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REDES DE BANDA LARGA

REDES X.25 E FRAME RELAY

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Olá!
Objetivo desta Aula

Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Aprender sobre protocolos de redes WAN: X.25 e Frame Relay;

2- Reconhecer funcionamento e estrutura destes protocolos;

3- Verificar tópicos importantes para concepção de redes X.25 e Frame Relay.

1 Histórico do protocolo X.25


O protocolo X.25 foi uma criação muito peculiar à epoca em que foi lançado (1970): posssui uma estrutura de

rede analógica as modernas são digitais. Então, não podemos dizer que Tymnet, seu idealizador, não foi inovador

em sua criação. Pelo contrário: sua proposta dominou claramente as comunicações WAN durante muitos anos.

Atualmente ainda atua, na troca de dados dos Pin Pad (máquinas de cartão de crédito).

Como protocolo de rede, sua função é gerenciar pacotes organizando as informações, atuando na camada de

enlace do OSI. O X.25 executa esta tarefa ficando responsável pela interpretação de uma onda modulada

recebida, agindo com a função da demodulação do sinal e lendo o cabeçalho de cada pacote. Quando uma

informação entra na interface de rede, este é o primeiro protocolo a ser acionado.

O canal físico de comunicação pode estabelecer conexão simultânea com até 4.095 outros equipamentos ligados

à rede de pacotes. Esta é uma das grandes vantagens do X.25 quando comparado a outras facilidades de

comunicação, pois os equipamentos que trocam informações entre si não estão fisicamente conectados uns aos

outros.

2 Camadas OSI de atuação


A partir da estrutura definida pelo OSI, podemos definir que o X.25 atua em três das sete camadas. São elas:

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2.1 Camada de rede

A partir dos conceitos do (1) circuito virtual (conexões temporárias, estabelecidas somente no momento da

comunicação), bem como do (2) circuito virtual permanente (conexões permanentes; não existe a necessidade

de realizar uma chamada para estabelecer conexão), o X.25 define as características inerentes ao que

costumamos chamar popularmente de empacotamento de dados.

Conforme citamos anteriormente, referente ao empacotamento dos dados, podem ocorrer dois tipos de canais

lógicos de transmissão:

• Circuito virtual comutado (SVCs): Ocorrem como uma ligação telefônica: primeiramente precisa existir uma

chamada entre as partes que irão enviar/receber informações, posteriormente os dados são transferidos; e, por

fim, temos o encerramento da ligação estabelecida. A cada DTE (Data terminal equipment ou equipamento

terminal de dados) é atribuído na rede um número único, assim como acontece com as linhas telefônicas, em que

cada linha possui um identificador único; como ocorre também nas redes IP (veremos nas aulas seguintes), em

que dois computadores não podem possuir o mesmo endereço de rede.

• Circuito virtual permanente (PVCs): Neste ambiente, não é necessário fazer uma ligação prévia, porque a

estrutura do PVC está sempre ativa. Portanto, emissor e receptor estão sem um canal de comunicação

estabelecido e aguardando pelos pacotes em que irão trafegar.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/X.25.

“O protocolo X.25 permite o acesso a redes públicas ou privadas, operando com a comutação de pacotes. A

transmissão de dados ocorre entre o terminal cliente, denominado data terminal equipment (DTE) e um

equipamento de rede denominado data circuit-terminating equipment ou data communications

wquipment (DCE).

A transmissão dos pacotes de dados é realizada através de um serviço orientado a conexão – a origem manda

uma mensagem ao destino, pedindo a conexão antes de enviar os pacotes –, garantindo assim a entrega dos

dados na ordem correta, sem perdas ou duplicações.”

2.2 Ligação de dados (camada de enlace)

Conforme definição do próprio OSI, o X.25 impõe as regras de fiscalizar e auditar toda a transmissão de dados,

desde seu início até a totalidade da transmissão.

