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Manual de

O Homem e o Ambiente

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FICHA TÉCNICA
Objetivos e Condições de Utilização
O formando deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante a sessão
com a leitura do presente Manual.

Contém todos os temas abordados durante o curso, devendo ser um suporte ao estudo a
desenvolver pelo formando, bem como um reforço aos conhecimentos adquiridos durante a
sessão.

A leitura do Manual não invalida que o formando não aprofunde os seus conhecimentos,
através da consulta da bibliografia recomendada ou de outros que julgue convenientes.

Conteúdos do Manual

 Principais problemas ambientais

 Poluição e saúde pública

 Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente

 Tecnologias verdes: custos e benefícios

 Novas fontes de energia e sua utilização

 Relação entre sociedade de consumo e sociedade sustentável

 Convenções e protocolos internacionais no domínio do ambiente e do


desenvolvimento sustentável

Fontes Bibliográficas

 Motta, L., Viana, M. A., (2010) Bioterra 8ºano – Ciências Naturais 8º ano. Porto
Editora.
 http://melhoraroambiente.webnode.com.pt/problemas-ambientais/

 http://melhoraroambiente.webnode.com.pt/o-aquecimento-global/

 http://www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/;

 http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_04.pdf

 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_eolica.htm

 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_solar.htm

 http://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-energia-solar

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ÍNDICE
1. Introdução.....................................................................................................4

2. Ambiente.......................................................................................................5

2.1. Problemas ambientais: poluição do ar, água, solo...........................5

2.1.1. Poluição do Ar:...............................................................................5

2.1.1.1. Problemas associados à poluição atmosférica:..................6

2.1.2. Poluição da água:...........................................................................9

2.1.2.1. As causas da poluição da água são:...................................10

2.1.3. Poluição dos solos.......................................................................15

2.1.4. Poluição sonora............................................................................16

3. O Desenvolvimento sustentável...............................................................17

3.1. Comportamentos para evitar a degradação ambiental...................18

3.1.1. Os Resíduos:.................................................................................19

4. Protocolos e convenções internacionais................................................23

5. Exemplos de políticas que contribuem para o desenvolvimento


sustentável........................................................................................................26

6. Bibliografia.................................................................................................28

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1. INTRODUÇÃO
Ao longo desta UFCD vais aprender a:

 Caracterizar os principais problemas ambientais.

 Compreender o impacte da atividade humana no ambiente.

 Identificar os efeitos da poluição na saúde pública.

 Reconhecer a importância da alteração de atitudes e comportamentos


na preservação do ambiente.

 Compreender que nos processos de tomada de decisão sobre


problemáticas ambientais concorrem diversas perspetivas, refletindo
interesses e valores diferentes.

Conteúdos:

 Principais problemas ambientais relacionados com o ar, a água, solo

 A poluição e a saúde pública

 As tecnologias verdes: custos e benefícios

 Novas fontes de energia e a sua utilização

 Relação entre a sociedade de consumo e a sociedade sustentável

 Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente

 Protocolos e Convenções internacionais no domínio do ambiente e do


desenvolvimento sustentável

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2. AMBIENTE
A Terra é património de todos e o seu equilíbrio é frágil. Sendo um sistema,
todos os seus componentes estão interligados e a afetação de um deles tem
reflexos sobre todos os outros. Hoje ouve-se falar de um mundo desenvolvido e
de outro em desenvolvimento, dos problemas de uns e dos problemas de
outros, mas quem pode pensar que nada tem a ver com o assunto ou que nada
pode fazer?
Há procedimentos dos países mais ricos que colocam seriamente em causa
a vida do planeta. No entanto, são estes que possuem os conhecimentos
científicos, tecnológicos e financeiros que corrigem os problemas ambientais.
Os países mais pobres sofrem os impactos mais negativos da atuação
humana e, preocupados com a satisfação das suas necessidades básicas,
pouca importância dão às questões ambientais. Acontece que a atmosfera, as
águas e os solos não têm portas nem fronteiras que impeçam que os males do
mundo circulem.

Atualmente assiste-se à:

 diminuição das reservas de recursos não renováveis (madeira, carvão,


petróleo e gás natural);
 sobre exploração e degradação de recursos renováveis (florestas, água,
solos, fauna e flora);
 emissão de poluentes produzidos pelo tráfego, indústrias, consumo de
tabaco, provocando o aquecimento global;
 produção de resíduos tóxicos, que se acumulam nos oceanos, em
aterros sanitários e no ar, degradando a água, os solos e a atmosfera.

1.1. PROBLEMAS AMBIENTAIS: POLUIÇÃO DO AR, ÁGUA, SOLO

1.1.1. POLUIÇÃO DO AR:

O ar existe essencialmente na atmosfera, mas também se encontra na água


e nos solos.

