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Relações de trabalho e aplicativos de transporte

As relações de trabalho vêm se moldando com o passar das


décadas com a revolução tecnológica que trouxe novas atividades de trabalho,
uma dessas atividades são os aplicativos de transporte. Com isso, os Taxi
deixaram de ser os únicos automóveis destinados ao transporte de passageiros
e provido de um “taxímetro, pois os aplicativos de transporte se utilizam da
tecnologia para calcular rotas e valores, e vem trazendo grandes discussões
judiciais acerca das relações de trabalhista.

Algumas dessas novas atividades sofrem dificuldade de encontrar


todos os 4 (quatro) requisitos principais que caracterizam uma relação de
trabalho, são eles: a pessoalidade, a onerosidade, a não eventualidade e a
subordinação jurídica.

A pessoalidade pode ser comprovada pelo simples fato de o


motorista não poder transferir a sua outorga para outra pessoa, somente a
pessoa que está cadastrada no aplicativo que poderia utiliza-lo de forma
pessoa. A onerosidade é evidenciada pelo pagamento de que o motorista
recebe a cada corrida, seja pelo passageiro, seja pela dona do aplicativo
quando o pagamento é feito pelo passageiro, de qualquer uma das formas, o
motorista recebe. Já a não eventualidade pode ser evidenciada por uma
maioria de motoristas fazerem desses aplicativos seus empregos principais,
trabalhando 5 (cinco) dias ou mais na semana.

Quanto a subordinação na minha opinião não se configura, pelo


fato de o motorista ter uma autonomia, seja ela de escolher os seus horários,
de escolher um melhor local para pegar passageiros, de poder ficar offline,
entre outros autonomias. Em contramão, eles não possuem autonomia para
mexer nos valores, estes que são definidos pelo aplicativo de sua preferência,
porém, os motoristas recebem cerca de 80% do valor da corrida, e segundo o
TST, o rateio do valor do serviço em alto percentual a uma das partes
evidencia vantagem remuneratória não condizente com o liame de emprego.
Alguns motoristas também relatam que podem ser punidos por uma mal
rendimento em suas corridas com o desligamento da plataforma, esse
feedback é feito pelos passageiros ao finalizar.
Por fim, fazendo a equiparação percebo que os pressupostos para
a subordinação ainda não são suficientes para provar uma relação de trabalho
entre os trabalhadores e as empresas dos aplicativos de transporte, este
também vem sendo o entendimento atual do TST, no processo de n º 1000123-
89.2017.5.02.0038.

Fontes: https://veja.abril.com.br/economia/tst-crava-dirigir-uber-nao-e-vinculo-
empregaticio/;
https://www.migalhas.com.br/quentes/321926/motorista-da-uber-nao-tem-
vinculo-empregaticio-reconhecido;
https://olhardigital.com.br/noticia/juiz-do-rs-reconhece-vinculo-empregaticio-
entre-uber-e-motorista/97728;
https://www.conjur.com.br/2020-mar-05/juiz-reconhece-vinculo-determina-uber-
assine-carteira;
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/03/11/trt-reconhece-vinculo-de-
emprego-entre-entregador-e-aplicativo-em-sp.ghtml;
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/juiz-reconhece-vinculo-
trabalhista-e-condena-uber-a-assinar-carteira-de-motorista/.

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