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CRIMINAL
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Introdução
Nesta quarta e última unidade do curso de Prática Penal, estudaremos a fase de execução da sentença. Após o
trânsito em julgado da sentença condenatória ou absolutória imprópria, tem início a execução da sentença.
Trataremos de aspectos gerais da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84) e dos principais requerimentos a
serem feitos nesta etapa.
Como de costume, vale ressaltar que o texto é um resumo. É sempre indicada a leitura da doutrina, bem como a
atualização jurisprudencial sobre o tema.
O STF tratou do tema na Súmula 716: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
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O STF tratou do tema na Súmula 716: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória”.
Assim, o réu que esteja preso provisoriamente (prisão preventiva) está com sua liberdade restrita e já faz jus à
aplicação dos dispositivos da LEP. Sabe-se que existe uma demora até que ocorra o trânsito em julgado,
especialmente na fase recursal. Assim, para que o condenado não seja punido pela demora do Estado em
processar e julgar os recursos, pode ir fazendo os requerimentos da fase de execução e progredindo de regime,
por exemplo. Essa execução provisória já é pacificada e aplicada amplamente na prática.
Outra espécie de execução provisória gera discussões. É aquela que tenha por base uma sentença de condenação
confirmada em segunda instância, mas da qual tenham sido interpostos recursos ao STJ e/ou ao STF.
Em 2016, no julgamento do HC 126.292/SP, a Suprema Corte entendeu pela possibilidade do início da execução
da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau, sob o argumento de que essa decisão
não ofende o princípio da presunção de inocência, já que a confirmação da sentença em segunda instância
encerra a análise de mérito. Mas não se trata de entendimento pacificado, pois desde que a Corte proferiu tal
decisão, várias ações foram propostas para discutir o assunto.
Em 07 de novembro de 2019, o plenário do STF finalizou o polêmico julgamento da possibilidade de prisão após
condenação em 2ª instância. Por seis votos a cinco, os ministros decidiram que não é possível a execução da pena
depois de decisão condenatória confirmada em 2ª instância, devendo-se aguardar o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
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4.4 Estrutura da LEP
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temporária do preso, bem como do livramento condicional. Trata
também da monitoração eletrônica, inserida na lei em 2010.
O título VI trata da execução das medidas de segurança. Já o título
VII trata dos incidentes da execução, como conversões de penas,
excesso na execução da sentença, anistia e indulto. Trata também
do procedimento judicial referente a tais incidentes.
Veja, portanto, que temos uma lei muito completa e bem elaborada.
Infelizmente, por desconhecimento desse conteúdo, ouvimos as
afirmações ditas anteriormente.
Leia a LEP! É uma legislação bastante cobrada em provas de
concurso e exame da OAB.
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f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (BRASIL, 1984).
Do ponto de vista da prática, os requerimentos a serem feitos ao juiz da execução encontram-se no artigo
mencionado. Assim, vale a leitura e conhecimento do conteúdo do artigo.
VOCÊ SABIA?
Estude esses remédios, pois na vida prática, são bastante utilizados. O exame da OAB, o habeas
corpus há muito tempo não é cobrado, por ser uma peça considerada comum na área penal.
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4.7 Requerimentos mais comuns
Dentre os requerimentos que geralmente são feitos ao juiz das execuções, alguns são mais corriqueiros e
consequentemente caem com mais frequência em provas.
São eles:
Requerimento de progressão de regime – art. 112 da LEP;
Requerimento de remição de pena – art. 126 da LEP;
Requerimento de livramento condicional – art. 131 da LEP e 83 do CP;
Requerimento de unificação de penas – art. 111 da LEP.
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Figura 1 - Modelo de requerimento
Tratamos, nesta unidade, dos principais requerimentos da fase de execução da pena. Ressaltamos a importância
de que você estude e conheça todos, além de revisar todo o conteúdo pertinente ao tema.
Quanto à prática, deve elaborar ao menos uma peça de cada requerimento tratado nesta unidade.
Mãos à obra, bons estudos e bom treino!
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Conclusão
Concluímos a quarta unidade do curso de Prática Penal. Além de revisarmos o conteúdo sobre execução penal,
agora você já tem noção de como atuar nessa fase.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a execução penal;
• entender os princípios da execução;
• estabelecer a diferença entre execução definitiva e provisória;
• estudar a estrutura da LEP;
• compreender o juízo da execução;
• analisar os meios de impugnação;
• conhecer os requerimentos mais comuns.
Bibliografia
BRASIL. Presidência da República. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília: Casa
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei
/del2848compilado.htm. Acesso em: 21 fev. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm. Acesso em: 21 fev. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Casa
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 fev. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009. Disciplina o mandado de segurança
individual e coletivo e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L12016.htm. Acesso em: 21 fev. 2020.
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