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O ar é invisível, mas reconhece-se facilmente a sua presença quando
respiramos, quando vemos a oscilação das árvores ou quando o vento nos
“fustiga”. O ar é incolor e inodoro.
O ar atmosférico é aquele que os seres vivos necessitam. Quando há
alterações nas quantidades dos seus constituintes, os seres vivos são
afetados.
A poluição do ar é um problema dos nossos dias. Por ação do Homem
continuam a ser lançadas na atmosfera substâncias nocivas, como o monóxido
de carbono (CO), o dióxido de enxofre (SO 2), o chumbo (Pb) e o dióxido de
carbono (CO2).
Estas substâncias têm origem, principalmente, na combustão incompleta
do carvão e do petróleo, nas centrais termoelétricas e nos escapes dos
motores dos automóveis.

1.1.1.1. PROBLEMAS ASSOCIADOS À POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA:

A poluição atmosférica tem diversas consequências:

 Aumento do efeito de estufa / aquecimento global


 Destruição da camada de ozono;
 Chuvas Ácidas

 Efeito de estufa:
A Terra liberta energia
Quase metade da calorífica, através da
radiação solar é radiação terrestre (E).
refletida (A) e absorvida Parte da radiação
(B) pelas camadas terrestre é enviada para o
superiores da espaço (F), mas outra
atmosfera. Da radiação parte é retida pelos gases
solar que atinge a com efeito de estufa –
superfície terrestre uma os GEE – e novamente
pequena parte é refletida para a superfície
refletida pela Terra (C) e terrestre – contra
a maior parte é radiação (G). É este
absorvida (D), processo que origina o
convertendo-se em aquecimento da parte
energia calorífica. inferior da troposfera.

Fig. 1: O efeito de estufa é a função da atmosfera que contribui para o aquecimento da parte inferior da
troposfera devido à reflexão de parte da energia da radiação terrestre para a superfície da Terra.

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Um dos impactos ambientais das atividades humanas é o progressivo
aumento da concentração dos gases com efeito de estufa (GEE),
nomeadamente, dióxido de carbono (CO 2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O),
vapor de água e ozono (O 3), na atmosfera. Consequentemente verifica-se o
aumento do efeito de estufa e a subida da temperatura média da Terra,
geralmente designada por aquecimento global.
O efeito de estufa é um conceito que foi escolhido para designar a taxa da
temperatura global que é provocada pelo aumento de poluentes gasosos,
principalmente o dióxido de carbono. Os gases poluentes absorvem as quentes
radiações infravermelhas, impedindo o seu escape para o espaço durante a
noite. O efeito de estufa é idêntico ao que acontece num carro estacionado ao
sol com os vidros fechados. A energia radiante do sol aquece o interior do carro
e os vidros impedem o seu escape para o exterior. O carro aquece cada vez
mais.
A subida da temperatura média da Terra provoca a dilatação térmica das
águas superficiais dos oceanos e o degelo dos glaciares existentes nas
regiões polares e nas áreas montanhosas, alterações que, por sua vez,
contribuem para a subida do nível médio das águas do mar.
As maiores consequências do aquecimento global serão: a subida do
nível do mar no decorrer do próximo século; o aumento da desertificação e a
generalização de uma crise de fome no mundo; a destruição dos seres
vivos, animais e plantas, que vivem em estuários, deltas e zonas baixas da
costa, sobretudo devido à erosão e inundação de ilhas e áreas costeiras de
baixa altitude; aumento da frequência dos fenómenos meteorológicos
extremos; aumento dos incêndios florestais.
Sabendo-se que o dióxido de carbono é o principal responsável pelo
aquecimento global, reduzir a sua emissão pode ajudar
a resolver o problema. Na sua maior parte, o dióxido de
carbono lançado na atmosfera resulta da utilização de
combustíveis fósseis para produzir eletricidade, a
circulação automóvel e o aquecimento das casas. A
redução do consumo de combustíveis fósseis constitui
uma solução possível.

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 A destruição da camada de ozono:

O ozono (O3) encontra-se especialmente nas camadas superiores da


atmosfera (estratosfera) a 15km da superfície e forma um escudo (cerca de 30
km de espessura). Esta fina camada constitui a única proteção da Terra para
filtra os raios ultravioletas do Sol, permitindo assim a existência de vida na
Terra.
Porém, desde há muito que se sabe que a espessura da camada de ozono
começou a diminuir, principalmente devido à emissão de clorofluorcarbonetos
(CFC) para a atmosfera.
A constante destruição da camada de ozono leva a um aumento de raios
ultravioletas (UV), altamente energéticos. Estes raios ao atingirem a Terra vão
promover a destruição das proteínas, e do ADN, provocando cancro de pele,
cataratas nos olhos, alterações no sistema imunitário, danos nas
colheitas, nos peixes e no plâncton de que se alimentam.

