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Curso TCP7 Código Ação

Módulo/UFCD 6665 Teste n.º

Nome do Formador Hugo Silva Data de aplicação

Nome do Formando

Classificação obtida Assinatura do Formador

O Homem e o Ambiente

Manual de Formação

Índice

Introdução.....................................................................................................................3
Ambiente ...................................................................................................................... 8
Principais problemas ambientais................................................................................... 9

1
A poluição e a saúde pública ...................................................................................... 11
Poluição sonora .......................................................................................................... 12
Poluição do ar | atmosférica ........................................................................................ 13
Poluição da água ........................................................................................................ 15
Poluição dos solos | resíduos...................................................................................... 16
Poluição Radioativa .................................................................................................... 17
A poluição e as florestas ............................................................................................. 19
Aquecimento global .................................................................................................... 21
As tecnologias verdes: custos e benefícios e as Novas fontes de energia e sua utilização 21
1. Energias renováveis: Biomassa............................................................................... 21
2. Energias renováveis: Geotérmica ............................................................................ 23
3. Energias renováveis: Hídrica ................................................................................... 25
4. Energias renováveis: Eólica .................................................................................... 25
5. Energias renováveis: Solar ...................................................................................... 26
6. Energias renováveis: Ondas e Marés ...................................................................... 27
7. Energias renováveis: Biogás ................................................................................... 27
Relação entre sociedade do consumo e sociedade sustentável: Comportamentos
favoráveis à preservação do ambiente........................................................................ 28
Protocolos e convenções internacionais do ambiente e do desenvolvimento sustentável 29
Metodologias .............................................................................................................. 33
Avaliação ....................................................................................................................33
Materiais utilizados. .................................................................................................... 35
Bibliografia | Webgrafia ............................................................................................... 54

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Introdução
Quando, em 1995, a Comissão Europeia lançou o “Livro Branco” sobre a educação e a
formação, intitulou-o “Ensinar e Aprender / Rumo à Sociedade Cognitiva”. Título elucidativo
de uma conceção de futuro focalizada na apreensão da complexidade das sociedades
modernas e nas competências que os indivíduos deverão desenvolver para as
compreender e nelas intervir de modo consciente e transformador, utilizando
inteligentemente os recursos disponíveis e produzindo novas respostas. Compete à
educação e à formação a ingrata ao mesmo tempo que estimulante tarefa de
responder de forma adequada e eficaz a esse desafio.
O Mundo Atual surge inserido na componente de formação sociocultural dos currículos
de formação profissional, comportando as preocupações enunciadas acima. Isto é,
pensar no e sobre o Mundo Atual significa inscrevê-lo simultaneamente como objeto
de reflexão e como terreno de intervenção. Só a atitude reflexiva permite definir e
estabelecer os contornos de uma crítica certeira e construtiva que abra caminho para a
mudança através da ação/intervenção assumida e determinada. A sua inclusão nos
diferentes níveis da formação profissional visa precisamente dotar os indivíduos de
competências gerais de compreensão e análise, crítica e participação e intervenção
consciente e autónoma, quer enquanto membros de uma sociedade próxima, quer
enquanto cidadãos de um mundo ao mesmo tempo acessível e distante. Por outro
lado, embora inscrita nas competências globais atrás enunciadas, a relação com o
mundo do trabalho deve constituir um referencial visível, quer porque é esse um dos
claros objetivos da formação, quer pelos atuais contornos de que se reveste esse bem
fundamental do equilíbrio e da paz social – o trabalho.

Princípios orientadores da construção do módulo


O Mundo Atual está pensado enquanto domínio de formação que, embora constituindo
um núcleo distinto e apresentando, tal como os restantes, uma estrutura modular,
apresenta pontes com todos os outros domínios da formação. Isto acontecerá quer ao
nível das competências que pretende desenvolver quer das problemáticas que se
evidenciam através do conjunto de situações-problema que os formandos serão
convidados a explorar, tendo sempre como elemento estruturador uma formação
diretamente assente no conhecimento do campo em que se exercem as profissões. As
problemáticas a eleger deverão, assim, preencher um conjunto de condições
fundamentais, designadamente:
- Ajustarem-se às competências a desenvolver;
- Serem suficientemente prementes do ponto de vista dos “universos” que rodeiam os
formandos;
3
- Proporcionarem uma compreensão dos mecanismos sociais, económicos e políticos
que lhes estão subjacentes.
A vastidão de problemáticas que podem ser enunciadas quando se fala de Mundo
Atual e a sua obrigatória interdisciplinaridade, obriga a tomadas de decisão,
certamente não exclusivas mas que, no entanto, obedeceram a critérios de
oportunidade – atualidade e impacto num futuro próximo -, de coerência – face às
principais preocupações de um mercado de trabalho que se pretende dinâmico e
concorrencial e de adequação à componente sociocultural, quer na sua articulação
com os outros domínios da formação, quer nas preocupações já atrás enunciadas de
desenvolver competências de âmbito pessoal, social e cultural hoje indispensáveis ao
exercício de qualquer profissão.
Estrutura do módulo
Todos os módulos se iniciam com uma pequena síntese que esclarece as principais
ideias subjacentes à sua criação e construção. Ao mesmo tempo, pretende-se que
esse primeiro texto introdutório assinale algumas das competências gerais/transversais
requeridas pelos formandos, com vista ao desenvolvimento de atitudes e
comportamentos adequados à dimensão sociocultural, indispensável para o pleno
exercício de qualquer profissão, enquanto cidadãos do Mundo Atual.
Módulo: O Homem e o Ambiente
Se fosse possível viajar no tempo, dificilmente reconheceríamos o nosso planeta, tão
grandes foram as alterações aí produzidas. As questões relacionadas com o ambiente
constituem, na atualidade, temas de interesse e de discussão para a sociedade em
geral. A intervenção do homem tem gerado desequilíbrios ambientais que importa
considerar de forma a compatibilizar o desenvolvimento e o equilíbrio ambiental.
A intervenção consciente no sentido desta compatibilização pressupõe uma análise
crítica dos dilemas ambientais do mundo atual. Assim, torna-se fundamental, a
aquisição de uma consciência e sensibilidade em termos da dinâmica e da
problemática do ambiente; a apropriação de uma diversidade de experiências e a
compreensão global do ambiente e dos seus problemas; a apropriação de um conjunto
de valores e atitudes em relação ao ambiente assim como a motivação para a melhoria
e defesa do ambiente; a aquisição de competências para a identificação e resolução
de problemas ambientais; o envolvimento ativo a todos os níveis na resolução dos
problemas ambientais.

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O que é o Ecossistema?
Ecossistema é um conjunto de vidas que interagem entre si e entre a natureza, como
por exemplo, uma floresta e vários animais. Também fazem parte do ecossistema,
espécies sem vida (abióticas) como, por exemplo, minerais e seres vivos (bióticas)
como, por exemplo, os produtores, que produzem o seu próprio alimento como plantas,
os consumidores, aqueles que se alimentam de outros seres como todos os animais e
por último, os decompositores, organismos que se alimentam de outros organismos
como as bactérias. É bom ficar bem informado de que dentro desse ciclo, um precisa
do outro para sobreviver.
O homem como ser vivo faz parte da biosfera, interage com os outros seres vivos
mantendo relações ecológicas com eles, algumas vezes de forma harmónica, mas na
maioria das outras vezes de forma desarmónica, com isso causando constantes
prejuízos para a vida da biosfera em geral.
O homem moderno e civilizado é adaptado apenas para viver em sociedade e dentro
das cidades, ele consegue viajar e acampar temporariamente em quase todos os
lugares do planeta, mas já não se consegue adaptar à vida dos indígenas, tornou-se
impossível para o homem moderno voltar a viver nu na natureza. Cada ser vivo tem
um ambiente em que se adapta melhor e se o ecossistema em que ele vive
for modificado pelo homem, a sobrevivência desses seres vivos fica ameaçada porque
eles são dependentes desses ecossistemas que foram montados e organizados em
teias alimentares estabelecidas durante milhões de gerações que fizeram a história da
evolução genética dessas espécies.
Neste sentido, a UNESCO lançou, em 1971, o programa internacional "O Homem e a
Biosfera" para incentivar a cooperação entre os países no sentido de conhecer e
encontrar formas de evitar a degradação da biosfera.
A Preservação do Ambiente assume um papel cada vez mais importante na melhoria
da nossa qualidade de vida. Assim, todas as nossas atividades devem ser pensadas
em função da preservação ambiental.
O que é a Educação Ambiental?
Ambiente: O meio ambiente ou chamado apenas de ambiente, envolve todas as coisas
vivas e não-vivas da Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a
vida dos humanos.
Educação Ambiental tem como objetivo formar uma população mundial consciente e
preocupada com o ambiente e com os seus problemas, uma população que tenha os
conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de
compromisso que lhe permitam trabalhar individual e coletivamente na resolução das

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dificuldades atuais e impedir que elas se apresentem de novo (Carta de Belgrado,
Colóquio sobre Educação Relativa ao Ambiente, Belgrado, 1975).
A Educação Ambiental é a consciencialização do ser humano em relação aos perigos
que afetam o meio ambiente. Educar significa transmitir, instruir, dar a conhecer …. Em
conjunto temos que contribuir para um ambiente e qualidade de vida sadia. Para isso é
necessário conhecer o que podemos ou não fazer para melhorar o meio em que
vivemos de forma a contribuirmos para a existência do nosso planeta.

