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UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – FEA

Bruna Vieira Penna

DECÓ

Carla Maria Camargos Mendonça


Rosângela Vieira Mattana

Belo Horizonte,
Junho/2017
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................4
2.1 CONSTRUTIVISMO ...............................................................................................5
2.2 FUTURISMO ..........................................................................................................5
2.3 CUBISMO ..............................................................................................................6
2.4 ART NOUVEAU .....................................................................................................6
2.5 BAUHAUS .............................................................................................................7
2.6 QUEBRA DA BOLSA DE VALORES DE 1929 ....................................................7
2.7 ART DECÓ NO CINEMA .......................................................................................7
4. OBJETIVOS ...........................................................................................................8
4.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................................8
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................8
5. METODOLOGIA ....................................................................................................9
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................10
7. ANEXOS ..............................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

A década de 1920 ficou conhecida, principalmente nos Estados Unidos, como


"Roaring Twenties" devido à grande diversidade cultural, artística e social do período
pós Primeira Guerra Mundial. O período caracteriza-se pela mudança acelerada de
estilos de vida, excessos financeiros e o rápido ritmo do progresso tecnológico.
Art Deco foi o movimento de design internacional mais elegante da arte
moderna de 1925 até a década de 1940. Inicialmente, foi um estilo luxuoso
desenvolvido a partir de matéria-prima fina, mas após a quebra da bolsa de NY em
1929 foi fortemente atingido caindo em declínio. Com isso, a demanda por bens de
consumo acessíveis à nova realidade social dos consumidores aumentou,
acelerando o afastamento da prática artesanal para uma estética moderna
compatível com novos materiais e produção industrial, atendendo ao crescente
gosto da classe média por um estilo elegante e funcional.
A coleção desenvolvida tem como objetivo apresentar o luxo do período
diante a uma crise financeira elevada.
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2 DESENVOLVIMENTO

Art Decó foi um estilo internacional que tomou espaço entre as décadas de
1920 e 1930. Sua primeira aparição foi em 1925 em Paris na Exposition
Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes. Após sua inauguração em
Paris, o estilo foi rapidamente difundido ao redor do mundo através das artes
decorativas, moda, arquitetura e design. Diante de um período entreguerras, os
padrões de Art Deco eram sinônimo de progresso e celebrações otimistas da vida
para uma geração de jovens que estava chegando à maioridade após a Primeira
Guerra Mundial.
Este novo estilo foi fundado sob a tradição de vanguarda, incluindo
Construtivismo, Cubismo, Futurismo, Bauhaus e Art Nouveau. Apesar da relação
com os movimentos de arte moderna que precederam seu nascimento, a Art Decó
foi focada em contemporaneidade e uma visão ampla de futuro.

2.1 Construtivismo

O Construtivismo foi um movimento de arte e arquitetura originado na Rússia.


Rejeita a idéia de que a arte deve ser produzida apenas com a finalidade de ser arte,
mas sim criada como uma prática voltada para fins sociais.
O Construtivismo não pretendia ser um estilo abstrato em arte nem mesmo uma arte,
per se. Em seu âmago, era acima de tudo a expressão de uma convicção profundamente
motivada de que o artista podia contribuir para suprir as necessidades físicas e intelectuais da
sociedade como um todo, relacionando-se diretamente com a produção de máquinas, com a
engenharia arquitetônica e com os meios gráficos e fotográficos de comunicação. Satisfazer as
necessidades materiais, expressar as aspirações, organizar e sistematizar os sentimentos do
proletariado revolucionário – eis o objetivo: não a arte política, mas a socialização da arte.
(Aaron Scharf. 1988)

O período foi marcado pelo desejo de expressar a experiência da vida


moderna. O foco era a demonstração de dinamismo e a criatividade era vista como
uma ferramenta para a reinvenção. Desenvolvido após a Primeira Guerra Mundial, o
construtivismo alavancou a produção que levaria a uma mudança social e inspirou a
reconstrução da sociedade em um modelo utópico.
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2.2 Futurismo

O movimento de arte futurista foi estabelecido a partir da necessidade de


romper com os estilos tradicionais e o desejo insaciável de modernidade. Foi uma
celebração de tecnologia, poder e vida moderna. Tinham como interesse a mídia
popular e novas tecnologias para comunicar suas idéias e o objetivo de provocar
todo tipo de sensações e não apenas aquelas visíveis aos olhos.
Sob muitos aspectos, o futurismo foi único entre os movimentos artísticos modernos.
Era italiano. Originou-se numa concepção de civilização e encontrou expressão primeiramente
nas palavras; em vez de resultar de algum descontentamento com idiomas de arte herdados e
da ambição de criar um novo idioma, partiu de uma idéia geral e só com dificuldade encontrou
expressão artística. De certo modo, foi o movimento mais radical, rejeitando ruidosamente
todas as tradições e os valores e instituições consagrados pelo tempo. Propagou suas idéias
muito rapidamente por toda a Europa, de Londres a Moscou, e foi efêmero — um episódio
meteórico, cuja importância duradoura tem sido geralmente subestimada. Escolheu o seu
próprio nome — ao contrário de movimentos como o fauvismo e o cubismo, que foram assim
rotulados por críticos antagonistas — e empenhou-se em fornecer seu próprio fundamento
lógico de forma literária: a tradição moderna de manifestos artísticos tem sua origem básica no
futurismo. (LYNTON. 1988)

O Futurismo teve início em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do


Manifesto Futurista do escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti. Os artistas do
movimento acreditavam que as ideias de Marinetti traduziam-se em uma arte
moderna e figurativa que explorava as propriedades do espaço e do movimento.