 Chuvas ácidas:

As chuvas ácidas são um sério


problema de agressão ao meio
ambiente, são gotas de água que
podem ser chuva ou neblina
carregadas de ácido nítrico e
sulfúrico. Esses ácidos são
resultados de reações químicas que
correm na atmosfera a partir da
presença do enxofre. O enxofre, por sua vez, é emitido para a atmosfera pelas
indústrias, pela queima de carvão, pelos veículos, etc. Ela pode manifestar-se
tanto no local de origem, como a centenas de quilómetros de distância. A ação
corrosiva do ácido é impiedosa, provoca acidificação do solo,
prejudicando as plantas e animais, a vida dos rios e florestas.
Da mesma forma, as edificações presentes na área são afetadas, o
excesso de nitrogénio lançado pela chuva ácida em determinados lagos
também pode causar crescimento excessivo de algas, e consequentemente

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perda de oxigénio, provocando um significativo empobrecimento da vida
aquática e problemas respiratórios e pulmonares na população.

A poluição do ar poder ser evitada, tomando algumas medidas como:

 Aproveitar o avanço tecnológico para resolver o problema da poluição;

 Apostar cada vez mais em energias alternativas – não poluem e


renovam-se naturalmente – como é o caso das energias eólicas e solar.

Redução da Biodiversidade

A redução da biodiversidade (…) resulta das actividades humanas, que são responsáveis
pela extinção de milhares de espécies por ano, Em causa está a destruição dos próprios
habitats. As regiões tropicais, os recifes de corais e as zonas húmidas, os ecossistemas com
maior diversidade biológica, são precisamente os mais atingidos.

(…) A biodiversidade é considerada o mais importante recurso do planeta. Tudo depende


dela. Muitas espécies são determinantes para podermos ter o ar que respiramos, a água que
bebemos, e o solo que cultivamos.

Fórum ambiente, Agosto de 1997

1.1.2. POLUIÇÃO DA ÁGUA:

A água está sempre presente nas atividades humanas. Grande parte da


água utilizada pelo Homem é de novo
lançada na Natureza com substâncias
poluentes dissolvidas.
A água circula continuamente na
Natureza, podendo passar pelos
diferentes estados – sólido, líquido e
gasoso.
Devido ao calor do sol a água dos
oceanos, mares, rios e lagos vai-se
lentamente evaporando, concentrando-se na atmosfera. O vapor de água na
atmosfera arrefece e condensa-se, isto é, transforma-se em pequenas gotas de
água, formando as nuvens.

Ciclo da água 9
Depois a água volta novamente à superfície terrestre sob a forma de
precipitação - chuva, neve ou granizo. Uma parte cai diretamente nos oceanos,
mares rios e lagos, outra escorre à superfície terrestre e outra infiltra-se no
solo, formando lençóis de água subterrâneos. A água absorvida pelo solo
passa para as plantas, que a absorvem pelas raízes.
Os animais obtêm a água consumindo as plantas ou bebendo nos rios,
riachos e fontes. Pela respiração e transpiração dos organismos, a água
regressa de novo à atmosfera. Assim, o ciclo repete-se continuamente,
mantendo-se mais ou menos constante a quantidade de água no nosso
planeta.
Existe uma circulação de água da superfície terrestre para a atmosfera e
desta para a superfície da Terra. Isto significa que grande parte da água que a
Terra perde por evaporação, volta à Terra com a chuva, a neve e o granizo.
Existem zonas onde raramente chove, como por exemplo Cabo Verde e onde
ela é muito mais preciosa de que nos locais onde ela é muito abundante.
Também o crescimento da população mundial tem sido acompanhado por um
aumento muito superior do consumo de água, pelo que são cada vez mais
comuns os problemas de escassez de água.

1.1.2.1. AS CAUSAS DA POLUIÇÃO DA ÁGUA SÃO:

 O lixo a céu aberto;

 Os resíduos industriais com produtos químicos;

 O uso abusivo de adubos e pesticidas;

 Os detergentes;

 Os esgotos das nossas casas;

 Acidentes com petroleiros, que dão origem às “marés negras”.

Como defender a qualidade da água?

A defesa da qualidade da água é uma preocupação de um grande número


de países, dada a evolução galopante da poluição provocada pelo Homem.

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Para defender a qualidade da água é necessário e urgente tomar algumas
medidas:

 Exigir que todas as águas residuais sejam tratadas em ETAR, antes de


serem devolvidas à Natureza;

 Exigir que todas as unidades fabris (poluentes) criem condições para o


tratamento dos próprios esgotos;

 Proibir a lavagem dos porões dos petroleiros nos oceanos;

 Exigir uma vigilância atuante sobre quem não respeitar a lei sobre a
qualidade da água.

Como poupar água?

Torneiras a pingar, água a correr enquanto tomamos duche, lavamos os


dentes ou as mãos. A todo o instante desperdiçamos “o petróleo do século
XXI”, apesar da sua importância. Há, no entanto, gestos que podem ajudar a
diminuir os excessos de consumo!