Competências
As competências específicas marcam o percurso formativo, permitindo articular
objetivos, conteúdos/assuntos, estratégias e metodologias. A sua aquisição é, no
fundo, a resultante de um processo pedagógico/formativo que se pretende possa
conduzir a um “saber em ação” específico, articulado com um “saber em ação” geral
(porque constituinte de atitudes e comportamentos transversais a muitas atividades
humanas), legitimando assim, a existência de cada módulo como “unidade autónoma de
ensino/aprendizagem”.
No entanto, num programa que se apresenta com três graus de complexidade e de
exigência e com um conjunto algo heterogéneo de módulos por grau, verifica-se, por
vezes, que as chamadas competências gerais se tornam, em certa medida também
competências específicas, de tal modo neles se pretendem desenvolver “saberes em
uso” cujo exercício passa, por exemplo, pelo respeito pelas diferenças ou pela
tolerância ou, ainda, pelo exercício da cidadania. Noutros casos, as mesmas
competências ou semelhantes podem ser trabalhadas em módulos diferentes, embora
sempre integradas em conjuntos distintos, o que acontece, por exemplo, em módulos
que se centram em áreas afins do conhecimento. Surge ainda uma terceira situação
em que, a graus diferentes, são assinaladas competências semelhantes, sendo que,
nesses casos, o nível de desenvolvimento da competência é diferente. Por exemplo,
“identificar” é (qualitativamente) diferente de “analisar...”.
É ainda importante acentuar que se deve atribuir uma importância relevante a
competências que, não se encontrando explicitamente identificadas nos módulos, devem
“atravessar” todos os programas de formação. Por exemplo, o princípio de uma
autonomia progressiva, a capacidade de negociação, o recurso a novas tecnologias, a
promoção de uma auto-avaliação e autoaprendizagem ao longo da vida, a
comunicação em todas as suas formas, a flexibilidade, a capacidade de iniciativa, a
capacidade de lidar com o imprevisto, são princípios estruturantes de qualquer plano
de formação que pretenda formar cidadãos livres e intervenientes social e
profissionalmente. Todas estas competências surgem com maior ou menor evidência
6
(por

7
exemplo diluídas nas sugestões metodológicas) em todos os módulos e a sua
presença deve ser obrigatória no decurso do processo de ensino/aprendizagem:

- Aplicar conhecimentos sobre o funcionamento dos sistemas naturais ao


estudo de problemáticas ambientais concretas
- Compreender o impacto da atividade humana no ambiente
- Estar consciente da necessidade de considerar consequências sociais e ambientais,
a médio e a longo prazo, dos empreendimentos humanos
- Compreender que nos processos de tomada de decisão sobre problemáticas
ambientais concorrem diversas perspetivas, refletindo interesses e valores
diferentes
- Identificar formas de intervenção nos problemas ambientais do mundo atual e
agir em conformidade.

Conteúdos a abordar
- Principais problemas ambientais relacionados com o ar; água; resíduos e o ruído A
poluição – Contaminação ou deterioração do ambiente com substâncias químicas,
lixo, fumo, ruído, etc. Tipos de poluição: do ar, da água, dos solos, luminosa e sonora;
- A poluição e a saúde pública: definição de saúde pública, a qualidade do ar e os
problemas de saúde, a escassez de água potável e a saúde, a poluição sonora e os
problemas auditivos e psicológicos, a poluição luminosa e o sono, a poluição e a
alimentação – dioxinas, fosfatos, metais pesados, comportamentos favoráveis à
preservação do ambiente com impacto na saúde pública;
- As tecnologias verdes: custos e benefícios: definir Tecnologia Verde, energias
renováveis, a aplicação das mesmas em Portugal, vantagens e desvantagens;
- Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente: a eficiência energética e os
gestos que podemos adotar no dia-a-dia;
- Protocolos e Convenções internacionais no domínio do ambiente e do
desenvolvimento sustentável aplicáveis à tecnologia.

“Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”


Lavoisier

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Ambiente
A Revolução Industrial teve lugar quando se iniciou a produção em massa de bens de
consumo em grandes unidades industriais e com recurso a máquinas a carvão e, mais
tarde, a petróleo, gás natural e eletricidade. Deste modo, a par do desenvolvimento da
tecnologia moderna, a produção de bens de consumo ficou muito facilitada. Na época
pré-industrial - isto é, antes da Revolução Industrial - não existiam comboios, carros,
aviões, luz elétrica, fábricas, telefones ou televisores.
Quanto mais nós produzimos e consumimos, mais afetamos o meio ambiente à nossa
volta. Durante os últimos 50 anos, pela primeira vez na história, temos testemunhado
sinais claros da influência do Homem no ambiente de todo o planeta; estamos a criar
problemas ambientais que não são apenas locais, mas também globais. Um dos
problemas ambientais à escala global prende-se com as alterações climáticas
induzidas pelo Homem, também conhecido por aquecimento global.
As alterações climáticas induzidas pelo Homem são o resultado na nossa emissão de
gases de efeito de estufa para a atmosfera. Estas emissões têm diversas origens,
incluindo as atividades industriais e agrícolas, que fornecem os mais variados bens de
consumo, as centrais energéticas, que produzem eletricidade, os carros e os aviões,
que nos permitem deslocações rápidas e confortáveis.

Atividade: Consciencialização e sensibilização ambiental e reflexão sobre os textos de


apoio.

Principais problemas ambientais relacionados com o ar, a água, os


resíduos e o ruído Os problemas ambientais, por mais variados que sejam,
decorrem do uso do meio ambiente como fonte de recursos para a produção da
subsistência humana e como recipiente de resíduos da produção e consumo.
“Há poucos aspetos do mundo natural que não foram afetados pelas atividades
humanas. Todas as sociedades enfrentam preocupações relacionadas com a ecologia
ambiental – como lidar com o ambiente e conter a sua destruição face ao impacto da
indústria moderna e da tecnologia.
A ideia dos “limites ao crescimento”, popularizada nos anos 70, postula que o
crescimento industrial e o desenvolvimento não são compatíveis com a natureza finita
dos recursos da Terra.

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A ideia de desenvolvimento sustentável , pelo contrário defende que deveria haver
crescimento, mas de forma a que os recursos sejam recicláveis e não esgotados”.
Fonte: Giddens, Sociologia, pg 635)
Desenvolvimento Sustentável, significa que o crescimento deve ser conduzido, de
forma a reciclar os recursos físicos (em vez de os esgotar), de forma a manter os
níveis de poluição no mínimo possível, a pensar nas gerações futuras. É pensar, agir e
refletir sobre sustentabilidade do ambiente tal como o conhecemos. Em suma é utilizar
os recursos naturais eficientemente de forma que as gerações vindouras também os
possam usar.

Questão urbana:
- Ocupação urbana desordenada e sem planeamento;
- Desequilíbrio na relação entre população rural/urbana;
- Concentração da população próximo das áreas industriais e urbanas.
Questão ecológica:
- Perda da biodiversidade;
- Poluição do ar, do solo, da água;
- Assoreamento de rios e lagos;
- Aquecimento do planeta (mudanças climáticas);
- Chuva ácida;
- Desflorestação.
As chuvas ácidas formam-se pela combinação do dióxido de enxofre com o vapor de
água existente na atmosfera.

Causas:
- Poluição atmosférica;
- Indústrias e transportes;
- Emissões de enxofre;
- Queima de petróleo e carvão.
Consequências:
- Contaminação dos recursos hídricos;
- Contaminação dos ecossistemas terrestres;
- Desflorestação;
- Erosão dos solos;
- Erosão de edifícios urbanos;

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- Provoca doenças do foro respiratório.

Questão económica:
- Intensificação do processo de industrialização com predominância de tecnologias
poluidoras e de baixa eficiência energética;
- Desperdício de matéria-prima, de água e de energia;
- Aumento do lixo (urbano, industrial, doméstico);
- Uso de agroquímicos na agricultura.

Questão social e política:


- Fome, desnutrição, altas taxas de analfabetismo, exploração do trabalho infantil e do
trabalho escravo;
- Criou-se um fosso entre ricos e pobres, devido a concentração de poder e de riqueza;
- Proliferam no mundo a concentração fundiária, guerras, violência, corrupção, armas
químicas e biológicas, narcotráfico, doenças psicológicas depressivas e
esquizofrênicas, suicídios e criminalidade.

