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PRÁTICA JURÍDICA EM DIREITO

CRIMINAL

UNIDADE 3 – RECURSO
Ana Paula de Pétta

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Introdução
Nesta terceira unidade do curso de Prática Criminal, estudaremos a fase recursal. Após o juiz proferir a sentença
de primeiro grau, inicia-se a fase de recursos.
Revisaremos a teoria geral dos recursos e trataremos dos recursos previstos no processo penal, além daqueles
previstos na Constituição Federal que podem ser utilizados nessa área.
Trataremos da estrutura dos recursos, com suas peculiaridades.
Vale ressaltar que o texto é um resumo. É sempre indicada a leitura da doutrina, bem como a atualização
jurisprudencial sobre o tema.

3.1 Teoria geral dos recursos


Recorrer da decisão judicial é uma garantia constitucional prevista implicitamente. Visa assegurar que as
decisões dos juízes de primeira instância sejam reavaliadas por instâncias superiores. É o chamado duplo grau
de jurisdição. Não podemos nos esquecer de que os juízes, os desembargadores e os ministros estão sujeitos a
erros e equívocos. Assim, poder submeter uma decisão à reavaliação por instância superior, composta de
membros com mais idade e experiência, garante que a decisão seja o mais próximo possível da adequada às
partes.
Vale destacar que existem requisitos para que um recurso seja conhecido e processado.

3.2 Princípios recursais


Tratemos agora dos princípios que regem os recursos no processo penal.
• Voluntariedade – as partes devem manifestar seu interesse em recorrer. Exceção a esse princípio são
os denominados recursos de ofício. E o que é isso? São decisões que, tomadas pelo juiz de primeira
instância, devem obrigatoriamente ser encaminhadas à apreciação da instância superior. Por exemplo:
decisão que concede o habeas corpus (art. 574, I, do CPP), decisão que concede reabilitação criminal (art.
746 do CPP) entre outras.
• Unirrecorribilidade – há apenas um recurso adequado a cada decisão judicial.
• Taxatividade – não existem recursos inominados, apenas aqueles previstos taxativamente em lei.
• Fungibilidade – princípio previsto no art. 579 do CPP que permite o recebimento de um recurso
interposto por outro, desde que não fiquem evidenciadas a má-fé e o erro grosseiro.
• Proibição à reformatio in pejus – caso apenas a defesa recorra da decisão, o Tribunal não poderá
modificá-la em prejuízo do recorrente. Nesse sentido, há o enunciado n. 160 da Súmula do STF.
Existe também a proibição à reformatio in pejus indireta – caso, em recurso exclusivo da defesa, o Tribunal
determine a anulação da sentença proferida pelo juiz, ao refazê-la, o juiz não poderá alterar a situação do réu
para pior. Fica adstrito aos termos e às quantidades da sentença anulada.
• Dialeticidade – após a apresentação das razões recursais, a parte contrária deve ser intimada a oferecer
suas contrarrazões, de forma a concretizar o contraditório.

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3.3 Requisitos para recorrer
O principal requisito para recorrer é a sucumbência da parte, ou prejuízo (não necessariamente financeiro). Esse
prejuízo deve estar claro quando da interposição do recurso. Além do prejuízo, outros pressupostos de
admissibilidade são avaliados para que o recurso seja processado. São divididos em objetivos e subjetivos.
Os pressupostos objetivos são o cabimento do recurso (previsão legal), adequação (recurso indicado para
aquela decisão) e tempestividade (prazo para a interposição). Os pressupostos subjetivos são o interesse de
agir (demonstração do prejuízo sofrido) e a legitimidade de parte.

3.4 Impedimentos ao recurso


Caso se apresentem os institutos a seguir, estaremos diante de impedimento ao conhecimento ou processamento
do recurso:

• Renúncia
Manifestação de vontade da parte afirmando que não irá recorrer. No entanto, caso ocorra conflito entre
a vontade do réu e de seu defensor, por exemplo, o advogado quer recorrer e o réu não, ou vice-versa;
prevalece a vontade de recorrer. Nesse sentido, leia a Súmula 705 do STF.

