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“O mundo inteiro se afasta quando se

depara com alguém que sabe para


onde está indo.”

Antoine de Saint-Exupery

1
Conteúdo Programático
1. CF/88 – arts. 14 a 17 (EC 107/2020) / 118 a 121;

2. Código Eleitoral – Lei 4.737/65;

3. LC 64/90 – Inelegibilidades;

4. Lei n.º 9.096/95 – Lei dos Partidos Políticos;

5. Resolução TSE nº 21.538/2003 – Alistamento


Eleitoral;

6. Lei n.º 9.504/97 – Lei das Eleições;

7. Minirreformas Eleitoral 2017/2019/2020


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Cronograma Estudo
1. Teoria Geral do Direito Eleitoral;
2. Partidos Políticos;
3. Organização da Justiça Eleitoral;
4. Alistamento Eleitoral;
5. Sistemas Eleitorais;
6. Campanhas e Propaganda política e eleitoral;
7. Votação / Apuração / Diplomação
8. Recursos e ações específicas
9. Crimes eleitorais
10. Reforma política

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Dicas Livros
1. Jaime Barreiros Neto - Sinopses para
concursos – 11ª Ed. 2021 – Ed. Jus Podivm
2. Roberto Moreira de Almeida - Curso de Direito
Eleitoral (2020) - 16a edição (Minirreforma) -
Revista, ampliada e atualizada – Ed. Jus
Podivm
3. Legislação Eleitoral Comentada e Anotada –
Marcílio Nunes Medeiros – 2ª edição (2020) –
Ed. Jus Podivm
4. Jaime Barreiros Neto – REVISAÇO DIREITO
ELEITORAL – 498 questões comentadas
alternativa por alternativa (2017) – 3a ed.: Rev.,
amp. e atualiz. – Ed. Jus Podivm
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O ANALFABETO POLÍTICO

“O pior analfabeto é o analfabeto político.


Ele não ouve, não fala, não participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do
feijão, do peixe da farinha, do aluguel, do sapato
e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro, que se orgulha
e estufa o peito, dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que de sua ignorância nasce
a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e
o pior de todos os bandidos, que é o político
vigarista, pilantra, o corrupto e o explorador das
empresas nacionais e multinacionais.”
Bertolt Brecht
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Teoria Geral do Direito Eleitoral
1. Noções Introdutórias
É um ramo do Direito Público que tem por
base o estudo do regime democrático, com a
finalidade de assegurar o pleno exercício da
soberania popular.

2. Objeto
Normatização de todo o processo eleitoral,
que se inicia com o alistamento do eleitor e a
consequente distribuição do corpo eleitoral e
se encerra com a diplomação dos eleitos, para
preservação da democracia.
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Teoria Geral do Direito Eleitoral
3. Democracia Semidireta – CF/88
Art. 1º A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição. 7
Teoria Geral do Direito Eleitoral
4. Elementos essenciais:

Forma de Governo República

Forma de Estado Federação

Regime Político Democracia

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
5. Formas Diretas de exercício do poder pelo
povo:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo


sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:

I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
5. Formas Diretas de exercício do poder pelo
povo:

Art. 61. § 2º A iniciativa popular pode ser


exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por 5 Estados, com não menos de
três décimos por cento (0,3%) dos eleitores de
cada um deles.

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
Fontes Diretas Fontes Indiretas

◼ Constituição ◼ Código Penal


Federal ◼ Código de
◼ Código Eleitoral Processo Penal
◼ Lei das Eleições ◼ Provimentos das
Corregedorias
◼ Lei dos Partidos
Políticos ◼ Doutrina
◼ Lei das ◼ Jurisprudência
Inelegibilidades
◼ Resoluções do TSE
◼ Regimentos
Internos 11
Teoria Geral do Direito Eleitoral
6. Princípios do Direito Eleitoral

6.1. Princípio da lisura das eleições

◼ Ligado à idéia de honestidade, franqueza.


No que concerne ao Direito Eleitoral, o
princípio da lisura tem por escopo
preservar a intangibilidade dos votos e
igualdade dos candidatos perante a lei
eleitoral. Protege o processo eleitoral, no
sentido de combater abusos, fraude e
corrupção.

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
6. Princípios do Direito Eleitoral

6.2. Princípio do aproveitamento do voto

◼ in dubio pro voto, de modo a preservar a


soberania popular, a apuração dos votos e
a diplomação dos eleitos.

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
6.3. Princípio da celeridade
◼ Impõe que as decisões eleitorais sejam

imediatas, evitando-se ultrapassar a fase


da diplomação.

