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RELATÓRIO SOCIO-ECONÓMICO

Na sequência do trabalho que vem sendo realizado pela equipa dos agentes comunitários foi
nos proposto a realização de um relatório, pelo coordenador de Policiamento Comunitário
Admilson Mendes, onde consta o levantamento dos dados de um individuo de nome Edson
Carvalho dos Reis, portador de uma deficiência motora que vem se apresentando na rua
pedonal no Plateau. Eu Fátima Tavares Agente de Guarda Municipal, tendo como
colaboradores estagiários do curso de Criminologia e Segurança Pública, Wilson Carvalho
e Ludmila Veiga.

IDENTIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO

NOME: Edson Carvalho dos Reis.

MORADA: Tira Chapéu.

ESTADO CIVIL: Solteiro.

IDADE: 27 anos de idade.

DATA NASCIMENTO: 05 de outubro de 1993.

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO: Portador do CNI nº 19931005M001W.

FILIAÇÃO: Carlos Neves dos Reis e de Maria Paula Andrade de Carvalho.


SITUAÇÃO A NÍVEL DE HABITAÇÃO

No que tange ao nível habitacional Edson não dispõe de uma casa própria, inscreveu-se no
programa do conjunto habitacional Casa Para Todos em 2013, mas não foi contemplado.
Atualmente vive numa casa arrendada e compartilhada com a irmã e com uma outra pessoa.
O individuo acima referido habita num pequeno quarto composto por uma televisão, uma
cama e um pequeno sofá já bastante degradados, a casa de banho que ele compartilha com as
demais pessoas da casa, não é adaptado à sua condição de deficiente.

SITUAÇÃO FINANACEIRO E DE EMPREGABILIDADE

O Sr. Edson Carvalho dos Reis por ser portador de uma deficiência motora começou a cantar
no Plateau como forma de ajudar com as despesas da casa, segundo ele a pensão de 6 mil
escudos que recebe do Estado, diz ser insuficiente para arcar os seus gastos. Muitas vezes
aquilo que consegue arrecadar nos dias em que se desloca ao Plateau não dá para cobrir as
despesas que ele tem, nomeadamente as que tem com acompanhamento médico, deslocação
e alimentação.

A irmã ajudava-lhe como podia, mas após perder o emprego, ficou sobre ele a
responsabilidade de prover o sustento da familia. Recebia também a ajuda da sua outra irmã
que reside em Portugal, mas que devido a pandemia encontra-se desempregada e já não
consegue ajudá-lo.

Encontrou na música uma forma de mudar de vida e conseguir o seu sustento. Desloca-se
todos os dias até ao Plateau com o objetivo de arrecadar algum dinheiro para ajuda-lo com a
sua subsistência.
SITUAÇÃO A NÍVEL DA SAÚDE

O estado de saúde em que se encontra é fruto da violência urbana, um fenómeno que tem
disseminado na nossa sociedade e que é determinado por valores culturais, sociais,
econômico, políticos e morais da mesma. De forma mais especifica, pode-se associar alguns
problemas e praticas que contribuem como o crescimento da violência urbana: desestrutura
familiar, desemprego, trafico de droga e discussões banais, entre outros.

Um dos motivos que segundo ele leva-o a ir para Plateau e que com a ajuda que recebe
do Estado não tem sido suficiente para custear o tratamento derivado das suas feridas.
A sua paraplegia é resultante de uma lesão medular. Este tipo de lesão traduz-se na perda de
controle e sensibilidade dos membros inferiores, impossibilitando-o assim de andar, ou seja,
elas ocorrem quando as vias motoras e sensitivas que percorrem a medula espinhal
geralmente no nível da coluna dorsal ou lombar.

Depois do sofrimento e limitações causadas pela perda de movimentos, portadores de


lesões medulares, como a paraplegia (perda da função motora das pernas, sofrem novamente
com dores frequentes nas mãos, pulsos, cotovelos, costas e também desenvolvem ao longo
dos tempos feridas em consequência do exagerado tempo que permanece sentado. O que
muitas vezes tem trazido alguns constrangimentos dado que estas feridas não cicatrizam,
gostaria de ter uma casa própria nas imediações do Centro de Saúde de Tira chapéu para
poder fazer o curativo.
PROPOSTAS

DE HABITACÃO

Propomos, no que tange a habitação, seria de uma mais valia que se fosse possível a
cedência de uma residência afim de permitir melhores condições de vida, acreditando que
tendo a sua própria residência constitui um dos fatores mais preponderantes da paz social.
Ela garante a quem o conquista a certeza de um domicilio, de moradia e soma de um outro
fator importante nomeadamente a integração nos bens da comunidade. Com a aquisição de
um espaço para habitar a pessoa ganha sentido de proteção assegura, a quem o adquiri, maior
apego ao trabalho podendo assim obter melhores condições de vida.

De acordo com as condições que deparamos aquando da nossa visita sugerimos que seria
viável caso ele fosse contemplado com uma casa de interesse social seja mediante cedência
ou através do pagamento de uma pequena quantia monetária

DE EMPREGABILIDADE

A nível de emprego propomos uma formação de capacitação em multimédia e audiovisual,


para que ele possa prover por si só o seu sustento, uma vez que a nossa ideia é que a longo
prazo ele possa prover o seu próprio autossustento e assim deixar de atuar na rua Pedonal do
Plateau

Ele gostaria de ter o seu próprio estúdio para fazer a gravação das suas musicas, e quiçá poder
tornar-se também num pequeno produtor, visto que segundo ele a custo da gravação de vídeos
e musicas é elevado e que de momento não tem condições. Ele precisaria de um:

 Interface
 Camara de filmar
 Um computador portátil
 Microfone profissional
 Um CPU

A NÍVEL DA SAÚDE

Por ser um jovem que antes do sucedido, ter sido uma pessoa ativa, cheio de energia e que
de um momento para outro viu-se impossibilitado de se locomover, neste sentido à vista
desarmada dá para perceber que carece de algum acompanhamento psíquico.

Os deficientes assim como os demais individuos, têm um papel fundamental na sociedade.


Entretanto, muitas vezes eles sofrem descriminações desde cedo, e o que pode ser feito para
evitar o preconceito? A psicologia definitivamente pode ajudar nestes casos.

Assim propomos que o individuo em questão seja contemplado com acompanhamento


psicológico através de visitas domiciliárias. O psicólogo desempenhará um papel fulcral
contribui quando ajuda o deficiente a ser ativo e proactivo e quando promove a ele a
oportunidade de desenvolver autonomia e responsabilidade sobre ações.

Relatório elaborado pela coordenação Policiamento Comunitário, tendo


como coordenador Admilson Mendes.

Fátima Tavares coordenadora do bairro Safende

Jacelina da Rosa coordenadora do bairro Tira Chapéu.

Praia, 21 de maio de 2021.

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