1- Água:
- Suprimento de água para consumo humano;
- Qualidade;
- Contaminação dos oceanos;

2. Ar:
- Poluição;
- Efeito estufa;
- R-Redução da camada de ozono;
3. Biodiversidade:
- Devastação dos recursos florestais;
- Aceleração do ritmo da extinção das
espécies. Disposição inadequada;
Geração Acelerada;
Esgotamento da capacidade dos aterros.
4. Energia:
- Redução do uso de energia por fontes não
renováveis; Desenvolvimento de fontes
alternativas de geração.

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5. Resíduos:
Disposição
inadequada;
Geração Acelerada;
Esgotamento da capacidade dos aterros.

“Existem muitas fontes de ameaça ao ambiente. Algumas relacionam-se com a poluição do


ar, chuvas ácidas, poluição da água e resíduos sólidos não recicláveis. Outras
ameaças ambientais envolvem o esgotamento de recursos naturais recicláveis, como
a água, o solo e as florestas, ao mesmo tempo que reduzem a biodiversidade”. Fonte:
Giddens (2001) Sociologia, pág. 635. Os principais problemas ambientais estão
relacionados com:
 Dependência dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gásnatural);

 Poluição: Emissão de gases nocivos, que agrava o efeito de estufa e que


conduz ao aumento da temperatura global, é também designado por
Aquecimento Global.

A poluição e a saúde pública


Poluição significa sujidade, degradação, contaminação, doença. A ação do homem
sobre o meio ambiente quase sempre tem efeitos negativos, porque não são usadas
as devidas precauções.
Acontece muitas vezes que a poluição num determinado local, seja na água, no ar ou
na terra, obriga a que muitas espécies de animais e plantas que aí vivem criem
condições de forma a poderem adaptar-se para conseguir sobreviver no seu ambiente.
Noutros casos, a contaminação é tão forte que muitas espécies acabam por morrer e
extinguem-se para sempre.

Atividade: em grupo abordagem dos diferentes tipos de poluição: sonora, ar,


água, solos e radioativa.

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Poluição sonora

O ruído é cada vez mais um problema das


grandes cidades. A exposição frequente a
sons de elevada intensidade pode provocar
lesões auditivas graves, podendo mesmo
levar à surdez. - Na maior parte das
pessoas, o ruído em excesso é
responsável pela degradação da qualidade
de vida.
O clima urbano caracteriza-se pela
ocorrência de temperaturas mais elevadas
nas cidades em relação às áreas
envolventes (campo). Causas:
Aumento da população urbana; e
Concentração de atividades humanas nas
cidades.

Consequências:
- Aumento da poluição atmosférica;
- Aumento da produção de resíduos;
- Diminuição da qualidade de vida da população;
- Aumento de doenças respiratórias;
- Aumento das situações de smog.
SMOG: Mistura de nevoeiro e fumos poluentes. Smoke + Fog = Smog

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As consequências do smog assumem maior gravidade numa situação de inversão
térmica, em que a temperatura do ar junto ao solo é inferior à que se regista em
altitude. Nestes casos, o ar não ascende e provoca a concentração dos fumos junto à
superfície terrestre.

Poluição do ar | atmosférica

O ar é um recurso natural que, ao contrário de outros recursos, não necessita de ser


racionalizado em termos de quantidade (o ar não é um bem escasso), mas necessita
de ser gerido a nível de qualidade. A poluição do ar está relacionada com a emissão
de gases nocivos para a atmosfera que conduz a um agravamento do efeito de estufa.
O efeito de estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação
infravermelha emitida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases
presentes na atmosfera. Como consequência, o calor fica retido, não sendo libertado
para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância
pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o
planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida. O que se pode tornar
catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que destabilize o
equilíbrio energético no planeta e origine um fenómeno conhecido como aquecimento
global.

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O efeito de estufa existe na Terra desde a formação da sua atmosfera. Está estudado
que na ausência de efeito de estufa natural a temperatura na Terra seria 33ºC mais
baixa.

O Sol emite continuamente radiações solares. Estas radiações são em parte


absorvidas pela atmosfera sendo o restante refletido para o espaço. Ao existir uma
grande quantidade de gases emitidos para a atmosfera, como o dióxido de carbono
resultante da combustão em larga escala em unidades industriais, estes vão fazer com
que a quantidade de radiação emitida para o espaço seja menor e como tal se
acumulem na superfície aumentado a temperatura do planeta a nível geral. Estes
gases, de uma forma simplificada, como que formam uma camada que evitam que
estas radiações sejam refletidas para o espaço. É chamado efeito estufa por ser
semelhante ao efeito produzido por uma estufa para aquecer o ambiente no interior da
mesma.
No entanto há que ter em atenção um pequeno detalhe. As radiações solares por si só
não aqueceriam o planeta à temperatura que tem hoje. A presença de carbono na
atmosfera é necessária para que parte da radiação solar seja refletida para a
superfície e assim a aqueça. O problema surge quando existe carbono em demasiada
quantidade e assim a quantidade de radiação solar refletida para a superfície é maior e
a radiação que é libertada para o espaço é menor. Isto provoca um aumento da
temperatura terrestre. Isto poderá ter consequências como o aumento do nível da água
do mar, devido ao degelo de grandes massas de água e a desertificação de
determinadas áreas.
A existência do ozono na estratosfera é vital para a Terra, por ser responsável pela
absorção de grande parte da radiação ultravioleta. O ozono é indispensável para nos
proteger do excesso de radiação ultravioleta, embora ao nível do solo seja prejudicial
para a saúde e para o ambiente.

Causas da redução da camada de ozono:


clorofluorcarbonetos (CFC). Consequências da redução
da camada de ozono: Possíveis alterações climáticas;
Aumento de situações de smog; Modificações dos
ecossistemas naturais; Alterações dos sistemas
agrícolas; Perturbações do sistema imunitário humano;
Aumento do cancro (especialmente da pele); Lesões
oculares.

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Poluição da água

A água é o mais precioso líquido do planeta cai do céu, é indissociável da vida na


terra. A sua disponibilidade, foi e sempre será uma condição essencial à fixação de
população e ao desenvolvimento de todas as atividades humanas. No entanto, a água
doce disponível do planeta constitui apenas 0,01% de toda a água existente. A
contaminação dos solos, conduz a uma grande poluição das águas.

Os recursos hídricos podem classificar-se em:


Recursos disponíveis (quantidade de água que efetivamente se pode captar – rios,
lençóis freáticos, etc…);
Recursos potenciais (totalidade da água que teoricamente é possível mobilizar
no ciclo da água – vapor de água, nuvens).
A gestão da água passa pela regularização dos níveis de água, racionalização dos
consumos, contenção dos desperdícios e aproveitamento dos recursos disponíveis.
A boa utilização/poupança de água nas atividades humanas pode ser conseguida
de duas formas:
1. Utilização de tecnologias modernas menos exigentes em água;
2. Reciclagem das águas residuais, com instalação de sistemas de
tratamento e reaproveitamento.

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A indústria é o setor de atividade que mais polui a água. Com elevadas cargas
orgânicas, químicas e substâncias tóxicas e por isso extremamente venenosa, essa
água é lançada, direta ou indiretamente, nos rios, ribeiras, lagos e albufeiras. Provoca
graves desequilíbrios ecológicos, com a morte de muitas espécies aquáticas e
anfíbios. Por outro lado, infiltrando-se no solo, vai envenenar as águas subterrâneas,
que pode ter consequências para a saúde pública.
Se a poluição de um rio ou ribeira podem ser combatidos eficazmente em alguns anos,
as águas subterrâneas, que se renovam muito lentamente, podem manter-se
contaminadas durante dezenas ou mesmo centenas de anos.
As mudanças no clima causadas pelo aquecimento global, poderão afetar os padrões
de chuva existentes, alterando o acesso às reservas de água de modos pouco
previsíveis.