• Desistência
É a manifestação de vontade da parte no sentido de não prosseguir com o recurso interposto. Não se
aplica ao MP.

• Deserção
Ocorrerá quando não forem recolhidas as custas recursais, nos termos do art. 806, §2º do CPP.

3.5 Efeitos dos recursos


A interposição dos recursos enseja efeitos que podem ser:

Devolutivo
Comum a todos os recursos, submete a decisão recorrida ao reexame da matéria.
Suspensivo
A lei confere esse efeito caso a caso, podendo incidir, ou não. Em caso de incidência, a decisão submetida a
reexame não será aplicada até que o recurso seja julgado.
Extensivo
É o feito que beneficia o corréu que não tenha recorrido. Está previsto no art. 580 do CPP e vincula-se às
condições gerais de processo, não incidindo em condições pessoais.
Regressivo, iterativo ou diferido
É o efeito que viabiliza ao órgão prolator da decisão retratar-se sem enviar os autos à superior instância. É
inerente a alguns recursos, apenas.

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3.6 Recursos no processo penal
Existem alguns tipos de recursos no nosso ordenamento:
• Recurso em sentido estrito (RESE) – art. 581 a 592 do CPP.
• Recurso de apelação – art. 593 a 603 do CPP e 82 da Lei n. 9.099/95.
• Embargos de declaração – art. 382, 619 e 620 do CPP.
• Embargos infringentes e de nulidade – art. 609, p. único, do CPP.
• Carta testemunhável – art. 639 a 646 do CPP.
• Agravo em execução – art. 197 da LEP.
• Recurso ordinário constitucional (ou recurso em habeas corpus) – art. 102, II e 105, II da CF.
• Recurso especial – art. 105, III, da CF.
• Recurso extraordinário – art. 102, III, da CF.
A lista relata os principais recursos e os mais cobrados, ou seja, aqueles que se deve conhecer, estudar bem e
elaborar ao menos uma peça de cada. Existem outros recursos, não muito comuns, são eles:
Correição parcial – art. 6º, I, da Lei n. 5.010/66 e arts. 93 a 96 do Dec.-lei complementar estadual de São Paulo
n. 03/69.
Reclamação aos tribunais – arts. 988 a 993 do CPC/15.
Agravo regimental – art. 39 da Lei n. 8.038/90 e regimento interno dos tribunais.
Agravo de instrumento – art. 1042 do CPC/15.
Embargos de divergência – arts. 330 a 332 do Regimento interno do STF e arts. 266 e 267 do Regimento
interno do STJ.

3.7 Estrutura das petições


Diferente do Processo Civil, em Processo Penal, o prazo do recurso se divide em duas etapas: a) temos um prazo
para a interposição do recurso e; b) um prazo para a apresentação das razões. São prazos independentes e que
acontecem em momentos distintos.
Primeiro, é aberto o prazo para a interposição do recurso, momento em que será apresentada uma petição
simples demonstrando os requisitos objetivos e subjetivos. Após a interposição do recurso, o juiz a quo fará o
juízo de admissibilidade. Se estiverem todos os requisitos presentes, será aberto o prazo para o oferecimento das
razões do recurso. Nesse momento, apresenta-se uma peça contendo os motivos e os fundamentos do
inconformismo com a decisão e o que deve ser alterado.
Apresentadas as razões, a parte contrária será intimada a apresentar, no mesmo prazo das razões, as
contrarrazões do recurso.
Caso o recurso tenha efeito regressivo, o juiz poderá retratar-se da decisão. Caso contrário, o juiz encaminhará o
recurso devidamente processado ao Tribunal competente.
Sendo assim, sempre que for elaborar um recurso, será necessária a elaboração de duas peças: interposição e
razões, petição de juntada e razões ou petição de juntada e contrarrazões.
Em se tratando de exame da OAB, as duas peças devem ser apresentadas conjuntamente. Lembre-se de que a
quantidade de laudas é limitada, por isso utilize apenas uma para a interposição e as demais para as razões.
A petição de juntada será elaborada em duas situações:
• a decisão que era benéfica ao cliente foi objeto de recurso pela outra parte. Para efetivar o contraditório,
será necessário apresentar as contrarrazões juntamente com uma petição de juntada;
• depois que a interposição já foi feita e a parte foi intimada a oferecer as razões. Deve-se oferecer as
razões acompanhadas de uma petição de juntada.

