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Império Bizantino

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O Império Bizantino foi a continuação do Império


Romano na Antiguidade Tardia e Idade Média. Sua Império Bizantino
capital, Constantinopla (atual Istambul), originalmente
era conhecida como Bizâncio. Inicialmente parte Império Romano do Oriente
Βασιλεία Ῥωμαίων • Vasilía Roméon
oriental do Império Romano[1] (comumente chamada
Imperium Romanum
de Império Romano do Oriente no contexto),
sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império
Romano do Ocidente no século V e continuou a Império
prosperar, existindo por mais de mil anos até sua queda
diante da expansão dos turcos otomanos em 1453. Foi ← 395 — 1453 →
conhecido simplesmente como Império Romano (em
grego: Βασιλεία τῶν Ῥωμαίων; romaniz.: Basileía tôn
Rhōmaíōn; em latim: Imperium Romanum) ou
România (em grego: Ῥωμανία; romaniz.: Rhōmanía)
por seus habitantes e vizinhos.

Como a distinção entre o Império Romano e o Império Bandeira da dinastia Emblema imperial da dinastia
Bizantino é em grande parte uma convenção moderna, paleóloga paleóloga
não é possível atribuir uma data de separação. Vários
eventos do século IV ao século VI marcaram o período
de transição durante o qual as metades oriental e
ocidental do Império Romano se dividiram.[2] Em 285,
o imperador Diocleciano (r. 284–305) dividiu a
administração imperial em duas metades. Entre 324 e
330, Constantino (r. 306–337) transferiu a capital
principal de Roma para Bizâncio, conhecida mais tarde
como Constantinopla ("Cidade de Constantino") e Império Bizantino em seu zênite sob Justiniano
Nova Roma.[nt 1] Sob Teodósio I (r. 379–395), o
cristianismo tornou-se a religião oficial do império e, Coordenadas de 41° N 28° 58' E

com sua morte, o Estado romano dividiu-se Constantinopla


definitivamente em duas metades, cada qual controlada Continente Eurafrásia
por um de seus filhos. E finalmente, sob o reinado de
Região Bacia do
Heráclio (r. 610–641), a administração e as forças
Mediterrâneo
armadas do império foram reestruturadas e o grego foi
adotado em lugar do latim. Em suma, o Império Capital Constantinopla
Bizantino se distingue da Roma Antiga na medida em
que foi orientado à cultura grega em vez da latina e Idiomas oficiais
latim
caracterizou-se pelo cristianismo ortodoxo em lugar do
politeísmo romano.[4][5][6][7] grego
Outras
As fronteiras do império mudaram muito ao longo de
Religiões
sua existência, que passou por vários ciclos de declínio Cristianismo
e recuperação. Durante o reinado de Justiniano (até 1051)
(r. 527–565), alcançou sua maior extensão após Ortodoxia
( ), ç p Ortodoxia
reconquistar muito dos territórios mediterrâneos antes (desde 1051)
pertencentes à porção ocidental do Império Romano,
incluindo o norte da África, península Itálica e parte da Moeda soldo (+ outras)
Península Ibérica. Durante o reinado de Maurício
(r. 582–602), as fronteiras orientais foram expandidas e Forma de governo Autocracia
o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato causou
Imperador
um conflito de duas décadas com o Império Sassânida
que exauriu os recursos do império e contribuiu para • 395–408 Arcádio
suas grandes perdas territoriais durante as invasões • 1449–1453 Constantino XI
muçulmanas do século VII. Durante a dinastia
macedônica (século X–XI), o império expandiu-se
novamente e viveu um renascimento de dois séculos, Período histórico
que chegou ao fim com a perda de grande parte da Ásia Antiguidade
Menor para os turcos seljúcidas após a derrota na Tardia
Batalha de Manziquerta (1071). Idade Média

No século XII, durante a Restauração Comnena, o • 11 de maio de 330 Fundação de


Constantinopla
império recuperou parte do território perdido e
restabeleceu sua dominância. No entanto, após a morte • 17 de janeiro de 395 Cisão do Império
de Andrônico I Comneno (r. 1183–1185) e o fim da Romano
dinastia comnena no final do século XII, o império • 1054 Grande Cisma
entrou em declínio novamente. Recebeu um golpe fatal • 1204 Queda de
em 1204, no contexto da Quarta Cruzada, quando foi Constantinopla à
dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos Quarta Cruzada
concorrentes. Apesar de Constantinopla ter sido • 1204–1261 Exílio (Império de
reconquistada e o império restabelecido em 1261, sob Niceia)
os imperadores paleólogos, o império teve que • 1261 Reconquista de
enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 Constantinopla
anos para sobreviver. Paradoxalmente, este período foi • 29 de maio de 1453 Queda de
o mais produtivo culturalmente de sua história.[1] Constantinopla
Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda
mais a força do já enfraquecido império e mais
territórios foram perdidos nas guerras bizantino- População
otomanas, que culminaram na Queda de
Constantinopla e na conquista dos territórios • 565 26 000 000 (est.)
remanescentes pelo Império Otomano no século XV. • 780 7 000 000 (est.)
• 1025 12 000 000 (est.)
• 1143 10 000 000 (est.)
Índice • 1282 [♦] 5 000 000 (est.)

Nomenclatura Estados antecessores e sucessores


História
Divisão do Império Romano
Reconquista das províncias ocidentais [♦] ^
Ver população do Império Bizantino para
As fronteiras encolhendo dados mais detalhados.
Dinastia heracliana
Da dinastia isaura à ascensão de
Basílio I
Dinastia macedônica e o ressurgimento
Guerras contra os muçulmanos
Guerras contra o Império Búlgaro
Guerras contra o Império Búlgaro
Relações com a Rússia de Quieve

O ápice
Crise e fragmentação
Dinastia comnena e as Cruzadas
Aleixo I e a Primeira Cruzada
João II, Manuel I e a Segunda Cruzada
Renascimento do século XII
Declínio e desintegração
Dinastia Ângelo
Quarta Cruzada
Saque de Constantinopla pelos
cruzados
Queda
Império no exílio
Reconquista de Constantinopla
Ascensão dos otomanos e queda de
Constantinopla
Legado político e consequências
Governo
Diplomacia
Exército
Marinha
Economia
Religião
Língua
Arte
Conhecimento
Sociedade
Recreação
Vestuário
Culinária
Legado
Ver também
Notas
Referências
Bibliografia
Fontes primárias
Fontes secundárias

Nomenclatura
A designação do império como "bizantino" surgiu na Europa Ocidental em 1557, quando o historiador alemão
A designação do império como bizantino surgiu na Europa Ocidental em 1557, quando o historiador alemão
Hieronymus Wolf publicou sua obra Corpus Historiæ Byzantinæ, uma coleção de fontes bizantinas.
"Bizantino" em si vem de "Bizâncio" (uma cidade grega, fundada por colonos de Mégara em 667 a.C.), o
nome da cidade de Constantinopla antes de se tornar a capital do império sob Constantino. Este antigo nome
da cidade raramente seria utilizado a partir daquele evento, exceto no contexto poético ou histórico. A
publicação, em 1668, de Bizantino du Louvre (Corpus Scriptorum Historiæ Byzantinæ), e em 1680 da
História Bizantina de Du Cange popularizou o uso de Bizantino em autores franceses, como Montesquieu.[8]
Contudo, só em meados do século XIX é que o termo entrou em uso geral no mundo ocidental.[9]

O império era conhecido por seus habitantes como Império Romano (em latim: Imperium Romanum; em
grego: Βασιλεία τῶν Ῥωμαίων; romaniz.: Basileía tôn Rhōmaíōn)[10] ou Império dos Romanos (em latim:
Imperium Romanorum; em grego: Αρχη τῶν Ῥωμαίων; romaniz.: Arche tôn Rhōmaíōn), România (em latim:
Romania;em grego: Ῥωμανία; romaniz.: Rhōmanía),[nt 2] República Romana (em latim: Res Publica Romana;
em grego: Πολιτεία τῶν Ῥωμαίων; romaniz.: Politeίa tôn Rhōmaíōn),[16] Graikia (em grego: Γραικία),[17] e
também Rhōmais (Ῥωμαΐς).[18]

Por boa parte da Idade Média, os bizantinos identificaram-se como romaioi (em grego: Ρωμαίοι , "romanos",
ou seja, cidadãos do Império Romano), um termo que, em língua grega, tornou-se sinônimo de grego
cristão.[19][20] Também chamavam-se graikoi (em grego: Γραικοί , "gregos"),[21][22][23][24][25] embora este
etnônimo nunca foi usado na correspondência política oficial antes de 1204.[26] O antigo nome "heleno" era
popularmente considerado um sinônimo para pagão e foi readotado como um etnônimo no período médio
bizantino,[nt 3] mais precisamente no século XI.[30]

Embora o império tivesse caráter multiétnico em boa parte de sua história[31][32] e mantém as tradições
romano-helênicas, [33] era geralmente conhecido pela maioria dos seus contemporâneos ocidentais e do norte
como o "Império dos Gregos" (em latim: Imperium Graecorum)[nt 4] devido ao crescente predomínio do
elemento grego.[4][34][35][36][37][38][39][40][41][42] O uso ocasional do termo "Império dos Gregos" para referir
o Império Romano do Oriente e "Imperador dos Gregos" (em latim: Imperator Graecorum) [43] para o
imperador bizantino reflete o desejo dos novos reinos do Ocidente de separá-lo do Império Romano, pois
rejeitavam a afirmação imperial de descendência.[nt 5]

A reivindicação do Império Oriente da herança romana foi ativamente disputada no Ocidente durante o
reinado da imperatriz Irene de Atenas (r. 797–802), depois da coroação de Carlos Magno como imperador do
Sacro Império no ano 800 pelo papa Leão III, que, precisando de ajuda contra os lombardos em Roma,
considerou vago o trono do Império Romano por não haver um ocupante do sexo masculino no trono. O papa
e os governantes do ocidente sempre utilizaram o nome "romano" para referirem-se aos imperadores do
oriente, todavia preferiram o termo Imperator Romaniæ ("imperador da România"), em vez de Imperator
Romanorum ("imperador romano"), um título que os ocidentais mantiveram apenas para Carlos Magno e seus
sucessores.[nt 6] Essa distinção não existiu nos mundos persa, islâmico e eslavo, nos quais o império era visto
como uma continuação do Império Romano. No mundo islâmico, era conhecido principalmente como ‫روم‬
(Rûm, "Roma").[46][47]

História

Divisão do Império Romano

Em 293, Diocleciano (r. 284–305) criou um novo sistema administrativo, a Tetrarquia.[49] Após a abdicação
de Diocleciano e Maximiano (r. 286–308), a tetrarquia entrou em colapso e Constantino (r. 306–337)
substituiu-a pelo princípio dinástico de sucessão hereditária.[50] Escolheu a antiga cidade de Bizâncio como
nova capital imperial, refundando-a em 330 como "Nova Roma" (adquiriria posteriormente o nome
Constantinopla), pois estava bem situada nas rotas comerciais que passavam pelos mares Negro e
Mediterrâneo, ligando o Oriente e o Ocidente. Constantino fez muitas mudanças nas instituições civis,
militares, administrativas e religiosas. Baseando-se nas reformas administrativas introduzidas por Diocleciano,

estabilizou a moeda (o soldo de ouro que introduziu tornou-se moeda


altamente valorizada e estável)[nt 7] e fez alterações na estrutura do
exército.[55] Embora não tenha sido tornado a religião oficial do
Estado, o cristianismo gozava da preferência imperial, uma vez que
Constantino concedeu-lhe generosos privilégios.[56] Estabeleceu o
princípio de que os imperadores não deveriam resolver questões de
doutrina, mas deveriam convocar concílios eclesiásticos gerais para
esse efeito. O Primeiro Concílio de Arles foi convocado por ele e o
O Batismo de Constantino, por Primeiro Concílio de Niceia apresentou sua reivindicação para ser a
Rafael Sanzio, 1520–1524, Vaticano, cabeça da Igreja.[57][58][59]
Palácio Apostólico. Eusébio de
Cesareia recorda que, como foi Durante o reinado de Teodósio I (r. 378–395) os templos pagãos do
comum entre os cristãos convertidos império foram sistematicamente destruídos e o cristianismo tornou-se
deste período, Constantino teve um
a religião oficial do Estado romano. Após a sua morte em 395, o
batismo tardio, próximo de sua
império foi dividido entre seus filhos: a porção ocidental foi mantida
morte[48]
por Honório (r. 393–423), enquanto a oriental por Arcádio
(r. 395–408).[60] O Oriente foi poupado das dificuldades enfrentadas
pelo Ocidente no século V, em parte devido a uma cultura mais
urbana e a mais recursos financeiros[61] que lhe permitiram evitar
invasões pagando tributos e contratando mercenários estrangeiros.
Teodósio II (r. 408–450) comissionou em Constantinopla as muralhas
que levaram seu nome (408–413),[62] o que deixou a cidade imune à
maior parte dos ataques; as muralhas mantiveram-se inexpugnáveis
até 1204. A fim de afastar os hunos, Teodósio pagou-lhes tributos
Seção restaurada das Muralhas de (159 quilos de ouro).[63]
Teodósio, em Istambul
Seu sucessor, Marciano (r. 450–457), recusou continuar pagando a
quantia anteriormente estipulada, pois considerava-a elevada.[64] À
época, no entanto, Átila (r. 434–453) já havia desviado sua atenção
para o Império Romano do Ocidente. Após a morte de Átila, o
Império Huno se desmoronou e Constantinopla iniciou um
relacionamento profícuo com os hunos restantes, que acabaram
lutando como mercenários do exército.[65][66][67] Com o fim da
Soldo de Odoacro (r. 476–493) no ameaça huna, o Império do Oriente viveu um período de paz,
qual aparece o nome de Zenão I (r. enquanto o Império do Ocidente continuou seu lento declínio em
474–475; 476–491), a quem estava decorrência da expansão dos povos germânicos: por esta altura muitos
nominalmente subordinado
de seus antigos territórios já haviam sido perdidos, terminando por ser
completamente conquistado em 476 pelo oficial de origem germânica
Odoacro, que forçou o imperador Rômulo Augusto (r. 475–476) a abdicar.[68][69]

Em 480, o imperador Zenão I (r. 474–491) aboliu a divisão do império, tonando-se imperador único. Odoacro
(r. 476–493), agora governando a Itália como rei, foi nominalmente subordinado de Zenão, mas atuou com
completa autonomia e acabou por apoiar uma rebelião contra o imperador.[70] Para recuperar a Itália, Zenão
negociou a reconquista com o rei ostrogótico da Mésia, Teodorico, o Grande (r. 474–526), a quem enviou
como mestre dos soldados da Itália, a fim de depor Odoacro. Ele foi assassinado por Teodorico durante um
banquete em 493 e Teodorico fundou o Reino Ostrogótico, do qual tornou-se rei (493–526),[71] embora nunca
tenha sido reconhecido como tal pelos imperadores orientais.[70] Em 491, Anastácio I (r. 491–518), um oficial
civil de origem romana, tornou-se imperador. No âmbito militar foi bem sucedido em suprimir, em 497, uma
revolta isaura que havia eclodido em 492,[72] bem como numa guerra contra o Império Sassânida. Atualmente
desconhecem-se os termos do tratado de paz que terminou este último conflito.[73][74] No âmbito
desconhecem se os termos do tratado de paz que terminou este último conflito. No âmbito
administrativo mostrou-se um reformador enérgico e um administrador competente — aperfeiçoou o sistema
de cunhagem de Constantino, através do estabelecimento definitivo do peso do fólis, a moeda utilizada na
maioria das transações diárias,[75] e reformou o sistema tributário, abolindo permanentemente o imposto
Crisárgiro. O Tesouro do Estado dispunha da enorme quantia de 150 000 quilos de ouro quando ele morreu
em 518.[76]