Poluição dos solos | resíduos

Os resíduos constituem um dos maiores problemas ambientais que as grandes


cidades enfrentam no século XXI. O crescimento exponencial do “lixo”, conjuntamente com
uma maior

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diversidade do tipo de resíduos e uma menor capacidade de se degradar na natureza,
pode ter consequências muito graves para o ambiente.
Segundo o estudo do Eurostat sobre o lixo (2007), em Portugal, cada um de nós gerou
472 kg de resíduos sólidos urbanos. A reciclagem, a incineração e a compostagem
são práticas ainda pouco frequentes entre os portugueses. 63% do lixo criado é
depositado em aterros sanitários, 19% é incinerado, 10% é alvo de compostagem e
apenas 8% é reciclado.
O estudo revela ainda que a República Checa (294 kg/pessoa), é o país com menor
quantidade de lixo produzido por pessoa e que a Dinamarca se destacou como maior
produtora de resíduos (801 kg/pessoa). Portugal situa-se a meio da tabela. A
Dinamarca, apesar de ser responsável por grande parte do lixo que, por ano, se
produz na UE, deposita apenas 5% dele em aterros sanitários. A preocupação com o
tratamento dos resíduos é clara, 53 % do lixo é incinerado, 24% é reciclado e
reaproveitado e 17% do lixo orgânico, através de um processo de compostagem, é
transformado em fertilizante.
A degradação dos solos é um processo no qual a qualidade da terra piora e os seus
valiosos elementos naturais são esgotados por serem utilizados de forma excessiva,
pelas secas ou por serem fertilizados inadequadamente. Os efeitos a longo prazo são
difíceis de reverter. A produtividade agrícola diminui e existe menos terra arável
disponível. A Desertificação: Degradação intensa da terra, que culmina em condições
semelhantes ao deserto.

Poluição Radioativa

A radiação é o efeito químico proveniente de ondas e energia calorífera, luminosa, etc.


Existem três tipos de radiação: raios alfa e raios beta, que têm a absorção mais fácil, e
raios gama, que são muito mais penetrantes que os primeiros, já que se tratam de
ondas eletromagnéticas.
O contato contínuo à radiação radioativa causa danos aos tecidos vivos, tendo como
18
principais efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, diminuição da expectativa de
vida, mutações

19
genéticas, lesões nos órgãos. Assim, poluição radioativa é o aumento dos níveis
naturais de radiação por meio da utilização de substâncias radioativas naturais ou
artificiais.
Substâncias radioativas naturais: são as substâncias que se encontram no subsolo,
e que acompanham alguns materiais de interesse económico, como petróleo e
carvão, que são trazidas para a superfície e espalhadas no meio ambiente por meio
de atividades mineiras; Substâncias radioativas artificiais: substâncias que não são
radioativas, mas que nos reatores ou aceleradores de partículas são “provocadas”.
A fonte de poluição radioativa predominante é a natural, pois a poluição natural da
Terra é muito grande, decorrente do declínio radioativo do urânio;
Finalmente, devemos lembrar que a poluição radioativa provém principalmente de:
indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato, petróleo, minerações,
energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares.
Em síntese:
- A poluição sonora provoca: Surdez, problemas cardíacos e nervosos, insónia, estado
de fadiga.
- A poluição atmosférica aumenta as taxas de mortalidade por doenças pulmonares crónicas.
- O buraco do ozono na atmosfera tem consequências graves nos seres vivos, sendo
uma delas o aparecimento de cancro na pele.
Para que haja qualidade de vida e não se coloque a saúde em risco, é necessário que
o ambiente esteja protegido das agressões constantes do homem. Assim, é preciso,
entre outras medidas:
- Diminuir a quantidade de gases que se enviam para a atmosfera;
- Diminuir a quantidade de adubos, pesticidas e herbicidas que se usam na agricultura,
que poluem os solos e contaminam os lençóis de água;
- Proteger as águas, procurando tratar e despoluir os esgotos e as águas que vêm das fábricas;
- Cuidar os lixos domésticos e outros que degradam e poluem o ambiente;
- Reciclar e reutilizar o papel, o vidro, etc., utilizando-o no fabrico de outros objetos
em vez de o abandonar em lixeiras;
- Evitar o desperdício de água.

A poluição e as florestas
As florestas são um elemento essencial do ecossistema:
- Ajudam a regular as reservas de água;
- Libertam oxigénio para a atmosfera;
- Remoção do dióxido de carbono;

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- Favorece as condições climáticas para que chova;
- Previnem a erosão do solo.
A desflorestação é o processo de desaparecimento de massas florestais / destruição
das florestas. A desflorestação é diretamente causada pela ação do homem sobre a
natureza, principalmente devido a abates realizados pela indústria da madeira:
exploração comercial e construção de infraestruturas; abates para obtenção de solo:
cultivos agrícolas; habitação; turismo; indústria; incêndios; é uma grande ameaça para
a humanidade; é responsável pela destruição de ecossistemas; nos últimos dez anos,
catorze milhões de quilómetros quadrados de florestas (trinta vezes a superfície de
Espanha) transformaram-se em desertos e mais de trinta milhões de quilómetros
quadrados estão ameaçados.
Os custos ambientais da desflorestação incluem a erosão dos solos e as cheias:
quando estão intactas, as florestas têm a importante função de absorver e reciclar
muita água das chuvas. Uma vez desaparecidas as florestas, a chuva cai em cascata
pelas encostas provocando inundações e depois secas.

A Amazónia: a floresta mais cobiçada, porquê? A Amazónia é uma região localizada


na parte norte da América do Sul, constituída, em grande parte, pela maior bacia
hidrográfica e pela vasta floresta equatorial do mundo.

21
Uma das florestas mais cobiçadas. Porquê?
- Reserva de água potável;
- Possui madeiras exóticas;
- Subsolo muito rico em minérios;
- Grande biodiversidade, com espécies exóticas.

O que aconteceu na ilha da Madeira em 2010 esteve diretamente relacionado com o


processo de Desflorestação.
Em Portugal o coberto vegetal não é muito variado. A nossa floresta é constituída por
pinheiro bravo, que ocupa a maior área, carvalho-negral, sobreiro e azinheira. Nos
últimos anos, algumas áreas têm sido ocupadas por eucalipto porque a sua madeira
serve para fabricar pasta de papel. A principal causa de destruição da nossa floresta
são os incêndios. Estes surgem principalmente pela intervenção humana: o descuido
ou o fogo posto. Podem ainda surgir devido às condições climatéricas, como
temperaturas elevadas ou trovoadas. Portugal é muito afetado por fogos,
principalmente no Verão. Assim, a nossa maior preocupação deve ser dirigida para a
prevenção dos fogos e para a reflorestação das áreas ardidas.

Aquecimento global
É o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra.
Fenómeno que ocorre desde meados do século XX, traduz-se no aumento gradual da
temperatura da superfície da Terra, causada pelo aumento dos níveis de dióxido de
carbono e outros gases na atmosfera.
As principais consequências do aquecimento global são: cheias, degelo dos glaciares,
propagação de doenças, temperaturas muito elevadas, aumento dos níveis das águas
dos oceanos, desertificação (avanço dos desertos), alteração das correntes marítimas
(frias/quentes) ou extinção gradual de todas as espécies.

22
Antártida: o continente mais cobiçado, porquê? Maior reserva de água doce do
planeta, grande influência sobre o clima mundial (regulador da temperatura na Terra);
possui grande diversidade e quantidade de recursos naturais (marinhos e minerais); e
possui um elevado valor económico.

As tecnologias verdes: custos e benefícios e as Novas fontes de energia e


sua utilização
1. Energias renováveis: Biomassa
A Biomassa é uma substância orgânica, produzida pelo processo de acumulação de
energia solar. O seu maior potencial é ser uma energia renovável e quase ilimitada. O
principal benefício da biomassa é que não causa as grandes emissões para a
atmosfera de dióxido de enxofre, como outros combustíveis fósseis. O balanço do
dióxido produzido na queima da biomassa é igual a zero, devido à sua absorção no
processo de fotossíntese. A situação é diferente no que diz respeito a energias não
renováveis, que poluem consideravelmente o ambiente através de grandes emissões
de dióxido de enxofre, produzido na queima de carvão, gasóleo, óleo e gás.
Através do uso da biomassa, não só estamos a diminuir as emissões de dióxidos, mas
também estamos a provocar que o desemprego nas zonas rurais diminua pois
estamos a melhor aproveitar a biomassa existente na natureza. Utilizando a biomassa
de campos e florestas, estaremos a aumentar a procura de bens de agricultura e
floresta, e assim promovemos a criação de novos postos de trabalho.
Nos países como a Áustria, Dinamarca, Suíça e Alemanha, as pellets são utilizadas
para aquecimento de edifícios há mais de uma década, e ao longo do tempo, as
pellets,têm ganho mais adeptos.
Combustíveis Biomassa (alimentadores) incluem: madeiras & resíduos (cavaco,
serragem, pellets, pedaços de madeira), resíduos agrícolas (palha, cascas, estercos e
urina de animais), sementes energéticas (relva, salgueiros), Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU´s).
Considerações importantes sobre a biomassa: poder calorífico, confiabilidade,
segurança e estabilidade de preços, condições de transporte e armazenamento,
descrição do Sistema de Calor a partir da Biomassa, aquecimento para edifícios,
comunidades ou processos Industriais. Porem também permite a criação de empregos,
a utilização para materiais residuais.