Na petição de interposição, que é bem semelhante à petição simples, deverão ser indicados no preâmbulo os

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Na petição de interposição, que é bem semelhante à petição simples, deverão ser indicados no preâmbulo os
requisitos do recurso e o prazo. Veja o modelo.

Já a petição de juntada serve apenas para requerer a juntada das razões ou contrarrazões. Veja um modelo de
cada.

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Figura 1 - Modelo de petição de juntada de razões de recurso

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Figura 2 - Modelo de petição de juntada de contrarrazões de recurso

Já a estrutura das razões e das contrarrazões, na parte inicial, é um pouco diferente, pois não há endereçamento
e sim identificação e saudação ao Tribunal. Possui um preâmbulo antes da narrativa dos fatos, depois disso, são
acrescentados os fatos, as questões de direito e o pedido como já de costume. Confira os modelos.

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Figura 3 - Modelo de razões de recurso

VAMOS PRATICAR?
Ao final das razões não se pede deferimento. Não se deve mesmo fazê-lo, pois o deferimento ao
recurso já foi pedido na interposição. Nas razões, elabora-se um pedido e, ao final, apenas
colocam-se local, data e assinatura.

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Figura 4 - Modelo de contrarrazões de recurso

Esses são os modelos básicos dos recursos. A seguir, listaremos as principais peculiaridades de cada recurso,
mas sem os modelos, uma vez que se deve usar esses modelos para elaborar todo e qualquer recurso.

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3.8 Recurso em sentido estrito – RESE
Recurso a ser interposto para impugnar decisões interlocutórias. Está previsto no art. 581, que apresenta o rol
taxativo de decisões das quais cabe o RESE:
• que não receber a denúncia ou a queixa;
• que concluir pela incompetência do juízo;
• que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
• que pronunciar o réu;
• que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
• que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
• que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
• que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
• que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
• que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
• que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
• que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
• que denegar a apelação ou a julgar deserta;
• que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
• que decidir o incidente de falsidade;
• que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.
Esta última hipótese de cabimento foi inserida no CPP pela Lei n. 13.964/19 (conhecida como pacote anticrime).
Existe previsão desse recurso também em legislação especial:

Art. 294, parágrafo único, Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro.


Art. 6º, parágrafo único, Lei 1.508/1951.
Art. 2º, inciso III, do Decreto-lei 201/1967.

O prazo para a interposição do RESE é de cinco dias (art. 586 do CPP). Já as razões devem ser apresentadas em
dois dias (art. 588 do CPP). No caso do recurso interposto contra a decisão que incluir ou excluir jurado na lista
geral do Júri, o prazo é de 20 dias (art. 586 do CPP).
A petição de interposição do RESE deve ser endereçada ao juiz que proferiu a decisão recorrida e as razões ao
Tribunal competente para o julgamento (TJ ou TRF). No caso do recurso interposto contra a decisão que incluir
ou excluir jurado na lista geral do Júri, interposição e razões devem ser endereçadas ao Presidente do Tribunal
do Júri.
O RESE possui a peculiaridade do efeito iterativo ou regressivo, também conhecido como juízo de retratação. O
juiz a quo, após o oferecimento das razões e das contrarrazões, pode reformar a decisão sem enviar os autos ao
Tribunal. É o que dispõe o art. 389 do CPP. Nesse caso, o recorrido, que se tornará parte prejudicada, poderá, por
simples petição, requerer que os autos sejam encaminhados ao Tribunal (art. 589, p. ú. do CPP).

3.9 Recurso de apelação


Recurso a ser interposto para impugnar decisões definitivas de condenação ou absolvição proferidas pelo juiz
singular (art. 593, I) ou pelo júri (art. 593, III). Cabível, também, das decisões com força de definitivas não
previstas no rol do art. 581 do CPP (art. 593, II).