Reconquista das províncias ocidentais

Em 527, Justiniano (r. 527–565), sobrinho de Justino I (r. 518–527),


assume o trono.[77] Em 529, uma comissão de dez homens sob João
da Capadócia e Triboniano revisou o código legal romano e criou
nova codificação de leis e extratos de juristas; em 534, o código foi
atualizado e, juntamente com as Novelas (decretos promulgados pelo
imperador até 534), formou o sistema legal usado durante a maior
parte do período bizantino.[78] Em 532, com a morte do xá Cavades I
(r. 488–496; 499–531), Justiniano firmou a chamada Paz Eterna com
o seu filho e sucessor, Cosroes I (r. 531–579), concluindo assim a
Guerra Ibérica que havia sido iniciada em 526.[79] No mesmo ano, o
imperador sobreviveu a uma revolta em Constantinopla (a Revolta de
Nika), que terminou com a morte de cerca de 30 a 35 mil
revoltosos.[80][81] Esta vitória consolidou o poder de Justiniano.[82]
No rescaldo do evento, o imperador empreendeu um extenso
programa de reparação e ampliação dos edifícios danificados, entre os
quais o mais famoso, a Basílica de Santa Sofia, perdura até a Trecho de um dos afrescos da
atualidade como um dos principais monumentos da arquitetura Basílica de São Vital, em Ravena,
bizantina.[83] no qual Justiniano é representado

Seu reinado foi caracterizado por uma série de guerras contra os


poderes germânicos que culminaria na reconquista de vastas porções
do então findado Império Romano do Ocidente. Este período de
reconquistas se iniciou em 533, quando o general Belisário foi
enviado para recuperar a província da África Proconsular dos
vândalos, que controlavam-a desde 429.[84] A Guerra Vândala
acabou em 534, mas a província só foi efetivamente tomada em
548,[85] por João Troglita, pois eclodiram várias rebeliões no exército
e entre as tribos berberes que residiam na região.[82][86][87] Na Itália,
aproveitando-se do assassinato da rainha Amalasunta por Teodato Basílica de Santa Sofia (hoje um
(r. 534–536), [88] Justiniano lançou duas expedições contra o Reino museu) em Istambul
Ostrogótico, uma na Sicília, sob Belisário, e outra na Dalmácia,
comandada por Mundo,[89] o que deu início à chamada Guerra Gótica. Os bizantinos conquistaram
gradualmente os territórios ostrogodos, capturando as cidades de Ravena, Nápoles e Roma.[90][91] Em 549,
Belisário, que estava em Ravena, foi convocado para Constantinopla[92][85] e em seu lugar foi colocado o
eunuco armênio Narses, que chegou na Itália no final de 551. Sob o comando de Narses, os bizantinos
conseguiram vitórias decisivas contra os reis Tótila (r. 541–552) e Teia (r. 552–553) que concluíram a guerra,
embora os ostrogodos permanecessem resistentes ao domínio imperial por algum tempo.[93][94] Em 551,
quando a Guerra Gótica ainda decorria, Atanagildo, um nobre visigodo do Reino Visigótico, procurou a ajuda
de Justiniano numa rebelião contra o rei Ágila I (r. 549–551), que enviou uma força sob Libério. O Império
Bizantino manteve uma faixa no sul da Hispânia, que ficou conhecida como província da Espânia, até o
reinado de Heráclio (r. 610–641).[95][96]

Em 541, quando Justiniano estava empenhado em suas campanhas ocidentais, Cosroes I resolveu quebrar a
5 , qua do Just a o estava e pe ado e suas ca pa as oc de ta s, Cos oes eso veu queb a a
Paz Eterna e declarar guerra. A chamada Guerra Lázica começou com inúmeras escaramuças e cercos na
frente mesopotâmica, sendo transferida, a partir de 548, à Lázica por influência do rei local Gubazes II
(r. 541–555), arrastando-se até 561, quando concluiu-se a chamada Paz de 50 anos.[nt 8][99] Em meados dos
anos 550, Justiniano obteve vitórias na maioria dos teatros de operação, com a notável exceção dos Bálcãs,
que foram submetidos a repetidas incursões dos esclavenos e gépidas; depois, sob Heráclio, tribos sérvias e
croatas foram reassentadas no nordeste dos Bálcãs.[100] Em 559, o Império Bizantino enfrentou uma grande
invasão dos cutrigures liderada por Zabergano. Justiniano chamou o seu general Belisário de seu retiro e, com
a liderança deste, os hunos foram derrotados. O reforço das frotas do rio Danúbio provocou a retirada dos
cutrigures, que concordaram num tratado que permitiu a passagem segura para o outro lado do
Danúbio.[101][102]

Justiniano morreu em 565 e foi sucedido por seu sobrinho


Justino II (r. 565–578), cuja primeira medida foi recusar-se a
pagar o grande tributo anual aos persas que havia sido
estipulado na Paz de 50 anos. Após ajudar o armênio
Vardanes III Mamicônio numa revolta contra os persas, eclodiu
nova guerra entre as potências.[103] Enquanto isso, os
lombardos invadiram a Itália; no final do século, apenas um
terço da Itália estava sob domínio do Império Bizantino. Sob
Império em 600 Tibério II (r. 578–582) aconteceram as primeiras invasões
avares e, mesmo aplacando-os com subsídios, a fortaleza
balcânica de Sirmio foi cercada e conquistada. Além deles, os
eslavos incursionaram no Danúbio. Maurício I (r. 582–602), se envolveu numa guerra civil entre o legítimo
Cosroes II (r. 590–628) e o usurpador Vararanes VI (r. 590–591). Devido à ajuda prestada, o conflito
bizantino-sassânida foi concluído, com os persas cedendo vastas porções de terra do nordeste da Mesopotâmia,
Armênia e do Reino da Ibéria, além de isentarem os bizantinos de pagar tributo.[104][105] O fim do conflito e a
consequente economia de recursos permitiu que Maurício empreendesse uma série de campanhas bem
sucedidas nos Bálcãs que empurraram avares e eslavos para além do Danúbio e estabilizarem por algum tempo
a fronteira.[106][107][108][109][110]

As fronteiras encolhendo

Dinastia heracliana

Nos séculos VI e VII, o império foi atingido por uma série de


epidemias, que foram devastadoras à população e contribuíram
para um declínio econômico significativo e e para o
enfraquecimento do império.[111][112][113] Sob Tibério II, o
Império em 626
excedente do tesouro que havia sido acumulado desde
Justino II foi gasto com sua magnanimidade e
campanhas,[114][115] o que forçou Maurício a adotar medidas
fiscais estritas e cortes nos pagamentos do exército,
ocasionando vários motins.[116] O último deles, em 602, levou
ao assassinato de Maurício por Focas
(r. 602–610). [117][118][119] Depois do assassinato, Cosroes II
usou-o como pretexto para recomeçar hostilidades com o
Império em 650
Império Bizantino.[120]

Focas, um líder impopular invariavelmente descrito como


"tirano", foi alvo de conspirações lideradas pelo senado. Foi deposto em 610 por Heráclio, que rumou para
C t ti l d C t í t d i [121][122] E ã â id
Constantinopla de Cartago com um ícone posto na proa de seu navio.[121][122] Em sua ascensão, os sassânidas
avançaram profundamente na Ásia Menor, ocupando importantes cidades do Oriente como Damasco e

Jerusalém e levando a Vera Cruz para sua capital, Ctesifonte.[123] A contra-ofensiva de Heráclio assumiu
caráter de guerra santa, e uma imagem acheiropoieta de Cristo foi usada como estandarte.[124][125] De mesmo
modo, quando Constantinopla foi salva do cerco avar em 626, a vitória foi atribuída ao ícone da Virgem, que
foi levado em procissão pelo patriarca Sérgio I sobre os muros.[126] A principal força persa foi destruída em
Nínive em 627 e Heráclio restaurou a Vera Cruz em cerimônia majestosa em 629.[122][127] [128] A guerra
esgotou os Impérios Bizantino e Sassânida, e deixou-os vulneráveis aos árabes muçulmanas que surgiram nos
anos seguintes.[129] Os romanos sofreram uma esmagadora derrota para os árabes na Batalha de Jarmuque, em
636, e Ctesifonte caiu em 637.[130]

A partir de 649, os árabes conduziram ataques navais contra o


império, chegando a controlar Chipre. Já firmemente controlando a
Síria e o Levante, enviaram frequentes incursões às profundezas da
Anatólia, e entre 674 e 678 cercaram Constantinopla. A frota árabe
foi repelida pelo uso de fogo grego, e foi assinada uma trégua de trinta
anos entre o Império Bizantino e o Califado Omíada.[131] Contudo, as
incursões na Anatólia perduraram e aceleraram o fim da cultura
urbana clássica, com os habitantes de muitas cidades refortificando
áreas muito menores no interior das muralhas, ou se mudando para Descrição do cerco avar num
fortalezas próximas.[132][133] Constantinopla regrediu em tamanho afresco no Mosteiro Moldovita, na
consideravelmente, com a população diminuindo de 500 mil Romênia
habitantes para apenas 40 a 70 mil. Isso ocorreu sobretudo após o fim
das remessas gratuitas de cereais do Egito, primeiro devido à perda
temporária da região aos persas (618–628) e depois à perda definitiva
aos árabes em 642.[134][135] O vazio deixado pelo desaparecimento
de velhas instituições cívicas semiautônomas foi preenchido pelo
sistema das temas, que implicou a divisão da Anatólia em
"províncias" ocupadas por exércitos distintos, que assumiram a
autoridade civil e respondiam diretamente ao governo imperial. Este
sistema pode ter suas raízes em determinadas medidas pontuais O fogo grego foi usado pela primeira
adotadas por Heráclio, mas ao longo do século VII se transformou vez pela marinha bizantina durante
as guerras bizantino-árabes.
num sistema totalmente novo de governo imperial.[136][137] Tem sido
Escilitzes de Madri
dito que a reestruturação cultural e institucional maciça do império, na
sequência das perdas territoriais do século VII, causou a ruptura
decisiva entre o antigo Estado romano e aquele dos bizantinos, sendo
que ele passou a ser entendido com um estado sucessor, em vez de
uma continuação do Império Romano.[138]

A retirada de grande número de tropas dos Bálcãs para combater


persas e árabes no Oriente abriu as portas à expansão gradual dos
povos eslavos à Grécia e, como na Anatólia, muitas cidades
regrediram para pequenos povoados fortificados.[139] Na década de
670, os búlgaros foram empurrados do sul do Danúbio com a chegada Mosaico de Constantino IV e sua
dos cazares, e em 680 forças bizantinas que tinham sido enviadas para corte na Basílica de Santo
dispersar esses novos migrantes foram derrotadas. No ano seguinte, Apolinário, em Ravena
Constantino IV Pogonato (r. 668–685) assinou um tratado com o cã
búlgaro Asparuque (r. 668–695), e o Império Búlgaro assumiu a
soberania sobre algumas tribos eslavas que anteriormente, pelo menos nominalmente, tinham reconhecido a
soberania bizantina.[140] Em 687–688, o imperador Justiniano II (r. 685-695; 705-711) liderou uma expedição
contra eslavos e búlgaros, obtendo vitórias significativas, porém o fato de precisar combater em seu regresso
da Trácia à Macedônia demonstra o grau de deterioração do poder bizantino na região norte dos Bálcãs [141]
da Trácia à Macedônia demonstra o grau de deterioração do poder bizantino na região norte dos Bálcãs.

O último imperador heracliano, Justiniano II, tentou quebrar o poder da aristocracia urbana através de
tributação severa e nomeação de "estrangeiros" para cargos administrativos. Foi expulso do poder em 695, e se
exilou primeiro junto dos cazares e posteriormente dos búlgaros. Nos anos seguintes, mais precisamente até
698,[142] os últimos territórios bizantinos do norte da África foram conquistados pelos árabes, concluindo o
processo iniciado em 647.[143] Em 705, Justiniano retornou a Constantinopla com exércitos do cã Tervel
(r. 695–715), retomou o trono e instituiu um regime de terror contra seus inimigos. Com sua queda final em
711, mais uma vez apoiada pela aristocracia urbana, a dinastia heracliana chegou ao fim.[144][145][146]

Da dinastia isaura à ascensão de Basílio I

O período entre a primeira deposição de Justiniano e a ascensão


de Leão III, o Isauro (r. 717–741), fundador da dinastia isaura,
foi batizado de Anarquia de vinte anos devido a instabilidade
política marcada pela rápida sucessão de diversos imperadores
no trono.[147] Em 718, Leão voltou a combater os árabes,
alcançando a vitória com a importante ajuda do cã Tervel, que
matou 32 000 árabes com seu exército. Também se dedicou a
reorganização e consolidação dos temas da Ásia Menor. Seu
sucessor, Constantino V Coprônimo (r. 741–775), alcançou
Império durante a ascensão de notáveis vitórias no norte da Síria, e minou completamente o
Leão III, o Isauro. O território listrado poder do Império Búlgaro.[148] Em 797, Irene (r. 797–802)
mostra a invasão dos árabes tornou-se a primeira mulher a ocupar o trono.[149] No Natal do
ano 800, com o pretexto da ausência de um imperador do sexo
masculino no trono de Constantinopla, e por razões de
conveniência, o papa Leão III coroou Carlos Magno
(r. 768–814) como imperador do Ocidente.[nt 9][151] Em
Constantinopla, isto foi visto como sacrilégio. Em 802, Carlos
Magno enviou embaixadores a Constantinopla propondo
casamento com Irene, mas, de acordo com Teófanes o
Confessor, o plano foi frustrado pelo eunuco Aécio, um dos
favoritos de Irene.[152]
Vitória bizantina na Batalha de Lalacão
segundo o Escilitzes de Madri
Nicéforo I, o Logóteta (r. 802–811), por não reconhecer Carlos
Magno como imperador, causou a deterioração nas relações
externas entre bizantinos e francos, o que provocou uma guerra
por Veneza entre 806-810. A consequente Paz de Nicéforo
acordou que o Ducado de Veneza pertenceria explicitamente
aos domínios bizantinos,[153] enquanto a Croácia Dálmata, com
exceção das ilhas e cidades bizantinas, pertenceria aos
francos.[154]

Sob liderança de Crum (r. 803–811), a ameaça búlgara


reapareceu: cidades como Sérdica (atual Sófia)[155] e
Adrianópolis[156] foram sitiadas e tomadas, enquanto em Plisca
Batismo dos búlgaros segundo a Crônica de (811)[157] e Versinícia (813)[158] o império foi decisivamente
Constantino Manasses derrotado; em 814, o filho de Crum, Omurtague (r. 815–831),
negociou a paz.[159] Aproveitando as revoltas de
Tomás, o Eslavo e Eufêmio na década de 820, o Califado Abássida capturou Creta em 824, enquanto o
Emirado Aglábida atacou a Sicília, sitiando Siracusa e conquistando Palermo (831);[160] Amório, na Anatólia,
[161][162][163][164]
foi destruída pelos abássidas em 838.[161][162][163][164] Porém, através de operações militares dos imperadores

Teófilo (r. 829–842) e Miguel III, o Ébrio (r. 842–867), o Império Bizantino conquistou as cidades de Tarso
(831), Melitene e Arsamosata (837), destruiu Sozópetra (837)[165][166] e derrotou decisivamente os árabes em
Lalacão (863).[167]