23
O que fornece um sistema de calor a partir da Biomassa?

Calor de uma planta central pode ser distribuído para outros edifícios próximos para
aquecimento de água para calefação e serviço.
Vantagens comparativas a cada edifício:
- Maior eficiência
- Menores emissões
- Segurança
- Conforto

Desvantagens
- Altos custos iniciais
- Requer mais atenção do que plantas de combustível
fóssil Se cultivados de maneira sustentável:
- Produção reduzida líquida de gases de efeito estufa
- Baixo teor de enxofre que reduz as chuvas ácidas
- Diminuição das emissões de poluidores.

Em Portugal temos um exemplo interessante de produção de energia a partir de


biomassa . a Central de Biomassa de Mortágua. A central está instalada no concelho
de Mortágua e inserida numa extensa área florestal englobando 29 concelhos, que
contribuirão para o abastecimento da central
Portugal é um dos países da União Europeia com maior percentagem do território
dedicado à atividade florestal.

24
Os resíduos da limpeza das florestas representam uma importante fonte de energia
renovável. Assim, desde 1999 que opera em Portugal uma central dedicada à
produção de energia elétrica a partir de resíduos florestais que não tenham outra
aplicação além do aproveitamento energético. Tem uma potência elétrica de 9 MW e
consome cerca de 8,7 toneladas de resíduos florestais por hora ou cerca de 109.000
toneladas por ano deresíduos.

2. Energias renováveis: Geotérmica


A Energia Geotérmica é o aproveitamento do calor natural contido no interior da Terra
em resultado do seu processo de formação e a contínua dissipação para o exterior,
para produzir energia elétrica de uma forma mais limpa e em quantidades cada vez
maiores.
As grandes vantagens associadas a esta energia renovável são: produção de energia
elétrica de uma forma mais limpa, a produção é compatível com os recursos naturais,
possui características que a tornam competitiva com as energias tradicionais e com as
restantes energias renováveis. Permite, ainda, reduzir a produção de energia através
de combustíveis fósseis aumentando significativamente os benefícios ambientais ao
evitar a combustão de hidrocarbonetos, reduzindo assim a emissão de gases de efeito
de estufa. Eficiência energética em locais com elevado potencial geotérmico e baixa
emissão de CO2 quando comparada com a dos combustíveis fósseis e baixo custo
em zonas de elevado potencial geotérmico O possível aumento sísmico.
Quanto às desvantagens temos o aumento da poluição sonora, os custos de
investimento inicial.

25
Em Reykjavik, capital da Islândia, cerca de 95% das casas são aquecidas por este
processo, sendo, por isso, considerada uma das cidades menos
poluídas do mundo. Em Portugal, o enquadramento dos
Açores junto da crista Médio Atlântica, na confluência
de três placas tectónicas: Americana, Africana e
Euroasiática proporciona uma intensa atividade
vulcânica com mais de três dezenas de erupções
vulcânicas históricas registadas, bem como outras
manifestações superficiais evidenciáveis da enorme
quantidade de energia endógena existente no subsolo
em muitos locais do arquipélago.
A primeira experiência na produção de energia elétrica
por via geotérmica teve o seu início no ano de 1980,
com a instalação da central geotérmica piloto, com uma
potência instalada de 3 MW, no Pico Vermelho em São
Miguel. Os locais identificados como prováveis
produtores de energia
geotérmica são as zonas entre Flamengos e Pedro Miguel, no Faial, e
Madalena/Candelária, Lagoa do Capitão e Lajes do Pico. Regra geral, em média a
temperatura aumenta 1ºC por cada 32m que se avança em profundidade na crusta
terrestre. Em zonas vulcânicas como é o caso dos Açores este gradiente térmico
chega a ser 5 vezes superior. Os seus reservatórios geotérmicos com interesse
ultrapassam os 200ºC.
Todas as ilhas açorianas, à exceção de Santa Maria, têm um grande potencial
geotérmico, suficiente para satisfazer as necessidades elétricas do arquipélago.

As centrais geotérmicas da Ribeira Grande e do Pico Vermelho produzem cerca


de 50% da eletricidade consumida na ilha de São Miguel, valor que tende a
aumentar no futuro.

3. Energias renováveis: Hídrica


A energia hídrica é uma fonte de energia renovável obtida a partir da energia potencial
de uma massa de água. O seu rendimento depende da quantidade de água disponível
na albufeira. A pluviosidade é importante, se não houver precipitação suficiente não há
produção de energia. A energia da água em movimento foi desde há milhares de anos
utilizada para os mais diversos fins.
No século XX, a produção de hidroeletricidade foi principalmente efetuada através da
construção de barragens de grande ou média capacidade. Nestas constituía-se um
26
"depósito"

27
de água interrompendo pontualmente o fluxo de água nos rios. Ao restabelecer o fluxo
de água, através de uma queda de nível, acionam-se turbinas produzindo eletricidade.
A energia produzida através das barragens é um tipo de energia não poluente e
abundante, ao contrário de outros tipos de energia como, por exemplo, o carvão e o
petróleo. As barragens ajudam a garantir uma alimentação regular de água às centrais
hidroelétricas mas, muitas vezes com consequências terríveis: podem alagar
excelentes terras de cultivo, não podem ser construídas em qualquer lugar e têm
custos muito elevados, os ecossistemas aquáticos e os situados em locais de
construção de grandes barragens são afetados. Muitos dos efeitos não são
irreversíveis e a natureza com a contribuição humana acaba por encontrar novos
equilíbrios.

4. Energias renováveis: Eólica


O vento é o movimento de massas de ar, provocado por um aquecimento diferenciado
das zonas da atmosfera ou pela orografia do terreno. O vento já foi usado para
deslocar barcos à vela, moer cereais ou elevar água dos poços. Atualmente é também
usado para produzir eletricidade.
As centrais eólicas instalam-se em locais onde a velocidade média anual do vento
excede 6 m/s, o que em Portugal se verifica em zonas montanhosas e junto à costa.
As centrais eólicas têm aerogeradores cujas pás rodam com a força do vento, fazendo
rodar o eixo do gerador, que produz eletricidade.
Além das instalações em terra (onshore), as centrais eólicas também podem ser
instaladas no mar (offshore), aproveitando o recurso presente em zonas marítimas e a
grande área disponível, mesmo considerando as restrições (zonas de pescas, áreas
protegidas, navegação, etc.).
Atualmente, cerca de 1/4 da eletricidade consumida em Portugal tem origem eólica.
Trata-se de uma energia inesgotável, que não emite gases poluentes nem gera
resíduos, que permite a diminuição da emissão de gases de efeito de estufa (GEE).
Os parques eólicos são ainda compatíveis com outros usos e utilizações do terreno
como a agricultura e a criação de gado.
Trata-se de uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de
rentabilidade com as fontes de energia tradicionais. Os aerogeradores não necessitam
de abastecimento de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só
se procede à sua revisão em cada seis meses.
Contudo a intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é
necessária, tornando difícil a integração da sua produção no programa de exploração,
provoca

28
um impacto visual considerável, principalmente para os moradores em redor, a
instalação dos parques eólicos gera uma grande modificação da paisagem. Tem ainda
impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque destas nas pás, efeitos
desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração. E
outros dos impactos menos positivos é o impacto sonoro: o som do vento bate nas pás
produzindo um ruído constante (43dB(A)). As habitações mais próximas deverão estar,
no mínimo a 200 metros de distância.

5. Energias renováveis: Solar


A produção de eletricidade usando o sol é possível através de painéis solares
fotovoltaicos ou de painéis solares térmicos. No primeiro caso, as células fotovoltaicas
ao receberem os raios solares transformam-nos em eletricidade. No segundo caso,
usam-se espelhos que concentram a luz solar para aquecer um fluido, gerando vapor
que faz rodar as pás de uma turbina, criando um movimento de rotação do eixo do
gerador que produz eletricidade. O Sol também pode ser usado para aquecer as águas
domésticas, ou de processos industriais evitando o uso de eletricidade ou de gás.
A energia solar não polui durante seu uso, as centrais necessitam de manutenção
mínima, os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que seu
custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução
economicamente viável. Saiba qual o tempo de vida útil dos painéis solares
fotovoltaicos. A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois
sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de
transmissão.
Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação climatérica
(chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga
a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais
onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.
Em locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia e Sul da
Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de Inverno
devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura
de nuvens (Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo com o
grau de nebulosidade.
As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando
comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), e a
energia hidrelétrica (água). Os painéis solares têm um rendimento de apenas 25%,
apesar deste valor ter vindo a aumentar ao longo dos anos. Saiba quais os painéis
solares fotovoltaicos mais eficientes do mercado.