Também é o recurso cabível contra a decisão de absolvição sumária prevista no art. 397 do CPP e a decisão de

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Também é o recurso cabível contra a decisão de absolvição sumária prevista no art. 397 do CPP e a decisão de
absolvição sumária do júri, prevista no art. 415 do CPP. Nesse último caso, o fundamento encontra-se no art. 416
do CPP.
É também o recurso previsto para impugnar as decisões de rejeição da inicial, homologação da transação penal e
condenatória ou absolutória no procedimento sumaríssimo (arts. 82, 76 e 83 da Lei n. 9.099/95,
respectivamente).
O prazo para a interposição da apelação é de cinco dias (art. 593, caput, do CPP). O prazo para o oferecimento
das razões ou contrarrazões é de oito dias (art. 600 do CPP). Nos casos vinculados ao procedimento
sumaríssimo, o prazo é púnico de 10 dias, ou seja, interposição e razões devem ser apresentadas no mesmo
prazo.
A apelação é uma peça bem complexa, na qual deve-se analisar tudo o que seja pertinente à defesa do cliente
como nulidades, causas de extinção de punibilidade, teses de absolvição e teses subsidiárias. É preciso abordar
todas as teses pertinentes, pois esse é o momento de melhorar a situação do cliente diante de uma sentença
condenatória.
Também é possível apelar de uma sentença absolutória. Nesse caso, o propósito será a alteração do inciso do art.
386 indicado pelo juiz na fundamentação. Os incisos I, III e IV são os melhores, pois impedem quaisquer efeitos
em outros ramos do Direito. Logo, busca-se sempre que a fundamentação seja nesses incisos.
Devemos nos atentar à apelação no procedimento do júri. Enquanto nos procedimentos comuns desenvolve-se
uma argumentação para absolver o réu, ou melhorar os elementos da sua condenação, no júri não se faz dessa
forma.
Por conta do princípio da soberania dos veredictos, a sentença proferida pelos jurados não pode ser alterada
pelo Tribunal. Sendo assim, o máximo que o Tribunal pode fazer, caso dê provimento ao recurso, é submeter o
recorrente a um novo julgamento. Por outro lado, quando o recurso for interposto com o fito de alterar conteúdo
da sentença, por algum erro material ou exagero na dosimetria, aí sim o Tribunal poderá fazê-lo.
Fique atento à fundamentação do recurso de apelação do júri, prevista nas alíneas “a” a “d” e parágrafos do
incido III do art. 593.

VOCÊ SABIA?
Vá à sua doutrina de processo penal e releia sobre o assunto, na parte dos recursos.

3.10 Embargos de declaração


Apesar de previstos no capítulo dos recursos, não podemos classificar como tal, pois os embargos de declaração
não são encaminhados à segunda instância, mas decididos pelo próprio prolator da decisão. Os embargos de
declaração, como o nome diz, servem para esclarecer dúvidas em relação à sentença ou acórdão.
O art. 382 do CPP trata dos embargos a serem opostos de sentença de primeiro grau: “Qualquer das partes
poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade,
ambiguidade, contradição ou omissão.” (BRASIL, 1941).

O art. 619 do CPP, que trata dos embargos a serem opostos de acórdão, possui basicamente a mesma redação:

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O art. 619 do CPP, que trata dos embargos a serem opostos de acórdão, possui basicamente a mesma redação:
“Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de
declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.” (BRASIL, 1941).
Os embargos também estão previstos na Lei n. 9.099/95: “Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão.” (BRASIL, 1995).
Enfim, da leitura dos dispositivos citados, verifica-se que o cabimento dos embargos se destina a esclarecer
pontos da decisão. O prazo é de dois dias nos casos dos procedimentos comuns e de cinco dias no procedimento
sumaríssimo. Trata-se de prazo púnico, ou seja, interposição e razões são oferecidas conjuntamente no mesmo
prazo.
Nos procedimentos comuns, a oposição dos embargos interrompe o prazo para os demais recursos. No
procedimento sumaríssimo, interrompe.
A Lei 13.694/19 inseriu ao art. 116 do CP nova causa de suspensão do prazo prescricional, relativa à oposição de
embargos de declaração:
“Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
[...]
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;
[...].”
O objetivo foi o de evitar que os embargos de declaração sejam utilizados como instrumento protelatório para o
alcance da prescrição.