Camada física

Especifica o segmento mecânico e elétrico tanto da interface a ser utilizada (conector) quanto da rede. Um

detalhe importante sobre o X.25 é a capacidade de transmissão feita no modo full-duplex.

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Velocidade e custo

A infraestrutura do X.25 garante velocidade de até 2 mbps nas transmissões com acesso dedicado (terminais

com interface síncrona X.25). Além disso, o serviço oferece alto grau de segurança, graças ao sistema de

verificação da integridade das informações, a cada momento, e da correção de possíveis erros de transmissão.

Contudo, pelo fato de cuidar muito bem da integridade, possui um alto custo computacional e de comunicação.

Aliado a isto (que já requer muito uso da banda), caracteriza-se por ser lento na transmissão de pacotes e ser

muito pouco escalável. Imagine que os operadores públicos fornecem circuitos virtuais de X.25 entre 2.4 kb/s e

64 Kb/s, o que inviabiliza e a torna pouco atrativa para aplicações que precisem de largura de banda.

“No Brasil, as redes que ainda atuam no modelo X.25 são administradas e operadas por empresas de telefonia e

operadoras de telecomunicações. Apesar de ainda em uso, o serviço X.25 está perdendo espaço devido aos

sistemas de interligação baseados em Frame Relay (que veremos a seguir) e ADSL.”

3 Frame relay
O protocolo Frame Relay foi desenvolvido como parte integrante de uma tecnologia conhecida como ISDN no fim

da década de 80 e início da década de 90. Contudo, evoluiu como um serviço de rede independente, com padrões

e recomendações elaborados por órgãos internacionais de telecomunicações.

À época, o Frame Relay foi uma tecnologia de resposta para as empresas que requeriam comunicação de dados

em alta velocidade para poder interligar suas aplicações ao redor do mundo, e para a criação de suas WANs. Por

isso, logo passou a ser utilizado em larga escala, tornando o investimento muito bom tanto para quem fornecia o

serviço quanto para quem o contratava.

Semelhantemente ao que vimos no X.25, o Frame Relay define o meio (camada de rede) usado para a

transmissão dos dados, usando uma estratégia de divisão da informação em frames (por isso o nome do

protocolo). Esses frames são estruturas como os pacotes, que já citamos anteriormente.

O Frame Relay é uma solução de grande interoperabilidade, inclusive o IP, sendo muito utilizado por uma gama

de aplicações; além de propiciar uma boa utilização do meio, mesmo em redes não tão rápidas, conferindo a ele

reconhecimento pela eficiência e confiabilidade.

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3.1 Elementos de Frame Relay

De acordo com o site da Teleco, o Frame Relay é costumeiramente representado como uma nuvem (assim como

fazemos para a internet). A explicação para tal fato é da realidade que está na sua concepção: não existem apenas

dois pontos (como uma rede ponto a ponto), mas sim uma série de nós que permitem a concepção dos circuitos

virtuais, nos quais são efetivadas as transmissões.

· Equipamentos de usuários (PCs, estações de trabalho, servidores, computadores de grande porte etc.) e suas

respectivas aplicações;

· Equipamentos de acesso com interface Frame Relay (bridges, roteadores de acesso, dispositivos de acesso

Frame Relay – FRAD etc.);

· Equipamentos de rede (switches, roteadores de rede, equipamentos de transmissão com canais E1 ou T1 etc.).

3.2 Benefícios do Frame Relay

Bastante divulgada pela literatura especifica, são os benefícios diferenciais do Frame Retay quando o

comparamos a outras tecnologias existentes:

· Custo de propriedade reduzido (equipamentos mais simples);

· Padrões estáveis e largamente utilizados, o que possibilita a implementação de plataformas abertas e plug and

play;

· Overhead reduzido, combinado com alta confiabilidade;

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· Redes escaláveis, flexiveis e com procedimentos de recuperação bem definidos;

· Interoperabilidade com outros protocolos e aplicações, tais como ATM e TCP/IP.