A remoção da ameaça do leste e o aumento da confiança dos bizantinos abriu novas oportunidades no oeste,
onde o cã Bóris I (r. 852–889) vinha negociando com o papa e Luís, o Germânico, (r. 817–876) para uma
possível conversão pessoal e de seu povo ao cristianismo. Esta expansão da influência eclesiástica de Roma
até perto de Constantinopla não poderia ser tolerada pelo governo bizantino. Em 864, os exércitos orientais
vitoriosos foram transferidos à Europa e invadiram a Bulgária, numa demonstração de poderio militar que
convenceu Bóris a aceitar missionários. O rei búlgaro foi batizado, assumindo o nome de Miguel em honra ao
imperador, iniciando a cristianização da Bulgária e assegurando que seu país estaria sob influência da Igreja
bizantina.[168][169][170]

Nos séculos VIII e IX, o império foi dominado pela polêmica e divisão religiosa causada pela política
iconoclasta. Os ícones foram banidos em 726 por Leão, levando à revolta dos iconódulos (apoiantes dos
ícones) em todo o império.[171] Após esforços da imperatriz Irene, o Concílio de Niceia se reuniu em 787 e
afirmou que os ícones podiam ser venerados mas não adorados. Em 813, Leão V, o Armênio (r. 813–820)
restaurou a política da iconoclastia, mas em 843, Teodora restaurou a veneração dos ícones com a ajuda do
patriarca Metódio I.[172] A iconoclastia desempenhou o seu papel na alienação posterior do Oriente e
Ocidente, que se agravou no Cisma de Fócio, quando o papa Nicolau I desafiou a elevação de Fócio ao
patriarcado.[173]

Dinastia macedônica e o ressurgimento

A ascensão de Basílio I, o Macedônio (r. 867–886)


marcou o começo da dinastia macedônica, que
governaria nos dois séculos e meio seguintes. Esta
dinastia incluiu alguns dos imperadores mais
competentes, e o período é marcado pelo renascimento
sociocultural e militar. O império mudou de uma
posição defensiva para uma agressiva que, além de
possibilitar a reconquista de muitos territórios perdidos, Império em 867
fez com que o Estado se reafirmasse como potência
militar e autoridade política. Além disso, durante esse
período se assistiu a um renascimento cultural em áreas como a filosofia e as artes. Houve um esforço
consciente de restaurar o brilho do período anterior às invasões eslavas e árabes, o que levou a que o período
macedônico fosse apelidado de "Idade do Ouro" do Império Bizantino.[174]

Guerras contra os muçulmanos

No início do reinado de Basílio I, Nicetas Orifa protegeu Ragusa, na Dalmácia, dos árabes de Bari, na Itália, e
sua vitória encorajou o imperador a enviar oficiais, agentes e missionários à região, restaurando o governo
sobre as cidades e regiões costeiras na forma do Tema da Dalmácia, enquanto os principados tribais eslavos do
interior permaneceram altamente autônomo sob seus governantes; a cristianização dos sérvios e outras tribos
eslavas também começou nesta época.[175][176][177] Em contraste, os aglábidas sitiaram Melite, capital de
Malta, que foi capturada, saqueada e a ilha ficou praticamente despovoada até o século XI.[178] Na Itália, Bari
caiu aos bizantinos em 873/876, formando a capital e núcleo do posterior Tema da Longobárdia.[179][180] Sob
o almirante Nasar, a frota ifriquiana foi derrotada em Cefalônia e Estelas,[181] permitindo aos bizantinos enviar
outro esquadrão para Nápoles onde venceram novamente os árabes Estas vitórias foram cruciais à restauração
outro esquadrão para Nápoles, onde venceram novamente os árabes. Estas vitórias foram cruciais à restauração
do controle imperial sobre o sul da Itália (o futuro Catapanato da Itália), que pertenceria aos bizantinos durante
200 anos,[182] compensando extensivamente a perda efetiva da Sicília após a queda de Siracusa em 878.
Paradoxalmente, com a derrota imperial em Milazo em 888,
desaparece virtualmente a maior parte da atividade naval nos mares
em torno da Itália no século seguinte.[183]

Na importante frente oriental, o império reconstruiu suas defesas e


partiu à ofensiva. Os paulicianos foram derrotados e a sua capital,
Tefrique, foi tomada, enquanto a ofensiva contra o Califado Abássida
começou com a recaptura de Samósata.[177] Sob Leão VI, o Sábio
(r. 886–912), as vitórias no Oriente contra o então enfraquecido
Califado Abássida continuaram. Contudo, a Sicília foi perdida para os
árabes em 902, e em 904 Salonica foi saqueada por uma frota árabe
liderada pelo renegado bizantino Leão de Trípoli. A fraqueza do
império na esfera naval foi rapidamente corrigida, de modo que
Tema da Longobárdia em 1000
alguns anos mais tarde a marinha bizantina reocupou Chipre, perdido
no século VII.[184] Apesar desta vingança, os bizantinos ainda eram
incapazes de dar um golpe decisivo contra os muçulmanos, os quais
infligiram uma derrota esmagadora sobre as forças imperiais quando
estas tentaram recuperar Creta, em 911.[185]

A morte do imperador Simeão I (r. 893–927) enfraqueceu


severamente os búlgaros, permitindo que os bizantinos se
concentrassem na frente oriental.[186] Melitene foi permanentemente
reconquistada em 934 e em 943 o famoso general João Curcuas
continuou as ofensivas na Mesopotâmia, com algumas vitórias
notáveis que culminaram na reconquista de Edessa (atual Şanlıurfa).
Curcuas foi especialmente celebrado ao retornar para Constantinopla
trazendo a venerável Imagem de Edessa (Mandílio), uma relíquia na
qual supostamente estava impresso um retrato de Cristo.[187] Os
imperadores soldados Nicéforo II Focas (r. 963–969) e
João I Tzimisces (r. 969–976) expandiram o império à Síria,
Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) derrotando os emires do noroeste do atual Iraque. A grande cidade de
Alepo foi tomada por Nicéforo em 962 e os árabes foram
decisivamente expulsos de Creta no ano seguinte. A recaptura colocou fim aos raides árabes no mar Egeu,
permitindo que o continente grego florescesse novamente. Chipre foi permanentemente retomado em 965 e
seus êxitos culminaram em 969 na recaptura de Antioquia, reincorporada como província imperial.[188] Seu
sucessor, João Tzimisces, recapturou Damasco, Beirute, Acre, Sidom, Cesareia e Tiberíades, colocando seus
exércitos a pouca distância de Jerusalém, embora os centros de poder muçulmanos no Iraque e Egito foram
deixados intactos.[189] Após muitas campanhas no norte, na última ameaça árabe, a rica província da Sicília foi
alvo, em 1025, de ataque de Basílio II (r. 976–1025), porém ele morreu antes de concluir a expedição. No
entanto, por essa altura o império se estendia desde o estreito de Messina ao Eufrates e do Danúbio à
Síria.[190]

Guerras contra o Império Búlgaro

A luta com a Sé de Roma continuou até o período macedônico, estimulada pela questão da supremacia
religiosa sobre a recém-cristianizada Bulgária.[174] Após 80 anos de paz entre os Estados, o poderoso
imperador Simeão I invadiu o império em 854, mas foi repelido pelos bizantinos, que usaram a sua frota para
atacar a retaguarda búlgara navegando pelo mar Negro e contando com apoio dos magiares.[191] Contudo, os
bizantinos foram derrotados em Bulgarófigo em 896 e concordaram em pagar tributos anuais aos
búl [185] C d L ã VI 912 h ilid d l Si ã h d
búlgaros.[185] Com a morte de Leão VI em 912, as hostilidades logo recomeçaram, com Simeão marchando
sobre Constantinopla à frente de grande exército.[192] Embora as muralhas da cidade fossem inexpugnáveis, a

administração bizantina estava em desordem e Simeão


foi convidado à cidade, onde recebeu a coroa de basileu
(imperador) da Bulgária e o jovem Constantino VII
(r. 913–959) foi prometido em casamento a uma de suas
filhas. Quando uma revolta na capital suspendeu seu
projeto dinástico, novamente invadiu a Trácia e
conquistou Adrianópolis.[193][194] Isso colocou ao
império dois problemas: um poderoso Estado cristão a
Derrota bizantina em Bulgarófigo
poucos dias de distância de marcha de
Constantinopla,[174] além de ter que lutar em duas
frentes.[185]

Uma grande expedição militar sob Leão Focas, o Velho


e Romano I Lecapeno (r. 920–944) terminou
novamente com derrota esmagadora na Batalha de
Anquíalo (917) e no ano seguinte os búlgaros estavam
livres para devastar o norte da Grécia até Corinto.
Adrianópolis foi novamente capturada em 923 e um
exército búlgaro cercou Constantinopla em 924; na
ocasião, Simeão enviou emissários ao califa Abdalá Emissários de Simeão consultam o califa Abdalá
Almadi Bilá (r. 909–934) na esperança de conseguir Almadi Bilá
firmar aliança que permitisse aos búlgaros utilizar sua
poderosa marinha, mas Romano Lecapeno arruinou
seus planos.[195][196] A situação dos Bálcãs só
melhorou após a morte súbita de Simeão em 927 e o
subsequente colapso do poder búlgaro. A Bulgária e o
Império Bizantino entraram então num longo período
de relações pacíficas, o que libertou o império para se
concentrar na frente oriental contra os
muçulmanos.[197] Em 968, a Bulgária foi invadida
pelos Rus' sob Esvetoslau I de Quieve (r. 960–972),
mas três anos depois o imperador João I Tzimisces os
derrotou na Batalha de Dorostolo e incorporou o leste O império após as conquistas de Basílio II
da Bulgária ao império.[198]

A resistência búlgara reacendeu sob os cometópulos ("filhos do conde"), mas Basílio II (r. 976–1025) fez a
submissão dos búlgaros seu objetivo principal. Sua primeira expedição contra a Bulgária, porém, resultou em
derrota humilhante na Porta de Trajano. Nos anos seguintes, o imperador esteve preocupado com revoltas
internas na Anatólia, enquanto os búlgaros se expandiam nos Bálcãs. A guerra se prolongou por quase 20
anos. As vitórias bizantinas em Esperqueu e Escópia enfraqueceram decisivamente o exército búlgaro, e
Basílio metodicamente reduziu as fortalezas deles em campanhas anuais. Posteriormente, na Batalha de Clídio,
em 1014, eles foram completamente derrotados. Em 1018, seus últimos redutos se renderam e a região se
tornou parte do Império Bizantino como província.[199] Essa vitória restaurou a fronteira do Danúbio, algo que
não ocorria desde os tempos de Heráclio.[190][193]

Relações com a Rússia de Quieve

Entre 850 e 1100, o império desenvolveu uma relação mista com o novo Estado que surgiu ao norte do mar
Negro, a Rússia de Quieve.[200] Esta relação teria repercussões duradouras na história dos eslavos do leste, e o
império logo se tornou o principal parceiro comercial e cultural de Quieve Os rus' lançaram seu primeiro
império logo se tornou o principal parceiro comercial e cultural de Quieve. Os rus' lançaram seu primeiro
ataque a Constantinopla em 860, pilhando os subúrbios da cidade. Em 941, apareceram na costa asiática do
Bósforo, mas foram esmagados, indicando melhorias na posição militar depois de 907, quando apenas a
diplomacia foi capaz de repelir os invasores. Basílio II não podia
ignorar o poder emergente dos rus' e, seguindo o exemplo de seus
antecessores, usou a religião como meio à consecução de fins
políticos.[201] As relações rus'-bizantinas tornaram-se mais próximas
após o casamento de Ana Porfirogênita com Vladimir, o Grande
(r. 980–1015) em 988 e a subsequente cristianização dos rus'. Padres,
arquitetos e artistas bizantinos foram convidados a trabalhar em
numerosas catedrais em território rus', expandindo ainda mais a
influência cultural bizantina, enquanto vários rus' serviram ao exército
Rus' em frente às muralhas de
como mercenários na famosa guarda varegue.[200]
Constantinopla em 860
Contudo, mesmo após a cristianização dos rus' as relações não foram
sempre amigáveis. O conflito mais sério foi a guerra de 968-971 na Bulgária. Além disso, há registro de vários
raides rus' contra cidades bizantinas na costa do mar Negro e à própria Constantinopla. Embora a maioria
destes ataques tenha sido repelido, frequentemente foram seguidos por tratados geralmente favoráveis aos rus',
como o que celebrou o fim da guerra de 1043, no qual os rus' mostram suas ambições de competir com os
bizantinos como poder independente.[201]

O ápice

Em 1025, data da morte de Basílio, o Império Bizantino se estendia


da Armênia no Oriente à Calábria, no sul da Itália, no Ocidente.[190]
Muitos sucessos foram alcançados, desde a conquista da Bulgária à
anexação de partes da Geórgia e Armênia, e a reconquista de Creta,
Chipre e da importante cidade de Antioquia. Mais do que meros
ganhos táticos temporários, estes êxitos foram reconquistas de longo
prazo.[180] Sob os imperadores macedônicos, a cidade de
Constantinopla floresceu, tornando-se a maior e mais rica cidade da
Europa, com uma população de aproximadamente 400 000 habitantes
nos séculos IX e X.[202][203] Durante este período, o Império
Bizantino empregou um forte serviço público formado por aristocratas
competentes, que supervisionavam a cobrança de impostos, a
administração doméstica e a política externa. Os imperadores
Um grande renascimento cultural, macedônicos também aumentaram a riqueza do império, promovendo
chamado Renascença macedônica, o comércio com a Europa Ocidental, nomeadamente através da venda
acompanhou os sucessos militares de seda e a metalurgia.[204]
do século X. Imagem do Saltério de
Paris Durante o reinado de Leão VI foi completada a codificação completa
do direito romano em grego. Este trabalho monumental de 60
volumes tornou-se a base de todo o direito bizantino subsequente e é
estudado até hoje. [205] Leão também reformou a administração do império, redesenhando os limites das
subdivisões administrativas (os temas) e regulamentando o sistema de classes e privilégios, bem como o
funcionamento de várias corporações comerciais de Constantinopla. As reformas de Leão fizeram muito para
reduzir a fragmentação anterior do império, que doravante tinha um centro de poder, Constantinopla.[206]
Contudo, o crescente sucesso militar do império enriqueceu grandemente a capacidade da nobreza provincial
em relação ao campesinato, que em essência foi reduzido ao estado de servidão.[207]

Durante o período macedônico também ocorreram eventos de importante significado religioso. A conversão de
búlgaros, sérvios e rus' ao cristianismo oriental mudou permanentemente o mapa religioso da Europa que ainda
hoje vigora Os santos Cirilo e Metódio dois irmãos gregos bizantinos de Tessalônica contribuíram
hoje vigora. Os santos Cirilo e Metódio, dois irmãos gregos bizantinos de Tessalônica, contribuíram
significativamente à cristianização dos eslavos e no processo criaram o alfabeto glagolítico, ancestral do
alfabeto cirílico. Em 1054, as relações entre as tradições oriental e ocidental da Igreja Cristã chegou a uma
crise terminal, conhecida como Grande Cisma. Embora houve uma declaração formal de separação
institucional, em 16 de julho, quando três legados papais entraram em Santa Sofia durante a Divina Liturgia
numa tarde de sábado e puseram uma bula de excomunhão sobre o altar;[208] esse cisma era a culminação de
séculos de separação gradual.[209] Foi com este cisma que surgiram a Igreja Ortodoxa Grega, com sede em
Constantinopla, e a Igreja Católica Apostólica Romana, com sede em Roma.[210]