3.11 Embargos infringentes e de nulidade


Recurso exclusivo da defesa, os embargos infringentes e de nulidade poderão ser opostos nos casos de acórdão
não unânime desfavorável ao réu. Para entender esse recurso, vamos falar rapidamente sobre como funciona o
julgamento dos recursos.
Quando um recurso é processado e encaminhado ao Tribunal, o será a uma Câmara Criminal. Cada Câmara é
composta por cinco Desembargadores, dos quais apenas três são sorteados a participar do julgamento: relator,
revisor e terceiro juiz. Os demais não participam. Sendo assim, há dois desembargadores que não participam do
julgamento do recurso, mas que podem ser chamados depois para dar sua opinião. É o que acontece quando são
opostos os embargos infringentes e de nulidade.
Requisito para tal recurso é a existência de um acórdão desfavorável ao réu e não unânime, ou seja, deve haver
discordância no julgamento (voto vencido). É sobre o conteúdo do voto vencido que se debruçam os argumentos
dos embargos.
O objetivo é o de convencer os dois Desembargadores que não participaram do julgamento a acompanhar o teor
do voto vencido. Assim, percebe-se que se trata de um recurso de conteúdo vinculado, ou seja, somente se
poderá trabalhar aquilo que foi foco de divergência entre os Desembargadores.
Nesse caso, no exame da Ordem, o conteúdo da argumentação já vem predeterminado no problema que deverá
narrar o conteúdo do voto vencido para que seja aplicada a argumentação.
Receberá o nome de embargos infringentes quando versar sobre questões de direito material. Quando versar
sobre nulidades processuais, será chamado embargos de nulidade. E se versar sobre os dois temas, atribui-se a
nomenclatura completa: embargos infringentes e de nulidade.
O prazo dos embargos infringentes e de nulidade também é único de 10 dias. Isso quer dizer que interposição e
razões serão apresentadas conjuntamente.
A interposição deve ser endereçada ao Desembargador Relator do Acórdão e as Razões à Câmara do Tribunal.

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3.12 Carta testemunhável
Recurso previsto nos arts. 639 a 646 do CPP.
Utilizado para impugnar a decisão que denega o RESE e a decisão que embora o admita, obsta a sua expedição e
seguimento.
Importante aqui fazermos a distinção entre recurso denegado e recurso improvido. Recurso denegado é o que
não passou no juízo de admissibilidade. O juiz a quo não permitiu o oferecimento das razões por entender
ausente algum requisito. Já o recurso improvido é o que foi devidamente processado, mas os julgadores não
acolheram as alegações feitas pelo recorrente.
No caso da Carta Testemunhável, estamos diante de recurso denegado ou que teve seu processamento
dificultado. Serve exatamente para fazer com que o recurso chegue ao Tribunal.
Diferente dos demais recursos, a interposição é feita ao escrivão ou secretário do Tribunal, conforme o caso. É
ele quem vai extrair as cópias necessárias e receberá as razões e as contrarrazões, para depois encaminhar ao
Tribunal.
As argumentações trabalhadas nesse recurso são duas: primeiro, deve-se convencer o Tribunal a receber e
processar o recurso. Depois, trabalha-se o mérito daquele RESE denegado. É o que dispõe o art. 644 do CPP.
O prazo desse recurso é de 48 horas, a contar do despacho que denegou o recurso.

3.13 Agravo em execução


Trata-se do único recurso previsto para a fase de execução da sentença. Encontra respaldo no art. 197 da LEP.
Será utilizado para impugnar as decisões tomadas pelo juiz da execução. As principais decisões que podem ser
tomadas pelo juiz das execuções estão previstas no art. 66 da LEP:

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:


I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do art. 86, desta Lei.
i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado

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VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (BRASIL, 1984).

