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Defesa civil

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A defesa civil ou proteção civil (AO 1945: protecção civil) é o


conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e
reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres
naturais e os incidentes tecnológicos, preservar a moral da
população e restabelecer a normalidade social.

Dependendo do país e da época, a defesa civil é também referida


por termos como "defesa passiva", "segurança civil" ou
"gestão de emergências".

Índice
Definição
Símbolo internacional da defesa e
Designação proteção civil.
História
Pré-História
Comunidades
O provável início das guerras das defesas do grupo
Diferenças culturais de defesa civil
Surgimento de metodologias de defesa da
população
A moderna defesa civil
Defesa e proteção civil por países
Brasil
Portugal
Outros países
Fases da Defesa Civil
Aprendizagem

Definição
A defesa ou proteção civil constitui o processo contínuo pelo qual todos os indivíduos, grupos e comunidades
gerem os perigos num esforço de evitar ou de amenizar o impacto resultante da concretização daqueles
perigos. As ações a tomar dependem em parte das percepções do risco por parte dos a ele expostos. Uma
defesa ou proteção civil eficiente baseia-se na integração de planos de emergência, com envolvimento de
agentes governamentais e não governamentais a todos os níveis. As atividades desenvolvidas a qualquer nível
irão afetar os outros níveis. É comum colocar a responsabilidade pela defesa ou proteção civil governamental a
cargo de instituições especializadas ou integrada na estrutura convencional dos serviços de emergência.
Contudo a defesa ou proteção civil deverá começar no nível mais baixo e só deverá passar para o próximo
nível organizacional quando os recursos do nível antecedente estiverem esgotados.

Designação
Em diversos países, desde o final da Guerra Fria, o termo "defesa civil" tem vindo a ser substituído por outros
alternativos como "proteção civil" ou "gestão de emergências". A antiga defesa civil focalizava-se sobretudo
na proteção dos civis contra ataques militares, sobretudo ataques aéreos, sendo inicialmente também conhecida
como "defesa passiva". O moderno pensamento focaliza-se sobretudo na proteção da população civil em
tempo de paz, além da sua proteção também em tempo de guerra. Na sequência da mudança da focalização da
guerra para a paz, na década de 1970, alguns países europeus começaram a substituir o termo "defesa civil"
pelo de "proteção civil" que acabou por se tornar quase universal no âmbito da União Europeia. Numa
mudança semelhante, os Estados Unidos, substituíram o termo "defesa civil" por "gestão da emergência"
("emergency management" em inglês). Por outro lado, em alguns países, os termos "defesa civil" e "proteção
civil" não são exatamente sinónimos. Por exemplo, nos países que seguem a doutrina da defesa total - que
implica uma defesa onde são empregues todos os recursos nacionais - a defesa civil constitui um conceito mais
alargado que o de proteção civil, incluindo todas as componentes não militares da defesa nacional. No âmbito
desta doutrina, a defesa civil engloba a própria proteção civil e ainda outras componentes como a defesa
cultural, a defesa económica, a segurança ambiental e a segurança interna.

História

Pré-História

Não se tem notícia do início do uso deste mecanismo de defesa na História da humanidade. Apesar de muito
se ter falado e escrito, as informações são contraditórias.

A família humana, acredita-se, tem vários milhões de anos, e a espécie humana remonta de centenas de
milhares de anos. No início da sua existência sobre o planeta os humanos sobreviviam pela coleta e caça de
alimentos. Eram nômades, perambulando sempre atrás de alimento e água. Armavam acampamentos e ao
tornarem-se escassos os meios de subsistência iam-se para outras paragens. Acredita-se que os homens
caçavam e as mulheres coletavam, esta divisão e as atribuições de responsabilidade entre ambos era
eqüidistante. Provavelmente os grupos eram compostos por parentes consanguíneos e chegavam a dezenas de
indivíduos. A caça era somente para a obtenção de alimento e nunca esporte. Os meninos na adolescência
caçavam pequenos mamíferos e pássaros através do uso de arcos e flechas além de pequenas armadilhas. Os
machos adultos já utilizavam técnicas de aproximação furtiva e ataque combinado para o abate da presa. Os
caçadores ao observar os rastros dos animais sabiam o que eram, a quantidade e outros dados necessários para
efetuar a observação e o planejamento do ataque. Neste ponto é importante para a sobrevivência do bando o
trabalho em equipe e principalmente a comunicação.

Pode-se dizer que a cultura pré-histórica foi baseada em parte pela habilidade de observação, comunicação e
ataque combinado através do trabalho em equipe dos componentes do bando. Logo, a caça passou a ser a
garantia por muitas de gerações da defesa dos humanos da morte por inanição. Pode-se deduzir que bons
caçadores com o passar do tempo acabariam por se transformar futuramente em bons guerreiros.