Crise e fragmentação

O Império Bizantino logo caiu num período de dificuldades, causado,


em grande medida, pelo enfraquecimento do sistema dos temas e da
negligência dos militares. Nicéforo, João Tzimisces e Basílio
alteraram a função das divisões militares (tagmas), de unidades de
resposta rápida, primariamente defensivas e formadas por cidadãos
para exércitos profissionais, enquanto que os exércitos das campanhas
passaram a ser cada vez mais constituídos por mercenários. Contudo,
eles eram caros e a ameaça de invasão retrocedeu no século X, assim
como a necessidade de manter grandes guarnições e fortificações
dispendiosas.[211] Basílio deixou um grande tesouro após a sua morte,
mas negligenciou planos para sua sucessão. Nenhum de seus
sucessores imediatos tinha algum talento militar ou político e a
administração imperial caiu cada vez mais nas mãos do serviço civil.
Esforços para reanimar a economia bizantina só resultaram em
inflação e a moeda de ouro se desvalorizou. O exército passou a ser
Alparslano (r. 1063–1072)
humilhando Romano IV Diógenes
visto tanto como despesa desnecessária como ameaça política,
(r. 1068–1071). Da tradução de um
levando à demissão das tropas nativas, substituídas por mercenários
ilustrado francês da obra de estrangeiros com contratos específicos.[212]
Boccaccio Sobre os Destinos dos
Homens Famosos Ao mesmo tempo, o império foi confrontado por novos inimigos
ambiciosos. As províncias bizantinas no sul da Itália enfrentaram os
normandos, que chegaram à região no início do século XI. Durante o
período de conflito entre Constantinopla e Roma que terminou com o Grande Cisma, os normandos
começaram a avançar, lenta, mas firmemente, na Itália bizantina.[213] Régio, a capital do tagma da Calábria,
foi capturada em 1060 por Roberto Guiscardo, seguido por Otranto em 1068. Bari, a principal fortaleza na
Apúlia, foi sitiada em agosto de 1068 e caiu em abril de 1071.[214][215] Os bizantinos também perderam sua
influência sobre as cidades costeiras da Dalmácia para Pedro Cresimiro IV (r. 1058–1074/5) do Reino da
Croácia em 1064.[216]

Porém, seria na Ásia Menor que o maior desastre aconteceria. Os turcos seljúcidas fizeram suas primeiras
explorações do outro lado da fronteira bizantina na Armênia em 1065 e em 1067. A emergência deu peso à
aristocracia militar na Anatólia que, em 1068, garantiu a eleição de um dos seus, Romano IV Diógenes
(r. 1068–1071), como imperador. No verão de 1071, Romano realizou uma campanha maciça no leste para
atrair os seljúcidas para uma batalha geral contra o exército bizantino, que ocorreu em agosto do mesmo ano
em Manziquerta. Nessa batalha, além de sofrer uma surpreendente derrota frente ao sultão Alparslano
(r. 1063–1072), Romano foi capturado. Alparslano o tratou com respeito e não impôs condições pesadas aos
bizantinos. Em Constantinopla, no entanto, um golpe de Estado ocorreu em favor de Miguel VII Ducas
(r. 1068–1078), que logo enfrentou a oposição de Nicéforo Briênio (r. 1077–1078) e Nicéforo III Botaniates
(r. 1078–1081). Até 1081, os seljúcidas expandiram seu domínio sobre quase todo o planalto da Anatólia e
Armênia a leste da Bitínia, e no ocidente fundaram, em 1077, o Sultanato de Rum, com capital em Niceia, a
apenas 88 quilômetros de Constantinopla.[212]
Dinastia comnena e as Cruzadas
O período entre 1081 a 1185 é também conhecido como período
Comneno. Juntos, os cinco imperadores da dinastia (Aleixo I, João II,
Manuel I, Aleixo II e Andrónico I) reinaram por 104 anos, presidindo
uma constante, embora incompleta, restauração da posição militar,
econômica e política do Império Bizantino. Apesar dos turcos seljúcidas
terem ocupado o coração do império na Anatólia, foi contra as
potências ocidentais que os esforços militares bizantinos foram
direcionados, particularmente contra os normandos.[217]

O império sob os Comnenos desempenhou papel fundamental na


história das Cruzadas na Palestina, que Aleixo I ajudou a trazer, ao
mesmo tempo que exerceu enorme influência cultural e política na
Europa, Oriente Próximo e nas terras ao redor do mar Mediterrâneo sob
João e Manuel. O contato entre o Império Bizantino e o Ocidente latino,
incluindo os Estados cruzados, aumentou enormemente durante o
período Comneno. Comerciantes italianos, nomeadamente venezianos,
começaram a residir em Constantinopla e no resto do império em
Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) grande número (havia cerca de 60 000 latinos só em Constantinopla,
fora a população de 300 a 400 000) e a presença deles, juntamente com
vários mercenários latinos que foram contratados por Manuel, ajudou a
difundir a tecnologia, arte, literatura e cultura bizantinas em todo Ocidente latino, ao mesmo tempo que
provocou um fluxo de ideias e costumes ocidentais ao império.[218]

Em termos de prosperidade e vida cultural, esse período foi um dos picos na história bizantina,[219] e
Constantinopla permaneceu a principal cidade do mundo cristão em termos de tamanho, riqueza e cultura.[220]
Assistiu-se o renovado interesse pela filosofia grega clássica, bem como o aumento na produção literária em
grego vernacular.[221] A arte e literatura mantiveram posição proeminente na Europa e o impacto cultural de
ambas no Ocidente foi enorme e de longa duração.[222]

Aleixo I e a Primeira Cruzada

Após Manziquerta, seguiu-se uma recuperação parcial


(chamada Restauração Comnena), graças aos esforços da
dinastia.[223] No início de seu reinado, o primeiro imperador
Aleixo I (r. 1081–1118), enfrentou ataque formidável dos
normandos de Roberto Guiscardo e de seu filho, Boemundo de
Tarento, que capturaram Dirráquio[224] e Corfu,[225] e sitiaram
Lárissa na Tessália.[226] Tal ameaça levou-o a assinar um
tratado em 1082 com a República de Veneza para fins de
defesa.[227] A morte de Guiscardo em 1085 diminuiu
temporariamente o problema. No ano seguinte, o sultão O Império Bizantino antes da Primeira
seljúcida morreu e o Sultanato de Rum foi dividido por Cruzada
rivalidades internas. Por sua iniciativa, Aleixo derrotou os
pechenegues, que foram apanhados de surpresa e aniquilados
na Batalha de Levúnio em 28 de abril de 1091.[228]

Tendo alcançado estabilidade no Ocidente, Aleixo voltou sua atenção às graves dificuldades econômicas e à
desintegração das defesas tradicionais do império. No entanto, ainda não tinha pessoal suficiente para
recuperar os territórios perdidos na Ásia Menor e para avançar contra os turcos seljúcidas. No Concílio de
Placência em 1095 os emissários de Aleixo falaram com o papa Urbano II sobre o sofrimento dos cristãos do
Placência em 1095, os emissários de Aleixo falaram com o papa Urbano II sobre o sofrimento dos cristãos do
Oriente e salientaram que, sem a ajuda do Ocidente, continuariam a sofrer sob domínio muçulmano. Urbano
viu no pedido de Aleixo uma oportunidade dupla: estabelecer vínculos de amizade na Europa Ocidental[229] e
reforçar o poder papal.[230][231] Em 27 de novembro, Urbano
convocou o Concílio de Clermont e exortou todos os presentes
a pegar em armas sob o símbolo da cruz e iniciar uma
peregrinação armada para recuperar Jerusalém e Oriente dos
muçulmanos.[232]

Aleixo esperava ajuda na forma de mercenários do Ocidente,


mas estava totalmente despreparado à indisciplinada e imensa
força que chegou rapidamente em solo bizantino. Não lhe
agradou nada saber que quatro dos oito líderes do corpo
principal da Cruzada eram normandos, entre eles Boemundo.
Depois da Cruzada passar por Constantinopla, no entanto,
conseguiu algum controle sobre ela e exigiu que seus líderes lhe Cerco de Jerusalém durante a Primeira
jurassem devolver ao império quaisquer cidades ou territórios Cruzada. Iluminura de 1337
conquistados dos turcos a caminho da Palestina. Em troca, deu-
lhes guias e escolta militar.[233] Aleixo logrou recuperar
algumas importantes cidades e ilhas, e, na prática, grande parte da porção ocidental da Ásia Menor. No
entanto, os cruzados entenderam que seus juramentos perderam a validade quando Aleixo não os ajudou
durante o Cerco de Antioquia (atual Antáquia). Na realidade, ele tinha previsto entrar em Antioquia, mas foi
convencido a recuar por Estêvão II de Blois, que garantiu que tudo estava perdido e que a expedição havia
falhado.[234] Boemundo, que se estabeleceu como príncipe da Antioquia, entrou brevemente em guerra com
os bizantinos, mas concordou em tornar-se vassalo ao abrigo do Tratado de Devol, em 1118, que marcou o fim
da ameaça normanda durante o reinado de Aleixo I.[235][236]

João II, Manuel I e a Segunda Cruzada

O sucessor de Aleixo foi seu filho João II Comneno (r. 1118–1143).


João foi um imperador piedoso e dedicado, determinado a reparar os
danos que seu império sofreu na Batalha de Manziquerta meio século
antes.[237] Famoso por sua piedade e seu governo moderado e justo,
João foi um exemplo único de um governante moral, numa época em
que a crueldade era a norma.[238] Sua primeira medida foi recusar-se
a renovar o acordo comercial de 1082 com Veneza, o que provocou
retaliações por parte dos venezianos, que sitiaram muitas ilhas do
Egeu, forçando o imperador a reconsiderar.[239] No vigésimo quinto
ano de seu reinado, João fez alianças com o Sacro Império no
Ocidente, derrotou decisivamente os pechenegues na Batalha de
Beroia[240] e liderou pessoalmente várias campanhas contras os turcos
na Ásia Menor. As suas campanhas mudaram fundamentalmente o
equilíbrio do poder no Oriente, forçando os turcos a manterem-se na
defensiva, e devolveram aos bizantinos muitas cidades e
Estados cruzados da Palestina
fortalezas.[241] Também repeliu as ameaças dos magiares e sérvios
durante a década de 1120 e, em 1130, aliou-se com o imperador
Lotário III (r. 1133–1137) contra o rei normando Rogério II da Sicília
(r. 1130–1154).[242][243]

Na parte final de seu reinado, João focou suas atividades no Oriente. Retomou as cidades de Laodiceia e
Sozópolis, restabelecendo as ligações terrestres para Constantinopla,[244] derrotou o Emirado Danismendida
de Melitene e reconquistou as cidades de Tarso, Adana e Mopsuéstia do Reino Armênio da Cilícia,
d b d f íl [245] lé d f d d
aprisionando, em 1138, Leão I e boa parte de sua família.[245] Além disso, forçou Raimundo de Poitiers
(r. 1136–1149), príncipe antioqueno, a reconhecer a suserania bizantina. Esperando demonstrar o papel do

imperador como líder do mundo cristão, marchou à Terra Santa como


chefe das forças combinadas do império e dos Estados cruzados,
porém, apesar do grande vigor com que impulsionou a campanha,
suas expectativas foram frustradas pela traição de seus aliados
cruzados.[246] Em 1142, João retornou para pressionar suas
reivindicações em Antioquia, mas morreu na primavera de 1143,
depois de um acidente de caça. Raimundo foi encorajado a invadir a
Cilícia, mas foi derrotado e forçado a ir a Constantinopla implorar
misericórdia.[247]

Chegada da Segunda Cruzada a O herdeiro escolhido de João foi seu quarto filho, Manuel I Comneno
Constantinopla. Jean Fouquet, 1455- (r. 1143–1180), que realizou agressivas campanhas contra seus
1460 vizinhos no oriente e no ocidente. Na Anatólia, iniciou uma
campanha punitiva contra o Sultanato de Rum, atacando sua capital,
Icônio (atual Cônia), e aniquilando a cidade fortificada de
Filomélio. [248] Além disso, expulsou os turcos da Isáuria.[249] Na Palestina, aliou-se ao Reino de Jerusalém e
enviou grande frota para participar de uma invasão combinada do Califado Fatímida. Ele reforçou sua posição
como senhor dos Estados cruzados, com hegemonia sobre Antioquia e Jerusalém garantida pelo acordo com
Reinaldo (r. 1153–1160), o príncipe de Antioquia, e Amalrico I (r. 1162–1174), o rei de Jerusalém,
respectivamente.[250][251]

Após retomar Corfu dos normandos com a ajuda de tropas de Conrado III (r. 1138–1152) e dos
venezianos,[252] Manuel aproveitou-se da instabilidade política ocasionada pela sucessão de Rogério II da
Sicília por seu filho Guilherme I (r. 1154–1166) e lançou, em 1155, uma invasão ao sul da Itália sob o
comando de Miguel Paleólogo e João Ducas.[253] Foram alcançados resultados rapidamente e uma aliança foi
estabelecida entre Manuel e o papa Adriano IV.[254] Porém, disputas dentro da coalizão levaram ao posterior
fracasso da campanha. Apesar deste revés militar, os exércitos de Manuel invadiram com sucesso o Reino da
Hungria em 1167, derrotando os húngaros na Batalha de Sirmio. No ano seguinte, quase toda a costa oriental
do Adriático estava nas mãos do império.[255] Manuel fez várias alianças com o papa e os reinos cristãos
ocidentais, e tratou com sucesso da passagem da Segunda Cruzada através do império, após uma batalha às
portas da capital.[256]

No leste, no entanto, Manuel sofreu uma grande derrota na Batalha de Miriocéfalo, em 1176, contra os turcos.
Contudo, as perdas foram rapidamente recuperadas e em 1177 as forças de Manuel infligiram derrota a uma
força de "turcos escolhidos".[257] O comandante bizantino João Comneno Vatatzes, que esmagou os invasores
turcos na Batalha de Hiélio e Limoquir, conseguiu, além das tropas que levou da capital, reunir um exército ao
longo do caminho, um sinal de que o exército bizantino se mantinha forte e que a defesa do oeste da Ásia
Menor ainda era eficaz.[258]

Renascimento do século XII

João e Manuel adotaram políticas militares ativas,


ambos dispendendo recursos consideráveis em cercos e
em defesas de cidades; políticas de fortificação
agressiva estiveram no centro das suas políticas
militares imperiais.[259] Apesar da derrota em
Miriocéfalo, as políticas de Aleixo, João e Manuel
O Império Bizantino sob Manuel I Comneno em
resultaram em grandes conquistas territoriais, no 1180
aumento da estabilidade da fronteira na Ásia Menor e
asseguraram estabilização das fronteiras europeias do
asseguraram estabilização das fronteiras europeias do
império. De 1081 a 1180, o exército de Comneno garantiu a segurança do império, permitindo o florescimento
da civilização bizantina.[260]
Isto permitiu às províncias ocidentais uma recuperação
econômica, que continuou até o final do século. Diz-se
que o Império Bizantino sob os Comnenos foi mais
próspero do que em qualquer outro período desde a
invasão persa no século VII. Durante o século XII, os
níveis populacionais elevaram-se e grandes extensões
de novas terras agrícolas foram colocadas em produção.
Evidências arqueológicas da Europa e Ásia Menor
mostram um aumento considerável do tamanho dos
assentamentos urbanos, juntamente com o aumento
notável de novas cidades. O comércio também
floresceu; venezianos, genoveses e outros abriram
Mosaico de Cristo no Mosteiro de Dafne (ca. 1100)
portos do mar Egeu ao comércio, o transporte de
mercadorias dos cruzados e do Califado Fatímida ao
Ocidente e o comércio com o Império Bizantino via Constantinopla.[261]

Na arte, houve o ressurgimento de mosaicos e escolas regionais de arquitetura começaram a produzir estilos
distintos que se basearam numa série de influências culturais. Durante o século XII, os bizantinos
desenvolveram seu modelo precoce de humanismo, com um renascimento do interesse nos clássicos. Em
Eustácio de Tessalônica, o humanismo bizantino encontrou sua expressão mais característica.[262]