Na casa de banho:

 Num banho de imersão gasta-se cerca de 200 litros de água.

 No duche, se demorar apenas 5 minutos, gastam-se somente 20 litros de


água. Não devemos deixar a água a correr enquanto nos ensaboamos.

 Enquanto escovamos os dentes ou nos barbeamos, devemos fechar a


torneira. Pouparemos entre 10 a 20 litros de água.

 Em cada descarga do autoclismo são gastos 10 a 15 litros de água.


Devemos apenas utilizá-la quando for necessário. Devemos optar por
um autoclismo de baixa capacidade ou de dupla dose e diminuir o
volume de descarga do autoclismo, colocando uma garrafa cheia de
água ou areia no depósito do autoclismo

Na cozinha:

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 Antes de lavar os pratos, tachos, panelas ou frigideiras, devemos limpá-
los.

 Se necessário, deixar “de molho” os tachos e panelas.

 Não lavar a loiça em água corrente. Utilizar a bacia do lava-loiça ou um


alguidar. Usar a mínima quantidade de detergente necessário para uma
lavagem eficaz. Pouparás água e detergente.

Na rega:

 Há plantas que necessitam de pouca água. Devemos evitar regá-las sem


necessidade.

 Se possível utilizar água de poços ou ribeiros ou mesmo água de lavagem


de legumes ou frutos.

 A rega deve ser feita de manhã cedo ou à noite, para se poupar água que
se perde com o calor ou com o sol.

Na lavagem da roupa:

 Uma máquina de lavar consome entre 60 a 90 litros de água por lavagem.


Devemos apenas usá-la com a carga máxima.

 Para pouca roupa ou peças isoladas não devemos usar a máquina.

Como funciona uma ETAR?

O ciclo da água gera uma quantidade constante de água, mas a sua


qualidade vai piorando à medida que a população mundial vai aumentando. O
uso racional de água e uma promoção da sua qualidade são os objetivos
principais para uma boa gestão dos recursos hídricos.
A imagem que
se segue é um
esquema do
funcionamento de
uma ETAR. Aqui

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são visíveis os diferentes momentos pelos quais a água passa até ser
considerada tratada.

1 – Os resíduos são peneirados, ficando retidos os de maiores dimensões.

2 – Passagem da água pelo primeiro tanque onde as partículas mais pesadas,


como as areias, são separadas.

3 – Passagem da água por um segundo tanque onde são separadas as


gorduras e outras substâncias leves que flutuam na água.

4 – Neste tanque de decantação primária deposita-se cerca de 60% da matéria


em suspensão. Este depósito de lodo vai servir como fertilizante ou para
fabrico de gás.

5 – Passagem da água por tanques onde recebe oxigénio e são separadas as


substâncias orgânicas.

6 – Neste segundo tanque de decantação, são depositados os restos de


matéria orgânica.

7 – Em certos casos, a água é submetida a tratamentos químicos para se


eliminarem nitratos e fosfatos. A água assim obtida, embora não sendo potável,
pode ser utilizada na agricultura.

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Ano 2050
Acabo de fazer 50 anos, mas pareço ter 85. Tenho muitos problemas de saúde porque quase não bebo água.
Acho que tenho pouco tempo de vida. Hoje sou uma das pessoas mais idosas do mundo.
Lembro-me quando tinha 5 anos. Era tudo tão diferente!! Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham
bonitos jardins e eu podia tomar banho de chuveiro e demorar mais de uma hora.
Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres cabelos vistosos. Agora,
temos que rapar a cabeça para ela estar sempre limpa sem ter que a lavar. Antigamente, o meu pai lavava o carro com a
água que saia de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se gastava dessa forma. Recordo-me que
existiam muitos anúncios que diziam: “CUIDA DA ÁGUA”, só que ninguém lhes ligava - pensávamos que a água nunca
iria acabar.
Atualmente, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou
esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje
só posso beber meio copo.
A roupa é descartável, o que aumenta muito a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos
(fossas) como no século passado já que as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência das pessoas é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na
pele provocadas pelos raios ultravioletas (já não há a capa de ozono para os filtrar na atmosfera). Imensos desertos
constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
A indústria está parada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de
emprego e pagam-nos em água potável o salário.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade
da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas parece que não há solução
possível. Não se pode fabricar água, o oxigénio também está degradado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir a
inteligência das novas gerações.
Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e por isso há muitos meninos com
insuficiências, mutações e deformações. O governo leva-nos dinheiro pelo ar que respiramos (137 m 3 por dia por
habitante adulto). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". Estas estão dotadas de
gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. A
idade média de vida das pessoas é de 35 anos.
Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio, mas que é fortemente vigiado
pelo exército. A água tornou-se no tesouro mais cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há árvores,
porque quase nunca chove e quando há precipitação, é de chuva ácida. As estações do ano têm sido severamente
alteradas pelas experiências atómicas.
Avisaram-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que
lhe diga como era na minha juventude conto-lhe como os bosques era bonitos, falo-lhe da chuva, das flores, de como era
bom poder tomar banho e pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, que toda a gente era saudável, e
ela pergunta-me:
- “Papá! Porque se acabou a água?!” Então, sinto um nó na garganta… Também me sinto culpado, porque pertenço à
geração que foi destruindo o meio ambiente e que não levámos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam
um preço alto e sinceramente creio que em pouco tempo já não haverá vida na Terra, porque a destruição do meio
ambiente chegou a um ponto que não tem solução.
Adorava poder voltar atrás e fazer com que toda a gente compreendesse isto, quando ainda se podia fazer algo
para salvar o nosso planeta terra! 14
Adaptação de um documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de Abril de 2002.
1.1.3. POLUIÇÃO DOS SOLOS