2.3 Cubismo

O cubismo foi um estilo da arte moderna desenvolvido inicialmente por Pablo


Picasso e Georges Braques. Foi o primeiro estilo de arte abstrata que evoluiu no
início do século XX em resposta a um mundo que estava mudando com velocidade
sem precedentes. Era uma tentativa dos artistas de renovar as tradições da arte
ocidental.
O cubismo foi uma arte e experimentação que estacionou apenas por um breve
momento em 1911. Defrontava-se destemidamente com a realidade e produzia uma nova
espécie de real. Criara e desenvolvera um gênero completamente original e antinaturalista de
figuração, o qual, ao mesmo tempo, desvendava os mecanismos da criação pictórica e, no
decorrer desse processo, contribui substancialmente para destruir barreiras artificiais entre
abstração e representação. Continuou sendo o movimento central em torno do qual gravitou a
arte da primeira metade do século atual." (GOLDING. 1988)
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Os pintores cubistas queriam enfatizar a bidimensionalidade da tela, com isso


rejeitaram o conceito original de que a arte deveria copiar a natureza ou que
deveriam adotar as técnicas tradicionais de perspectiva e modelagem.

2.4 Art Nouveau

A ideia principal do Art Nouveau era reunir artes e ofícios como um passo
crucial no progresso da arte e de todos os seus derivados, especialmente arquitetura
e design. Os artistas do período compreenderam o conceito de todas as artes unidas
e a natureza benéfica de tal conceito, que transformou Art Nouveau em um estilo
que abrange todos os meios e gêneros.
Independentemente das variações de tempo e espaço, o Art Nouveau tem certas
características constantes: l) a temática naturalista (flores e animais); 2) a utilização de motivos
icónicos e estilísticos, e até tipológicos, derivados da arte japonesa; 3) a morfologia: arabescos
lineares e cromáticos; preferência pelos ritmos baseados na curva e suas variantes (espiral,
voluta etc.), e, na cor, pelos tons frios, pálidos, transparentes, assonantes, formados por zonas
planas ou eivadas, irisadas, esfumadas; 4) a recusa da proporção e do equilíbrio simétrico, e a
busca de ritmos 'musicais", com acentuados desenvolvimentos na altura ou largura e
andamentos geralmente ondulados e sinuosos; 5) o propósito evidente e constante
de comunicar por empatia um sentido de agilidade, elasticidade, leveza, juven tude e
otimismo A difusão dos traços estilísticos essenciais do ArtNouveau se dá por meio de revistas
de arte e moda, do comércio e seu aparato publicitário, das exposições mundiais e
espetáculos. (ARGAN, 2006)

O Art Nouveau tornou-se sinônimo de progresso e, embora seja muitas


vezes considerado como um período transitivo entre a arte tradicional e o
Modernismo, foi o único estilo focado na modernidade. Embora o estilo não firmou
pós Primeira Guerra Mundial, ele viveu através de seus descendentes como Art
Decó e Bauhaus.

2.5 Bauhaus

Bauhaus era uma filosofia, um modo de vida e de pensamento, um protesto


contra a natureza regressiva das escolas de arte e um defensor do vínculo entre arte
e vida. Ela efetivamente redefiniu esses relacionamentos e restabeleceu algumas
noções preconcebidas na arte e no modo como ela é vista. Coincidindo com uma
série de outros movimentos e eventos significativos, o Bauhaus foi um canal para
manter tudo junto em um lugar, pelo menos por um certo período de tempo.
The ultimate aim of all artistic activity is building! ... Architects, sculptors, painters, we
must all get back to craft! ... The artist is a heightened manifestation of the craftsman. ... Let us
form ... a new guild of craftsmen without the class divisions that set out to raise an arrogant
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barrier between craftsmen and artists! ... Let us together create the new building of the future
which will be all in one: architecture and sculpture and painting. (GROPIUS, W.. 1919)

2.6 Quebra da Bolsa de Valores de 1929

A década de 1920 foi um período de descobertas e invenções. Novas


tecnologias e produção em massa levaram a uma cultura de consumo vibrante,
estimulando o crescimento econômico. O consumismo esteve presente durante toda
a década como resultado da produção em massa e novos produtos no mercado.
Meio a um período de prosperidade, o mercado de ações estava aquecido e
muitos norte-americanos buscaram investir na bolsa de valores. Com a grande
influência publicitária e o sucesso bem divulgado, o público em geral, que nunca
tinha investido em ações, juntou-se em busca de lucros fáceis. Com a crescente
desvalorização das ações devido ao desaquecimento das exportações para a
Europa e a superprodução desenfreada, muitos investidores decidiram vender suas
ações para não ocasionar em grande perda financeira fazendo com que os preços
caíssem ainda mais, agravando o problema e levando a quebra do mercado em
1929.