Declínio e desintegração

Dinastia Ângelo

Manuel morreu em 24 de setembro de 1180 e deixou seu filho de 11


anos, Aleixo II (r. 1180–1183), no trono. Se mostrou incompetente na
função, mas o que fez a sua regência impopular foi sua mãe, Maria de
Antioquia, que era de origem "franca" (o nome dado pelos bizantinos
a todos os latinos).[263] Finalmente, Andrônico I, neto de Aleixo I,
lançou uma revolta contra seu jovem parente e conseguiu derrubá-lo
Golpe de Andrônico: Maria e Rainério num violento golpe de Estado. Aproveitando-se de sua boa aparência
foram executados, Maria foi e imensa popularidade com o exército, marchou para Constantinopla
amarrada num saco e lançada ao em agosto de 1182 e incitou o massacre dos latinos da cidade. Depois
mar e Aleixo II foi estrangulado. de eliminar seus rivais em potencial, coroou-se como coimperador em
Iluminura do século XV setembro de 1183, eliminando Aleixo II e casando com sua esposa
Inês da França, de 12 anos.[264]

Embora tenha começado seu reinado com um golpe, Andrônico foi elogiado pelos historiadores devido às
medidas bem sucedidas para reformar o governo. Sob seu comando, a venda de cargos cessou, sendo a
seleção baseada no mérito e os salários foram adequados para evitar a tentação pelo suborno; nas províncias,
suas reformas produziram uma melhora rápida e acentuada.[265] No campo militar, contudo, Andrônico teve
muitos reveses: Isaac Comneno proclamou a independência de Chipre, Bela III (r. 1172–1196) reintegrou os
territórios croatas na Hungria, Estêvão Nemânia de Ráscia (r. 1166–1196) declarou-se independente do
Império Bizantino e Guilherme I da Sicília enviou uma expedição em 1185 com 300 navios e 80 000
homens[266] que, além de conquistar Dirráquio (atual Durrës), sitiou Tessalônica.[267] Porém, o aumento da
oposição política por parte da aristocracia levou Andrônico a adotar uma postura tirânica,[268] marcada por
execuções, atos violentos contra seus adversários e medidas cada vez mais implacáveis para escorar seu
regime [265] Andrônico acabou destronado por Isaac II Ângelo que o mandou executar [269]
regime.[ ] Andrônico acabou destronado por Isaac II Ângelo, que o mandou executar.[ ]

O reinado de Isaac II (r. 1185–1195) e, mais ainda, de seu irmão


Aleixo III (r. 1195–1203), assistiram ao colapso do que restava da
máquina centralizada do governo e da defesa bizantinos. Mesmo os
normandos tendo sido expulsos da Grécia após uma derrota decisiva
na Batalha de Demetritzes em 7 de novembro de 1085, em 1186,
valáquios e búlgaros começaram uma rebelião que levaria à formação
do Segundo Império Búlgaro. A política interna dos Ângelos foi
caracterizada pelo esbanjamento do tesouro público e pela má
administração fiscal. A autoridade bizantina foi seriamente
enfraquecida e o vácuo crescente no poder central do império
encorajou a fragmentação. Há evidências de que alguns herdeiros
Icônio foi vencida pela Terceira
Comnenos teriam criado um estado semi-independente em Trebizonda
Cruzada. Frederico Barba Ruiva
passou por Constantinopla sob antes de 1204.[270] Segundo Alexander Vasiliev, "A Dinastia Ângelo,
Isaac II. A tomada de Icônio, por gregos em sua origem, [...] acelerou a ruína do império, já
Julius Schnorr, 1835 enfraquecido e com desunião interna".[271]

Quarta Cruzada

Em 1198, o papa Inocêncio III (r. 1198–1216) abordou o assunto de


uma nova cruzada por meio de legados e cartas encíclicas.[272] A
intenção declarada da cruzada era conquistar o Egito aiúbida, agora o
centro do poder muçulmano no Levante. O exército cruzado que
chegou em Veneza no verão de 1202 era um pouco menor do que
havia sido previsto e não possuía fundos suficientes para pagar os
venezianos, cuja frota foi contratada pelos cruzados para levá-los ao
Egito. A política da República de Veneza, governada pelo cego e
envelhecido, mas ambicioso, doge Henrique Dandolo estava
potencialmente em desacordo com o papa e os cruzados, pois a cidade
Frota cruzada diante de estava intimamente relacionada comercialmente com o Egito. Os
Constantinopla numa iluminura do cruzados aceitaram a proposta de pagar a dívida ajudando Veneza a
século XV capturar o porto de Zara (atual Zadar, na Dalmácia), cidade vassala da
República de Veneza que havia se rebelado e se colocado sob a
proteção do Reino da Hungria em 1186.[273] A cidade caiu em
novembro após breve cerco.[274][275] Inocêncio, informado
tardiamente do plano, teve seu veto desconsiderado e por estar
preocupado em não comprometer a cruzada acabou absolvendo os
cruzados — exceto os venezianos — do desvio de planos.[276]

Após a morte de Teobaldo III de Champanhe, a liderança da cruzada


passou a Bonifácio de Monferrato, um amigo de Filipe da Suábia, da
Queda de Constantinopla frente aos família Hohenstaufen. Ambos — Bonifácio e Filipe — estavam
cruzados em 1204 numa miniatura ligados à família imperial bizantina pelo casamento. O cunhado de
do século XV Filipe, Aleixo Ângelo, filho do deposto e cego Isaac II, apareceu no
Ocidente buscando ajuda e contatou os cruzados oferecendo a
reunificação das igrejas, um pagamento de 200 000 marcos de prata e
ainda todos os suprimentos necessários para que pudessem chegar ao Egito.[277]

Saque de Constantinopla pelos cruzados


Saque de Constantinopla pelos cruzados

Após se apoderarem de Corfu, os cruzados chegaram à capital bizantina no verão de 1204. Derrotaram as
tropas terrestres da cidade, que foram forçadas a recuar, e bombardearam a torre de Gálata. Aleixo III fugiu da
capital e Aleixo Ângelo foi elevado ao trono como Aleixo IV, juntamente com seu pai, o cego Isaac. No
entanto, os dois não conseguiram manter suas promessas e foram depostos por Aleixo V Ducas quando os
cruzados foram repelidos para fora da cidade. 20 000 homens cercaram novamente a cidade. O primeiro
assalto começou em 9 de abril e a cidade finalmente sucumbiu após novo assalto em 13 de abril, no qual os
venezianos usaram seus navios como fortalezas às escadas que foram erguidas nas muralhas. Constantinopla
foi pilhada e massacrada durante três dias. Muitos ícones, relíquias e outros objetos de valor inestimável foram
enviados à Europa Ocidental, grande parte deles para Veneza. Nicetas Coniates relata que uma prostituta foi
posta no trono patriarcal de Santa Sofia.[278] Quando o papa Inocêncio III soube da conduta de seus cruzados,
ele os castigou em termos inequívocos, mas a situação estava fora de seu controle, especialmente depois de ter
libertado os cruzados de seus juramentos de marchar à Terra Santa.[193] Quando a ordem foi restabelecida, os
cruzados e venezianos implementaram seu acordo; Balduíno de Flandres foi eleito imperador e o veneziano
Tomás Morosini foi escolhido para o recém-criado patriarcado latino. As terras distribuídas entre os líderes não
incluíram todas as antigas possessões bizantinas e os bizantinos continuaram reinando em Niceia, Trebizonda e
no Epiro.[275]

Queda

Império no exílio

Depois do saque de Constantinopla de 1204 pelos


cruzados latinos, dois Estados sucessores foram
estabelecidos: o Império de Niceia e o Despotado do
Epiro. Um terceiro, o Império de Trebizonda, havia
sido criado algumas semanas antes do saque por
Aleixo I. Dos três, Epiro e Niceia ficaram em melhores
condições para recuperar Constantinopla. O Império de
Estados sucessores do Império Bizantino em 1215
Niceia lutou para sobreviver nas décadas seguintes e,
em meados do século XIII, perdeu muito do sul da
Anatólia.[279] O enfraquecimento do Sultanato de Rum após a invasão mongol de 1242–1243 permitiu que
muitos beis e gazis criassem seus próprios principados (beilhiques) na Anatólia, enfraquecendo a posição
bizantina na região.[280]

Reconquista de Constantinopla

O Império de Niceia, fundado pela dinastia lascarina,


conseguiu reconquistar Constantinopla aos latinos em
1261[281] e derrotar o Despotado do Epiro. Depois de
uma recuperação de curta duração das finanças
bizantinas sob Miguel VIII Paleólogo (r. 1259–1282), o
império foi devastado pela guerra por estar mal
equipado para lidar com os inimigos que agora o
cercavam. A fim de manter suas campanhas contra os
latinos, Miguel retirou tropas da Ásia Menor e cobrou
Império Bizantino em 1263
impostos exorbitantes sobre o campesinato, causando
muita insatisfação.[282][283]
Em vez de explorar seus domínios na Ásia Menor, decidiu expandir o império, obtendo sucesso de curta
duração. Para evitar outro saque da capital pelos latinos, forçou a Igreja a se submeter a Roma (a chamada
"União das Igrejas" do Segundo Concílio de Lião, em 1274), uma solução temporária que aumentou o ódio a
Miguel entre os camponeses e população de Constantinopla, hostis aos latinos.[284] Os esforços de
Andrônico II (r. 1282–1328) e, mais tarde, de seu neto Andrônico III (r. 1321–1341) marcaram as últimas
tentativas genuínas de restaurar a glória do império. No entanto, o uso de mercenários por Andrônico II foi
péssima ideia, com a Companhia Catalã assolando os campos e aumentando o ressentimento contra
Constantinopla.[285]

Ascensão dos otomanos e queda de Constantinopla

A situação piorou para o império durante as guerras civis que se


seguiram à morte de Andrônico III. Uma guerra civil de seis anos
devastou o império, possibilitando que o governante sérvio
Estêvão Uresis IV (r. 1331–1346) invadisse a maioria dos territórios
bizantinos restantes nos Bálcãs e criasse um Império Sérvio de curta
duração. Em 1354, um terremoto em Galípoli devastou a fortaleza,
permitindo aos otomanos, que tinham sido contratados como
mercenários durante a guerra por João VI Cantacuzeno
(r. 1347–1354), se instalassem na Europa.[286] Quando as guerras
civis terminaram, os otomanos haviam derrotado os sérvios e os
subjugado como vassalos[287] e, depois da Batalha do Cosovo,
grande parte dos Bálcãs estava nas mãos dos otomanos.[288][289]

Os imperadores bizantinos pediram ajuda ao Ocidente, mas o papa só


enviaria ajuda em troca de uma reunião da Igreja Ortodoxa com a Sé
de Roma. Essa união foi considerada e finalmente realizada por
decreto imperial, mas os cidadãos e clero ortodoxos ressentiram-se
O Cerco de Constantinopla em 1453, intensamente da autoridade de Roma e da Igreja latina.[290] Algumas
segundo uma iluminura francesa do tropas ocidentais chegaram para reforçar a defesa da capital, mas a
século XV
maioria dos governantes ocidentais, distraídos com seus próprios
assuntos, nada fez em relação aos avanços dos otomanos, que foram
tomando os territórios bizantinos que restavam.[291]

Nessa época, a cidade de Constantinopla estava despovoada e em ruínas.[275] A população havia se reduzido
de tal forma que a cidade não passava de um aglomerado de vilas separadas por campos. Em 1402, o império
experimentou algum desafogo da ameaça otomana quando Tamerlão (r. 1370–1405) derrotou os otomanos na
Batalha de Ancara.[292] Porém, isso não impediu que, em 2 de abril de 1453, o sultão
Maomé II, o Conquistador (r. 1451–1481) lançasse um ataque contra Constantinopla com um exército de
80 000 homens.[293] Apesar da defesa desesperada de última hora pelas tropas cristãs (cerca de 7 000 homens,
dos quais 2 000 eram estrangeiros),[291] Constantinopla finalmente caiu em 29 de maio de 1453, depois de
dois meses de cerco. As muralhas da cidade, poderosas e inexpugnáveis por séculos, não conseguiram deter o
avanço otomano. O último imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo (r. 1449–1453), foi visto pela
última vez despojando-se de suas insígnias imperiais, antes de lançar-se em combate corpo a corpo depois de
as muralhas da cidade terem sido tomadas.[294]

Legado político e consequências

Poucos anos após a queda de Constantinopla, Maomé II empreendeu a conquista dos últimos estados
Poucos anos após a queda de Constantinopla, Maomé II empreendeu a conquista dos últimos estados
bizantinos existentes: em 1460 foi tomado o Despotado da Moreia e em 1461 foi a vez do Império de
Trebizonda.[295] No entanto, locais isolados como Monemvasia, a península de Mani e o castelo Salmênico,
este último controlado por um paleólogo (Graitzas), resistiram por
mais algum tempo.[296] André Paleólogo, o sobrinho de
Constantino XI, recebeu o título do imperador do extinto Império
Bizantino, intitulando-se Imperator Constantinopolitanus ("imperador
de Constantinopla");[297] em 1494, numa viagem à França, cedeu ao
rei Carlos VIII (r. 1483–1498) seu direito.[298] Após sua morte, o
papel do imperador como patrono da Ortodoxia Oriental foi
reivindicado por Ivã III (r. 1462–1505), grão-duque da Moscóvia,
casado com a irmã de André, Sofia Paleóloga, cujo neto, Ivã IV
O "Theatrum Orbis Terrarum"
(r. 1547–1584), tornar-se-ia o primeiro czar da Rússia. Seus
("Teatro do Globo Terrestre") de
Abraão Ortélio, publicado em 1570
sucessores consideraram Moscou como herdeira legítima de Roma e
em Antuérpia, considerado o primeiro Constantinopla e mantiveram a ideia do Império Russo como a
atlas moderno, resultado das "Terceira Roma" até seu desaparecimento com a Revolução Russa em
intensas explorações marítimas 1917.[299] Além deles, os próprios turcos e os monarcas dos
Principados do Danúbio também se intitularam sucessores dos
imperadores bizantinos.[300]

As diversas transformações econômicas e políticas que se seguiram à queda do Império Bizantino levaram
historiadores a adotarem o ano de 1453 como marco do fim da Idade Média.[301] Entre as principais
consequências da conquista de Constantinopla destaca-se a migração de intelectuais bizantinos à Itália que
levaram conhecimentos que influenciaram o Renascimento.[302][nt 10] Além disso, foi abalado o comércio de
especiarias, antes monopolizado por Veneza, pois além de serem cobradas taxas altíssimas pelos produtos
comercializados, tornou-se perigoso aos cristãos navegarem no Mediterrâneo Oriental.[304] Esse foi um dos
motivos que levaram os Estados nacionais a procurar por novas rotas para adquirir especiarias da Índia e
China. Foi após a queda de Constantinopla que Portugal descobriu o caminho marítimo à Índia.[305]

Governo
No Estado bizantino, o imperador se
tornou governante único e absoluto,
e seu poder foi visto como tendo
origem divina.[306] A afiliação foi
tamanha que no Império Bizantino
tornou-se comum a mutilação de
rivais políticos: se Deus era perfeito,
o imperador também devia ser Temas ca. 750 Temas ca. 950
imaculado; qualquer mutilação,
sobretudo feridas faciais, equivalia a
desqualificar um indivíduo de sua possibilidade de ascender ao trono.[307] O senado deixou de ter autoridade
política e legislativa efetiva, mas permaneceu como conselho honorário com membros titulares. Até o final do
século VIII, uma administração civil centrada na corte foi formada como parte da consolidação em larga escala
do poder na capital (o aumento e proeminência da posição do sacelário está relacionada a esta
mudança).[308][309] A reforma administrativa mais importante do período foi a criação de temas, nas quais a
administração civil e militar era exercido pelo estratego.[310][311]

