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MEDIDAS ELÉTRICAS
2004. ( V1 )
1. Objetivos da disciplina
O resultado de uma medida dependerá, como vimos, de vários fatores.Tratar com estas
variáveis, e exercitar os conhecimento de eletricidade, através das medidas elétricas, são os objetivos
da disciplina de medidas elétricas I. Para atingir nosso objetivo, dividimos nossas atividades em três
partes, quais sejam:
1. conhecer as principais características dos instrumentos de medidas;
2. estudar o processo de medida, quanto aos erros, fatores de multiplicação e precisão de
leituras;
3. diversas atividades práticas com o objetivo de familiarizar-se com o manuseio dos
instrumentos , exercitar os conceitos teóricos estudados e revisar a matéria de eletricidade.
2. Pré-requisitos
A disciplina de medidas elétricas é baseada na disciplina de eletricidade, tanto para entender o
funcionamento dos instrumentos, como para definição dos métodos de medidas e para avaliação dos
valores medidos. Assim, um bom conhecimento em eletricidade teórica é um pré-requisito importante
para estudarmos a disciplina de medidas elétricas.
3. Conteúdos
Para atender aos objetivos estabelecidos, teremos os seguintes conteúdos, durante o semestre:
1. Introdução à disciplina.
2. Sistema de unidades de medidas ( SI ).
3. Métodos de medidas
4. Processos de leituras
5. Instrumentos de medidas analógicos
5.1 Principais partes.
5.2 Tipos
6. Instrumentos Analógicos-Eletromagnéticos:Principio de funcionamento e principais
características
6.1 Bobina móvel
6.2 Ferro móvel.
7. Erros de Medidas Elétricas
- Tipos de erros de medidas
- Determinação da classe de precisão dos instrumentos
- Cálculo do erro absoluto e erro relativo percentual da medida.
8. Processos de medidas
-Fator de multiplicação da leitura( fator K )
-Medidas de Tensão e de Corrente
9. Propagação dos erros.
10. Efeito de carga dos instrumentos
-Característica ohm/volt dos voltímetros e Rg dos amperímetro
4. Bibliografia recomendada
1. INTRODUÇÃO
2. SISTEMA DE UNIDADES
O uso de vários sistemas de unidades ( MKS, cgs, técnico ou Industrial, e outros), sempre gerou
problemas, devido principalmente à:
- necessidade de se manter uma grande quantidade de padrões diferentes;
- diferentes formas nas equações da Física (definição de qual sistema)
- necessidade de se converter os valores das grandezas quando fosse preciso comparar duas
medidas ou dois valores técnicos (Tabelas de conversão);
- complicação no ensino e aprendizagem das ciências físicas, e
- dificuldades nas transações comerciais.
Em 11.10.1960, em Paris, na XI CONFERÊNCIA GERAL dos Pesos e Mediadas –CGPM, foi
aprovado o Sistema Internacional de Medidas – SI -, tendo as seguintes características:
- Homogênio: fixadas as grandezas e suas unidades Fundamentais é possível Derivar das
mesmas outras grandezas e unidades.
- Coerente: a multiplicação ou a divisão de duas ou mais grandezas origina a unidade de uma
Nova Grandeza.
- Absoluto: as unidades fundamentais são inalteráveis.
- Decimal: as unidades das grandezas são sempre Múltiplos ou Submúltiplos de 10.
O Sistema Internacional de Medidas (SI) foi adotado no Brasil, através do D.L. 81621 de
03/05/1978 está constantemente sendo atualizado, e baseia-se em:
A) 7 grandezas fundamentais
FUNDAMENTAIS Unidades
Nome Símbolo Nome Símbolo
Comprimento
Massa
Tempo
Intensidade de corrente elétrica
Temperatura termodinâmica
Quantidade de matéria
Intensidade luminosa
B) 2 suplementares
SUPLEMENTARES Unidades
Nome Símbolo Nome Símbolo
Ângulo plano
Ângulo sólido
C) Derivadas
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
Fator de Prefixos Fator de Prefixos
Multiplicação Nome Símbolo Multiplicação Nome Símbolo
24 -1
10 10
1021 10-2
1018 10-3
1015 10-6
1012 10-9
109 10-12
106 10-15
103 10-18
102 10-21
101 10-24
segundo: duração de 9 192 631 770 períodos de radiação correspondente à transição entre dois
níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.
ampére: corrente elétrica invariável que mantida entre dois condutores retilíneos, paralelos, de
comprimento infinito e de área de secção desprezível e situados no vácuo a 1 metro de distância um do
outro, produz uma força igual a 2x 10-7 Newton, por metro de comprimento destes condutores.
mol: quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quanto são
os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono 12.
candela: intensidade luminosa, numa direção dada, de uma fonte que emite uma radiação
monocromática de freqüência 540x1012 Hz e cuja intensidade energética naquela direção é 1/683 W
por esterradiano.
esterradiano: ângulo sólido que tendo como vértice no centro de uma esfera, subtende na
superfície uma área igual ao quadrado do raio da esfera.
