA ADEQUADA,
BEM COMO DIREITO A IMPUGNAR A
LEGALIDADE DA PRIVAÇÃO DE SUA
LIBERDADE PERANTE UM TRIBUNAL OU
OUTRA AUTORIDADE COMPETENTE,
INDEPENDENTE E IMPARCIAL E A UMA
RÁPIDA DECISÃO A RESPEITO DE TAL AÇÃO.

DA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA


DEFESA EM FACE DO REPRESENTADO Marcos

Consta nos autos que ao receber a


representação às fls. 36/37 houve determinação do juiz ‘’ a
quo’’ para elaboração de estudo psicossocial do adolescente e
família, até a data da audiência.

Todavia, a instrução processual


findou-se e a equipe técnica não apresentou o imprescindível
estudo psicossocial do representado, o que torna ilegal a
aplicação de qualquer medida sócio – educativa a este último.

A Lei N.º 8069/90 impõe


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respaldado na ética e na moralidade.

obrigatoriedade da realização do estudo psicossocial, conforme §


4º artigo 186, o que não tem sido feito nos processos em
trâmite.

§ 4º. Na audiência de continuação, ouvidas as


testemunhas arroladas na representação e na
defesa prévia, cumpridas as diligências e
juntado o relatório da equipe interprofissional,
será dada a palavra ao defensor,
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a
critério da autoridade judiciária, que em seguida
proferirá a decisão.

Importa aqui frisar, que a faculdade


de elaborar o estudo psicossocial constante no caput do artigo
186 do ECA não pode ser interpretado isoladamente; A
interpretação deve ser sistemática do diploma legal, sob pena de
ser violado direitos e garantias fundamentais como vem
ocorrendo nas Ações Sócio-educativas julgadas sem o estudo
psicossocial. O§ 4º, do artigo 186, ao final, leva a interpretação
correta e legal de que nesta fase (alegações finais) o relatório
multidisciplinar já deve estar concluído para que se efetive o
julgamento. A lei não possui expressões desnecessárias.

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respaldado na ética e na moralidade.

À respeito da obrigatoriedade da
elaboração do relatório psicossocial, o Egrégio Tribunal de
Justiça de Rio Grande do Sul já decidiu que:

VOTO
 
DES. RUI PORTANOVA (RELATOR) –
Preliminar
FALTA DE ESTUDO INTERPROFISSIONAL
O LAUDO E A CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL

“As medidas socioeducativas do ECA não têm


caráter punitivo e apresentam como objetivo
primordial a recuperação do menor. - Diante
desta imposição legal que tira da internação o
caráter punitivo e realça o objetivo social de
recuperação, já é tempo do Estado brasileiro,
atento às diretrizes constitucionais refletidas no
Estatuto da Criança e do Adolescente,
mobilizar-se num grande esforço no sentido de
garantir ao menor infrator todos os seus
direitos, entre eles a assistência educacional,
médica, psicológica e psiquiátrica de que
necessita para sua completa recuperação.”
(Número do processo: 1.0433.04.139782-
2/001(1) Precisão: 21%, Relator: SÉRGIO
BRAGA, Data do acordão: 19/12/2005, Data
da publicação: 20/01/2006)

“A internação da criança e do adolescente é


medida extrema, recomendável somente quando
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Planalto Cuiabá/MT - Telefone: (65) 3653-4757 – Fax: (65) 3653-3422 - E-mail:
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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
respaldado na ética e na moralidade.

desaconselhadas as medidas menos rigorosas.”


Grifou-se. 8

“A internação, no âmbito do procedimento


especializado para a apuração de atos
infracionais cometidos por adolescentes, é a
medida sócio-educativa mais grave e, por isso
mesmo, apresenta-se como exceção, onde a
regra geral é o mínimo afastamento do infrator
do convívio familiar (art. 121, caput, da Lei
8.069/90)” 9

Assoma-se, ainda que o centro sócio-


educativo não dispõe nesse momento atividades pedagógicas
para os internos ali segregados, os quais têm permanecido a
maior parte do tempo confinados nas celas, o que vem
ocasionando um clima de insatisfação dentro do centro
acautelatório masculino, conforme ofício do coordenador da
unidade de internação.

A presente situação é motivo de


grande preocupação, uma vez que a ausência de atividades
educativas proporciona um clima tenso dentro da unidade de

8
STJ – 6a T. – RHC 7447 – Rel. Luiz Vicente Chernicchiaro – j. 28.05.1998 – DJU 29.06.1998, p. 323
9
STJ – 6a T. – HC 8499 – Rel. Fernando Gonçalves – j. 16.04.1999 – DJU 17.05.1999, p. 243
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respaldado na ética e na moralidade.

internação, podendo ocasionar rebeliões, como já aconteceu


outrora.