Apesar do uso às vezes pejorativo dos termos "bizantino" e "bizantinismo", a burocracia tinha eficácia notável
de reconstituir-se de acordo com a situação do império. O elaborado sistema de títulos e precedências, que deu
prestígio e influência à corte, fez com que a administração imperial parecesse uma burocracia ordenada aos
observadores modernos. Os oficiais eram dispostos em ordem rigorosa em torno do imperador e seus cargos
dependiam da vontade imperial. Havia também verdadeiros trabalhos administrativos, mas a autoridade era
dada a indivíduos e não postos.[312][313] Nos séculos VIII e IX, o serviço civil era o meio mais eficaz para
alcançar estatuto aristocrático, mas, a partir do século IX, a
aristocracia civil rivalizou com a aristocracia nobre. Segundo
alguns estudos sobre o governo, a política do século XI foi
sujeita à competição entre civis e a aristocratas militares.
Durante o período, Aleixo I empreendeu importantes reformas
administrativas, incluindo a criação de novos títulos e postos na
Cegamento de Leão Focas, o Velho após corte.[314]
sua rebelião sem sucesso contra Romano I
Lecapeno (r. 920–944), Iluminura no
Escilitzes de Madri Diplomacia

Após a queda do Ocidente, o principal desafio ao Império


Bizantino era manter relações entre si e seus vizinhos. Quando
essas nações forjaram instituições políticas formais, muitas
vezes se basearam nas de Constantinopla. A diplomacia
conseguiu atrair rapidamente seus vizinhos numa rede de
relações internacionais interestatais.[315] Ela se baseava em
tratados, que incluíam a integração do novo líder na família dos
reis e assimilação de hábitos sociais, valores e instituições
bizantinas.[316] Enquanto os escritores clássicos faziam
Embaixada de João, o Gramático em 829, distinções éticas e legais entre paz e guerra, os bizantinos
entre o imperador Teófilo (r. 829–842) e o consideravam a diplomacia como forma de guerra
califa abássida Almamune (r. 813–833) alternativa.[317] A Igreja Ortodoxa também teve seu papel, e a
propagação do cristianismo era objetivo diplomático importante
do império.[318]

A diplomacia era entendida como tendo função de recolha de informações, além da função puramente política.
O Gabinete dos Bárbaros da capital lidava com questões de protocolo e registro de todas as questões sobre
"bárbaros" e talvez incluía, assim, um serviço básico de informações (inteligência).[319] Bury acredita que o
gabinete supervisionava sobre todo estrangeiro que visitava a capital e estava sob supervisão do logóteta do
dromo.[320] Apesar de aparentemente ser um organismo protocolar — sua principal missão era garantir que
emissários fossem adequadamente tratados e recebessem fundos suficientes do Estado para sua manutenção, e
a ele pertenciam todos os tradutores oficiais — provavelmente tinha também função de segurança. O Tratado
sobre Estratégia, do século VI, aconselhava sobre embaixadas estrangeiras: "[emissários] que nos são
enviados devem ser recebidos com honra e generosidade, pois todos mantêm-os em alta estima. Seus
membros, porém, devem ser mantidos sob vigilância para impedir que obtenham quaisquer informações por
meio de perguntas sobre nosso povo".[321]

Exército

O exército bizantino foi um continuação do seu antecessor romano. Sua história como força independente
remonta às reformas do início do século IV, quando as legiões foram trocadas por milícias locais fronteiriças
(limítanes) e exércitos campais móveis (comitatenses) que guarneceram o império.[322] Nos séculos V e VI,
oficiais chamados mestres dos soldados foram nomeados para algumas das principais fronteiras do império e
sob seu comando estavam as forças nativas e aquelas dos federados, os bárbaros sob proteção bizantina;
mercenários estrangeiros, os chamados símocos (symmochoi), foram por vezes contratados como unidades
separadas controladas por seus próprios comandantes. Nesses mesmos séculos, como descrito no Strategicon
de Maurício I (r. 582–602), o método de guerra passou por uma transição na qual regimentos de arqueiros e
cavaleiros foram valorizados, imitando as práticas persas e avares.[323]
Rebeliões internas e derrotas nas fronteiras perante as investidas
estrangeiras no final do século VI e começo do VII levaram a
rápido decréscimo dos efetivos imperiais que, embora tenham
sido reorganizados em 628 sob Heráclio (r. 610–641),
estiveram na origem de inúmeras derrotas frente aos ataques
árabes, lombardos e búlgaros nos séculos VII e VIII. Para fazer
face a crise militar, foi elaborada nova reestruturação:
estabeleceram-se distritos militares (temas) onde estacionaram
grupos armados que recebiam propriedades em troca de
serviços. Estes exércitos, conquanto relativamente eficazes
Relevo de marfim representando soldado contra invasões, pois eram recrutados e mantidos localmente,
romano com armadura de escamas e apresentavam problemas de prontidão, mobilidade, rapidez de
escudo redondo, século VI. Museu Bode, ação e coordenação em campanha, frequentemente carecendo
Berlim de disciplina e habilidade militar e eram propensos a rebeliões.
Isto levou o imperador Constantino V Coprônimo (r. 741–745)
a dissolver o exército opsiciano, que constituía a força de
campo imperial, e criou novas unidades conhecidas como
tagmas, que tiveram bases em Constantinopla ou cercanias. As
unidades tagmáticas foram melhor equipadas e no século IX
participaram em expedições com os exércitos temáticos.[323]

Nos séculos X e XI, de acordo com o que os documentos do


período indicam, os imperadores soldados Nicéforo II
Iluminura do Escilitzes de Madri (r. 963–969) e Basílio II (r. 976–1025) fizeram reformas,
representando um cerco bizantino a uma usando mais unidades pesadas como os catafractários e novas
cidadela táticas que uniam infantaria e cavalaria em batalha ou
campanha, elevando a eficiência militar e permitindo
reconquistar muitos territórios antes perdidos a árabes e
búlgaros. Outrossim, a composição e estrutura começaram a mudar: o comando foi centralizado na capital, as
unidades temáticas e tagmáticas foram substituídas por novos contingentes que foram alojados nas províncias e
efetivos mercenários (guarda varegue e normandos) tornaram-se preponderantes. Sob Manuel I Comneno
(r. 1143–1180), os bizantinos tentaram imitar as táticas e panóplia ocidentais, o que não teve bons resultados.
Os imperadores de Niceia desenvolveram as tradições adotadas por Manuel e lograram criar exércitos
mercenários (cumanos, turcos, ocidentais) que, embora pequenos, eram eficientes. Sob os imperadores
paleólogos, as últimas unidades de soldados-camponeses foram desmanteladas e o organização do serviço
militar a nível local passou a estar a cargo dos proprietários de terras, uma vez que o poder central já não tinha
mais capacidade para manter forças terrestres e marítimas substanciais.[323]

Marinha

A marinha, tal como o exército, foi uma continuação de


sua correspondente romana, porém mais
importante. [325][326] No início do século IV, devido à
não ocorrência de grande operações navais, as
esquadras imperiais eram compostas de navios
relativamente pequenos que dedicavam-se quase
exclusivamente a missões de policiamento e escolta.
Com as guerras civis do final do século IV e começo do
V, contudo, a atividade naval foi retomada e as frotas Principais operações bizantino-muçulmanas e
f d b d d [327]
foram usadas sobretudo no transporte de tropas,[327], batalhas no Mediterrâneo do século VII ao XI
mas só a partir do século VI, sob Anastácio I

(r. 491–518), o império possuiria frota fixa.[328] Sob


Justiniano (r. 527–565) e Justino II (r. 565–578), a frota
anastasiana foi aperfeiçoada e transformou-se numa
força profissional bem treinada.[329] Durante o
século VI, desde as invasões árabes, foi necessário
recompor as tropas imperiais para enfrentarem os novos
inimigos. A marinha foi reorganizada aos moldes do
sistema de temas, e estabeleceu-se a frota dos
carabisianos (em grego: Καραβισιάνοι;
A marinha bizantina repele o ataque Rus' a
romaniz.: Karabisianoi , "os homens dos navios") que
Constantinopla em 941. Ações de abordagem e
foi a correspondente dos tagmas que constituíam o
combates corpo a corpo determinavam o resultado
exército.[330] da maior parte das batalhas navais na Idade Média.
Aqui, os dromons bizantinos são mostrados
No século VIII, quando os carabisianos mostraram-se passando "por cima" dos barcos Rus' e
ineficientes diante das investidas árabes, a marinha despedaçando os seus remos com os rostros
passou por nova reforma, com as mudanças perdurando (esporões).[324]
até o começo do século XI com pequenas alterações:
uma frota imperial central baseada na capital, um
pequeno número de grandes comandos navais regionais, tanto temas marítimas como comandos independentes
chamados "drungariados", e um número maior de esquadras locais encarregadas de tarefas puramente
defensivas e policiamento, subordinadas aos governadores provinciais.[331] Após o declínio da marinha no
século XI, Aleixo I (r. 1081–1118) reconstruiu-a em moldes diferentes: uma frota imperial unificada foi
estabelecida sob o comando do posto então criado de mega-duque, substituindo assim o estratego; o grande
drungário, anteriormente o comandante geral naval, foi rebaixado a subordinado do mega-duque, atuando
como seu principal ajudante.[332][333] A partir do final do século XII, embora haja registros de uma frota, o
império tornou-se cada vez mais dependente das frotas italianas provenientes de Veneza e Gênova.[334][335]
Sob Miguel VIII Paleólogo (r. 1259–1282) foram formadas novas unidades visando reduzir a dependência
imperial dos navios estrangeiros,[336][337][338] e estas perdurariam ao longo dos últimos séculos do
império.[339]

Economia
Sua economia esteve entre as mais avançadas da Europa e
Mediterrâneo por muitos séculos; a Europa, em particular, foi incapaz
de corresponder a sua força econômica até fins da Idade Média.
Constantinopla foi eixo central numa rede de comércio que por
diversas vezes estendeu-se por quase toda a Eurásia e Norte da África
estando no ponto mais ocidental da Rota da Seda. Até primeira
metade do século XI, em nítido contraste com o Ocidente decadente,
sua economia floresceu e resistiu.[340] Um dos fundamentos
econômicos do Império Bizantino foi o comércio, promovido pelo
caráter marítimo do império, embora, a partir do século VIII e até o
início do XIV, tenha desenvolvido uma intensa economia rural[341]
baseada na produção de cereais, vinhas e oliveiras.[342] Têxteis
O Sudário de Carlos Magno, uma devem ter sido, de longe, o item mais importante de exportação;[nt 11]
seda bizantina policromada do Sedas foram certamente importadas ao Egito e aparecem também na
século IX. Paris, Museu de Clúnia
Bulgária e no Ocidente.[346][347]

O Estado rigorosamente controlou o comércio interno e externo e reteve monopólio de cunhagem, mantendo
sistema monetário durável e flexível adaptado às necessidades do comércio.[348] Ele exerceu controle formal
sobre taxas de juros e definiu parâmetros à atividade das guildas e corporações em que tinha interesse especial.
O imperador e seus oficiais intervinham em épocas de crise para garantir o abastecimento da capital e manter
baixos os preços dos cereais. Outrossim, o governo coletou comumente parte do excedente através de
impostos e colocou-os novamente em circulação através da redistribuição sob forma de salários aos oficiais do
Estado ou sob forma de investimentos em projetos públicos.[347][349]

A Praga de Justiniano e as conquistas árabes representaram uma reversão substancial das fortunas e
contribuíram para um período de estagnação e declínio. As reformas isauras e, em particular, o repovoamento,
obras públicas e medidas fiscais de Constantino V Coprônimo (r. 741–775) marcaram o começo de um
avivamento que seguiu até 1204, apesar da contração territorial.[350][351] Do século X ao final do XII, o
império projetou imagem de luxo e os viajantes ficavam impressionados com a riqueza acumulada na
capital.[352] A Quarta Cruzada provocou a interrupção da fabricação e o domínio comercial dos europeus
ocidentais no Mediterrâneo Oriental, eventos que resultaram em catástrofe econômica.[353] Os paleólogos
tentaram reavivar a economia, mas o Estado não recuperaria o controle total de quaisquer das forças
econômicas externas ou internas. Gradualmente, também perdeu influência sobre modalidades de comércio e
mecanismos de preços, seu controle sobre saída de metais preciosos e, segundo alguns estudiosos, até mesmo
da cunhagem.[354]

Religião
A sobrevivência do Império Romano do Oriente assegurou um papel
ativo do imperador em assuntos da Igreja. O Estado herdou dos
tempos pagãos os procedimentos administrativos e financeiros dos
assuntos religiosos — o imperador era o pontífice máximo — e esses
procedimentos foram aplicados à Igreja Cristã. Seguindo o padrão
estabelecido por Eusébio de Cesareia, os bizantinos viam o imperador
como representante ou mensageiro de Jesus Cristo, responsável, em
particular, pela propagação do cristianismo entre pagãos e pelos temas
que não se relacionavam diretamente à doutrina, como administração
e finanças. A busca pela unificação das crenças, costumes e ritos em
todo império e hierarquia eclesiástica foram dois fatores essenciais que
Teodósio I (r. 379–395), aquele que legitimaram o poder imperial assim como a centralização do Estado:
fez do cristianismo niceno a Igreja como Cyril Mango aponta, o pensamento político bizantino pode ser
imperial resumido no lema "Um Deus, um império, uma religião".[355] No
entanto, o papel imperial nos assuntos da Igreja nunca se desenvolveu
num sistema fixo legalmente definido.[356] Com o declínio de Roma e
a dissensão externa nos outros Patriarcados do Oriente (Antioquia, Alexandria e Jerusalém), a Igreja de
Constantinopla tornou-se, entre os séculos VI e XI, o mais influente e rico centro da cristandade.[357] Mesmo
quando o império foi reduzido a apenas uma sombra de seu esplendor, a Igreja continuou a exercer influência
significativa tanto dentro como fora das fronteiras imperiais. Como George Ostrogorsky aponta:

O Patriarcado de Constantinopla permaneceu o centro do mundo ortodoxo, com sés


“ metropolitanas subordinadas e arcebispados no território da Ásia Menor e Bálcãs,
regiões na época perdidas ao Império Bizantino, bem como no Cáucaso, Rússia e ”
Lituânia. A igreja continuou a ser o elemento mais estável do Império Bizantino.[358]

A doutrina cristã oficial do Estado foi determinada pelos primeiros sete concílios ecumênicos e o imperador
tinha dever de impô-la aos súditos. Um decreto imperial de 388, depois incorporado no Código de Justiniano,
ordenava que a população "assumisse o nome de cristãos católicos" e declarava todos que não cumprissem a
lei como "pessoas loucas e tolas", seguidoras de "dogmas heréticos".[355] Apesar dos decretos e postura
rigorosa da Igreja do Estado, que passou a chamar-se "Igreja Ortodoxa", ela nunca representou todos os
cristãos do império. Mango acredita que, nos estágios iniciais, as "pessoas loucas e tolas", justamente os

rotulados como "hereges", constituíam a maioria da população.[359]


Além de pagãos, que existiram até o final do século VI, e judeus,
havia muitos seguidores — muitas vezes imperadores — de várias
doutrinas cristãs, como o nestorianismo, monofisismo, arianismo e
paulicianismo, cujos dogmas de algum modo se opunham ao cânone
teológico "ortodoxo" estabelecido nos concílios ecumênicos.[360]
Outra divisão entre os cristãos ocorreu quando Leão III, o Isauro
(r. 717–741) ordenou a destruição dos ícones, o que provocou uma
crise religiosa significativa que só terminou em meados do século IX
com a restauração dos ícones. Nesse período, nova onda de pagãos
emergiu nos Bálcãs, oriundos principalmente dos povos eslavos. Eles
foram gradualmente cristianizados e, durante estágios finais do
Império Bizantino, a Ortodoxia passou a representar a maioria dos
cristãos no que restava do império.[361]