6.4. Princípio da anualidade ou anterioridade


eleitoral
◼ Art. 16 – CF/88 - A lei que alterar o processo
eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que
ocorra até um ano da data de sua vigência.
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 4, de 1993)
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Teoria Geral do Direito Eleitoral
6.5. Princípio da moralidade eleitoral

◼ Decorre diretamente do princípio


democrático, na medida em que impõe que
somente pessoas hábeis do ponto de vista
moral podem ocupar os cargos eletivos.
◼ Art. 14, § 9º – CF/88 – proteger a probidade
administrativa e a moralidade no exercício
do mandato.
◼ Lei da FICHA LIMPA – LC 135
◼ Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral.
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Teoria Geral do Direito Eleitoral
Questões:

◼ (Promotor de justiça – RR):


No caso da acusação de prática de crime
comum, somente a condenação transitada em
julgado impede a candidatura. Doravante, com
a publicação da Lei da Ficha Limpa, a
condenação por determinados crimes comuns,
sem trânsito em julgado da decisão, desde
que esta seja proferida por órgão colegiado,
acarreta impedimento para a candidatura.

R - Correta

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Direitos Políticos
1. Conceito - art. 1°, parágrafo único, CF/88

2. Cidadania = nacionalidade + direitos políticos

3. Eleição, Sufrágio e Voto

Universal Igual / desigual


Restrito Secreto / público
Censitário Direto / indireto
Capacitário
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Direitos Políticos
Exemplo:

◼ (Procurador da República) REDAÇÃO:

O que significa o sigilo do voto, qual sua


fundamentação legal e constitucional, e como
deve ser assegurado?

“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio


universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei”

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Direitos Políticos
Exemplo:

◼ (Juiz Mato Grosso do Sul):


O sufrágio é universal, direito público
subjetivo, que cabe a todos os nacionais, sem
restrições.

Obs.: Menor de 16 anos poderá ser


considerado sem restrições, pois não está
habilitado a exercer o sufrágio, o que não
retira, entretanto, o caráter universal do voto.
R - Falsa

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Direitos Políticos
4. Obrigatoriedade do voto - capacidade eleitoral
ativa
Art. 14. (...) – CF/88

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito


anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos. 20
Direitos Políticos
4. Obrigatoriedade do voto - capacidade eleitoral
ativa

Art. 14. (...) – CF/88

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os


estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.

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Direitos Políticos
I. Obrigatório
◼ Maiores de 18 anos

II. Facultativos
◼ Analfabetos;

◼ Maiores de 70 anos;

◼ Maiores de 16 e menores de 18 anos.

III. Vedação
◼ Estrangeiros

◼ Conscritos

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Direitos Políticos
5. Art. 14. (...) § 3º São condições de elegibilidade:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) 35 anos para Presidente e Vice e Senador;
b) 30 anos para Governador e Vice e do Distrito
Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito;
d) 18 anos para Vereador. 23
Direitos Políticos
6. Inelegibilidades

I. Absolutas - ART. 14, § 4.º, CF/88


a) Inalistáveis;
b) Analfabetos.

II. Relativas
a) Inelegibilidade Reflexa;
b) Desincompatibilização;
c) Reeleição;
d) Militar.

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Direitos Políticos
Inelegibilidade reflexa

§ 7º São inelegíveis, no território de


jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.

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Direitos Políticos

Inelegibilidade reflexa

Súmula Vinculante 18 – STF

A dissolução da sociedade ou do vínculo


conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da
Constituição Federal.

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Direitos Políticos
Reeleição

Art. 14. § 5º O Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período
subseqüente.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

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Direitos Políticos
Desincompatibilização

Art. 14. § 6º Para concorrerem a outros


cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal
e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes
do pleito.

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Direitos Políticos
Militar

Art. 14. § 8º O militar alistável é elegível,


atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço,
deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço,
será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.