Comunidades
Pela própria predisposição humana para a caça, a coleta de alimentos e o trabalho em grupo, iniciou-se
provavelmente o sentimento de comunidade. Esta tinha a necessidade da proteção dos indivíduos e da prole
para poder sobreviver.

No início os humanos revezavam-se ao cuidar dos aglomerados contra agentes que causavam danos à
comunidade, estabelecendo-se estrategicamente de forma a proteger-se de ataques de animais e de situações de
risco. Sempre havia alguém em guarda, em algum local estratégico. Isto é biológico, muitos animais agem
desta forma para proteger a espécie de ataques, de inundações, incêndios entre outros perigos. Nas culturas
silvícolas, principalmente nas regiões mais afastadas na Selva Amazônica, interior de Portugal, muitas nações
indígenas ainda usam deste artifício para proteger as aldeias, segundo Roger Fouts em "O Parente Mais
Próximo", Editora Objetiva 1988, os chimpanzés também possuem mecanismos de defesa e vigilância em
suas comunidades.

O provável início das guerras das defesas do grupo

Acredita-se que os conflitos entre grupos sempre existiram, desde fases muito anteriores à pré-humana,
principalmente quando a escassez de alimentos forçava a grupos atacarem-se mutuamente, havendo inclusive,
o fenômeno da antropofagia, como detectado em alguns grupos silvícolas nas Américas (Neste caso, há que se
separar a antropofagia por necessidade alimentícia, proteica, da ritualística), havendo muitas vezes a
necessidade de uma atenção maior na prevenção à ataques.

Com o advento do uso de armas para a caça, estas também começaram a ser usadas nos conflitos entre grupos
que muitas vezes disputavam território, desta forma, os seres humanos inventaram provavelmente a guerra
armada, logo, iniciou-se um ciclo de catástrofes não naturais que punham a sobrevivência do grupo em xeque.

Em virtude de uma defesa mais eficiente provavelmente surgiram as paliçadas, palafitas, e outros artifícios para
a proteção da comunidade. Sempre quando se tinha uma comunidade, havia aqueles que eram os responsáveis
para dar o alarme em caso de algum tipo de calamidade, seja natural, ou não. Estas ações foram observadas
nas populações indígenas Xavantes, Jurunas e Caiabis, cuja cultura tecnológica estava ainda na era pré
histórica, em 1950 pelos indigenistas Villas Boas, no interior da Amazônia.

Uma vez que os humanos deixaram a vida nômade, surgiram as aldeias, vilas e cidades, tendo a defesa do
grupo se desenvolvido de tal forma, que acabou se tornando um sistema de ataque e defesa distanciando-se
desta forma da população, pois, começou a servir a quem detinha o poder. Desta forma, a população como um
todo começou a deixar de ser protegida. A comunidade foi distanciada pelos detentores do poder através
daqueles que deveriam os protetores desta.

Diferenças culturais de defesa civil

No Ocidente ao contrário do Oriente, a população começou a ser deixada à sua própria sorte, não tendo do
poder público uma proteção adequada.

No caso do Império Chinês, havia sistemas bem delineados de defesa civil, as cidades eram planejadas de
forma a proteger os colonos em caso de guerra, e, em caso de calamidades os imperadores chineses e sua
administração tinham uma completa rede de informação e socorro à população comum.

Já no Ocidente não era bem assim, nas Grécia e Roma antigas, a população externa ao aglomerado urbano, era
relevada a sua própria sorte, pois, com as cidades cercadas por muralhas, uma vez fechadas, em caso de
ataques ou catástrofes, somente eram abertas após a cessação do perigo, o envio de ajuda era muito escasso.
Surgimento de metodologias de defesa da população
Quanto mais avançarmos no tempo, mais estamos sujeitos à catástrofes naturais e artificiais, desta forma,
surgiu modernamente um sistema humano de defesa civil desvinculado das forças armadas, porém vinculado
ao poder público, pois é responsabilidade do Estado a proteção da população.

Na Idade Média, devido ao aumento dos aglomerados humanos, às condições precárias de circulação, de
construções interligadas e de grande quantidade de material inflamável, cidadãos se organizaram para o
combate a incêndios. Acredita-se que foram os franceses os primeiros a se organizar desta forma.

À medida que a humanidade se desenvolveu, aumentando desta forma a complexidade social, aumentaram
também as possibilidades de calamidades públicas devido ao aumento demográfico.

A moderna defesa civil

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, os ataques atingiam indistintamente a população e os exércitos,
pois os grandes complexos industriais estavam inseridos nas grandes cidades. Logo, com taxa de urbanização
elevada conseqüentemente a densidade demográfica também seria elevada

O povo seria atingido de forma mais direta pelos grandes bombardeios, que não mensuravam alvos e sim a
destruição em massa, logo a diminuição do moral, não somente da tropa, mas de toda uma nação.

