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PERÍODO - Historicamente, a figura da vítima observou três fases bem delineadas:

1) Protagonismo (na chamada “idade de ouro”, desde os primórdios da civilização até


o fim da Alta Idade Média).

A vítima, neste período, detinha o poder de realizar a justiça pelas próprias mãos,
na chamada autotutela (justiça privada, pena de talião);

2) Neutralização (o Estado como o responsável pelo conflito social – Código Penal


Francês e ideais do liberalismo moderno). Estado monopoliza o poder punitivo e
trata a pena como garantia coletiva e não como ofensa à vítima;

3) Redescobrimento/Revalorização (traz contornos mais humanos à postura estatal


em relação à vítima – sobretudo após a 2ª Guerra Mundial).

Na segunda metade do Século XX, o estudo sobre a vítima assumiu contornos


marcados, sendo fundada uma nova disciplina (ou ciência), a VITIMOLOGIA, o estudo
das relações da vítima com o infrator (chamada pela doutrina de “dupla penal”) ou com
o sistema. Com a definição dos contornos do Estado Democrático de Direito, surgiu
a necessidade da redefinição da vítima sob uma perspectiva mais humana.

VITIMIZAÇÃO- a pessoa sofre as conseqüências negativas de um fato criminoso.

A alteração dos espaços físicos e urbanos, como, por exemplo, a elaboração de novos
desenhos arquitetônicos e o aumento da iluminação pública, pode ser considerada
uma forma de prevenção delituosa.

“PAI DA VITIMOLOGIA = BENJAMIN MENDELSOHN”.

TIPOS DE VITIMIZAÇÃO

1. Vitimização Primária - é o processo através do qual um indivíduo sofre direta ou


indiretamente os efeitos nocivos ocasionados pelo delito (em regra materiais ou
psíquicos).

2. Vitimização Secundária - é entendida como o sofrimento suportado pela vítima


nas fases do inquérito e do processo, em que muitas vezes deverá reviver o fato
criminoso por meio de interrogatórios, declarações e exames de corpo de delito, além
de submeter-se a situações constrangedoras, como o reencontro com o delinquente.
3. Vitimização Terciária - a ausência de receptividade social, bem como a omissão
estatal no atendimento da vítima, que em diversos casos se vê compelida a alterar sua
rotina, os ambientes de convívio e círculos sociais em razão da estigmatização
causada pelo delito. Ex: vítima de crime sexual e segregação social.

4. Heterovitimização – corresponde à “auto recriminação da vítima” diante de um


crime cometido, pois esta crer se a responsável pela prática delitiva.

Ex: ter deixado a porta de um automóvel sem a trava ou ter assinado uma folha de
cheque que estava em branco.

v Classificação das Vítimas, segundo Mendelsohn, as vítimas dividem-se em:

Vítima inocente/ideal/autêntica ou verdadeira: Não possui responsabilidade ou


culpa que resultou na prática do crime.

Vítima provocadora: colabora com a prática do crime.

Se subdivide em:

· menos culpadas que o criminoso;

· tão culpadas quanto o criminoso e;

· mais culpadas que o criminoso(vítima provocadora).

Vítima unicamente culpada,falsa/agressora/simuladora/imaginária/suposta ou


pseudovítima: aquela que está consciente de que não foi vítima de nenhum delito,
mas, agindo por vingança ou interesse pessoal, imputa a alguém a prática de um
crime contra si;

DO CONTROLE SOCIAL:

1. Para Garcia Pablo de Molina, Controle Social é entendido como o conjunto de


instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover e garantir a
submissão dos indivíduos aos modelos e normas comunitárias. Pode ser dividido em:

a. Formal – aquele controle exercido por órgãos oficiais, ou seja, de atuação do


aparelho político Estatal, tais como: polícia, justiça, Ministério Público e outros;
i. 1° Seleção – exercida pela Polícia Judiciária (BOs, inquéritos);

ii. 2° Seleção – exercida pelo Ministério Público (denúncia);

iii. 3° Seleção – exercida pelo Poder Judiciário (Sentença).

b. Informal – são mecanismos de controle casuais, tais como: escola, profissão,


igreja e outros.

c. Formal e Informal – tem-se como exemplo o policiamento comunitário. Fomenta


de forma concomitante o controle formal e o informal.