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Direitos Políticos
7. Perda e suspensão de direitos políticos

I. Perda – cancelamento da naturalização

II. Suspensão:
a) incapacidade civil absoluta;
b) condenação criminal;
c) escusa de consciência;
d) improbidade administrativa

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Direitos Políticos
Res. 21.538/03

Art. 53. São considerados documentos


comprobatórios de reaquisição ou
restabelecimento de direitos políticos:

I – nos casos de perda:


a) decreto ou portaria;
b) comunicação do Ministério da Justiça;

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Direitos Políticos
Art. 53. (...)
II – nos casos de suspensão:
a) para interditos ou condenados: sentença
judicial, certidão do juízo competente ou outro
documento;
b) para conscritos ou pessoas que se recusaram
à prestação do serviço militar obrigatório:
Certificado de Reservista, Certificado de
Isenção, Certificado de Dispensa de
Incorporação, Certificado do Cumprimento de
Prestação Alternativa ao Serviço Militar
Obrigatório, Certificado de Conclusão do Curso
de Formação de Sargentos, Certificado de
Conclusão de Curso em Órgão de Formação da
Reserva ou similares;
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(MPF – Procurador da República) Considerando
as seguintes assertivas:
I. O voto é obrigatório para maiores de
dezesseis anos, se conscritos;.
II. O plebiscito, o referendo e as leis de
iniciativa popular são as únicas formas de
soberania popular previstas na Constituição
Federal da República;
III. O brasileiro naturalizado pode ser candidato
a Deputado Federal, mas não pode ser
candidato a Senador.
Pode-se afirmar que:
a) todas estão erradas.
b) apenas I está errada.
c) apenas II não está errada.
d) apenas III não está errada. R-A
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(UFPR – Juiz de Direito Substituto-PR) No que
consiste o princípio da anualidade eleitoral?
a) As leis eleitorais têm validade de apenas 01
(um) ano a partir de sua publicação, razão pela
qual existem as Resoluções do TSE a cada
eleição.
b) As leis eleitorais valem apenas para o ano da
eleição para a qual foram editadas e publicadas
e são complementadas pelas Resoluções do TSE.
c) As leis eleitorais que alteram o processo
eleitoral somente entram em vigor 01 (hum) ano
depois da eleição para a qual foi publicada.
d) As leis eleitorais que alteram o processo
eleitoral entram em vigor na data de sua
publicação e não se aplicam à eleição que ocorra
até 01 (um) ano da data de sua vigência.
R - 34
D
Teoria Geral do Direito Eleitoral
(FCC – Juiz Substituto – MS) O alistamento
eleitoral NAO é
a) facultativo para os naturalizados.
b) facultativo para os analfabetos.
c) facultativo para os maiores de setenta
anos.
d) facultativo para os maiores de dezesseis e
menores de dezoito anos.
e) obrigatório para os maiores de dezoito
anos.

R-A

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Teoria Geral do Direito Eleitoral
(FCC – Juiz Substituto – RR) A recusa de
cumprimento de obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, acarreta

a) somente a imposição de pena pecuniária.


b) a cassação dos direitos políticos.
c) a perda dos direitos políticos.
d) a suspensão dos direitos políticos.
e) somente a aplicação de pena privativa de
liberdade.

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R-D
(Cespe – Juiz de Direito Substituto – MA)
Considerando os casos de inelegibilidade
previstos em lei, assinale a opção correta.
a) A jurisprudência do TSE veda a candidatura de
pai e filho, em uma mesma chapa, para os cargos
de prefeito e vice-prefeito, por tal situação
configurar nepotismo.
b) Secretário da administração estadual não está
obrigado a afastar- se de seu cargo para
candidatar-se a cargo eletivo em âmbito federal.
c) Governador de estado pode manter-se no
cargo para candidatar-se à reeleição.
d) Considere que Maria mantenha um
relacionamento homoafetivo com a atual prefeita
do munícipio X. Nessa situação, a companheira
da prefeita poderá candidatar-se a cargo eletivo
nesse munícipio. R-C 37
(Cespe – Juiz de Direito Substituto – BA)
Considerando as normas legais brasileiras
concernentes à possibilidade de reeleição ao
cargo de prefeito municipal, assinale a opção
correta.

a) O TSE admite a reeleição em cada município,


em respeito ao princípio da soberania popular,
sem restrições de mandatos.
b) Considere que Jonas, que cumpre o segundo
mandato de prefeito municipal, pretenda
candidatar-se a prefeito da cidade vizinha.
Nessa situação, a candidatura é permitida pelo
TSE, pelo fato de se tratar de circunscrição
diversa.
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c) O prefeito de uma cidade no exercício do
primeiro mandato pode candidatar-se à
prefeitura de outra, desde que transfira o seu
domicílio eleitoral em tempo hábil.
d) O impedimento legal a um terceiro mandato
consecutivo restringe-se à circunscrição na
qual o prefeito exerce o seu mandato.
e) O TSE admite uma terceira candidatura na
hipótese de o prefeito renunciar ao cargo seis
meses antes da data das eleições.

R–C

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