Após a reconquista de Constantinopla em 1261, duas controvérsias


Página do Saltério Chludov religiosas dominaram a agenda política. A hesicasta, que divergia uma
criticando a iconoclastia. No fundo abordagem mística da religião, tipicamente defendida por monges e a
há representação da crucificação de população, com outra, mais racional e intelectualizada, de influência
Jesus no Gólgota. O artista compara aristotélica ocidental, defendida pela aristocracia e os que defendiam a
os soldados romanos maltratando união com a sé de Roma.[362][363][364] A vitória dos hesicastas foi a
Jesus com os patriarcas reafirmação do sentimento antilatino entre os ortodoxos.[365] Mais
iconoclastas João Gramático e ampla, a controvérsia sobre a reunião das Igrejas, principalmente a
Antônio I destruindo o ícone de "União das Igrejas" durante o Segundo Concílio de Lião (1275) e a
Cristo
"União de Florença" no Concílio de Florença (1437),[366] dominou o
debate teológico e foi utilizada pelos imperadores como "moeda de
troca" para conseguir a ajuda ocidental contra a ameaça islâmica.[284][nt 12]

Os judeus foram uma minoria significativa no Estado ao longo de sua história e, de acordo com a lei romana,
constituíam grupo religioso legalmente reconhecido. No período inicial, foram geralmente tolerados, mas
depois ocorreram períodos de tensões e perseguições (como a Revolta judaica contra Heráclio). De qualquer
forma, após as conquistas árabes, a maioria dos judeus se viu fora do império; aqueles que ficaram dentro das
fronteiras aparentemente viveram em relativa paz a partir do século X.[367]

Língua
Além da corte, da administração e do exército, a principal língua
usada nas províncias romanas orientais mesmo antes do declínio do
Império Ocidental sempre foi o grego, falado na região séculos antes
do latim.[368] Na verdade, logo no início do Império Romano, o
grego se tornou língua comum da Igreja Cristã, da erudição, das artes
e, em grande medida, foi lingua franca para o comércio entre as
Rolo de Josué, manuscrito iluminado
províncias e outras nações.[369][370][371] Durante algum tempo, a do século X feito em Constantinopla
língua ganhou natureza dual, com a principal língua falada, o coiné (Biblioteca Apostólica Vaticana,
vernacular em constante desenvolvimento (que haveria de evoluir Roma)
para o grego demótico), coexistindo com o grego ático, uma língua
literária mais antiga; o coiné acabou por evoluir até se tornar o dialeto
padrão.[372][373]
O uso administrativo do latim persistiu até ser abandonado por
Heráclio (r. 610–641).[374][375] O latim académico caiu rapidamente
em desuso entre as classes instruídas, embora fez parte, ao menos
cerimonialmente, da cultura durante algum tempo.[376][377] Além
disso, o latim vulgar continuou a ser língua minoritária no império, e
entre as populações traco-romanas deu origem ao proto-romeno. Do
mesma modo, na costa do mar Adriático se desenvolveu outro
vernáculo neolatino, que mais tarde originaria a língua dálmata. Nas
províncias do Mediterrâneo Ocidental, temporariamente conquistadas
sob Justiniano (r. 527–565), o latim (que posteriormente evoluiu às
línguas românicas) continuou a ser usado como língua falada e como Vida de Jacó. Cena do manuscrito
língua acadêmica.[378] siro do século VI Gênesis de Viena

Muitos outros idiomas existiam e algumas receberam estatuto oficial


limitado em suas províncias em várias ocasiões. Notadamente, no início da Idade Média, o siríaco e o aramaico
tinham se tornado mais amplamente utilizados pelas classes educadas nas províncias do extremo
oriente.[379][380][381] Da mesma forma o copta, o armênio e o georgiano se tornaram significativos entre a
população culta das respectivas províncias.[382][383] Depois, o contato com estrangeiros fez com que algumas
línguas das famílias eslavas e valacas, bem como o árabe, se tornassem importantes em sua esfera de
influência.[384][385][386] Além dessas línguas, dado que Constantinopla era centro de comércio privilegiado na
região do Mediterrâneo e outras, praticamente toda língua medieval conhecida foi falada em algum momento,
até mesmo o chinês.[387][388] À medida que o império entrou em seu declínio final, seus cidadãos tornaram-se
culturalmente homogêneos e o grego tornou-se parte integrante de sua identidade e sua religião.[389][390]

Arte
A arte é quase inteiramente centrada na expressão religiosa e,
notadamente, na tradução impessoal da teologia da Igreja
cuidadosamente controlada em termos artísticos. Foi muito influenciada
pela arte da Antiguidade Clássica e pela alegoria oriental, mantendo, a
despeito da influência oriental, forte uniformidade da tradição clássica ao
longo de sua história. A partir do século VI a arte começou a distanciar-
se da produzida nas regiões do antigo Império Ocidental. Alcançou seu
apogeu sob a dinastia macedônica (886–1056) e declinou com a Queda
de Constantinopla em 1453.[391] Foi muito prestigiosa e procurada na
Europa Ocidental, mantendo influência na arte medieval até perto do
final do período; tal era o caso na Itália, onde seus estilos persistiram de
forma modificada ao longo do século XII e tornaram-se influências
formativas na arte renascentista. Com a expansão da Igreja Ortodoxa,
suas formas e estilos espalharam-se para todo o mundo ortodoxo e
além.[392][393][394]

Díptico Barberini, com Devido as importantes jazidas de mármore próximo a capital,


representação de um imperador, desenvolveu-se no Império Bizantino, e sobretudo na Ásia Menor, forte
talvez Anastácio I ou Justiniano tradição artística de trabalho em pedra. Desde a Antiguidade o Oriente
teve tradição na produção de artes menores[nt 13] que foi mantida pelos
bizantinos. Em Constantinopla floresceram, a par da escultura decorativa,
os trabalhos com pedra, metal (como bronze ornamental), marfim, esmalte e tecelagem; além desses, destaca-se
na arte a pintura em afresco, manuscritos iluminados, mosaicos e painéis.[391] Na arquitetura, outra área de
grande florescimento, nota-se tradição de construção geralmente associada com a história do Império Romano

Tardio e do próprio Império Bizantino, que estendeu-se com maior esfera


de influência no período que decorre entre 300 e 1450 e desafiou uma
definição convencional compreensiva sobre bases geográficas, culturais,
cronológicas e estilísticas.[396]

A literatura tem influências de quatro elementos culturais: grego, romano,


cristão e oriental. Seus autores são comumente classificados em cinco
grupos: historiadores e analistas, enciclopedistas (Fócio, Miguel Pselo e
Nicetas Coniates são tidos como maiores enciclopedistas) e ensaístas,
escritores de poesia secular (sua única obra épica é Digenis Acritas),
escritores de poesia popular e literatos eclesiásticos.[397] Dos cerca de
Representação mais antiga 3 000 volumes literários sobreviventes, apenas 330 são poesia secular,
conhecida de uma lira bizantina
história, ciência e pseudociência.[398] Na literatura religiosa (sermões,
num estojo de marfim,
livros litúrgicos e poesia, teologia, tratados devocionais etc.),
c. 900-1100, Museu Nacional do
Bargello, Florença
Romano, o Melodista foi o mais proeminente.[399]

O teatro foi repudiado, sendo considerado a personificação da


imoralidade pelos eruditos da Igreja. Foi completamente banido pela Igreja no final do século VII, com a
palavra theatron denotando espetáculos do Hipódromo de Constantinopla ou círculos literários onde trabalhos
retóricos eram lidos em voz alta. Todavia, elementos teatrais sobreviveram no cerimonial imperial e em
festividades populares, nas quais participavam mímicos, bobos, músicos, dançarinos, etc. Na literatura foram
produzidas peças para leitura e na liturgia encontram-se várias características teatrais.[400] A dança também foi
mal vista pelos eruditos da Igreja, porém, tal como o teatro, sobreviveu ao período. Estava presente no
cerimonial cortesão, principalmente nos festivais das Calendas e da Brumália, e foi por inúmeras vezes
mencionada em obras literárias como em Digenis Acritas.[401]

No caso da música, para além das aclamações, nenhuma obra não ligada às liturgias sobreviveu. Embora a
música secular é citada várias vezes por autores cristãos e historiadores, o gênero, estilo e forma são incertas,
sendo que autores modernos considerem como "música bizantina" todo cântico sagrado medieval que seguiu o
rito Ortodoxo Oriental e alguns cânticos cerimoniais em honra ao imperador, a família imperial e altos
dignitários da Igreja Ortodoxa.[402] A pouca informação preservada sobre instrumentos musicais também é um
problema. O seu número, tipo e função não está completamente compreendido e, embora alguns nomes
tenham sido preservados em textos contemporâneos, é muito difícil associá-los claramente com as
representações pictóricas e/ou escultóricas remanescentes.[403]

Conhecimento
Os escritos da Antiguidade Clássica nunca deixaram de ser cultivados no
Império Bizantino. Assim, a ciência teve ligação estreita com a filosofia
antiga (sobretudo Platão e Aristóteles)[404] e com a metafísica.[405]
Embora em vários momentos os bizantinos tenham alcançado feitos
magníficos na aplicação das ciências (notadamente na construção de
Santa Sofia), a partir do século VI os eruditos fizeram poucas
Iluminura retratando o interior de contribuições à ciência em termos de desenvolvimento de novas teorias
uma escola ou no estender de autores clássicos.[406][407] Nos anos sombrios da
praga e conquistas árabes, o conhecimento sofreu acentuada estagnação,
mas no Renascimento bizantino no final do primeiro milênio, os
estudiosos reafirmaram-se novamente, tornando-se especialistas nos desenvolvimentos científicos dos árabes e
persas, especialmente astronomia e matemática.[408] No século XV, gramáticos foram os principais
á i l ã l t it d t d ti i lit á i d ti
responsáveis pela execução, pessoalmente e por escrito, de estudos gramaticais e literários do grego antigo que

marcaram o início da Renascença italiana.[409] Nesse período, a


astronomia e outras ciências matemáticas eram ensinadas em Trebizonda
e a medicina atraiu o interesse de quase todos os estudiosos.[410]

No direito, as reformas de Justiniano (r. 527–565) tiveram efeito claro


sobre a evolução da jurisprudência e a Écloga de Leão III, o Isauro
(r. 717–741) influenciou a formação das instituições jurídicas do mundo
eslavo.[411] Leão VI, o Sábio (r. 886–912) fez, numa obra de 60
volumes, a codificação completa do direito romano em grego.[205] No
século X, os imperadores legisladores, de Romano I (r. 920–944) a
Basílio II (r. 976–1025), fizeram inúmeras reformas com base nos
problemas de seu tempo e os imperadores finais trataram de modificar o
procedimento legal.[412]

No Império Bizantino havia nítida preocupação pelo conhecimento. A


Frontispício de Dioscórides de Apedeusia, falta de cultura mental ou conhecimento, era motivo para
Viena, que mostra um grupo de ridicularização e zombaria.[413] A educação monástica dava instruções
sete médicos famosos. O mais básicas a monges analfabetos e crianças que queriam ser padres e freiras,
importante na imagem é Cláudio
enquanto o ensino secular ficou a cargo das escolas primárias que são
Galeno, sentado numa cadeira
atestadas a partir do século VI. João Crisóstomo pretendia implementar o
dobrável
ensino secular no âmbito monástico, mas não recebeu retorno dos
eclesiásticos. A escola secundária, embora parcialmente controlada pelo
Estado e a Igreja, era privada, e o ensino superior, como era tradição nas poleis gregas, foi assunto do Estado:
Teodósio II (r. 408–450) fundou a Universidade de Constantinopla e em meados do século IX foi fundada no
palácio uma escola de ensino secundário e superior, que foi posteriormente reincentivada ou restaurada por
Constantino VII (r. 913–959).[414] É importante notar, entretanto, que o ensino primário foi ministrado em
todas as localidades do império, o secundário apenas em grandes cidades e o superior exclusivamente em
Constantinopla.[415]

Sob Constantino IX (r. 1042–1055), foram fundadas escolas de direito e filosofia, e no século XII o patriarca
manteve escola de retórica e teologia, a chamada Escola Patriarcal. No final do século XIII e no XIV, nota-se a
manutenção do patrocínio imperial do ensino superior e há registro de muitas escolas, privadas ou semi-
privadas.[414] Durante a vida acadêmica os alunos aprendiam gramática (leitura, escrita e crítica a obras
clássicas, sobretudo Homero), retórica (correção da pronúncia e estudo de autores), filosofia, arte, aritmética,
geometria, música, astronomia, direito, medicina e física, além de educação religiosa. Não há menções sobre
educação feminina mas supõe-se que jovens de classes abastadas recebiam, em parte, a mesma educação dos
meninos, enquanto que nas classes inferiores aprendiam geralmente apenas a ler e escrever.[413]

Sociedade
A sociedade incluía várias classes sociais que não eram exclusivas
nem imutáveis. Delas as mais características eram as dos pobres,
camponeses, soldados, comerciantes e membros do clero.[416] Os
pobres, segundo um documento de 533, eram todos aqueles que não
possuíssem 50 moedas de ouro (soldos).[417] Formaram a maioria da
plebe cosmopolitana[418] e sua quantidade flutuou ao longo dos
séculos do império, embora seu número tenha se elevado de maneira
acentuada no final da Antiguidade Tardia com as invasões bárbaras e Imperador Teófilo visita a Igreja de
a fuga de muitas pessoas às cidades, para escaparem da alta tributação Santa Maria de Blaquerna. Iluminura
[419] d E ilit d M di
no campo.[419] Embora não haja dados precisos sobre seu número, do Escilitzes de Madri
sem dúvida o campesinato representou a maioria dos habitantes das

áreas rurais. Como os soldados, são referidos no Tática de Leão VI


como a espinha dorsal do império.[420] A nível organizacional, os
soldados eram semelhantes a seus congêneres do período romano
clássico, mas quando analisados no âmbito social surgem diferenças
nítidas; a Tática de Leão VI fornece muitos elementos sobre a
aparência, costumes, hábitos e vida dos soldados.[421]

Além de funções militares, os soldados exerciam atividades acessórias


como médicos ou técnicos[422] e até o século XI também se
envolveram em atividades rurais, havendo a hipótese de terem
Agricultores no campo (metade
exercido funções como artesãos e comerciantes.[423] Cogita-se inferior) e a receber o pagamento
também a hipótese de que a partir do século X muitos soldados, (metade superior). Parábola dos
através de seus pagamentos, tenham começado a adquirir Trabalhadores na Vinha, evangelho
propriedades rurais com impostos reduzidos ou isentados.[424] Com o do século XI
passar do tempo, a classe mercantil, em especial a de Constantinopla,
tornou-se uma força própria que por vezes chegou a ameaçar o
imperador, o que foi alcançado através do uso eficiente do crédito e
de outras inovações monetárias.[425] Finalmente, o poder de compra
dos mercadores tornou-se tal que influenciavam os preços em
mercados tão distantes como os do Cairo e Alexandria e acabaram,
por conseguinte, fazendo parte do senado através de concessões
imperiais, o que fez com que passassem a integrar a elite reinante;
mantiveram-se nesta posição até as maquinações políticas do
século XI, que levaram a aristocracia rural a assegurar o trono para si Cena de casamento e vida em
por mais de um século,[426] embora depois tenham regressado à sua família em Constantinopla
posição, mantendo-a até o período da Terceira Cruzada.[427]