3 MÉTODOS DE MEDIDAS
Ep = Pilha Padrão
Ex = Pillha Desconhecida
4. PROCESSOS DE LEITURAS
4.1. Indicadores
Indicação do valor da grandeza diretamente sobre uma escala graduada.
4.2. Registradores Registram o valor da grandeza a ser medida sobre um rolo de papel graduado.
Após a retirada do papel do instrumento tem-se uma idéia da variação da grandeza medida durante o
período de tempo em que este instrumento esteve ligado.
tipo ciclométrico
Em ambos os tipos para saber o consumo mensal, basta efetuar a subtração entre a leitura atual
e a do mês anterior.
Principais Partes
São instrumentos que servem para medir as principais grandezas dos circuitos
elétricos.Distingui-se duas partes: Parte móvel e Parte Fixa. Dentre estas, as principais partes são:
Obs: Há ainda, escalas do tipo logaritmas, que estudaremos em Medidas Elétricas II.
Nas escalas graduadas de leitura, vem gravado o símbolo da unidade de medida caracterizando
o instrumento em função da grandeza elétrica que o mesmo mede. Vejamos alguns exemplos:
Complete o quadro abaixo:
5.1.3 Ponteiros
Preso à parte móvel, se desloca sobre a escala graduada.
Tipos:
5.1.4 Amortecedores
Evitam os deslocamentos bruscos do conjunto móvel ao retornar à zero e as oscilações do
ponteiro em torno do valor de medida. Os sistemas de amortecimentos mais usuais são:
a) a Ar comprimido
b) por Contra-peso
c) Magnético (corrente de foucault)
O tipo a ser usado em cada instrumento dependerá do principio de funcionamento do mesmo.
5.1.5 Suspensão
É a parte mais delicada na construção de um instrumento elétrico de medição analógico. A
suspensão do conjunto móvel (mancais) deve ser feita de tal perfeição a proporcionar um movimento
praticamente sem atrito. Os tipos de suspensão mais utilizados são:
a) Suspensão à fio
- alta sensibilidade
- alta precisão
- instrumentos de laboratório
5.2 Tipos
Os instrumentos de medidas elétricas, baseiam-se nos efeitos da corrente elétrica e, em casos
particulares, em outros efeitos, como por exemplo, o efeitos das cargas eletrostáticas, efeito
termoelétrico, efeito hall, etc.
Temos assim os seguintes tipos de instrumentos de medidas, em função da base científica do
seu funcionamento:
5.2.1. Térmicos
- Fio aquecido (ação direta)
- Termopar (ação indireta)
5.2.2. Eletromagnéticos
- Bobina móvel
- Ferro móvel
- Ímã móvel
5.2.3. Eletrodinâmicos
- com núcleo de ferro
- sem núcleo de ferro
- bobinas cruzadas
5.2.4. Indução
- campo girante
5.2.5. Eletrostáticos
- Eletroscópio
- Eletrômero
5.2.6. Eletrônicos
- Analógicos
- Digitais
- Microprocessados
Vimos acima uma relação de tipos de instrumentos de medidas, classificados de acordo com a
base científica do seu funcionamento. Há outros, tais como: eletroquímicos, lâminas
vibráteis,oscilógrafos, efeito Doppler para velocidade, etc. Concluindo, um instrumento de medidas
elétricas, transforma um fenômeno em movimento (proporcional), devendo consumir o mínimo de
energia possível. Todos estes tipos de instrumentos possuem sua importância, embora alguns sejam de
utilização específica, e estudar todos demandaria um tempo não disponível. Para atender os objetivos
da disciplina de Medidas elétricas I, estudaremos a seguir, os instrumentos Eletromagnéticos, por
terem aplicação em eletrotécnica, tanto em laboratórios como a nível industrial. Em Medidas Elétricas
II, estudaremos os Eletrodinâmicos e Eletrônicos.