A desflorestação:

As florestas cobrem cerca de um terço da superfície terrestre e


desempenham funções importantes para o equilíbrio ambiental do nosso
planeta:

 produzem oxigénio e absorvem dióxido de carbono (são considerados o


pulmão da Terra);

 fixam as camadas superficiais dos solos e permitem a retenção de água


no subsolo, diminuindo o risco de desertificação;

 fornecem o alimento e habitat a um elevado número de espécies.

Porém, todos os anos são destruídos milhares de hectares de floresta,


principalmente para permitir o alargamento das áreas de cultivo e de criação de
gado.

As principais causas para a desflorestação:

 a exploração de madeira para fins comerciais;

 o consumo de lenha como fonte de energia doméstica, sobretudo nos


países em desenvolvimento;

 a construção de vias de comunicação ou de grandes barragens;

 a extração de recursos minerais do subsolo;

 a deflagração de incêndios florestais;

 a ocorrência de chuvas ácidas.

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Atualmente, a desflorestação é mais acentuada nos países em
desenvolvimento, sendo particularmente preocupante a devastação das
florestas húmidas em países como o Brasil, a Indonésia, a República
Democrática do Congo, entre outros.

A desertificação:

A desertificação refere-se à degradação dos solos provocada por


diversos fatores, entre os quais se destacam as atividades humanas, como a
desflorestação e o consumo de lenha, o sobrepastoreio e a agricultura
intensiva, mas também é um dos reflexos das alterações climáticas em
determinadas regiões. Faz diminuir a produtividade dos solos e as reservas
de água doce, reduz a segurança alimentar e pode originar migrações da
população e conflitos.

1.1.4. POLUIÇÃO SONORA

A poluição sonora resulta, por exemplo, das atividades que se produzem


nas grandes cidades, como a circulação de veículos e utilização de máquinas
em obras, e provoca alterações a nível do aparelho auditivo e a nível psíquico –
aumentando a agressividade, as insónias e o stress. De acordo com medições
da revista Proteste, nas discotecas portuguesas suportamos sons de
intensidades sonoras entre os 120 e os 140 decibéis. A intensidade dos sons
mede-se em decibéis (dB), podendo dizer-se que quanto mais forte for o som,
mais decibéis o ouvido suporta. Relativamente à frequência, os sons agudos
têm uma frequência elevada e são mais lesivos que os sons de timbre grave.
Também são perigosos os sons que têm vibrações, os contínuos e os
intermitentes.
Nos tópicos que se seguem, estão registados os valores médios de alguns
sons e ruídos em decibéis:

 Conversa em voz baixa  10 dB

 Rua tranquila (numa manhã de domingo, por exemplo, quando não há


trânsito)  40 dB

 Conversa normal 60 dB

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 Ruído do despertador  80 dB

 Moto passando na rua a uma velocidade moderada  100 dB

 Ruído de tráfego em horas de ponta, numa zona de circulação não


demasiada intensa  110 dB

 Discotecas  120 dB

 Descolagem de um avião a 25 metros  130 dB

 Martelo pneumático  140 dB

 Lançamento de um foguetão Ariane  180 dB

3. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O aumento da população mundial e o apelo crescente ao consumo não têm
sido compatíveis com o aumento da qualidade de vida, uma vez que a
degradação ambiental se acentua.
O atual estado de evolução da ciência ainda não permite analisar com
segurança todo o impacto das atividades humanas.
Perante esta realidade, será possível controlar o consumo, conciliando o
crescimento económico com o respeito pelo ambiente, para que o
desenvolvimento aconteça?

A Conferência Internacional sobre o Ambiente, realizada no Rio de Janeiro,


em 1992, veio salientar a necessidade de estabelecer uma aliança nova e
equitativa mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados,
sectores-chaves das sociedades e dos povos. Desta forma, pretende-se que
sejam respeitados os interesses de todos, protegendo o ambiente para que o
desenvolvimento sustentável aconteça.