Assim, caso seja feito algum desses requerimentos e o juiz negue, a defesa poderá agravar da decisão ao Tribunal
interpondo o agravo em execução.
Quanto ao processamento, segue o mesmo rito do RESE, inclusive quanto aos prazos e ao juízo de retratação.
Portanto, devem ser seguidas as mesmas instruções do recurso em sentido estrito.
Importante: o endereçamento da petição de interposição deve ser feito ao juiz das execuções.
Na argumentação do recurso, deve-se convencer o Tribunal a conceder aquilo que foi requerido em favor do
condenado e negado pelo juiz das execuções. Para tanto, demonstre os requisitos necessários ao deferimento do
benefício e que o condenado preencheu a todos.

3.14 Recurso ordinário constitucional


Também conhecido como ROC ou recurso em habeas corpus, está previsto na Constituição Federal. É cabível da
decisão que denega habeas corpus ou mandado de segurança impetrado perante os Tribunais de 2ª instância ou
perante o STJ.
O fundamento do recurso depende do órgão que denegou o remédio ou a segurança impetrados:

Se HC ou MS foi impetrado perante os Tribunais de 2ª instância, o ROC será endereçado ao STJ e a previsão está
no art. 105, II “a” e “b” da CF.
Se HC ou MS foi impetrado perante os STJ, o ROC será endereçado ao STF e a previsão está no art. 102, II “a” e “b”
da CF.

O processamento do recurso está previsto nos arts. 30 e 33 da Lei n. 8.038/90. O prazo para a interposição será
de cinco dias quando for decisão denegatória de HC; e 15 dias quando for decisão denegatória de MS.
A interposição deve ser endereçada ao Desembargador ou Ministro que denegou a decisão e as razões
endereçadas ao STJ ou STF.
Quanto à argumentação, a tese deve ser dividida em duas partes. A primeira, será demonstrar o cabimento do HC
ou MS que foi denegado e o porquê a decisão denegatória está errada. Na sequência, deve-se abordar o conteúdo
do HC ou MS, pois poderá pedir diretamente ao Tribunal que, caso entenda pelo recebimento e processamento
da medida, decida já quanto ao mérito.

3.15 Recurso especial


Recurso cabível para impugnar conteúdo de decisão em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida contrariar
a) tratado ou lei federal; b) ou negar-lhes vigência; c) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal; ou d) der à lei federal interpretação divergente da que lhe seja atribuído outro tribunal.
Em processo penal, é mais comum recorrer na primeira hipótese: negada vigência a tratado ou lei federal. O
recurso especial está previsto no art. 105, III, “a”, “b” ou “c” da CF e no art. 1.029, I, II e III do CPC/15.

Pressuposto ao recebimento e ao processamento do recurso especial é o prequestionamento, ou seja, a questão

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Pressuposto ao recebimento e ao processamento do recurso especial é o prequestionamento, ou seja, a questão
tratada no recurso deve ter sido discutida nas manifestações anteriores feitas em outras manifestações no
decorrer do processo (memoriais, recursos etc.). Nesse sentido, confira o teor da Súmula n. 282 do STF.
O prazo para a interposição do recurso especial é único de 15 dias, conforme disposto no art. 1030, caput, do CPC
/15.
A interposição do recurso deve ser feita ao presidente do Tribunal recorrido e as razões ao STJ.

3.16 Recurso extraordinário


Recurso cabível para impugnar as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a)
contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar
válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; ou d) julgar válida lei local contestada
em face de lei federal.
Esse recurso está previsto no art. 102, III, da Constituição Federal. Em processo penal, a causa mais comum é a
primeira: quando a decisão contraria dispositivo constitucional.
Para o processamento do recurso extraordinário, além do prequestionamento, deve ser demonstrada a
repercussão geral da questão discutida.
O conceito de repercussão geral encontra-se no art. 1035, §3º, I e III do CPC/15. Em poucas palavras, significa
que o recorrente deve demonstrar que o tema abordado tem relevante significação política e que a decisão
poderá influenciar outros casos semelhantes.
O prazo para a interposição do recurso extraordinário é único de 15 dias, de acordo com o art. 1.029 do CPC/15.
A interposição do recurso deve ser feita ao presidente do Tribunal recorrido e as razões ao STF.