2.7 Art Decó no Cinema

Existem muitas explicações de como os americanos sobreviveram à


Depressão, tais como força moral e a grande crença que tinham no governo. Mas,
além disso, há ainda a teoria de que os diretores artísticos de cinema do período
foram também responsáveis de alguma forma. Os filmes de Hollywood, projetados
em meados dos anos 1920 e durante a década de 1930, tinham cenários
representados por quartos luxuosos, desenhos geométricos bem definidos e
edifícios de concreto que subiam aos céus.
Cedric Gibbons era chefe do departamento de arte da MGM, ganhador de
onze Oscars e ficou conhecido como o Diretor de arte mais bem sucedido da
Academia. Os designs de Gibbons eram imagens idealizadas das casas dos mais
abastados e muito apreciadas por um país que se encontrava em um período de
crise. Diante de um momento sombrio e dinheiro escasso, muitos se reuniam nos
cinemas para escapar das pressões econômicas diárias, entreter-se e renovar seus
sonhos de uma vida melhor.
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4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral

Produzir uma coleção enfatizando a importância da Art Decó em meio a crise


de 1929 nos Estados Unidos.

4.2 Objetivos Específicos

• Realizar experimentos com metais;


• Estudar a geometria do período da Art Decó;
• Desenvolver estampas;
• Aplicar estampas por meio de serigrafia gráfica;
• Desenvolver peças elegantes e funcionais;
• Desenvolver peças em madeira;
• Buscar tecidos leves e estruturados.
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5 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento da coleção foi criado um painel iconográfico (ANEXO


A) e um mapa mental (ANEXO B) sobre o estilo Art Decó e, por conseguinte, uma
formulação dos conceitos a serem trabalhados nas peças para o desfile. Os
conceitos retirados da Art Decó foram os anos de 1920 e 1930, madeira e metais,
arquitetura e também os conceitos de arte moderna do século XX: cubismo,
futurismo, art nouveau, Bauhaus e construtivismo.
Serão desenvolvidos sapatos que terão como base principal a madeira, a ser
utilizada no salto.
As estampas a serem trabalhadas terão como princípios as características da
Art Decó: geometria, formas abstratas e linhas. Estas serão desenvolvidas
digitalmente e aplicadas no tecido por meio da serigrafia têxtil.
As cores definidas para a coleção estão presentes na cartela de cores
(ANEXO C). Estas serão: Nude Empire (PANTONE 13-0907 Sandshell), Chrysler
Gold (PANTONE 14-0951 Golden Rod), Colony Brown (PANTONE 18-1049 Thai
Curry), Estern Green (PANTONE 14-6017 Neptune Green), Union Green (PANTONE
18-4652 Golf Green) e Radiator Black (PANTONE Process Black).
Os tecidos utilizados serão Crepe Vogue, Crepe alfaiataria, micro fibra
japonesa e cetim bucol que são bem maleáveis e tem bom caimento, representando
a elegância e a funcionalidade da Art Decó.
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REFERÊNCIAS

ARGAN, G. C.. Arte Moderna. 10. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

BORTEH, L.. Bauhaus Movement Overview and Analysis. 2017. Disponível em:
<http://www.theartstory.org/movement-bauhaus.htm> . Acesso em: 27, mar, 2017.

GALLAS, A.O.G.; GALLAS, F. D.. Art Decó: Europa, Estados Unidos, Brasil. São
Paulo: Ed. do Autor, 2013.

GOLDING, J.. Cubismo. In: STANGOS, N.. Conceitos da Arte Moderna. Londres:
Thames and Hudson Ltd., 1988, p. 38-57.

HOBSBAWM, E.. A Era dos Extremos. 2. Ed. São Paulo: Companhia das Letras,
2002.

LYNTON, N.. Futurismo. In: STANGOS, N.. Conceitos da Arte Moderna. Londres:
Thames and Hudson Ltd., 1988, p. 71-77.

MCDOWALL, C.. Art Decó – A Revolution of Design & Style For The Modern
Age. 2013. Disponível em: <http://www.thecultureconcept.com/art-deco-a-revolution-
of-design-style-for-the-modern-age>. Acesso em: 14, mar, 2017.

MISS V.. Cedric Gibbons, Art Deco Sets and The Hollywood Dream. 2014.
Disponível em: <https://girlsdofilm.wordpress.com/2014/06/29/cedric-gibbons-art-
deco-sets-and-the-hollywood-dream/>. Acesso em: 16, maio, 2017.
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SCHARF, A.. Construtivismo. In: STANGOS, N.. Conceitos da Arte Moderna.


Londres: Thames and Hudson Ltd., 1988, p. 116-121.
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7 ANEXOS

ANEXO A

ANEXO B
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ANEXO C

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