Conceito relativamente recente, formulado pela primeira vez na década de


90, e que tenta conciliar progresso e crescimento económico com uma
adequada preservação da natureza. Trata-se de encontrar um caminho de
desenvolvimento que respeite a natureza e o ambiente.

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A questão do desenvolvimento sustentado não surgiu, no início dos anos
90, por acaso. De facto, se as décadas anteriores foram, por um lado, de forte
crescimento económico, também se caracterizaram por grandes e frequentes
atropelos do meio ambiente (como, por exemplo, poluição, destruição de
florestas e extinção de espécies animais e vegetais). Por outro lado, a
consciência ecológica das populações foi ganhando forma ao longo das
décadas de 70 e 80, de tal modo que se tornou capaz de exercer pressão
sobre os responsáveis políticos no sentido de tomarem iniciativas de
preservação do ambiente.
No fundo, o novo conceito implica que se desenvolvam as atividades
económicas conducentes à satisfação das necessidades atuais para que não
se comprometa a sua satisfação no futuro.

Resumindo, o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como


“um desenvolvimento que atendia as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas
próprias necessidades”.

O desenvolvimento sustentável tem seis aspetos prioritários, que devem


ser entendidos como metas:

 a satisfação das necessidades básicas da população (educação,


alimentação, saúde, lazer,);

 a solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de


modo a que elas tenham hipótese de viver);

 A participação da população envolvida (todos devem ter consciência da


necessidade de conservar o ambiente e cada um deve contribuir para
tal);

 a preservação dos recursos naturais (água, oxigénio, solos, florestas,…);

 a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social


e respeito pelas outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito
e do massacre de populações oprimidas);

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 a implementação de programas educativos.

1.2. COMPORTAMENTOS PARA EVITAR A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL


Ao longo deste módulo já foram mencionadas várias formas de “cuidar” do
meio ambiente. Convém nunca esquecer que existem pequenos gestos que
são da competência de cada cidadão, para que a vida em comunidade se torne
mais agradável, como se pode verificar na imagem que se segue. Deste modo,
é essencial adotar medidas que visem o desenvolvimento sustentável.

19
1.2.1. OS RESÍDUOS:

Os resíduos também designados como desperdícios, detritos ou “lixo”, são


o resultado do ato de rejeição, isto é, de “deitar fora o que não se utiliza.”
A quantidade e variedade de resíduos tem aumentado devido a três fatores
fundamentais:

 Aumento e diversidade de bens de consumo;

 Crescente utilização de embalagens de plástico, papel, metal e vidro;

 Grande desenvolvimento industrial, usando muitas vezes, substâncias


perigosas para a saúde pública.

Deitar fora o que não se utiliza, ocupando o pouco espaço que o


crescimento demográfico deixa livre e consumir os recursos naturais, cada vez
mais limitados ou mesmo não renováveis, criará certamente problemas à
sobrevivência e à qualidade de vida das futuras gerações.
É dever desta geração suportar os custos necessários para que a próxima
geração encontre um ambiente pelo menos tão bom como esta geração
encontrou. Esse cuidado trará consigo grandes benefícios económicos e criará
simultaneamente novos postos de trabalho.
Portugal tem já condições para fazer face à reciclagem de várias matérias-
primas, como por exemplo, o vidro, o papel, os metais ferrosos e alumínio, os
solventes, os pneus usados, etc.
A recuperação de embalagens para uma posterior reutilização e/ou
reciclagem é a aposta mais ecológica, mas nem sempre é a mais fácil de
concretizar.
O quadro em seguida demonstra a política dos 3 R e apresenta algumas
sugestões que podem servir de exemplo.

Vidros Plásticos Latas Papel

Diminuir o Diminuir a Diminuir o


Reduzir consumo de quantidade de consumo de
Diminuir a plásticos, metal utilizado papel
quantidade de racionalizando em cada

20
vidro utilizado
em cada
embalagem o seu uso embalagem

Para obter Recuperar papel


Para fabrico de
Recuperar as fibras têxteis para fazer papel
púcaros,
embalagens de para vestuário, reciclado (papel
cafeteiras e
Reciclar vidro vazias vasos para de jornal,
peças para
para fazer plantas, higiénico, lenços
automóveis,
outras mobiliário de de papel) ou
fogões…
jardim, cabides cartão

Não se aplica. Utilizar o papel e


Utilizar a
Mas podes por cartão velho
mesma
Utilizar várias exemplo de sempre que
embalagem
Reutilizar vezes com o latas fazer possível. Utilizar
várias vezes
mesmo fim suportes para folhas
para o mesmo
as canetas e parcialmente
fim
lápis usadas para
rascunhos

