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Cabos de Tracao
Cabos de Tracao
Introdução
No Brasil, a última norma que trata da inspeção em elevadores data de 1955. Desde a publicação pela ABNT-
Associação Brasileira de Normas Técnicas- desta norma, a NB 129, nada mais foi publicado pela associação
sobre o assunto. Mais recentemente a ABNT publicou uma norma sobre Cabos de Aço de Uso Geral, não
aplicável ao segmento Elevadores. Desse modo, não existe hoje em vigor no país, uma norma técnica que
fundamente os critérios de inspeção e/ou condenação de um cabo de tração para elevador. Esse estudo
pretende, de forma simples, mostrar como um cabo de tração de elevador deve ser inspecionado e quais os
critérios para sua condenação.
dos passageiros. Outra razão é que os cabos estão dimensionados para uma determinada vida útil (em ciclos) e
devido ao seu movimento contínuo passando pelas polias, essa vida vai diminuindo com o subir e descer do
elevador. O fenômeno da “fadiga” ocorre a partir de um certo número de ciclos. Ainda há que se considerar o
desgaste do próprio cabo em função da sua passagem pelas polias de tração e desvio. Por fim, é importante
que todas as pernas venham de uma mesma corrida (ou lote de fabricação), para que sejam garantidas as
mesmas propriedades físico-químicas e, portanto tenham o mesmo comportamento e desempenho. Em geral
as empresas sérias de conservação de elevadores sabem disso e recomendam sempre a troca do conjunto de
cabos de tração.
1. Desgaste no diâmetro
Há um limite dentro do qual, embora com desgaste, um cabo possa trabalhar sem comprometer a segurança
do elevador. Para os cabos mais comuns, os limites de diâmetro passam a ser conforme tabelas a seguir:
Exemplo
Pela Tabela 2, um cabo de tração de diâmetro nominal de 13 mm que na inspeção acusou 11,8 mm, está
condenado e deverá ser substituído. Observar na tabela que o limite para condenação é 11,90 mm.
Nota importante:
Basta que em um único ponto medido, o diâmetro seja inferior ao limite da tabela para que o cabo seja
condenado!
Comprimento do passo
Uma regra prática é multiplicar o diâmetro do cabo por 6,5 para encontrar o comprimento do passo. Isso
facilita e acelera a inspeção no local. Desse modo, para um cabo de 9,5 mm, o passo terá aproximadamente
9,5 x 6,5 = 61,75 mm. Para um cabo de 1/2" (diâmetro nominal no Brasil de 13 mm), o passo terá 84 mm.
Nota importante:
Sempre que forem constatados arames rompidos durante a inspeção de um cabo de tração e sempre que o
número de arames quebrados não for suficiente para a condenação imediata do cabo, este cabo deverá ser re-
inspecionado periodicamente. Recomenda-se para elevadores residenciais, exames a cada 30 dias de modo a
permitir o monitoramento da evolução do rompimento dos arames.
No caso de elevadores comerciais, de maior número de partidas/hora, o exame periódico deverá ser feito
preferencialmente a cada duas semanas. Desse modo, as chances de o cabo se romper em operação
aproximam-se de zero e a troca do jogo de cabos poderá ser programada e realizada sem alardes.
Não é interessante deixar um cabo se romper para depois trocá-lo. No caso de elevadores, o fator
psicológico tem uma grande influência e poderá trazer desconfiança aos usuários no caso de um rompimento.
Sabe-se que o elevador não irá cair se um cabo se romper. No entanto, os usuários, por ignorância, tendem a
pensar o contrário. Rompimentos de cabos de tração durante a operação de um elevador não são nada
agradáveis para quem se encontra na cabina. O ruído á forte e podem ocorrer desdobramentos como atuação
da segurança, parando o elevador no meio da caixa de corrida ou danificação de componentes como
operadores de portas, informação de poço e outros. Haverá, quase sempre, prejuízo financeiro com a quebra
de um cabo em operação.
Recomenda-se por fim, que não sejam aceitos cabos novos (elevadores novos, modernizados ou mesmo
elevadores que têm seus cabos substituídos pela firma de conservação) com amassados ou nós, em nenhum
dos trechos, mesmo que próximo aos tirantes do carro ou do contrapeso.
Bibliografia de referência:
ASME A 17.1
ASME A 17.2.1 e A 17.2.2
Inspection Handbook by Zack McCain
Catálogos de fabricantes de cabos: CIMAF, IPH
NBR-NM–207/99 (ABNT)
Obs: ASME – American Society of Mechanical Engineers- é a associação americana responsável pelas
normas de elevadores naquele país.