3.17 Revisão criminal


Apesar de constar no capítulo dos recursos, a revisão criminal é ação penal autônoma a ser proposta para
desconstituir sentença já transitada em julgado.
A revisão criminal somente pode ser manipulada em favor do acusado, para melhorar sua situação jurídica.
O primeiro pressuposto para a propositura da revisão criminal é a existência de uma sentença com trânsito em
julgado. Os demais requisitos encontram-se no art. 621 do CPP:
Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos auto;
Quando a sentença condenatória se fundamentar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente
falsos;
Quando, após a sentença, forem descobertas novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que
determine ou autorize diminuição especial da pena.
A revisão criminal pode ser proposta a qualquer momento, inclusive após a extinção da pena, desde que, como já
dito, a sentença tenha transitado em julgado.
São legitimados a propor a revisão o próprio réu ou procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do
réu, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
A competência para julgar a revisão é dos Tribunais de segunda instância ou ainda do STF, nos casos de
condenações por ele proferidas. Deve ser endereçada ao presidente do Tribunal ou do STF.
A revisão poderá ser proposta visando alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou
anular o processo.
Em caso de absolvição, serão restabelecidos todos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o
tribunal, se for o caso, impor a medida de segurança cabível.
Outro objetivo para a propositura da ação em estudo é o de requerer ao Tribunal que reconheça o direito do réu
a uma indenização, caso seja reconhecido erro ou injustiça na condenação.

A estrutura a ser utilizada na elaboração da revisão criminal é a de petição simples, pois será encaminhada em

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A estrutura a ser utilizada na elaboração da revisão criminal é a de petição simples, pois será encaminhada em
peça única ao destinatário.

3.18 Habeas corpus


Ação de natureza constitucional cuja finalidade é a de evitar ou fazer cessar violência ou coação à liberdade de
locomoção. Está previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e nos arts. 647 a 667 do CPP.
Pode ser impetrado por qualquer pessoa em seu próprio favor ou de outrem. Dispensa a outorga de procuração,
bem como as formalidades de uma petição. Pode, inclusive, ser impetrado oralmente (nesse caso será reduzido a
termo).
O habeas corpus possui uma terminologia específica, que deve ser observada: aquele que impetra a ação é
chamado de impetrante. Aquele que sofre ou sofreu a coação é o paciente e aquele que pratica a coação é o
coator ou a autoridade coatora.
Pode ainda o habeas corpus ser impetrado contra ato de particular como, por exemplo, um diretor de hospital
que deliberadamente não libera um paciente.
Importante ressaltar que o pressuposto principal para a propositura da ação em estudo é o atentado contra a
liberdade de locomoção, que pode advir de uma prisão ilegal ou ainda de um processo ou inquérito que não
deveriam ter sido instaurados.
As hipóteses de cabimento estão descritas no art. 648 do CPP. No preâmbulo da petição, deve-se sempre
mencionar o inciso que fundamenta o habeas corpus.
Quanto à competência, o habeas corpus é dirigido à autoridade jurisdicional hierarquicamente superior à
autoridade coatora. Por exemplo: se o coator for um juiz de direito, o HC será endereçado ao Tribunal, e assim
por diante.
Deve ser sempre respeitada a competência em razão da matéria: vara comum, vara do Júri etc.
O processamento da ação encontra-se todo definido no art. 654 do CPP. Recomenda-se a leitura desse e dos
demais artigos que tratam do tema.
Se o caso tratar de situação que exija a pronta intervenção do judiciário, pode ser feito pedido liminar. Nesse
caso, devem ser demonstrados o fumus boni iuris (amparo legal da medida) e o periculum in mora (dano a ser
sofrido em caso de demora na prestação jurisdicional).
Da decisão que concede ou nega a ordem de habeas corpus em primeira instância, cabe RESE (art. 581, X, do
CPP). Em segunda instância, cabe Recurso Ordinário Constitucional.
A estrutura a ser utilizada na elaboração do habeas corpus é a de petição simples, pois será encaminhada em
peça única ao destinatário.