A ação de separar o vidro, as embalagens e o papel dos


restantes lixos domésticos demonstra a preocupação pelo
ambiente e sentido cívico. Para tal existem os ecopontos, que são
locais onde é possível deixar os detritos já separados para facilitar
a sua possível recuperação.
PAPELÃO - CONTENTOR AZUL - Papel/Cartão

Depositar: Não Depositar:

 Embalagens de cartão, por ex.:  Embalagens de cartão com gordura,


caixas de cereais; bolachas, etc. por ex.: pacotes de batatas fritas,
 Sacos de papel caixas de piza
 Jornais e revistas  Sacos de cimento
 Papel de escrita  Embalagens de produtos químicos
 Papel de alumínio

21
 Papel autocolante
 Papel de cozinha, lenços e
guardanapos de papel
 Toalhetes e fraldas
Dicas:
 Espalme as embalagens sempre que possível, de forma a facilitar o seu transporte e
diminuir o número de deslocações ao ecoponto.

VIDRÃO - CONTENTOR VERDE – Vidro

Depositar: Não Depositar:

 Garrafas  Lâmpadas
 Garrafões  Materiais de construção civil
 Frascos  Janelas, vidraças, espelhos, etc.
 Boiões  Loiças e cerâmicas (pratos, copos,
chávenas, jarras, etc.)

Dicas:

 Escorra e despeje todo o conteúdo das embalagens e passe por água, para evitar
escorrências que sujem os contentores e provoquem maus cheiros
 Retire todas as tampas das embalagens de vidro que normalmente são feitas de outro
tipo de material, e, se forem de metal ou plástico, coloque no contentor amarelo
EMBALÃO - CONTENTOR AMARELO - Plásticos

Depositar: Não Depositar:

Plásticos: Plásticos:

 Garrafas, garrafões e frascos de:  Embalagens de produtos tóxicos ou


- água perigosos, por ex.: combustíveis e
- sumos e refrigerantes óleo de motor.
- vinagre  Embalagens de margarina e manteiga
- detergentes e produtos de higiene
- óleos alimentares
 Pacotes de leite e de sumos
 Sacos de plástico
 Esferovite
Metal:
Metal:

 Eletrodomésticos

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 Latas de bebidas  Pilhas e baterias
 Latas de conserva  Objetos que não sejam embalagens,
 Tabuleiros de alumínio por ex.: talheres, ferramentas,
 Aerossóis vazios tachos, panelas, etc.

Dicas:

 Escorra todo o conteúdo das embalagens e passe por água, para evitar escorrências
que sujem os contentores e provoquem maus cheiros
 Retire todas as tampas das embalagens, que normalmente são feitas de outro tipo de
material, e, se forem de metal ou plástico, coloque no contentor amarelo.
 Espalme as embalagens sempre que possível, de forma a facilitar o seu transporte e
diminuir o número de deslocações ao ecoponto.

PILHEIRA - CONTENTOR VERMELHO

Depositar:

 Pilhas
 Acumuladores

4. PROTOCOLOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS


Todos os cidadãos podem contribuir para a prevenção da degradação
ambiental, no entanto, há medidas que só o Governo, as Câmaras e as
Organizações nacionais ou internacionais podem tomar.
A proteção do meio ambiente em Portugal está consignada no artigo 66º da
Constituição Portuguesa.
Portugal e muitos outros países tentaram compensar a destruição dos
habitats criando reservas e parques naturais (locais onde várias espécies
encontram as condições necessárias à sua sobrevivência). Deste modo
conseguiu-se que algumas espécies em vias de extinção fossem salvas.
A gravidade de problemas que afetam o ambiente e em particular o
património natural e o facto de a sua destruição afetar todos os países do
mundo, levou a ONU a criar, em 1972, o PNUA (Programa das Nações Unidas
para o Ambiente). Este organismo faz reunir representantes da maioria dos
países do mundo para se chegar a soluções para minimizar os problemas
ambientais. Encontra-se por isso ligado a ações que procuram:

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 reduzir a quantidade de produtos químicos que destroem a camada do
ozono;

 gerar consensos entre as nações na exploração mais equilibrada dos


oceanos e mares;

 ajudar outros organismos da ONU na luta contra a desertificação;

 estudar e gerir águas interiores;

 proteger a fauna e a flora (as florestas, a vida selvagem…);

 aumentar a produção de energia sem poluir o ambiente (energias


renováveis ou alternativas)

A nível internacional a preocupação tem vindo a ser crescente, visto que,


não existem fronteiras que impeçam que a poluição se propague. Neste
contexto, nas últimas décadas do século XX, a preocupação em reduzir a
poluição atmosférica e as suas consequências fez com que muitos governos
assinassem importantes protocolos internacionais, destacando-se sobretudo:

 Protocolo de Montreal, datado de 1987, e que visa a eliminação das


substâncias que destroem a camada de ozono.