29
6. Energias renováveis: Ondas e Marés
A energia disponível no mar é muito abundante. Os equipamentos para conversão
desta energia renovável em eletricidade ainda se encontram em desenvolvimento,
procurando melhorar o seu rendimento e a sua resistência ao ambiente marítimo.
Na Ilha do Pico, Açores, existe uma central com 400 kW, a primeira no Mundo a
produzir eletricidade a partir das ondas de uma forma regular. Na costa Portuguesa, já
foram testadas várias tecnologias e está em preparação a Zona Piloto ao largo de São
Pedro de Moel para acolher projetos de demonstração para aproveitamento da energia
das ondas.

7. Energias renováveis: Biogás


É uma das fontes de energia mais abundante, mas também uma das mais poluentes.
Biogás é um biocombustível, pois é considerado uma fonte de energia renovável. É
produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano. A
produção do biogás pode ocorrer naturalmente por meio da ação de bactérias em
materiais orgânicos (lixo doméstico orgânico, resíduos industriais de origem vegetal,
esterco de animal). O biogás também pode ser produzido de forma artificial. Para
tanto, utiliza-se um equipamento chamado biodigestor anaeróbico. Este equipamento é
uma espécie de reator químico que produz reações químicas de origem biológica. O
biogás pode ser usado em substituição à gases de origem mineral como, por exemplo,
o GLP (conhecido popularmente como gás de cozinha) e o gás natural. O biogás pode
também ser utilizado para a produção de energia elétrica. Para tanto, é necessário a
utilização de geradores elétricos específicos.

Falámos tanto de energias renováveis, custos, benefícios, mas então o que são
energias não renováveis e porque que a aposta nelas devem ser cada vez menor?!?
Energias não renováveis são energias que se esgotam a ritmo muito mais rápido do
que o que homem poderá repor. A sua utilização gera muita poluição.
São exemplos, os combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás Natural.
O Gás Natural: é encontrado, geralmente, junto das reservas petrolíferas. É a mais
barato e menos poluente dos combustíveis fósseis, mas de mais difícil extração. O
Petróleo: é um combustível fóssil, produzido em algumas zonas do subsolo da Terra. É
a principal fonte de energia atual. É de fácil transporte, mas potencial causador de
desastres ambientais. E o carvão: é uma das fontes de energia mais abundante mas
também uma das mais poluentes.

30
Relação entre sociedade do consumo e sociedade sustentável:
Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente
Educação ambiental: Formar cidadãos ativos que saibam identificar os problemas e
participar efetivamente na sua solução e prevenção. Que ajudem a conservar o nosso
património comum, natural e cultural. Que hajam, organizem-se e lutem por melhorias
que favoreçam a sobrevivência das gerações presentes e futuras da espécie humana
e de todas as espécies do planeta, em um mundo mais justo, saudável e agradável
que a atual.
Torna-se clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à
natureza, no sentido de promover, sob um modelo de desenvolvimento sustentável,
com reflexos positivos evidentes na qualidade de vida dos cidadãos.
A Educação Ambiental constitui-se assim numa forma abrangente de educação dos
cidadãos, através de um processo que procura incutir no educando uma consciência
crítica sobre a problemática ambiental.
A reciclagem diz respeito a um conjunto de processos que permitem aproveitar
materiais usados sem utilidade para nós - resíduos – para fabricar produtos
completamente novos. Depois do lixo separado nos ecopontos: são recolhidos por
viaturas próprias e conduzidos até às estações de Triagem, onde são despejados em
passadeiras rolantes e várias pessoas de forma manual, vão fazendo uma separação
mais cuidadosa, no fim de corretamente separados vão entrar nos diferentes
processos de reciclagem.
Reciclar permite poupar matérias-primas, como o alumínio, o estanho, o petróleo, a
madeira e a areia. Para além disso, é melhor fabricar materiais a partir de objetos
reciclados do que a partir de matérias-primas, pois exige menos energia e menos
gastos de dinheiro. Quando está a reciclar, está a contribuir para a redução do
consumo de energia e para a preservação do ambiente.
Os resíduos para reciclagem são separados consoante os materiais de que são
feitos. Para os materiais secos recicláveis, existe uma padronização de cores para
os recipientes de recolha: Cor verde - Vidro
Cor amarela - Plástico e
Metais Cor azul - Papel e
Cartão

Todo o material a reciclar deve estar limpo. As embalagens de cartão e as garrafas de


plástico devem estar secas e devem ser espalmadas antes de serem colocadas no
ecoponto, a fim de economizar espaço dentro do contentor.
VIDRÃO: Garrafas de vidro, Frascos de conserva em vidro; Lâmpadas

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PAPELÃO: Jornais, listas telefónicas, folhetos de publicidade, Folhas de caderno,
revistas, folhas de rascunho, Papéis de embrulho, Caixas de papelão, Caixas de
brinquedos, Pacotes de leite.
PLASTICÃO: Garrafas plásticas e sacos, Tubos e canos, Frascos de champô,
Embalagens dos detergentes, Baldes e bacias, Restos de brinquedos
PILHÃO OU PILHÓMETRO: Pilhas, Baterias de máquinas fotográficas e outras

Atividade: E nós… O que podemos fazer? | 25 Ideias para poupar ambiente (e dinheiro) -
texto em anexo.

Protocolos e convenções internacionais do ambiente e do


desenvolvimento sustentável
A preocupação com o estado do meio ambiente não é recente, mas foi nas três últimas
décadas do século XX que ela entrou definitivamente na agenda dos governos de
muitos países e de diversos segmentos da sociedade civil organizada.
No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Harlem Brundtland e Mansour Khalid,
apresentou um documento chamado “Nosso Futuro Comum”, mais conhecido por
relatório Brundtland.
Relatório Brundtland “Nosso Futuro Comum” (1987): “É o desenvolvimento que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem a suas próprias necessidades”.
Dois conceitos-chave:
1. O de “necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que
devem receber a máxima prioridade”; e
2. “a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao
meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras”.
A estratégia de desenvolvimento sustentável visa a promover a harmonia entre
os seres humanos e entre esses e a natureza. Para tanto, são necessários:
– sistema político com efetiva participação dos cidadãos no processo de decisão;
– sistema económico competente para gerar excedentes e conhecimentos técnicos
em bases confiável e constante;
– sistema social capaz de resolver as diferenças causadas por um desenvolvimento desigual;
– sistema de produção que preserve a base ecológica do desenvolvimento;
– sistema tecnológico que encontre novas soluções;

32
– sistema internacional com padrões sustentáveis de comércio e financiamento;
– sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas devem ser
tomadas pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas:
1. limitação do crescimento populacional;
2. garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;
3. preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
4. diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com
uso de fontes energéticas renováveis;
5. aumento da produção industrial nos países não-industrializados com
base em tecnologias ecologicamente adaptadas;
6. controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;
7. atendimento das necessidades básicas (saúde, escola,
moradia). No âmbito internacional, as metas propostas são:
– Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de
desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento);
– Proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, oceanos, pela
comunidade internacional;
– Extinção das guerras;
– Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização
das Nações Unidas (ONU).
O conceito de desenvolvimento sustentável deve ser assimilado pelas lideranças de
uma empresa como uma nova forma de produzir sem degradar o meio ambiente,
estendendo essa cultura a todos os níveis da organização, para que seja formalizado
um processo de identificação do impacto da produção da empresa no meio ambiente e
resulte na execução de um projeto que alie produção e preservação ambiental, com
uso de tecnologia adaptada a esse preceito.
Outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado de
desenvolvimento sustentável são: uso de novos materiais na construção;
reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais; aproveitamento e
consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a geotérmica;
reciclagem de materiais reaproveitáveis; consumo racional de água e de alimentos;
redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos.
O Desenvolvimenro Sustentável tem seis aspectos prioritários que devem ser
entendidos como metas:

33
– a satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação,
saúde, lazer, etc);
– a solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo
que elas tenham chance de viver);
– a participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da
necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe
para tal);
– a preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);
– a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e
respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre
de populações oprimidas, como por exemplo os índios);
– a efetivação dos programas educativos.
O Desenvolvimento Sustentável é também um compromisso voluntário por parte da
população e requer convencimento e motivação. Trata-se de uma idéia mobilizadora,
da criação coletiva de uma utopia, com a plena consciência da dificuldade que isso
pressupõe.
Além disso, desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e política que
considere o desenvolvimento como um processo de mudança social, com conseqüente
democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição eqüitativa dos custos e
benefícios do desenvolvimento.
Desde meados da década de 1980 que se discutem mudanças climáticas globais na
esfera internacional. Tal processo resultou na realização da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD, realizada no Rio de
Janeiro em 1992, que gerou, entre outros documentos, a Convenção Quadro de
Mudanças Climáticas - CMC. Passados cinco anos, houve o estabelecimento do
Protocolo de Kyoto – PK - que, diferente da Convenção, estabeleceu normas mais
claras sobre a redução de emissões de gases de efeito estuda e metas a serem
atingidas por países que emitiram mais gases.
O protocolo é um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução
da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a
maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em
11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de Março de 1999. Sendo que para este
entrar em vigor precisou que 55% dos países, que juntos, produzem 55% das
emissões, o ratificassem.
Assim entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em
Novembro de 2004.