Amperímetro – bobina móvel: Para que um bobina móvel possa funcionar como um
Amperímetro, isto é, possa medir valores acima da unidade, devemos colocar um resistor em paralelo
( Shunt) com a bobina. Vejamos o esquema abaixo:
O Resistor Shunt, em paralelo com a bobina, divide a corrente total It, limitando a corrente na
bobina ao seu valor nominal Ig. O valor de Rs deve ser pequeno ( bem menor que RB)
Voltímetro – bobina móvel: Como vimos, a bobina dos galvanômetros recebem tensões de
valores reduzidos. Assim, para que um bobina móvel possa trabalhar com valores mais elevados de
tensões, é necessário usar um resistor em série com a bobina, para dividir a tensão aplicada no
instrumento, limitando a tensão sobre a bobina no seu valor máximo (Ug ).Vejamos o esquema abaixo:
Símbolo
A escala de leitura não é uniforme, ou seja, é heterogênea. Isto se dá devido ao fato que a força
magnética responsável pela deflexão do ponteiro não é proporcional à corrente na bobina, mas
sim ao quadrado desta corrente. Isto significa que uma corrente duas vezes maior ocasionará
uma deflexão do ponteiro quatro vezes mais. Por isto, a escala de leitura do “ferro móvel” tem
intervalos diferentes no inicio e no fim da mesma, e uma graduação mais uniforme dentro de
uma faixa contida entre dois pontos bem destacados sobre a escala.Veja um exemplo:
SÍMBOLO
O instrumento eletromagnético ferro móvel é identificado pelo símbolo:
São devidos à displicência ou deslizes de quem está efetuando a medida, ou falhas cometidas
durante esta. Podemos dar como exemplos:
- Erro de paralaxe;
- Erro de Interpolação;
- Leitura errada na escala;
- Registro da leitura com transposição de valores, como por exemplo: valor lido 12,4 e
valor
registrado 14,2;
- Não observância do efeito de carga dos instrumentos;
- Não observância do ajuste a zero, etc...
-
Erro de Instalação
Erro de Fabricação
São erros inerentes ao instrumento, isto é, fazem parte do mesmo e serão tanto maiores quanto
maior forem as imperfeições do mesmo. Se relacionam principalmente com a classe de exatidão,
determinado pelo fabricante, em função da instabilidade, não linearidade,consumo interno, etc... do
instrumento.
Erros Ocasionais
São constituídos por causas externa ao processo e não percebidas ou avaliadas durante uma
medida, como por exemplo: temperatura, interferência de campos magnéticos, vibrações, mau
contatos, umidade, sujeiras, ruídos, etc..
Resumidamente, podemos anunciar o critério informador da teoria dos erros, baseado no
postulado de Gauss, que Diz:
“ Caso várias medidas de uma mesma grandeza inspirem a mesma confiança, o valor mais
provável é a média aritmética destas medidas”
Na prática temos:
EA M E
ER
E E
EA M E
ER % 100 ou ER% 100
E E
Pela definição, o erro absoluto deste voltímetro, bobina móvel, é de 1% de 200V, ou seja:
EA= 2 V.
Teremos assim:
1º medida
2º medida
3º medida
4º medida
Conclusão-___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_
__________________________________________________________________________________
Classes Padronizadas
Laboratórios de Precisão
Instrumentos de Laboratório
Instrumentos Industriais
8. PROCESSOS DE MEDIDAS
Uma vez definido corretamente o instrumento a ser utilizado, procede-se a medida elétrica e a
respectiva leitura para a definição do valor real da grandeza elétrica que está sendo medida.
Basicamente os métodos de medidas são:
1. Direto
É o sistema mais usual. A leitura é feita diretamente na escala graduada do instrumento,
através do ponteiro, e o valor lido corresponde ao valor real medido.
O Amperímetro deverá ser inserido em série no ponto a ser medido a corrente elétrica.
A Rg do amperímetro deve ser a menor possível. O consumo do instrumento será dado por:
Pg I 2 Rg
2. Direto com Seletor
Com o objetivo de alcançar um espectro mais largo na faixa de medidas e possibilitar uma
maior precisão da mesma, há instrumentos com diversas escalas de medidas (ranges ou
calibres)definidas num seletor.
Exemplo
Tensão
Leitura VL k VR
1
2
3
4
Nos AMPERÍMETROS o efeito de carga é caracterizado pelo valor da sua Resistência ôhmica
interna, ou seja: quanto menor for o valor da resistência interna do amperímetro, mais sensível será o
instrumento.
Exemplo.
- Consideramos um circuito com 6V de tensão e uma R igual a 3.Temos, pela lei de ohm,
uma corrente elétrica neste circuito, de 2 A.Suponha, agora que você queira conferir este
valor de corrente, usando um amperímetro , bobina móvel, esccla 0 – 3 A, e Rg de 1. Qual
será o valor de corrente que o instrumento irá indicar?
Para concluir, vale lembrar que quanto maior for os valores de tensão e de corrente a ser
medidos, menor será a influência dos instrumentos (efeito de carga), porém nas medições de tensão
e/ou de corrente de pequenos valores, maior deverá ser o cuidado, na escolha dos instrumentos que
serão utilizados, em relação às suas sensibilidades.