DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES COMPONETE CURRICULAR: Estudos Linguísticos da Enunciação DOCENTE: Tânia Maria Pereira Augusto DISCENTES: Helton de Farias Henrique Layze Mariana Tenório de Lima QUESTÕES-CHAVE DA LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO Jakobson: funções da linguagem Bally: modus e dictum no quadro da estilísticas Benveniste: ind. de subjetividade e aparelho formal da enunciação Enunciação Bakhtin: as vozes de outrem no quadro do Ducrot: polifonia dialogismo na argumentação na língua Authier-Revuz: não -coincidências do dizer A LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO CONSTITUI UM CAMPO CIENTÍFICO DE ESTUDO?
“Em linhas gerais, o que se percebe é a atribuição do qualitativo
científico à palavra linguística acompanhado de algum restritivo (da língua, da linguagem, do sistema etc.)” (grifos dos autores, p. 98); “[...] elas parecem conduzir à conclusão de que a linguística é uma área do conhecimento que sustenta em uma teoria homogênea capaz de dizer o que é e o que não é ciência” (p. 98) “O leitor é levado a pensar que ciência e linguagem [...] são conceitos unanimes e únicos. O que, absolutamente, não são” (p. 98); Logo, “[...] não é preciso ir muito longe no estudo da área para se descobrir que a linguística, como campo de estudo homogêneo de estudo da linguagem, é uma ficção” (p. 98); Os termos um e não-um, de Milner (1987): “[...] ao um pertencem as linguísticas que não consideram o sujeito da enunciação; ao não-um, o que temos chamado de linguística da enunciação” (p. 99); “Trata-se de uma abordagem de um objeto no qual se inclui o sujeito, portanto, algo do campo de irrepetibilidade. A enunciação é sempre única e irrepetível, porque a cada vez que a língua é enunciada tem-se condições de tempo (agora), espaço (aqui) e pessoa (eu/tu) singulares” (p. 100); “[...] o pronome eu sempre designa aquele que fala (aparelho formal, ordem do repetível), mas sempre terá uma referenciação diferente a cada instância em que é enunciado (a enunciação, ordem do irrepetível)” (p. 100); Qual o método de análise utilizado pela linguística da enunciação? “[...] as teorias da enunciação, cada uma a seu modo, concebem uma forma de analisar os fenômenos circunscrito pela concepção de enunciação que têm. [...] Benveniste não desenvolveu propriamente um modelo de análise da enunciação. Sua obra é mais um roteiro indicativo de questões referentes à ‘presença do homem na língua’ do que a proposição de um método nítido de análise.” (p. 104) Qual é o objeto de estudo da linguística da enunciação? “[...] os fenômenos estudados nas teorias de enunciação pertencem à língua, mas não se encerram nela; pertencem á fala na medida em que só nela e por ela têm existência, e questionam a existência de ambas já que emanam das duas.” (p .105) “[...] todo e qualquer fenômeno linguístico carrega em si a potencialidade de um estudo em termos de enunciação, já que sua existência depende do sujeito que enuncia. O objeto da linguística da enunciação é todo o mecanismo linguístico cuja realização integra o seu próprio sentido e que se auto-referência no uso. A enunciação é, pois, o que constitui esse processo.” (p. 106) E o sujeito da enunciação?
“[...] o sujeito não é propriamente o objeto de estudo de uma teoria
linguística, mas sim a representação que a enunciação dá dele. Parece- nos que a linguística não tem instrumentos suficientes para abordar o sujeito exatamente porque esse conceito releva de aspectos exteriores ao linguístico. Em suma, o sujeito em si não é uma problemática à linguística da enunciação e sua abordagem em linguística exige que sejam convocados exteriores teóricos.” (p. 108) REFERÊNCIA
FLORES, Valdir do Nascimento; TEIXEIRA, Marlene. Questões-chave da
linguística da enunciação. In: _________. Introdução à linguística da enunciação – 1. ed., 1. reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2008.