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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


COLÉGIO DE APLICAÇÃO E.L.A.
DISCIPLINA: ESTUDOS LATINO-AMERICANOS – E.L.A. ESTUDOS LATINO-AMERICANOS
PROFESSORA: IVONETE DA SILVA SOUZA
ESTAGIARIAS: JOANA VIEIRA BORGES
MAISE CAROLINE ZUCCO

Tupi-guarani

Entre cerca de 1.500 e 1.000 d.C, no Brasil encontravam-se núcleos de povoamento tupi-
guarani que se caracterizam, entre outras coisas, por serem agricultores de florestas tropicais. A
partir do local que hoje é o estado de Rondônia, os grupos dispersaram-se pelas bacias do Rio
Paraguai, ocupando depois o litoral brasileiro. Apesar de possuírem modos de vida parecidos e
culturas semelhantes, não formavam um único tipo de sociedade. Às vezes os grupos eram rivais
uns dos outros, sendo as diferenças regionais.

Sistema tribal – a forma de vida tupi-guarani


Organizados em sistemas tribais, que se caracterizam pelas relações de parentesco, ou
seja, a cooperação entre descendentes de um ancestral em comum, os índios tupi-guaranis se
agrupavam em aldeias. As aldeias se localizavam geralmente próximas a rios e eram cercadas.
Dentro do espaço cercado construíam-se as casas e formava-se o pátio. Neste pátio eram
realizadas as reuniões da comunidade, as cerimônias, ou seja, os fatos importantes da aldeia. As
casas eram construídas de madeira e cobertas com folhas de palmeiras. Em cada casa vivia uma
família, constituída não apenas de mãe, pai e filhos, mas de um chefe e todos os seus
descendentes.
Cada aldeia tinha um líder (cacique) que a representava e que era o mais valente nas
guerras. Mas não existiam diferenças entre o que as pessoas possuíam ou faziam, mas sim uma
divisão de tarefas entre homens, mulheres e crianças. As mulheres cuidavam das crianças, da
comida, da plantação, da colheita, da preparação das bebidas, da fabricação de cerâmica;
enquanto os homens caçavam, pescavam e lutavam nas guerras. O líder de cada aldeia não tinha
o poder de um rei. Ele trabalhava como os outros homens do grupo, e seu poder de liderança era
exercido durante as reuniões, nos períodos de guerra ou em situação de calamidade. Quando
havia alguma ameaça à tribo ou um grande trabalho a fazer, todos se uniam.

Economia tupi-guarani: economia de subsistência


Praticavam o que chamamos de economia de subsistência, e nesta a agricultura, plantando
principalmente a mandioca. A mandioca era a base da alimentação em grande parte do litoral,
mas no sul do Brasil o milho representava o alimento mais importante. Preparavam as roças num
sistema de coivara, sendo que tudo o que era caçado ou pescado era repartido entre todos. Por
viverem perto dos rios e do mar, foram os tupis que introduziam a canoa de tronco e a jangada.

Utensílios e hábitos
Os índios faziam grandes vasilhas de cerâmicas para o preparo das bebidas e depósito de
alimentos. Muitas vezes enterravam seus mortos dentro desses grandes vasos, que, reutilizados
eram transformados nas chamadas urnas funerárias. Os indígenas produziam também objetos de
cerâmica, adornos de conchas, de pedras e de penas. Alguns dos objetos de adorno eram usados
em atividades sociais coletivas, festas e rituais.
Em algumas tribos tupi-guaranis encontramos a prática do canibalismo. Nestes rituais,
estas tribos acreditavam que ao comerem o inimigo ganhariam a força e as habilidades dele. Ao
matar seu inimigo o índio recebia mais um nome aumentando sua autoridade diante do grupo.
As cerimônias religiosas eram dirigidas por homens, chamados pajés, mas as mulheres
participavam dos rituais como profetisas. Eles davam muita importância aos sonhos e profecias e
em época de conflitos e nunca partiam para um combate sem antes ouvir pajé. Acreditavam nos
espíritos, principalmente dos parentes mortos.
Apresenta-se como característica da sociedade tupi o respeito e valorização do
conhecimento das pessoas mais velhas. A educação das crianças era responsabilidade não
somente das mães e dos pais, como de toda a comunidade.

GONÇALVES, Marialice Dias. Uma presença continental: Economia, Hábitos e Práticas Tupi. Monografias (s/d).
(<<http://www.brazcubas.br/professores/sdamy/aluintro.html>>). 15 de abril de 2004.

MELATTI, Julio Cezar. Índios do Brasil. Brasília: Editora de Brasília, 1972.

Transposição didática: Joana Vieira Borges e Maise Caroline Zucco

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