Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CNEF / CNA
Comissão Nacional de Estágio e Formação / Comissão Nacional de Avaliação
18 de Julho de 2009
I
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
II- Não pode exigir-se que o advogado adopte, em cada processo, a solução que
veio a ser adoptada pelo Tribunal, mas deve ser responsabilizado se praticar
um erro palmar, por incompetência, pois é seu dever recusar uma causa para
a qual não tenha capacidade. (1,00v)
Daí que o mandato forense não possa, pois, ser exercido em estado de
constrangimento ou sob o perigo de, a cada passo, serem invocadas contra o
Advogado reacções criminais ou disciplinares decorrentes da tutela da honra
dos restantes intervenientes processuais.
Este maior sacrifício do bem jurídico da honra mostra-se justificado sempre que
o exercício concreto daquelas liberdades corresponda ao desempenho da função
de interesse público que lhes é própria, e que lhes confere uma dignidade
reforçada.
Caso típico a poder verificar-se quando a tutela do direito à honra de alguns dos
sujeitos processuais põe em risco o núcleo do direito à liberdade de expressão
do Advogado e faz perigar, por isso, de forma intolerável, a função pública que
dele depende – a administração da justiça.
Admita que, sendo já advogado(a), Pompília Santos o(a) contactou no seu escritório
para contestar a acção que lhe foi movida pelo senhorio Francisco Flores, cuja petição
se encontra em anexo.
A referida acção foi distribuída em 23 de Junho de 2009 no Juízo de Média e
Pequena Instância Cível de Estarreja, cabendo-lhe o nº 630/09, cujo duplicado foi
enviado por carta registada com aviso de recepção, assinado pelo marido dela, Jorge
Nuno Santos, no dia 10 de Julho de 2009, para a morada que consta na petição.
Na conferência que teve com a Pompília, esta confirmou-lhe ter levantado uma parede
divisória na sala, e ter feito obras nos tectos no hall de entrada e nas salas.
Contudo, a Pompília disse-lhe que a parede divisória é de “pôr e tirar”, e que os tectos
são falsos, para esconder as manchas de humidade e os cabos de electricidade.
Mais lhe disse que pintou a parede de cor de laranja porque gosta muito da cor.
Por outro lado, disse-lhe, também, a Pompília, que o A., Francisco Flores, estivera em
sua casa, em Abril de 2008, tendo visto (e apreciado) as referidas obras, sem fazer
qualquer comentário.
QUESTÕES
inquilina.
II – Foi procurado, no seu escritório, por um seu cliente, o qual era portador de uma
notificação recebida de um Tribunal de Lisboa contendo a decisão que decretara o
arresto do automóvel do seu cliente.
O seu Cliente habilita-o com factos que considera que, a terem sido apreciados
pelo Senhor Juiz, teriam motivado o indeferimento da pretensão do Requerente.
1.º
O A. é dono e legítimo possuidor de um prédio urbano sito na Rua dos Estagiários
Aflitos, nº 19, freguesia de Santa Eulália, concelho de Beja, descrito na Conservatória
do Registo Predial de Beja sob a ficha nº 111, e inscrito na matriz predial urbana da
respectiva freguesia sob o art. 22 (doc. nº 1, que se junta).
2.º
Por escrito de 1 de Outubro de 2002 o A. deu de arrendamento à R. o primeiro andar
esquerdo do prédio identificado no art. 1.º,
3.º
Com início no dia 1 de Outubro de 2000 e termo em 30 de Abril de 2001,
4.º
Pela renda mensal 400,00 euros, entretanto actualizada para 500,00 euros,
5.º
E destinando-se o arrendado à habitação da inquilina (tudo conforme doc. nº 2, que se
junta).
6.º
Sucede que a R. fez obras no locado,
7.º
Sem que para tal obtivesse autorização do senhorio, aqui A..
8.º
Na verdade, a R. construiu uma parede em tijolo a dividir a sala de estar,
9.º
Tendo assim reduzido a área útil do andar locado.
10.º
Além disso, a R. rebaixou os tectos do hall de entrada, da sala de estar e da sala de
jantar,
11.º
Tendo colocado holofotes nesses tectos.
12.º
Finalmente, a R. pintou as paredes do locado de cor de laranja vivo.
13.º
As obras realizadas pela R. não obtiveram a autorização do senhorio.
14.º
Representam o incumprimento das obrigações contratuais que impendiam e impendem
sobre a R..
15º
E têm como consequência a diminuição de valor do locado,
16.º
O qual agora vale apenas 300,00 euros no mercado de arrendamento e menos
10.000,00 euros caso o A. pretendesse vender o prédio.
17.º
Os factos descritos constituem fundamento de resolução do contrato de arrendamento,
nos termos do art. 1083.º, nºs 1 e 2 do Cód. Civil.
Nestes termos,
E nos mais de direito, deve a presente acção ser
julgada procedente por provada, sendo decretada a
resolução do contrato de arrendamento relativo ao
1º andar esquerdo do prédio sito na Rua dos
Estagiários Aflitos, nº 19, freguesia de Santa Eulália,
concelho de Beja, condenando-se a R. a entregar
de imediato ao A. o prédio locado, inteiramente livre
e devoluto.
O Advogado
(assinatura e carimbo)