Entretanto, para as vantagens do Frame Relay serem efetivas, dois requisitos devem ser atendidos:

· Os equipamentos de usuário devem utilizar aplicações com protocolos inteligentes, que controle o fluxo das

informações enviadas e recebidas;

· A rede de transporte deve ser virtualmente à prova de falhas.

Considerando o modelo OSI para protocolos, o Frame Relay elimina todo o processamento da camada de rede, o

que é requerido no caso do X.25. Apenas algumas funcionalidades básicas da camada de enlace de dados são

implementadas, tais como a verificação de frames válidos, porém sem a solicitação de retransmissão em caso de

erro.

Porém, é importante destacar que, para permitir a eliminação de tais funcionalidades da rede Frame Relay, os

equipamentos de usuários devem garantir a transmissão de informações fim a fim sem erros; mas, atualmente, já

é comumente encontrado na maioria desses equipamentos, principalmente aqueles destinados a aplicações do

tipo LAN.

4 Aplicações da Frame Relay


Conheça agora duas aplicações comumente encontradas na tecnologia Frame Relay:

Interligação de redes LAN

A partir de uma necessidade de interligação das redes LAN de vários escritórios compondo uma rede WAN, é

uma aplicação típica para o uso da tecnologia Frame Relay. Indicado principalmente para ambientes simples,

como solicitação de usuários e aplicações clientes e respostas de aplicações servidoras, ou quando, mesmo tendo

grandes quantidades de dados, estes não são transferidos de forma contínua.

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Voz sobre Frame Relay (VoFR)

Vimos que o Frame Relay possui grande interoperabilidade com outros protocolos. Mediante o seu alto uso

(veremos na aula 10), as redes de computadores para transmissão não somente de dados, mas também de voz –

salientando que ambos são pacotes de dados, só que quando trabalhamos com voz, implementamos através de

meios de encapsular a voz como sendo um dado. E, mediante sua notável performance na gestão dos problemas

que envolvem a transmissão (atrasos nas informações, por exemplo) e de deter facilidade para envio e recepção

de voz, o Frame Relay é muito utilizado para concretizar a convergência das redes.

Mediante esse atributo, certamente torna-se missão para administradores de rede utilizar-se dessa mesma

infraestrutura para transportar a voz proveniente das centrais telefônicas e de outras fontes. Destacando a

necessidade no uso de técnicas comuns de gerenciamento para prover uma comunicação com qualidade,

possibilitando, por exemplo, redução de custos das redes corporativas.

Deve-se, entretanto, levar em consideração a qualidade do serviço prestado pela rede multisserviços de

terceiros, para que o resultado nas aplicações de voz, fax e modem possa ainda atender os requisitos aplicáveis

aos serviços convencionais.

Melhorias do Frame Relay

Por fim, vale ressaltar que algumas melhorias foram sugeridas por órgãos que atuam no escopo da padronização

de protocolos, no intuito de tornar o Frame Relay mais sensível ao contexto de problemas que possivelmente

ocorram e que não são tratados, com isso, ampliando seu uso.

Um exemplo clássico é a falta da informação sobre os estados das conexões, ou seja, mesmo para os circuitos

virtuais permanentes, os equipamentos precisam saber se o link continua ativo – o que não acontecia; o mesmo

para os casos de avisos de congestionamento, que podem comprometer consideravelmente a transmissão, e que

passam despercebidos porque a tecnologia não conseguia identificar tal realidade na rede.

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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:

· Sobre protocolos para redes WAN: TCP/IP e MPLS;

· Detalhes históricos e de funcionamento destes protocolos;

· Tópicos importantes para concepção de redes TCP/IP e MPLS.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu sobre protocolos para redes WAN: X.25 e Frame Relay;
• Conheceu detalhes históricos e de funcionamento destes protocolos;
• Identificou tópicos importantes para a concepção de redes X.25 e Frame Relay.

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