 Protocolo de Quioto. Este protocolo é um tratado internacional com


compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que
provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das
investigações científicas, como causa do aquecimento global.

Discutido e negociado em Quioto, no Japão, em 1997, foi aberto para


assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999.
Oficialmente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia
o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a
obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2%
até 2012, em relação aos níveis de 1990. Os países signatários terão que

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colocar em prática planos para reduzir a emissão desses gases entre 2008 e
2012.
A redução das emissões deverá acontecer em várias atividades
económicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si,
através de algumas ações básicas:

 reformar os sectores de energia e transportes;

 promover o uso de fontes energéticas renováveis;

 eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da


Convenção;

 limitar as emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas


energéticos;

 proteger florestas.

Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que


deva reduzir a temperatura global entre 1,4ºC e 5,8ºC até 2100, entretanto, isto
dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há
comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução
de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do
aquecimento global.
Nos últimos anos assistimos a uma evolução no foco das atividades
ambientalistas, principalmente a Greenpeace. Se no início elas se
concentravam na defesa de algumas espécies ameaçadas, agora consideram
que a conservação dos ecossistemas, aliada ao desenvolvimento sustentável,
é vital para a manutenção e a evolução da biodiversidade.
A Greenpeace é uma organização não-governamental sediada em
Amesterdão e presente em quarenta e um países. O seu campo de ação
centra-se em questões relacionadas com o ambiente (alterações climáticas,
preservação dos oceanos e florestas, paz e desarmamento, engenharia
genética, desenvolvimento nuclear, comércio justo ou sustentável). Esta
organização não é financiada por governos ou empresas, mas sim por mais de
2.8 milhões de membros particulares.

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As campanhas e manifestos promovidos pela Greenpeace provocaram o
fecho de um centro de testes nucleares, o fim dos testes nucleares
subterrâneos nalguns países, a proibição da importação de pele de morsa na
União Europeia, a criminalização da pesca de baleias e a proteção da Antártida
contra a exploração mineira.
As atividades da Greenpeace caracterizam-se pela sua controvérsia e, por
vezes, pela sua ilegalidade. Os ativistas envolvidos são constantemente
acusados de crimes menores, como desobediência civil e trespasse de limites
e fronteiras.

5. EXEMPLOS DE POLÍTICAS QUE CONTRIBUEM PARA O


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A preocupação com o meio ambiente é crescente, como tal, compete às


autoridades a criação de leis e estratégias que possam remediar os impactos
ambientais que o crescimento urbano tem trazido.
Existem inúmeras estratégias tomadas
SATUO
nos mais variados domínios da sociedade,
tais como no ordenamento do território, nos
transportes públicos, dos recursos
renováveis e da energia.
Neste tópico trataremos apenas de dois
exemplos, no domínio dos transportes e no
das energias renováveis.
No caso dos transportes, temos o SATUO (Sistema Automático de
Transporte Urbano de Oeiras). É um meio ecológico, sem condutor e sem
ruído, funciona por energia elétrica e circula em pontes de betão. É o primeiro
monocarril de Portugal e começa a circular no Concelho de Oeiras.
No caso das energias renováveis, pode tomar-se como exemplo a
utilização da energia eólica nos Açores. O vento tem origem nas diferenças de
pressão causadas pelo aquecimento diferencial da superfície terrestre, sendo
influenciado por efeitos locais, como a orografia e a rugosidade do solo. Assim,
o potencial energético a ele associado, varia não só em função das condições
meteorológicas (intensidade e direção) mas também do local.

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As tecnologias utilizadas no aproveitamento da energia eólica baseiam-se
na transformação da energia cinética contida nas massas de ar em movimento,
através de turbinas eólicas que acopladas a
geradores, produzem energia elétrica.
O conjunto turbina-gerador é habitualmente
chamado de Aerogerador. Existem diferentes tipos
de turbinas eólicas cujas diferenças incidem
essencialmente na direção do eixo de rotação
(vertical ou horizontal), forma e número de pás que constituem o rotor.
A primeira experiência nos Açores em termos de aproveitamento de energia
Parque eólico do Faial
eólica para produção de energia elétrica a nível industrial ocorreu no ano de
1988 com a instalação de um parque eólico no Figueiral, ilha de Santa Maria
constituído 9 aerogeradores de 30 kW perfazendo uma potência instalada de
270 kW. Esta estrutura produtiva contribuiu anualmente com uma média de
cerca de 4% da produção total da ilha.

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6. BIBLIOGRAFIA

 Motta, L., Viana, M. A., (2010) Bioterra 8ºano – Ciências Naturais 8º ano.

Porto Editora.

 http://melhoraroambiente.webnode.com.pt/problemas-ambientais/

 http://melhoraroambiente.webnode.com.pt/o-aquecimento-global/

 http://www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/;

 http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_04.pdf

 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_eolica.htm

 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_solar.htm

 http://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-energia-

solar

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