34
As metas de redução não são homogéneas a todos os países, colocando níveis
diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em desenvolvimento
(como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução.
Países como os EUA não assinam o protocolo, pois alegam que os países em vias de
desenvolvimento não tem metas obrigatórias de redução das emissões de gás
carbono para os países em desenvolvimento.
O protocolo de Quioto expirou em 2012, mas houve o compromisso da ONU e de
alguns governos para o delineamento de um novo acordo, com novas metas a serem
cumpridas após 2012.
O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas
ações básicas:
• Reformar os sectores de energia e transportes;
• Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
• Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
• Limitar as emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas energéticos;
• Proteger as florestas.

“ O mundo tem o suficiente para as necessidades de todos, mas não para a ganância
de todos.”
Mahatma Gandhi

Metodologias
Tal como o nome indica não se trata da imposição de determinado método, mas
apenas de elucidar um modo de dar coerência ao tratamento de determinados
assuntos, visando a aquisição de determinadas competências. Procurou-se dar para
cada módulo sugestões de trabalho e exemplificar alguma das etapas do método
preconizado com um exemplo de atividade.
Dada, no entanto, a heterogeneidade de módulos propostos, é também diversa a
forma de apresentação deste ponto. Pretende-se, com isso, diversificar ainda mais as
hipóteses para o formador, podendo, a partir da leitura de todos os módulos, encontrar
noutros, modalidades mais ajustadas à sua forma de trabalhar ou estímulos criativos
em que mais se reveja. Com esta diversidade pretende-se, pois, dotar o formador de
instrumentos metodológicos que,

35
ainda que não fazendo parte de um módulo determinado possa, no entanto, configurar
outras hipóteses a partir de elementos extraídos dos diferentes módulos.
Como princípios básicos, aponto os seguintes:
- As metodologias devem ser ativas, visando uma autonomia crescente por parte dos
formandos;
- O trabalho de projeto ou a resolução de problemas surgem como elementos
estruturantes dos processos ativos de aprendizagem;
- Devem diversificar-se as formas de abordagem dos conteúdos, quer através de
trabalho individual quer de grupo, recorrendo a técnicas de pesquisa, sem esquecer
processos de dinâmica de grupos que ajudem a desbloquear naturais resistências;
- É de valorizar a apresentação dos produtos obtidos, usando estratégias de
socialização dos mesmos.

Avaliação
A avaliação preconizada, independentemente das formas e modalidades
desenvolvidas, recobre, no entanto, algumas características comuns: incidir quer nos
processos quer nos produtos, como forma de evidenciar o caráter formativo da
avaliação em consonância com a progressão da aprendizagem; definir-se num quadro
de negociação variável, de acordo com os objetivos e os instrumentos requeridos, mas
valorizando sempre a dimensão negocial e crítica como sendo competências gerais a
adquirir pelos formandos; reforçar os aspetos de uma progressiva autonomia e
capacidade de decisão, características fundamentais à procura e seleção de
informação, necessárias num processo de formação ao longo da vida.
Os critérios para avaliação do progresso e da aprendizagem dos formandos resultam
das competências definidas.
O plano de avaliação deve refletir os diferentes estilos de aprendizagem dos
formandos, as diferentes formas de evidenciarem as suas aprendizagens e a natureza
das capacidades que vão ser avaliadas. A autoavaliação também deve ser
considerada.
Assim, a avaliação terá que incidir tanto nos processos de trabalho, como nos seus produtos.
A informação recolhida deve dizer respeito a conceitos, capacidades e estratégias de
ação, atitudes e valores.
A avaliação deverá ser contínua podendo incidir nos seguintes produtos: relatórios de
reflexão pessoal (resultantes, por exemplo da discussão de temas controversos ou das
simulações em torno de dilemas), trabalhos resultantes das atividades de resolução de
problemas que podem

36
ter suportes variados (informação recolhida e tratada, adequação das propostas de
intervenção, implementação das propostas e resultados obtidos), participação nas
discussões. A formadora pode adquirir informação de formas diversas:
1. Observar a forma como é organizado e planificado o trabalho (“Diário de bordo”, folha de
registo com os parâmetros de avaliação, ...);
2. Analisar a informação selecionada e/ou trabalhada;
3. Observar o desempenho dos formandos na concretização das diversas atividades
(expressão oral, argumentação, capacidade de ouvir os outros, respeito por opiniões
diferentes, interpretação e aplicação de conhecimentos, equacionar variáveis, );
4. Analisar os argumentos e as reflexões produzidas e a adequação das propostas de
intervenção (por exemplo: as ideias e opiniões apresentadas refletem a pesquisa
efetuada, são considerados pontos de vista diferentes, as propostas de ação são
exequíveis, as propostas de ação referem-se aos próprios ou apenas aos outros, ).
A definição dos parâmetros de avaliação e dos respetivos critérios deve ser negociada
com os formandos no início das atividades e sugere-se, ainda, a atribuição de pesos
diferentes para os produtos de avaliação de modo a tornar mais claro o modo como se
obtém a classificação final de cada formando.

37
Consciencialização e sensibilização ambiental

Afirmações:

a. A extinção de algumas espécies é uma das consequências inevitáveis do progresso.

b. Os efeitos positivos da tecnologia são sempre superiores às consequências


negativas que dela podem resultar para o meio ambiente.

c. Os recursos da Natureza devem ser utilizados pelo Homem para produzir


riqueza, desenvolvendo economicamente o planeta.

d. Considero que é mais importante as pessoas terem emprego do que proteger


o meio ambiente.

e. Os problemas ambientais que surgirem no novo século e que afetarão as novas


gerações serão certamente resolvidos pelo desenvolvimento da ciência

Tarefa: Das 5 afirmações apresentadas, deverá escolher uma que gostaria


particularmente de comentar/refletir

Em grupo, e de acordo com a afirmação escolhida:

1. Porque optaram por aquela afirmação.

2. Qual a tomada de posição face a esta, concordam, discordam, com base em argumentos.

3. Redigam uma pequeno texto sobre as ideias faladas em grupo, para


posteriormente apresentarem ao grupo.

Podemos mudar o
clima? Poluição
afasta a chuva
Na verdade, as radiosas esperanças de outrora de que poderíamos mudar o clima
para melhor deram lugar à sombria tomada de consciência de que só estamos a piorar
as coisas. É agora evidente que aquilo que os cientistas mais inteligentes do mundo
não podiam conseguir por projeto, as pessoas comuns estão em vias de concretizar
por acidente. Os seres humanos têm não só capacidade para alterar os padrões
climáticos à escala local, regional e global, como já o estão a fazer – de uma maneira
potencialmente catastrófica.
Vejam-se os milhares de milhões de toneladas de anídrico carbónico que são emitidas
todos os anos, no decurso da nossa vida quotidiana. Conduzir um automóvel, ligar
uma luz, trabalhar numa fábrica, adubar um campo, tudo isso contribui para a
crescente carga atmosférica de

38
gases que aprisionam o calor. A menos que comecemos a controlar as emissões de
CO2 e de compostos similares, as temperaturas médias globais vão, provavelmente,
subir entre 1 e 5 graus até ao final do século; mesmo a extremidade inferior desse
espectro pode causar muita confusão meteorológica. Entre outras coisas, quanto mais
elevada for a temperatura, mais rapidamente a humidade pode evaporar-se da
superfície da terra e condensar, sob a forma de gotas de chuvas nas nuvens,
aumentando substancialmente o risco tanto de secas como de chuvas torrenciais.
A atividade humana está a modificar a precipitação de outras maneiras dramáticas. As
imagens de satélites mostram que os aerossóis industriais – ácido sulfúrico e coisas
semelhantes – emitidas pelas siderurgias, refinarias de petróleo e centrais elétricas
estão a suprimir a precipitação nos grandes centros industriais.

Abate de árvores muda o clima


A desflorestação tem ampla gama de impactos. Uma coisa que as árvores fazem é
reter muito carbono nos seus tecidos, impedindo assim, que ele escape para a
atmosfera. As árvores têm também um importante papel de reciclagem de humidade
para a atmosfera. Em algumas partes da bacia do Amazonas, a desflorestação chegou
ao ponto de alterar os padrões de precipitação. Isto porque muita humidade contida
nas nuvens vem da copa das florestas.
Os arbustos, ervas e outra coberta vegetativa atuam mais ou menos da mesma
maneira, retendo água, alimentando a humidade da atmosfera e dando sombra que
protege a superfície da terra dos raios de sol que secam. As limpezas de terras em
larga escala, que decorrem em todo o mundo, eliminam tudo isto.
In Revista Visão, 13 de Abril de 2000

Para refletir:
1. Quais pensam ser os principais problemas ambientais no nosso país?
2. Acham que estes problemas afetam os vários países do mundo?
3. De que modo a atividade humana pode provocar problemas ambientais? Que
exemplos conhecem?
4. Consideram que o cidadão comum pode dar um contributo na resolução desses
problemas? Como?
5. Que tipo de ações realizam no dia-a-dia para ajudar a resolver os problemas
ambientais? Por exemplo, costumam separar o lixo para reciclagem? Ou aproveitar as
folhas utilizadas apenas de um lado para rascunhos?