3.19 Mandado de segurança


Previsto no art. 5º, LXIX da Constituição Federal, o mandado de segurança é um meio destinado a proteger
direito líquido e certo não amparável por habeas corpus ou habeas data. O processamento da medida está
previsto na Lei n. 12.016/09.
O direito líquido e certo para o qual se pleiteia proteção deve ser comprovado documentalmente, caso contrário,
o mandado não será processado.
O impetrante deve ser o titular do direito líquido e certo. Pode ser pessoa física ou jurídica. Diferente do habeas
corpus, o mandado de segurança somente pode ser impetrado por advogado.
Quanto à competência, o mandado será impetrado mediante a autoridade que tiver poderes para desfazer o ato
de coação e fazer resguardar o direito líquido e certo. Geralmente, segue a mesma regra do habeas corpus, ou
seja, é proposto perante a autoridade hierarquicamente superior a coatora. No caso de ato de particular, deverá
ser proposto perante um juiz de primeira instância.

Em matéria penal, as hipóteses mais comuns de utilização da medida são direitos de advogado previstos no

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Em matéria penal, as hipóteses mais comuns de utilização da medida são direitos de advogado previstos no
Estatuto da OAB e que não são observados por juízes ou Delegados como, por exemplo, o direito de vista aos
autos de Inquérito ou de entrevistar reservadamente seu cliente.
O prazo para a impetração do mandado de segurança é de 120 dias, a contar da ciência do ato. Trata-se de prazo
decadencial. Tendo em vista que a matéria também está prevista no Novo CPC, a petição inicial deve obedecer
aos requisitos da inicial definidos pelo art. 319 do NCPC.
Assim como o habeas corpus, o mandado de segurança admite pedido liminar, desde que devidamente
demonstrados e comprovados o fumus boni iuris (amparo legal da medida) e o periculum in mora (dano a ser
sofrido em caso de demora na prestação jurisdicional).
Da decisão que concede ou denega o mandado de segurança, cabe recurso de apelação, nos termos do art. 14 da
Lei n. 12.016/09.
A estrutura a ser utilizada na elaboração do mandado de segurança é a de petição simples, pois será
encaminhada em peça única ao destinatário.
Tratamos nessa unidade dos principais recursos previstos no CPP e na Constituição Federal. Ressaltamos a
importância de que você estude e conheça todos, além de revisar todo o conteúdo pertinente ao tema. Quanto à
prática, deve elaborar ao menos uma peça de cada recurso tratado nesta unidade. Mãos à obra, bons estudos e
bom treino!!

Conclusão
Concluímos a terceira unidade do curso de Prática Penal. Além de revisarmos o conteúdo sobre teoria geral dos
recursos, agora você já tem noção de como atuar nessa fase.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a teoria geral dos recursos;
• compreender a estrutura básica da petição de interposição;
• analisar a estrutura básica das razões;
• entender a estrutura básica da petição de juntada;
• verificar a estrutura básica das contrarrazões;
• analisar o cabimento dos principais recursos;
• conhecer as ações de impugnação – revisão criminal, habeas corpus e mandado de segurança.

Bibliografia
BRASIL. Presidência da República. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília: Casa
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei
/del2848compilado.htm. Acesso em: 16 ago. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
Brasília: Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br
/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em: 16 ago. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Brasília:
Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS
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BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Casa

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BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Casa
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 ago. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 8.038, de 28 de maio de 1990. Institui normas procedimentais para os
processos que especifica, perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. Brasília: Casa
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis
/L8038.htm. Acesso em: 21 ago. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais
Cíveis e Criminais e dá outras providências. Brasília: Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1995.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm. Acesso em: 21 ago. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009. Disciplina o mandado de segurança
individual e coletivo e dá outras providências. Brasília: Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2009.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm. Acesso em: 21 ago.
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BRASIL. Presidência da República. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília:
Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 21 ago. 2019.

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