Mister se faz aqui a observância do


comando legal inserto no art. 123, parágrafo único da Lei nº
8.069/90, que dispõe, in verbis:

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em


entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
rigorosa separação por critérios de idade,
compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de


internação, inclusive provisória, serão
obrigatórias atividades pedagógicas.

Nesse sentido, a doutrina esposada


pelos lecionadores especialistas na área da infância e
juventude, ensina-nos:

“... Em sendo prioridade absoluta, devem estes


sujeitos de direito assim ser tratados pelos
órgãos Estatais, seja do Judiciário, seja do
Executivo, seja do próprio Legislativo. Há de
ser priorizadas as ações e a efetivação de
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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
respaldado na ética e na moralidade.

programas que os tenham como destinatários, e,


naturalmente, hão de ser priorizados os
programas que viabilizem a execução das
medidas sócioeducativas, buscando a integração
social destes jovens. E, ressalte-se, o caso, na
maioria absoluta das vezes, é de integração, e
não de reintegração, pois se sabe (e neste
sentido são os dados estatísticos do
CONANDA) que 70% dos atos infracionais
praticados o são contra patrimônio, ou seja, por
excluídos em 99% das vezes, pelo que, não há
se falar em reintegrar quem nunca esteve
reintegrado. A proposta é integrar.
10
...”

“...

Por derradeiro, há que se fazer uma referência


ao artigo 123, que está sendo desrespeitado pelo
Estado. O Promotor de Justiça do Rio de
Janeiro, Márcio Mothé Fernandes, disse, ao ser
entrevistado, que o Estatuto “é uma lei de 1990
que até hoje não saiu do papel. O estatuto
assegura que os infratores dever ter atendimento
personalizado e, segundo o artigo 123, devem
ficar separados nos institutos de acordo com a
compleição física e gravidade da infração
cometida. Quando você chega aos institutos, vê,
no entanto, amontoados, sem distinção alguma,
dormindo juntos no chão. O menor primário
10
SARAIVA, João Batista. Adolescente e ato infracional: garantias processuais e medidas socioeducativas.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999. p.115/116
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fica junto do homicida, do traficante e do


seqüestrador. Os adolescentes passam a maior
parte do tempo ociosos e acabam perdendo a
capacidade de ressocialização. Acabam
ingressando depois no sistema carcerário porque
não tiveram nenhuma chance de recuperação”
(O Globo 5/5/96, p.29).

Foi por causa de situação como essas, que têm


espocado rebeliões nas grandes unidades da
Febem, tanto do Rio de Janeiro como de São
Paulo, com cenas lamentáveis e chocantes de
jovens espancando e sendo espancados...” 11

A medida sócio-educativa de
internação prevista no artigo 112, VI, ECA, já traz em seu nome
a característica primordial de reeducação do autor de ato
infracional que ainda é uma pessoa em desenvolvimento, de
onde os operadores que atuam na área não podem se afastar.

Saliente-se que, a medida sócio-


educativa de internação não pode ser aplicada como um castigo
ao jovem em tela, de acordo com sua excepcionalidade,

11
PEREIRA, Cássio Rodrigues. Estatuto da Criança e do Adolescente à Luz do Direito e da Jurisprudência.
Belo Horizonte: Cultura Jurídica Ltda. (Editora Líder), 2002. p. 175.
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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
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entendimento que vem sendo esposado pelos nossos Tribunais,


vejamos:

“As medidas socioeducativas do ECA não têm


caráter punitivo e apresentam como objetivo
primordial a recuperação do menor. - Diante
desta imposição legal que tira da internação o
caráter punitivo e realça o objetivo social de
recuperação, já é tempo do Estado brasileiro,
atento às diretrizes constitucionais refletidas no
Estatuto da Criança e do Adolescente,
mobilizar-se num grande esforço no sentido de
garantir ao menor infrator todos os seus
direitos, entre eles a assistência educacional,
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necessita para sua completa recuperação.”
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BRAGA, Data do acordão: 19/12/2005, Data
da publicação: 20/01/2006)

“A internação da criança e do adolescente é


medida extrema, recomendável somente quando
desaconselhadas as medidas menos rigorosas.”
Grifou-se. 12

Desta feita, a defesa do


representado requer a IMPROCEDÊNCIA da presente Ação

12
STJ – 6a T. – RHC 7447 – Rel. Luiz Vicente Chernicchiaro – j. 28.05.1998 – DJU 29.06.1998, p. 323
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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social,
respaldado na ética e na moralidade.

sócio-educativa e na hipótese remota de ser ultrapassado o


presente pedido pugna-se pela aplicação da medida sócio-
educativa de LIBERDADE ASSISTIDA.
Termos em,
Pede e espera deferimento.
Cuiabá/MT, 19 outubro de 2.007.

HÉLLENY ARAÚJO DOS SANTOS


Defensora Pública

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