39
6. Consideram que o desenvolvimento económico é compatível com a qualidade do ambiente?

O QUE SÃO AS MUDANÇAS


CLIMÁTICAS? O QUE PODEMOS
FAZER A RESPEITO?
As mudanças climáticas são reais e estão acontecendo agora. A maioria de nós sabe
que a Terra está ficando mais quente, mas realmente entendemos o que está
causando isto, e qual seu impacto? Leia nossa introdução às mudanças climáticas,
junte-se a nós e ajude a construir um futuro melhor.

O que são as mudanças climáticas?


De maneira simples, a mudança climática, também conhecida como aquecimento
global se dá pelo aumento de temperatura média global. O aumento das emissões de
gases de efeito estufa na atmosfera (CO2 em particular) estão prendendo o calor na
atmosfera da Terra. Isto impacta sistemas climáticos globais, causando, desde chuva
inesperada á ondas de calor extremas. A Terra já passou por períodos de aquecimento
e refrigeração - e alterações climáticas associadas - muitas vezes. O que os cientistas
estão mais preocupados, é que o processo de aquecimento está acontecendo muito
mais rápido do que antes, e que o rápido aquecimento é causado pelo aumento dos
níveis de emissões criadas pelo homem.
O mundo já está quase um grau Celsius mais quente do que era antes do período
industrial. Isto pode não parecer muito, mas podem ter consequências devastadoras
para o planeta e as condições de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Os
cientistas advertem que precisamos limitar este aumento a um máximo de dois graus
em relação ao nível de 1990, nível base considerado nas negociações internacionais
sobre o clima.
Quais são as principais causas das Mudanças Climáticas?
Há causas naturais que contribuem para alterações climáticas, mas os processos
industriais estão por trás da recente e rápida aceleração do aquecimento global. As
necessidades de uma população crescente levaram ao desmatamento, à queima de
combustíveis fósseis e à agricultura intensiva. Todas essas atividades liberam gases
do efeito estufa em nossa atmosfera - como o dióxido de carbono, óxido nitroso e
metano. Os gases do efeito estufa aprisionam o calor do sol no planeta, impedindo que

40
ele seja refletido de volta ao espaço. Isto faz com que a atmosfera da Terra se
aqueça, no que é conhecido como o efeito estufa. Em

41
apenas 200 anos, a concentração de dióxido de carbono em nossa atmosfera
aumentou em 30%.

Quais são os principais impactos e efeitos das Mudanças Climáticas?


As mudanças climáticas já causaram impactos sobre as condições de vida e trabalho
das pessoas, assim como sobre a vida selvagem e o meio ambiente. Na China, as
catástrofes naturais atingiram 24,89 milhões de hectares de plantações em 2014, dos
quais 3,09 milhões de hectares foram destruídos, enquanto a seca causou perdas
econômicas diretas de 83,6 bilhões de yuans1 - mais de 40 bilhões de reais. Na
Turquia, um atraso no período de colheita na região do Mar Negro em 2014 fez com
que produtores de chá turcos sofressem perdas de 15% na produção anual, devido à
geada pesada. No geral, desastres naturais na última década já custaram mais de R$
8,4 trilhões ao mundo. Incêndios florestais continuam a ameaçar espécies que já estão
em perigo, enquanto as mudanças no clima e habitat levam animais a saírem das
áreas protegidas em busca de água e áreas habitáveis. O custo da mudança no clima
afeta a Unilever como negócio também. Estimamos que a Unilever tenha cerca de R$
900 de custos anuais relacionados ao efeito da mudança climática.
O nível do impacto das mudanças climáticas depende da taxa de aumento da
temperatura da Terra . Um aumento de um grau terá um impacto ecológico grave e
poderia custar ao mundo 210 triliões de reais, estima-se. A mudança climática fará
com que algumas regiões se tornem mais húmidas, e outras mais quentes. O nível do
mar subirá à medida que as geleiras derreterem, enquanto algumas regiões estarão
mais em risco de ondas de calor, secas, inundações e desastres naturais. A mudança
climática poderia arruinar cadeias alimentares e ecossistemas, pondo espécies inteiras
em risco de extinção.

O que você pode fazer?


Todos nós podemos ativamente limitar a emissão de gases do efeito estufa. Significa
que temos uma chance de reduzir o ritmo do aumento da temperatura do planeta. Se
nos conscientizarmos a respeito do uso que fazemos da energia em nosso dia a dia e
escolhermos apoiar as empresas que se comprometem a agir em relação às
mudanças climáticas, podemos ajudar a construir um futuro melhor para nosso planeta
in: https://futuromelhor.unilever.com.br/stories/473087/O-que-s-o-as-Mudan-as-Clim-ticas--O-que-podemos-
fazer-
a-respeito-.aspx

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46
47
48
49
RIBEIRO, Luís; TEIXEIRA, Clara; MORGADO, Manuel (2009), “25 Ideias para poupar o
Ambiente (e dinheiro…), in VISÃO Edição Especial Verde, pp. 132 – 146, Lisboa.

50
Ficha de Conhecimentos

Preenche os espaços em falta com as palavras enumeradas:

1. Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se .

2. formam-se pela combinação do dióxido de enxofre com o vapor


de água existente na atmosfera.

3. é um processo que ocorre quando uma parte da radiação


infravermelha emitida pela superfície terrestre é absorvida por determinados
gases presentes na atmosfera. Como consequência, o calor fica retido, não
sendo libertado para o espaço.

4. é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza,


principalmente devido a abates realizados pela indústria da madeira.

5. No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e


Desenvolvimento (UNCED), apresentou um documento chamado
, mais conhecido por relatório Brundtland.

6. Devemos utilizar os recursos naturais hoje, conscientes que as gerações futuras


também têm de usufruir deles, a isto chama-se .

7. O é um tratado internacional com compromissos para a


redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa.

8. Nem todos os países assinaram o protocolo de Quioto, o exemplo mais


flagrante são os .

Desflorestaçã Estados Unidos da Chuvas


o América Ácidas
Desenvolvimento Efeito de
Sustentável Estufa Nosso Futuro Comum
Transform Protocolo de
a Quioto

51
De que energias renováveis ouviste falar? Escolha a que tu achas mais
importante continuar a implementar em Portugal e justifica a tua resposta.

Que gestos podemos fazer no nosso dia-a-dia para minimizar os impactos do


homem no meio ambiente.

Bom trabalho!

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Bibliografia | Webgrafia

 BARRÈRE, M. (1993). Terra Património Comum. Lisboa: Instituto Piaget.


 BRUNDTLANNA, G. e outros (1991). O nosso futuro comum. Meribérica/Libet
 BURNIE, D. (1991). Como Funciona a Natureza. Lisboa: Selecções do Reader´s Digest.
 BURNIE, D. (1998). 101 Experiências com a Natureza. Lisboa: Texto Editoral
 ELKINGTON, J. e HAILES J. (1990). Guia do jovem Consumidor Ecológico. Lisboa: Gradiva
 DUVIGNEAUD, P.(1996). A Síntese Ecológica. Lisboa: Instituto Piaget
 FERNANDES, J. (1983). Manual de Educação Ambiental. Lisboa: GEP.
 FREDERICKS, A. (1997). Experiências Simples da Natureza com Materiais Disponíveis.
Venda Nova: Bertrand Editora.
 GIORDAN, A. e SOUCHON C. (1997). Uma Educação para o ambiente. Lisboa: IIE.
 PIMENTA, C. e Melo, J. (1992). O que é a Ecologia. Lisboa: Difusão Cultural.
 RIBEIRO, T. (1994). O Jardim Comum Europeu. Lisboa: Quetzal Editores.
 SCHUMACHER, E. (1985). Small is Beautiful. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
THE EARTH WORKS GROUP (1993). 30 coisas simples que se podem fazer com a
energia para salvar a Terra. Lisboa: Difusão Cultural. THE EARTH WORKS GROUP
(1993). 50 coisas simples que você pode fazer para salvar a Terra. Lisboa: Difusão
Cultural.
 VANCLEAV, J. (1994). Ecologia para Jovens. Lisboa: Publicações Dom Quixote

 http://www.ipamb.pt – no dia 24 de Novembro de 1999


 http://www.inag.pt./snirh/
 http://www.panda.org/

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