OBS I – importante se ater ao fato de que o controle social formal só é utilizado


quando todas as formas de controles sociais informais não chegam ao êxito esperado,
atua assim de modo coercitivo e impõe sanções.

DO MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DA PREVENÇÃO DE MEDINA ARIZA:

1. Dimensão Clássica:

i. Prevenção Primária (ANTES, atua ensinando) – é tida como


genuína prevenção. Orienta-se às causas delitivas de forma a neutralizá-las antes da
manifestação do problema (ataca o crime desde suas raízes). Está voltada à
segurança e qualidade de vida. Atua nas áreas da educação, do emprego, da saúde e
da moradia (exceto direito penal);

ii. Prevenção Secundária (DURANTE, atua fiscalizando) – orienta


as intervenções a determinados grupos de risco. Está direcionada aos potenciais ou
eventuais criminosos – determinada a setores da sociedade. Reforça o sentimento de
segurança cidadã por meio das políticas legislativas, ações policiais, programas de
apoio, controle das comunicações sociais e outros.

iii. Prevenção Terciária (DEPOIS, atua punindo e corrigindo) –


aplicada após o fenômeno criminal. Orienta os criminosos já punidos com o objetivo de
reduzir a reincidência. Atua na ressocialização da população carcerária. Está
direcionada a um grupo determinado.

TEORIAS DO CONSENSO - A sociedade é baseada no consenso entre os indivíduos,


através da livre vontade. Todo elemento da sociedade tem a sua função, importância.

Representantes
1) Escola de Chicago/Teoria Ecológica/Teoria da Ecologia Criminal;

2) Teoria da Anomia/Teoria Estrutural Funcionalista;

3) Teoria da Associação Diferencial/Teoria da Aprendizagem Social/Teoria do


Aprendizado; e

4) Subcultura Delinqüente).

TEORIAS DO CONFLITO - Toda sociedade é baseada na força e coerção. Ha


imposição de alguns membros sobre outros.

Representantes: 1) Labelling Aproach/Teoria do Etiquetamento/Teoria da Rotulação


Social/Teoria da Reação Social/Interacionista ou Interacionismo Simbólico;

2) Teoria Crítica/Criminologia Crítica/Criminologia Radical ou Nova Criminologia)

Teoria do Consenso:

-- Escola de Chicago;

-- Teoria da Anomia;

-- Teoria da Subcultura do delinquente;

-- Teoria da Associação diferenciada;

(CASA)

** Casa em Consenso!

Teoria do Conflito:

-- Teoria Radical ou Crítica;

-- Teoria do Etiquetamento ( Labelling Aproach);

(RE)

1) Cifra Negra: Trata-se do conjunto de crimes que não chegam ao conhecimento do


Estado para registro por razões subjetivas, tais como o medo de represália (sequestro,
ameaça), vergonha (estupro) ou por descrédito com a polícia e a justiça, ou seja, com
os órgãos de controle social formal (crimes de bagatela). Atentar que nas cifras negras
os crimes sequer chegam ao conhecimento da autoridade policial ou de outro órgão
estatal.
2) Cifra Cinza: São crimes que chegam ao conhecimento da autoridade policial,
entretanto não prosperam na fase processual, haja vista a composição das partes ou a
ausência de representação.

3) Cifra Amarela: São crimes praticados com abuso de poder ou arbitrariedade ou


violência policial, os quais não são noticiados aos órgãos fiscalizadores competentes.

4) Cifra Dourada: São os crimes praticados por criminosos diferenciados,


denominados “criminosos do colarinho branco.

5) Cifra Verde: São os crimes ambientais cuja autoria não é identificada,


impossibilitando a responsabilização do delinquente.

6) Cifra rosa – são essencialmente os crimes de caráter homofóbicos que não


chegam ao conhecimento do Estado;

7) Cifras de rua – crimes praticados pelas classes menos favorecidas da sociedade,


em geral crimes contra o patrimônio, como roubos, furtos.

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