No caso do Japão (bombas atômicas) e Alemanha, os norte-americanos e seus aliados lançavam de seus aviões
bombas poderosas o suficiente para destruir quarteirões inteiros e abrigos subterrâneos, onde se protegiam
mulheres e crianças. A população civil era estrategicamente visada para reduzir o moral dos exércitos inimigos.
A defesa civil teve papel importante no socorro às vítimas, principalmente no Japão.

O sistema de defesa civil dos orientais é muito mais antigo e eficaz do que do ocidente. Devido alto grau de
organização e mobilização dos japoneses, o ataque norte-americano a Hiroshima e Nagasaki, foi absorvido por
toda a comunidade que reagiu rapidamente e com precisão, apesar dos imensos estragos e impacto físico e
psicológico. Quando das explosões das bombas atômicas no Japão, de um total de 500.000 pessoas,
aproximadamente 200.000 foram evacuadas, em torno 150.000 morreram, 80.000 só em Hiroshima, mais de
100.000 ficaram feridas em ambas cidades. Em dez dias as indústrias japonesas da região atingida estavam
trabalhando com 70% de sua capacidade.

Na Alemanha, após os bombardeios gigantes, a população ficou paralisada. Não havia uma defesa civil
eficiente e organizada, apesar da máquina de guerra alemã ser invejável. Portanto, uma defesa civil organizada
e treinada é de suma importância para a mobilização de toda uma população em casos de emergências e
calamidades públicas, formando assim, uma rede de ajuda e socorro.

Defesa e proteção civil por países

Brasil

A organização sistêmica da defesa civil no Brasil, se deu pela criação do Sistema Nacional de Defesa Civil
(SINPDEC), em 1988, sendo reorganizado em agosto de 1993 e atualizado em 2005.

O Sistema Nacional de Defesa Civil, tem atualmente um Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e
Desastres (CENAD), um grupo de apoio a desastres (GADE) que tem a finalidade de fortalecer os órgãos de
defesa civil locais.
Portugal
Em Portugal, proteção civil é a atividade desenvolvida pelo Estado, regiões autónomas, autarquias locais,
cidadãos e por todas as entidades publicas ou privadas com finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a
situações de acidente grave, ou catástrofe, atenuar os seus efeitos e proteger as pessoas e bens em perigo
quando aquelas situações ocorram. O organismo responsável por planear, coordenar e executar a política
portuguesa de proteção civil é a Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Outros países

Em outros países, os sistemas de defesa e proteção civil assumem as seguintes designações:

Alemanha: Zivilschutz;
Argentina: defensa civil;
Bulgária: Гражданска защита (grajdanska zaxtita);
Catalunha: protecció civil;
Colômbia: defensa civil;
Chile: defensa civil;
China: ⺠事防护 (untka ciha);
Dinamarca: civilbeskyttelse;
Espanha: protección civil;
Estónia: tsiviilkaitse;
Estados Unidos: FEMA;
Finlândia: väestönsuojelu;
França: securité civile;
Grécia: προστασία των πολιτών (prodtadia ton politón);
Hungria: polgári védelem;
Itália: protezione civile;
México: protección civil;
Noruega: vern av sivilbefolkning;
País Basco: babes zibila;
Países Baixos: burgerbescherming;
Polónia: ochrona cywilna;
Portugal (e Lusofonia): proteção civil;
Reino Unido: civil defence;
República Checa: ochrana občanů;
Rússia: гражданская оборона (graxdanskaia odorna);
Suécia: civilskydd

Fases da Defesa Civil


Entre as principais ações da Defesa Civil podem ser destacadas:

Preparação:
Mitigação:
Prevenção: medidas adotadas visando a não ocorrência de desastres ou a preparação da
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população para os inevitáveis;

Resposta: quando todo o esforço é feito no sentido de se evitar perdas humanas ou


patrimoniais na área atingida por desastres;
Recuperação: investimentos que objetivam o retorno, no menor tempo possível, das condições
de vida comunitária existentes antes dos eventos.

Aprendizagem
Toda experiência adquirida durante desastres mostra a importância das ações preventivas, o que deve ser feito
através da realização de:

Cursos;
Publicação de matérias técnicas e informativas;
Realização de eventos;
Desenvolvimento de Planos Preventivos diversos;
Desenvolvimento de Planos de Contingência;
Planos Preventivos para Defesa Civil Específicos para desabamentos;
Planos Preventivos de Defesa Civil para Enchentes;
Plano Preventivo de Defesa Civil para acidentes dos mais diversos (Químicos, radioativos,
etc);
Treinamentos e palestras em comunidades e Escolas;
Demonstrações públicas de equipamentos e de ações através de simulações para cativar a
população, desta forma angariar novos voluntários;
Simulacros.

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