Por fim havia a classe dos clérigos. Ao contrário de seus congêneres europeus ocidentais, que distanciavam-se
dos ditos leigos, os clérigos orientais mantinham-se em constante contato com a sociedade. Ao contrário da
Igreja Latina, a Igreja Bizantina autorizava o casamento de padres e diáconos, uma vez que muitos deles já o
eram antes da ordenação. Aos bispos, contudo, recomendava-se que não se casassem.[428] Estando a
hierarquia religiosa espalhada pelas divisões administrativas do império, o clero foi mais onipresente do que os
servos do imperador.[429] A questão do cesaropapismo, geralmente associada com o Império Bizantino, é
agora entendida como sendo uma simplificação das condições reais do império.[430] No século V, o patriarca
de Constantinopla foi reconhecido como o primeiro entre iguais dos quatro patriarcados orientais, com estatuto
igual ao do papa de Roma. As províncias eclesiásticas (chamadas eparquias) eram chefiadas pelos arcebispos e
metropolitas, que supervisionavam seus subordinados bispos ou epíscopos. À maioria das pessoas, contudo, o
rosto mais reconhecível do clero era o seu pároco ou papas (da palavra grega para "pai").[428][431]

Embora constituindo 50% da população, as mulheres tenderam a ser esquecidas nos estudos bizantinos.[432] A
sociedade era patriarcal e deixou poucos registros sobre mulheres. Outrossim, eram geralmente vistas com
desconfiança e consideradas periodicamente imundas e como resultado foram objeto de discriminação. As
mulheres eram desfavorecidas em alguns aspectos legais, no acesso à educação e na liberdade de movimento,
que era limitado.[433] Segundo as tradição os casamentos eram arranjados pelos pais dos noivos almejando
alianças familiares, dotes, etc. As moças podiam casar-se aos 12 anos e os rapazes aos 14. O homem precisava
de bens equivalentes ao dote da mulher. Os casamentos imperiais eram arranjados pelos alto funcionários do
palácio, que traziam pretendentes de todo o reino para os príncipes escolherem.[434]

Recreação
Os persas introduziram o chatrangue (um dos antecessores do xadrez)
no Império Bizantino por volta do século VII que foi assimilado sob o
nome de zatrício (em grego: ζατρίκιον; romaniz.: zatrikion). Porém,
sua primeira evidência da qual é possível estabelecer uma data correta
é do século XII, numa passagem da biografia de Aleixo I, escrita por
sua filha Ana Comnena. Não se conhece em detalhes as regras do
jogo que era praticado na corte bizantina e com a derrocada do
Iluminura da Épica dos Reis de
império em 1453, a versão existente do jogo foi substituída pela
Ferdusi mostrando embaixadores da
versão turca que viria a ser posteriormente substituída pela versão
Índia jogando uma partida de
europeia.[435] Os bizantinos eram ávidos jogadores de tábula (em
chatrangue com Burzemir, o vizir do
xá Cosroes I (r. 531–579)
grego medieval: τάβλη; romaniz.: táble), o moderno gamão, que ainda
é popular em antigo territórios bizantinos e é conhecido na Grécia
pelo mesmo nome.[436]

Participar e comparecer em eventos esportivos eram as formas mais


relevantes de entretenimento na Antiguidade Clássica, porém no
mundo bizantino houve alterações. Devido as restrições impostas pelo
cristianismo, esportes perigosos foram condenados, sobretudo os
fatais como as lutas de gladiadores. Sob Teodósio I (r. 378–395), os
Basílio I vence luta contra campeão
Jogos Olímpicos foram abolidos (em 393), mas aparentemente
búlgaro. Iluminura do Escilitzes de
continuaram a ser realizados em Dafne, próximo de Antioquia, até
Madri
521 sob Justino I (r. 518–527). O direito canônico permitia luta, boxe,
corrida (que eram realizadas no hipódromo), salto e lançamento de
disco; diz-se que Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) quando jovem era excelente em lutas e João I
(r. 969–976) era habilidoso no tiro com arco.[437]

Além da caça, praticava-se três modalidades de esportes equestres: o tzicânio, o tornemo e o dzustra. O
tzicânio, similar ao polo, veio muito cedo da Pérsia e um Tzicanistério (estádio para este jogo) foi edificado por
Teodósio II (r. 408–450) dentro do Grande Palácio de Constantinopla;[438] Basílio I destruiu o edifício original
para edificar a Igreja Nova e edificou um maior; diz-se que Basílio era excelente no jogo,[437] Aleixo I se feriu
quando jogava com Tatício[439] e João I (r. 1235–1238) se feriu fatalmente quando jogava em Trebizonda. O
tornemo e a dzustra foram introduzidos pelos ocidentais e jogados segundo as regras dos encontros
cavalheirescos.[440]

Vestuário

O vestuário e moda eram muito importantes, havendo regulamentos e


regras sobre o que vestir no dia a dia ou em ocasiões especiais como
os banquetes. Um exemplo disso é o Cletorológio de Filoteu, que
descreve o local onde os convidados dos banquetes imperiais se
sentariam segundo sua posição e roupas. O vestuário imperial dos
períodos iniciais era uma reminiscência clara do estilo romano. Com o
tempo, porém, em especial através da influência de povos vizinhos,
esse estilo foi deixado às ocasiões cerimoniais, enquanto um estilo
próprio surgiu:[441] a trábea triunfal, uma toga cerimonial romana
Sapatos bizantinos do século VI
utilizada até o século VI, evoluiu à estola de couro ou seda pesada
com pedras preciosas e pérolas cravejadas, denominada loros, que
manteve-se em uso até o século XII. [442] O clâmide, uma vestimenta militar que evoluiu do paludamento
romano, adquiriu caráter luxuoso e passou a ser fabricado em seda e outros materiais preciosos.[443]
As vestimentas femininas, diferente das usadas por homens, são atualmente pouco conhecidas devido às
poucas menções por parte dos autores, e mesmo às peças cujo nome se conhece (delmatício, mafório e
torácio), sua finalidade é parcial ou totalmente incerta. Sabe-se, por outro lado, que tanto a imperatriz como
esposas dos oficiais da corte trajavam-se de forma semelhante aos seus cônjuges e que os servos das mulheres
vestiam-se todos com a mesma roupa.[444] Outro segmento social do qual pouco se sabe sobre suas
vestimentas são as crianças. Embora por vezes mencionadas nas obras dos estudiosos, seu vestuário é pouco
ou quase nunca descrito.[445]

Culinária

Para Nicolau Tselementes, a culinária era marcada pela fusão da


gastronomia greco-romana: embora registros dos alimentos sejam
escassos, há nítidas relações com a culinária descrita, por exemplo, na
Gastronomia de Arquéstrato (século V a.C.). As receitas dos pratos
sobreviveram em tratados que lidavam com a nutrição e o regime
Basílio I, o Macedônio realiza mensal de alimentos para boa saúde e no século XII autores como
banquete aos senadores. Iluminura Eustácio de Salonica e Ptocoprodromo descreveram pratos luxuosos.
do Escilitzes de Madri Consumia-se alimentos em três refeições (café da manhã, almoço e
ceia)[446] e o consumo variava conforme a classe social. No palácio,
convidados eram recebidos com vinho, frutas, bolos de mel e doces
xaroposos.[447] A nobreza e os ricos comiam com fartura, inclusive
alimentos exóticos; se tem notícia de caviar e esturjão, que eram
importados, e carne de animais selvagens, molhos, vinagre, repolho
em conserva e especiarias como pimenta e canela, sobremesas e bolos
de mel feitos com farinha misturada com mosto ou feitos com farinha
de trigo em formatos circulares recheavam a mesa.[446] Apenas as
classes mais abastadas comiam cordeiro.[448]
Cena de Caça (século XI), iluminura
Os comuns comiam pães, legumes e vegetais, cereais, óleos, frutas,
do Mosteiro de Santa Catarina
peixe e vinho; os pobres subsistiam de vegetais, vinagre, legumes
preparados com azeite, sopa feita de farinha e cevada ou omelete de
cebola. [446] Salada e sopa eram populares e produzia-se vários tipos de queijo. Também eram apreciados
mariscos e peixes, de água doce e salgada, embora optassem pelos de água salgada. Cada família também
mantinha um estoque de aves. Consumiam-se ainda outros tipos de carne de caça. Na caça eram utilizados
cães e falcões, embora por vezes fossem empregadas armadilhas e redes. Os cidadãos abatiam suínos no início
do inverno, que forneciam para suas famílias linguiça, carne e banha para todo o ano. Raramente se comiam
bovinos, pois eram usados para cultivar os campos. A forma mais comum de preparação dos alimentos era por
cozedura.[448]

Consumia-se molho de soja (murri) e molho de cevada fermentada como condimento,[449] garo (molho de
peixe), pasto (carne seca temperada),[450][451][452] coptóplaco (tipo de pastel)[453][454] e tiropita.[455][456][457]
Retsina (vinho aromatizado com resina de pinheiro) também era bebido; Liuprando de Cremona, em sua
embaixada a Constantinopla em 968 em nome do imperador Otão I (r. 936–973), reclamou do sabor do vinho
e do garo.[458] Com o comércio de longa distância, Constantinopla era inundada por muitos produtos
alimentícios (noz-moscada, tâmara, figo, romã, amêndoa, pistache, cenoura, alho, abobrinha, uva, pera, maçã,
alho-poró, melão, laranja, berinjela, etc.), provenientes de diferentes lugares, principalmente da Ásia.[447]
Através dos fragmentos de livros culinários descobriu-se alguns hábitos alimentares e as propriedades
atribuídas aos alimentos: rosa, alho, lírio, açafrão, violeta, mirtilo, camomila, sândalo, cânfora e noz-moscada
eram vistos como plantas medicinais, enquanto grão-de-bico, melão, tâmara e rúcula eram afrodisíacos.[459]
Legado
O império é comumente descrito como absolutista, ortodoxo, oriental
e exótico, assim como os termos "bizantino" e "bizantinismo" são
usados como arquétipos de decadência, burocracia complexa e
repressão. Países da Europa Central e Sudeste que saíram do Bloco
do Leste no final da década de 80 e começo da 90 avaliaram essa
civilização e seu legado negativamente devido sua ligação com um
suposto "autoritarismo e autocracia oriental". Tanto autores europeus
orientais como ocidentais têm apresentado frequentemente o Império
Bizantino como um corpo de ideias religiosas, políticas e filosóficas
contrárias ao Ocidente. Mesmo na Grécia do século XIX, o foco foi
principalmente seu passado clássico, enquanto a tradição bizantina era
associada a conotações negativas.[460]

Essa abordagem tradicional tem sido questionada, parcial ou Rei Davi nas vestes de um
totalmente, e revisada por estudos modernos, que focam nos aspectos imperador bizantino. Iluminura do
positivos da cultura e legado. Averil Cameron considera inegável sua Saltério de Paris
contribuição à formação da Europa medieval, e tanto Cameron como
Obolensky reconhecem o papel central do Império Bizantino na
formação da Ortodoxia, que por sua vez ocupou posição central na história e sociedade da Grécia, Bulgária,
Rússia, Sérvia e outros países.[461] Os bizantinos preservaram e copiaram manuscritos clássicos, pelo que são
assim reconhecidos como transmissores do conhecimento clássico, importantes contribuidores à civilização
europeia moderna e precursores tanto do humanismo renascentista como da cultura eslava ortodoxa.[462]

Como único Estado de longo prazo na Europa na Idade Média, ele isolou a Europa Ocidental das forças
emergentes do Oriente. Sob ataque constante, manteve afastados da Europa Ocidental persas, árabes, turcos
seljúcidas e, por algum tempo, turcos otomanos. De uma perspectiva diferente, desde o século VII, a evolução
e constante reformulação do Estado foram diretamente relacionadas com o progresso do Islã.[462] Com a
tomada de Constantinopla em 1453, o sultão Maomé II, o Conquistador usou o título de "César de Roma" (em
turco: Kaysar-i-Rûm), pois queria fazer o Império Otomano herdeiro do Império Bizantino.[463][464] Segundo
Cameron, ao considerarem-se "herdeiros" do Império Bizantino, os otomanos preservaram aspectos
importantes de sua tradição, permitindo um "renascimento ortodoxo" durante o período pós-comunista nos
Estados do Leste Europeu.[462]

Ver também

Notas
bizantinos. Em 1204, os líderes da Quarta
1. A referência ao nome "Nova Roma" aparece Cruzada deram o nome România ao recém-
pela primeira vez num documento oficial do fundado Império Latino.[15] O termo não se
Primeiro Concílio de Constantinopla (381), refere à moderna Romênia.
onde é usado para justificar a afirmação de
que a sé patriarcal de Constantinopla é 3. A historiografia bizantina convencionou
dividir a história do Império Bizantino em três
precedida apenas por aquela de Roma.[3]
períodos: período antigo (324-610),[27]
2. "România" foi um nome popular do império
médio (610-1204)[28] e tardio (1204-
usado principalmente extra-oficialmente, que
1453).[29]
significa "terra dos romanos".[11][12][13][14]
g
Após 1081, também aparece 4. Outros nomes ocidentais como "O Império
ocasionalmente em documentos oficiais de Constantinopla" (em latim: Imperium

Constantinopolitanum) e "O Império da 10. Vários autores, a citar Kenneth M. Setton e


România" (imperium Romaniae) também seu artigo The Byzantine Background to the
foram usados. Italian Renaissance (1956), tem considerado
5. "A corte franca deixa de considerar o Império que a influência dos estudiosos bizantinos
Bizantino como titular dos créditos válidos na Itália já era sentida muito antes da Queda
de universalidade; em vez disso, passou a da capital oriental aos turcos, começando ao
chamar-lhe 'Império dos Gregos'".[44] menos desde o século VII, quando vários
bizantinos imigram dos territórios recém-
6. Na crônica latina de 1190 Continuatio
Cremifanensis, Isaac II Ângelo é referido perdidos na Síria ao sul da Itália.[303]
como Imperator Romaniae e Frederico 11. Outros produtos comercializados foram:
Barba Ruiva como Imperator Romanorum. escravos, joias, perfumes, âmbar,
Contudo, alguns anos antes, em 1169, o especiarias (cravo, pimenta-do-reino,
enviado genovês chamado Amico de Murta, mostarda, etc.), peles, porcelana, armas,
em seu juramento em Constantinopla em imagens religiosas, marfim, objetos de ouro,
nome dos genoveses, se referiu a trigo, papiro, pedras preciosas, azeite e
Manuel I Comneno como Imperator azeitonas, vinho e ornamentos.[343][344][345]
Romanorum. Após 1204, os termos 12. "Furthermore, the growing power of the Turks
Imperium Romaniae e Imperator Romaniae was a menace not alone to the existence of
foram usados pelos ocidentais para the Eastern Empire but to the whole of
descrever o Império Latino e seus Europe, and made it imperative upon the
respectivos imperadores.[45] Christian princes to abandon their
7. Embora tenha sido bem sucedido com internecine strife and unite with the Greeks in
relação à introdução do soldo, há autores defence of their common Christianity agains
que acusam Constantino de "fiscalidade the power of Islam". "Council of Basle" na
irresponsável",[49][51][52] por ter criado o edição de 1913 da Enciclopédia Católica
controverso imposto crisárgiro.[53][54] (em inglês). Em domínio público. Tradução:
Além do mais, o poderio crescente dos
8. Na "Paz de 50 anos" foi acordado, entre turcos era uma ameaça não só à existência
outras coisas, a não construção de do Império Oriental mas para toda a Europa,
fortalezas nas fronteiras, o alívio das e tornava imperativo o abandono por parte
restrições diplomáticos e econômicas[82] e o dos príncipes cristãos dos seus conflitos
pagamento anual bizantino de 30 000 mortíferos e a sua união com os gregos na
soldos aos sassânidas.[97][98] defesa do seu cristianismo comum contra o
9. Carlos Magno foi coroado imperador poder do islã.
ocidental pelo papa Leão III em 800, porém 13. Por arte menor identifica-se toda produção
desde 768 mantinha o título de rei dos artística diferente de arquitetura, pintura,
francos.[150] escultura, desenho e gravura.[395]

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